Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 21
Capítulo 21 - Como Sempre Foi.


Notas iniciais do capítulo

Ei gente, me desculpem por essa evidente demora para postar, o caso é que com esse fim de ano estou lotada de coisas para fazer, mas, estou tentando controlar tudo e quando entregar um fichamento de 16 capítulos que preciso para finalizar o ano letivo volto a postar regularmente!

*As partes em itálico são lembranças.
*Só haverão mais dois capítulos esse ano; o próximo que será uma espécie de mid season finale chocante e um provável especial de natal.

Boa Leitura!



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          Ponto de vista: Carlie Biers.  

Aquele evento anual no Haras era o mais esperado de Forks, reunia vários tipos de pessoas, curiosas para conhecerem os novos compradores de terras das redondezas, se divertirem durante o torneio e comerem muitos aperitivos de graça. Mamãe organizava tudo aquilo de maneira minuciosa, querendo que a festa fosse memorável e a cada vez ela se superava.

Segurando meu capacete de couro e trajando minhas roupas de amazona sorri para Liam que se encontrava do outro lado da coxia, meu irmão do meio mesmo não gostando de coisas relacionadas a cavalos, natureza e Forks fazia questão de sempre me encontrar antes de uma competição para me desejar boa sorte. Papai estava ao meu lado preparando Penélope, já que para despreocupar minha mãe o mesmo gostava  de sempre checar a égua que eu montava com cuidado.

Meu irmão finalmente sorriu de volta, sibilou o meu “boa sorte” e acenou antes de ir até a arquibancada onde Thomas estava. Me virei para Jasper que balançava o cabresto da égua como se para se certificar que tudo estava seguro e em poucos segundos ele notou meu olhar.

Papai me lançou um sorriso meia lua aconchegante.

—Está nervosa? — questionou já sabendo a resposta. Era a mesma pergunta que fazia desde que eu comecei a competir. Não, eu não estava nervosa, pois no fim os títulos que eu conquistava nem importavam muito, o que eu gostava mesmo era mostrar minha perfeita parceria com Penélope para o mundo. Jasper riu quando notou que eu não responderia. — Sei que eu sempre digo isso, e no fim você acaba ganhando o prêmio, mas, é sempre bom repetir; Não importa para mim se você vencer ou não, não quero que faça nada esperando pela minha aprovação ou se sinta forçada a ser boa o suficiente por mim, tenho orgulho de você somente por tentar. — olhei emocionada para ele como também sempre fazia e o abracei de modo carinhoso.

—Obrigada pai. — agradeci mesmo tenho conhecimento de que ele já sabia o quão grata eu era. Grata por ser filha dele.

—Agora eu tenho que ir ficar com sua mãe e tentar controlar o nervosismo dela. Você tem quinze minutos antes da competição começar, aproveite para tomar um ar, Penélope já está completamente checada. — me fornece todas as informações necessárias antes de nos separarmos e eu assinto.

[...]

Saí da coxia não me preocupando em checar o andamento dos meus adversários e adentrei no mar de pessoas que circulava pelo Haras naquela manhã ensolarada. Quando subi nas escadas do camarote um garçom me ofereceu champanhe e eu obviamente neguei. Rodei meus olhos a procura de Jacob, mas, encontrei algo melhor para distração do que ele.

Os Cullen estavam do lado direito do lugar, conversando entre si enquanto observavam Aro subir ao palco, provavelmente para fazer suas considerações iniciais. Desde a noite do bar eu não havia dado de cara com nenhum deles, parecia até que tinham se trancado dentro da fazenda e se privado de qualquer contato humano. O que é uma pena. Cada um daqueles me causa uma diversão diferente e eu não queria abrir mão disso.

Eu sei que minha mãe não queria que eu me aproximasse, mas, sinceramente, não estava disposta a seguir seu conselho ao menos que ela me desse um bom motivo para isso.

Como uma felina indo em direção a presa me aproximei deles. Um falso pigarro foi o suficiente para que a atenção se focasse em mim. O primeiro em que direcionei meu olhar foi Alec, o mesmo parecia incomodado com a minha presença, mas, eu sei que ia além disso, ele estava preocupado com o que sentia quando eu estava perto.

Edward se deu ao trabalho de sorrir, mas, o sorriso não chegava aos olhos. A verdade é que desde que o conheci, notei que aquele homem carregava uma tristeza culpada no olhar.

Aos outros, eu realmente não me dei ao trabalho de avaliar.

—Espero que estejam gostando. Esse é o maior evento de Forks e tentamos tornar ele o melhor. — anunciei com meu sorriso mais educado.

—É. Tenho que admitir que me surpreendi com toda a organização. Sua mãe soa mais civilizada agora. — Esmee não perde a oportunidade de alfinetar enquanto aproveita o líquido âmbar de sua taça. Edward a censura com olhar, mas, não tem tempo de treinar uma defesa.

—Mãe? — um loiro de olhos inacreditavelmente azuis questiona. O mesmo tem uma beleza impressionante que nem com a idade perdeu o charme, ele me fita como se estivesse fazendo uma equação complicada.

—Sim. Isabella. Bella Biers. — explico estranhando a expressão dele. Seus olhos se voltam para Edward de forma intensa e depois para mim, o homem engole a seco e tal como eu Esmee fica confusa com seu comportamento.

—Esse é meu pai, Carlie, Carlisle Cullen, não tiveram a oportunidade de se conhecerem antes. — Edward nos apresenta parecendo alheio a cena acontecendo ao seu redor. — Essa é minha filha Jane. — segurou nos ombros de uma baixinha de cabelos platinados e essa forçou um sorriso mais falso do que o que eu dava quando dizia que estava apaixonada por Jake. —  Essa Bree, namorada do meu filho Alec. — acena em direção a uma morena de olhos pequenos castanhos e cabelos bagunçados da mesma cor. Admito que nela me foco por mais tempo, por uma razão louca quero encontrar naquele rosto uma razão que justifique porque Alec já não me agarrou quando teve oportunidade. — Ah que loucura...deixei de apresentar o meu filho na verdade, esse é Alec. — Edward fala cordial sorrindo dessa vez de forma sincera para o cara que adora aceitar minhas provocações.

—Já nos conhecemos. — o comunico disso, e Alec se remexe desconfortável. —Você tem sorte por ter ele. — digo me virando em direção da Bree e é a vez de Edward encarar uma situação com estranheza. Ele fita Alec e eu com certa desconfiança. — Sério, queria que meu noivo falasse de mim com tanto amor quanto ele fala de você...Que tivesse tanta certeza que me quer como o Alec tem que te quer. — pelo sorriso dela acredito que acreditou que eu estava sendo gentil, mas, Alec sabe que aquilo é só mais uma provocação minha.

—Obrigada por me dizer isso. — a garota que ainda não aprendeu a maldade daquela família diz.

—Você vai competir? — a tal Jane questiona fitando o capacete em minhas mãos.

—Não. Eu só vou...Ganhar. — digo de forma séria e tanto Edward quanto Esmee e o tal Carlisle riem. A mulher de Edward que até agora estava calada se limita a me olhar com uma careta, a essa eu com certeza não quero ser apresentada.

—Como tem tanta certeza disso? — Edward indaga parecendo achar ingenuidade da minha parte ser convicta sobre aquilo.

—É o que sempre acontece; As pessoas vem aqui, se inscrevem para o torneio, acreditam por dois segundos que vencerão e eu os supero. — faço o resumo.

—Não acha prepotência da sua parte nos dizer isso? — Alec  o falso moralista indaga.

—Você fala como se isso fosse um defeito, eu no entanto acho que acreditar fielmente no meu potencial é uma qualidade. — falo sem me afetar.

—É o que uma pessoa prepotente diria. — confirma e todos parecem estranhar seu tom áspero.

—É o que uma pessoa vencedora diria. — Esmee se intromete e me olha como se me incentivasse a continuar. Edward novamente a repreende com o olhar e eu me limito a sorrir para ela.

—É o que uma Cullen diria. — Carlisle diz em um tom calmo, com as sobrancelhas franzidas e eu de novo não gosto de suas palavras.

Os olhos de Edward exalam fúria por um momento e eu fico confusa no mesmo instante, noto que ele fita algo atrás de mim e me viro dando de cara com meu pai que apresenta uma expressão séria no rosto. Não vejo o Jasper gentil de sempre nele e isso só confirma minha teoria dele não suportar os Cullen.

—Jasper quanto tempo. — Carlisle se pronuncia estendendo a mão na direção do meu pai. Ele o ignora com uma frieza que não é característica dos Biers e olha para mim com cuidado.

O fito preocupada também, afinal não é todo dia que vejo meu pai ser frio com alguém, sob o olhar de todos os Cullen em nós, suas mãos se encaixam nas laterais do meu rosto, tal como ele sempre faz para me consolar sobre algo. Eu entendo. Só existe nós dois ali agora. Pai e filha. Nosso momento.

—Eu fui checar Penélope pela última vez só por precaução e notei algo que não vi das dez primeiras vezes; Um machucado em uma de suas patas traseiras, é pequeno, porém não é aconselhável que você salte com ela naquelas condições, o estado dela pode se agravar e pode acabar sobrando para você. — me explica com toda calma do mundo e eu olho para ele chocada.

—O que? Eu não vou competir? É isso que está dizendo? — não consigo acreditar.

—Estou dizendo que não deixaria você subir na Penélope hoje por nada nesse universo. — diz com firmeza.

              Me desvencilho dele sem gentileza e solto um grunhido de frustração enquanto fito a parte de baixo do camarote, onde os competidores já estavam começando a se acomodar.

Eu não ia perder aquela competição. Não mesmo.

—Leal. — resumo a solução em uma palavra e Edward que até então só observava minha interação com meu pai arregalou os olhos.

—Você não pode estar cogitando o que eu acho que está; Leal é um cavalo selvagem, não adepto a competições e ele nunca treinou com você. É estúpido e perigoso. — o Cullen se intromete parecendo incrédulo com a possibilidade.

Meu pai o fita com descaso e suspira.

—Pode se contentar em desistir? — ele pede também já sabendo a resposta para essa resposta.

—Não! Porque isso é importante para mim. — nem sei se meu argumento é válido. Ele suspira de novo.

—Vou conseguir mais dez minutos para que você,  mande buscá-lo e  arrume Leal, e se só por um segundo você não confiar nele, você vai parar a droga da corrida. — ordenou de forma autoritária, abri um enorme sorriso.

—Você só pode estar brincando. Como pode aceitar um absurdo desse? — Edward enfrenta meu pai de maneira que todos da família dele se surpreendem.

Papai não se assusta com isso.

—Carlie Biers é minha filha, ela quer correr com Leal, eu deixo, porque não sou dono dela. Não sou um Cullen, Edward, não quero controlar quem tem meu sangue por vaidade e em nenhum momento da sua miserável vida ouse cogitar que não me importo com a minha filha. — olho para meu pai sem acreditar em seu discurso e Edward parece afetado. — Vamos Carlie, você tem algo a fazer. — me chamou e eu nem arrisquei negar.

[...]

Suor escapava por minha testa enquanto eu cavalgada, não sei se por medo de não conseguir, nervosismo por estar em um cavalo que eu não tinha tanto costume de montar ou adrenalina por fazer aquilo a toda velocidade. Só mais um salto. Só mais um salto perfeito e o troféu seria meu novamente. Eu quase podia sentir as pessoas tremendo em expectativa e ver o prêmio em minhas mãos.

—Eu confio em você. — murmuro para Leal, segurando seus cabrestos com firmeza, foi como se ele compreendesse naquele exato momento o que tinha que fazer  e em questão de segundos deixou que eu o guiasse para o salto mais ornamentado de toda competição.

Houveram alguns segundos de silêncio após o movimento elaborado, mas, depois a plateia começou a nos aplaudir com animação, houveram gritos e assobios também e o meu sorriso que mais parecia brilhar em minha face.

Acariciei a crina de Leal orgulhosa e ele relinchou. Tirei o capacete e o joguei para Aro que estava próximo a mim. Queria que todos vissem a face da garota que mais uma vez ganhou. Olhei para o meu redor e me aliviei ao encontrar Owen na arquibancada parecendo feliz pela minha conquista.

É, eu ainda o tinha.

Pulei de cima de Leal e quando alcancei o chão já havia outra pessoa que sempre estaria lá por mim. Sorri para o meu pai e corri em sua direção, pulando em seu colo e enroscando minhas pernas ao redor de sua cintura, enquanto gargalhávamos juntos por mais uma conquista minha. Eu amava ele por confiar em mim.

E surpreendentemente, Carlie Biers leva mais um troféu para sua coleção deles. — Aro anuncia aquilo com certa diversão em seu microfone. Não ligo para aquilo só ligo para o abraço do meu pai e suas risadas confortantes.

—Carlie! Você ganhou de novo! — ouço a voz infantil de Tommy gritar, esse vem correndo em minha direção o centro do hipódromo, me solto do meu pai e aceito meu irmãos em meus braços com uma rapidez absurda.

O encho de beijos, enquanto sinto alguém abraçar minha cintura e beijar meus cabelos. É Liam.

Minha mãe não demora a se juntar a todo o contexto da situação e se abraça ao meu pai enquanto me fita com orgulhoso.

Sei que todos que estão naquele evento veem isso e só me sinto sortuda por mostrar a todos eles o quão unidos os Biers podem ser.

[...]

A hora dos cumprimentos pela conquista chega, minha madrinha Rose até conhece me abraçar e me parabenizar sem oferecer uma crítica no contato e eu agradeço por isso. Aro faz um  brinde comigo, meus avós me abraçam em conjunto, Owen acena de longe para mim e em nenhum momento Jake aparece.

Deve estar em algum compromisso de trabalho estúpido e eu não me dou ao trabalho de me importar. Tudo bem que ele me disse que viria, mas, em nenhum momento eu esperei que viesse. Afinal, conhecemos os termos.

—Então, você venceu. — Alec surge com o resto da família Cullen e me cumprimenta com essa frase.

—É. Como eu disse. — me dou ao direito de debochar. —E a propósito; Obrigada. — agradeço me virando na direção de Edward e ele me olha sem entender. — Quando não quis que eu cavalgasse com Leal, não estava fazendo aquilo para me controlar, eu sei, estava preocupado...O que nesse caso diz muito sobre você, não nos conhecemos direito e ainda sim, você quis me proteger...Foi uma atitude bonita, mas, aquilo não funciona comigo...De qualquer forma, não tinha como você saber. — resumo o discurso quando noto que me sinto comovida demais com o que ele fez. Edward me olha parecendo desconcertado.

—Você foi brilhante lá. — Carlisle anuncia e eu assinto sorrindo.

—Carlie, tem como você vir comigo? Thomas precisa de você para montar no pônei que acabou de ganhar de Jasper. — minha mãe aparece na cena com um tom sério que faz com que eu note que não há opções a não ser segui-la.

—Thomas é aquele garotinho que estava com vocês quando Carlie ganhou? Ele é lindo. — minha mãe parece surpresa com o elogio de Esmee, mas, não afetada.

—Sim. Eu tenho lindos filhos. — concorda sem dar muita importância a ela.

—Parabéns pela Carlie em específico. Ela é incrível. — quando Edward faz aquele elogio, minha mãe que até então não havia se dado ao trabalho de fitá-lo o olha com nervosismo. A neblina tensa que se forma em volta deles é intensa e é como se por um segundo o mundo parasse de fazer barulho e só existisse aquela troca de olhares. O jeito como parecem envolvidos é angustiante e a forma como parecem machucados ao se fitarem é reveladora.

Há ódio ali.

Mas, já houve amor.

É isso.

Minha mãe não quer uma aproximação com os Cullen,  por ter medo deles, mas, sim por já ter amado um deles e quebrado a cara. O passado que ela tanto luta para esconder com meu pai está totalmente ligado a esses olhos verdes.

 

 

...Espera...

...Olhos verdes...

...Olhos verdes...

...Olhos verdes...

Engulo a seco e sinto o mundo dar um giro em questão de segundos.

—Diz para o Tommy que não posso ajudá-lo agora, eu preciso fazer uma coisa muito importante nesse momento. — falo para minha mãe de forma aturdida e ela me olha sem entender meu tom quase desesperado.

Corro como se minha vida dependesse daquilo e na saída do Haras esbarro em Owen, a quem não me dou ao trabalho de explicar porque estou assim. No estacionamento, recupero a chave de um dos carros da minha família com um funcionário e entro no veículo de modo rápido.

Tudo sobre os Cullen se repete em minha mente enquanto dirijo e em uma velocidade recorde chego a minha casa vazia. Na sala, fito uma das fotos da nossa família nos aparadores e sinto meu corpo tremer quando as possibilidades surgem em minha mente.

Tento me acalmar e sigo em direção ao lugar que queria chegar; O escritório da minha mãe está aberto como sempre, ela deixava assim pois diz que não tem nada a esconder; É, eu acho que ela tem si. Me aproximo da sua estante repleta de livros e me foco unicamente na prateleira que contém os livros que ela escreveu.

Meus olhos lacrimejam quando toco aquelas edições e meu coração se acelera logo que meus dedos param no que eu quero exatamente; CHANCES. Aquele foi o primeiro livro que minha mãe escreveu, o livro que por alguma razão eu sempre tive medo de ler.

O puxei para mim e quando vi a capa do mesmo, ofeguei.

O cavalo de pelos pretos combinava perfeitamente com o título em letras garrafais brancas.

— Seu pai uma vez me disse que cavalos são mais leais do que humanos. — minha mãe falou sorrindo parecendo nostálgica.

—Você acredita nisso? — questionei arqueando uma sobrancelha.

—Bom, seu pai era um idiota quando comentou isso, mas, não quer dizer que não tenha algum sentido... — anunciou com uma careta e eu ri, tentando imaginar um dia na existência da humanidade que Jasper Biers fora um idiota.

Com o livro em mãos e me sentindo de alguma forma exausta encostei-me em uma parede e deslizei até o chão, ofegante.

—Você não entende Owen, eu tenho essa parte horrível em mim, eu machuco as pessoas mesmo quando eu não quero, eu não sei o que há de errado comigo...Eu deveria ser uma Biers cheia de princípios, deixar o egoísmo de lado, mas, antes que eu perceba estou cometendo algum erro estúpido e magoando vocês...Eu não sei, eu só sinto que algo não se encaixa em mim.

A versão de dezoito anos de Owen me olha com certa pena. Ele realmente não entende sobre como me sinto. Ele sabe quem é. Eu talvez ainda não tenha descoberto quem eu sou.

Sem me preocupar em começar do começo abro um página qualquer do livro e inicio a leitura do primeiro parágrafo.

[...]Ela se parece com ele, céus, ela é a personificação perfeita do homem que eu amei e me quebrou e a cada coisa que ela faz, cada nova parte dela que eu descubro só me lembra mais dele, estou seguindo em frente sim, mas, às vezes quando simplesmente olho para ela me pergunto se haverá um recomeço quando na verdade nunca poderá ter um final, digo, ela nos liga para sempre, não há como quebrar isso[...]

Abafo um soluço e escolho uma outra parte do livro.

[...] Sabe quando eu descobri que a superação realmente existe? Quando a vi chamar um homem que não é ele de pai, minha filha não sabe da dor que eu passei e para que ela nunca descubra me forcei a seguir em frente de verdade dessa vez. Por ela. Por nós. Eu estava nos dando uma chance[...]

As lágrimas finalmente apareceram, enquanto encolhida naquele cômodo eu tirei conclusões sobre a verdade que sempre esteve ali para mim, mas que eu escolhi ignorar. Uma troca de olhares é suficiente para uma verdade ser descoberta. Um livro é suficiente para uma história ser contada e um nome é suficiente para uma pessoa ser mudada.


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Notas finais do capítulo

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