Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 20
Capítulo 20 - Flertes Ou Não Flertes?


Notas iniciais do capítulo

Eii galera, voltei com mais um capítulo!
Gostaram da nova capa da fanfic?
Por favor, assistam esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xLi-oH1REQ4
Vocês vão amar, é do casal mais lindo de todos.

Ah, queria deixar avisado a vocês novamente; Não se apeguem a ninguém nessa fanfic!

Boa Leitura!



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Ponto de vista : Carlie Biers.

O nome “Esmee” tamborilava em minha mente, logo que confortavelmente eu me acomodava em uma das espreguiçadeiras próximas da piscina de minha fazenda. A conversa repleta de sinceridade que tive com essa no dia do anterior havia mexido comigo de alguma forma, e quando ela se apresentou adequadamente, só posso dizer o quanto isso ficou marcado, dado o fato dessa pequena sentença se assemelhar tanto a meu primeiro nome: Renesmee.

Não sei porque minha mãe me nomeou assim, já que desde pequena preferia me chamar de Carlie, e por um bom tempo não me incomodava assim com ele. Mas, ontem, ao reconhecê-lo de alguma forma, em uma pessoa que era no mínimo preconceituosa me senti desconfortável, como quando precisava escrevê-lo nas minhas atividades do colégio.

Até ia continuar prestando atenção nisso, mas, interrompi esse ritmo de pensamentos quando avistei uma figura conhecida se aproximar de mim. Quase sorri para Owen, e o mesmo se limitou a suspirar, e se sentar na espreguiçadeira ao meu lado.

Ficamos em silêncio, e juntos olhamos na direção da cerca que nos dividia dos Cullen. Era um bonito fim de tarde, onde o céu se encontrava mais alaranjado que o normal. De alguma forma parecia um cenário perfeito para um fim.

—Você sumiu. — não deveria ser uma acusação, porque eu não tinha direito de fazer isso, mas, soou como uma.

Seus olhos azuis claros se viraram na minha direção, e ele franziu as sobrancelhas em uma careta característica dele, que pelos céus, nunca chegou a o deixar feio. Owen era realmente lindo.

—Você se lembra da primeira vez que disse que me amava? — sua pergunta me faz engolir a seco. Tanto por eu não a esperar, quanto por me angustiar ter que respondê-la.

—Eu tinha dezesseis anos...Chegamos da escola mais cedo, e então fomos até o seu apartamento...A gente já tinha esse lance de amizade/pegação/ quase namoro naquela época, há um ano se não me engano, você tinha me dado meu primeiro beijo e naquele dia foi meu primeiro homem. — me dou ao trabalho de descrever.

—Você se lembra por que disse que me amava? — seus olhos azuis estavam marejados e logo os meus ficaram assim também.

—Porque...Naquele dia seu pai prometeu que iria te visitar pela milésima vez, e pela milésima vez ele quebrou a promessa...Você ficou tão mal, gritou sobre ninguém se importar com você, e então eu gritei de volta dizendo que você estava errado, que eu te amava. — lembro realmente disso.

—Você realmente amava? Digo, da forma que quis soar que amava? — meu silêncio é a resposta. — É isso que você fez desde sempre comigo, Carlie...Falou o que eu quis ouvir, somente para não admitir o obvio; Você nunca esteve apaixonada por mim...E o pior, você deixou que isso durasse por três anos, nesse vai e vem, nesse admite e não admite, e na seguinte vez que meu pai me machucou tivemos aquela ideia doida de fugir juntos...Você disse que poderíamos ir para qualquer lugar e então o que você fez? — é, eu sabia sobre a droga da minha culpa, do meu egoísmo, mas, era pior quando Owen me fazia falar em voz alta.

—Eu te deixei sozinho na rodoviária, peguei um voo para Las Vegas, enchi minha cara, transei com Jacob Black e seis meses depois aceitei me casar com ele...Sendo que nem tive a decência de um dia chegar a terminar com você. — cada palavra dói a ser dita.

—Então, o que eu estou fazendo aqui? Por que eu simplesmente não desisto de te seguir nessa loucura que você chama de vida? — não é de mim obviamente que ele quer a resposta. — Melhor, por que só na rodoviária você descobriu que não podia ficar comigo? — seu sofrimento está exposto.

—Eu descobri que não podia ficar com você no exato dia que transei com o Demetri uma semana antes...Só fui egoísta o suficiente para mostrar no dia da rodoviária. — admito aquela verdade tão patética e Owen arregala os olhos.

—O que? Meu melhor amigo, Carlie? Isso é sério? — se levanta exaltado e eu faço o mesmo, no entanto estou assustada com o rumo que aquela conversa ia tomar.

—Eu só...Queria algo novo, okay?...Eu não sei...Todos simplesmente esperavam que eu amasse você, e foi isso que aconteceu...Mas, eu não posso ser essa pessoa...A que vive sob as expectativas de ninguém, e eu até tentei, mas, isso não me faria feliz, e o que sempre importou para mim foi minha própria felicidade. — gritei meu discurso egoísta.

—Eu deveria estar indo embora nesse exato momento, e começando a odiar você... — anuncia ofegante.

—Sim. É o que qualquer pessoa faria. — concordo olhando para ele com hesitação.

—Droga! — pragueja.

—O que? — pergunto em um murmúrio.

—Eu não consigo...Eu simplesmente não consigo. — admite rindo para si próprio com escárnio. Mordo os lábios, olhando para os lados com nervosismo, e Owen se limita a me fitar com intensidade.

Lhe dou as costas, não querendo continuar com aquilo, e sigo em direção ao estábulo da nossa própria fazenda. Quando ouço passos atrás de mim me surpreendo, giro os calcanhares na direção de Owen, que me seguiu, e o fito sem entender nada.

Seus cabelos estão bagunçados, sua respiração descontrolada, e a fúria presente em seu olhar. Nunca o vi tão aturdido, e ao invés de me assustar com isso, me sinto estranhamente atraída.

—Você é uma péssima pessoa, okay? — me acusa disso. —Eu realmente não sei o que ainda faço aqui...Mas, eu sei de uma coisa, você me tem nas mãos desde o dia que me deixou te beijar pela primeira vez. — deixa isso obvio.

—Owen eu... — sou impedida de continuar quando ele cola seus lábios nos meus de maneira bruta e feroz. Em outras ocasiões eu realmente retribuiria com tanto ânimo quanto ele, mas, naquele instante só o que consigo fazer é afastá-lo. Não dava mais para continuar com aquela droga. Não tem que ser sempre sobre o momento com ele. Owen não quer um momento comigo, ele quer uma vida. Não posso iludi-lo quanto a isso. — Eu podia simplesmente transar com você agora, aqui, e não me arrepender na manhã seguinte...Mas, eu não posso fazer isso...Gosto de jogar...Mas, não jogarei mais com você, Connor. — lhe conto isso, me afastando dele com lágrimas nos olhos.

—Que bom. — seu agradecimento me faz ficar confusa. — Eu só precisava saber se amava Jacob o suficiente a ponto de superar uma atração física por ele...E agora, eu percebi, você o ama. Eu posso te deixar ir. — dito aquelas palavras, ele se limita a beijar minha testa e me abandonar ali.

Owen se parecia com meu pai, não importava quanto alguém o machucava, ele sempre estava disposto a retribuir com carinho, e isso era a pior parte.

—Não. Owen. Eu não amo. — é o que digo a mim mesma. Esse é meu segredo. Não amar Jacob não é uma garantia, é uma certeza.

[...]

Minha casa está silenciosa quando entro nela, o que deixa obvio que nem Liam nem Tommy estão ali; Meu irmão do meio a essa altura com certeza estaria reclamando de algo, e meu irmão caçula quebrando alguma coisa daqui e irritando a mamãe. Suspiro aprovando tal falta de barulhos e de forma lenta me aproximo de um dos aparadores da sala, onde estavam expostas várias fotos da nossa família. Acaricio uma na qual estou abraçada com meus irmãos na entrada da Columbia e dou um sorriso. Não entendia meu estado nostálgico dos últimos dias, eu só...Sinto que essa visita a Forks era completamente diferente das outras vezes e quero me apegar a normalidade.

— Adoro essa foto. — minha mãe aparece e diz isso por cima de meus ombros. Dou um sorriso e concordo.

Me viro na direção dela, e encontro a expressão da mulher que conheço desde sempre combinada com preocupação e tensão.

—O que aconteceu? — indago e ela suspira.

—Só estou me estressando um pouco com os preparativos da festa. — sua mentira é tão transparente quanto a água, mas, como sempre resolvo não forçá-la a falar.

Até penso em desabafar sobre a situação com Owen, mas, me limito a guardar tal fato para mim, pois a mesma já parece perturbada o suficiente. Então, de modo calmo a abraço com força e deixo que somente naquele gesto eu já encontre o apoio que preciso.

—Agora sou eu que pergunto; O que aconteceu? — ela questiona acariciando meus cabelos. Inspiro seu cheiro de morango e me acomodo mais em seus braços maternais.

—Só estou passando uma mensagem. — murmuro.

—Qual? — pergunta calmamente.

—Uma que diz que eu amo Isabella Biers muito e muito. — digo de forma divertida e a ouço sorrir contra mim.

Minha mãe me solta lentamente, e então sorri acariciando meu rosto, como se estivesse decorando cada detalhe.  Ela me abraça de lado novamente e me guia em direção ao sofá, onde nos acomodamos de maneira espaçosa e começamos a fofocar. É bom conversar com ela, Isabella é o tipo de pessoa que te faz ficar confortável com qualquer assunto. Solto muitas risadas com a mesma  e me sinto sortuda em poder tê-la em minha vida. Desde pequena, tanto ela quanto meu pai guardaram tempo para mim, e agradeço por isso, porque tal falto me fez crescer sabendo como é bom ser importante.

—Então, o que falta para a festa ficar perfeita? — indago em certo ponto, arqueando uma sobrancelha. — Posso ajudar, se quiser. — ofereço de pronto e ela ri levemente. Ao que parecia, estava começando a superar a tensão de antes.

—Eu prefiro que se concentre somente nos treinamentos para a competição. — primeiro se foca nessa parte e eu reviro os olhos. Mamãe tem uma preocupação exagerada comigo em cima de um lusitano, ela sempre acha que vou cair, o que nunca aconteceu, por isso insiste que eu treine o máximo que puder, para na competição estar segura. — Bom, só o que falta é que o pessoal da decoração consiga  a equipe que fará as coisas que Aro solicitou. — com essa última parte ela confirma que quando falou que a festa era o que a preocupava, ela mentiu. Minha mãe sempre era pega nos detalhes.

—Sim, até porque conseguir vinte esculturas de gelo no formato de um cavalo é fácil. — zombo me lembrando do pedido louco do Volturi, ela empurra meu ombro rindo, e assim como eu, sendo a mãe menos convencional de todos os tempos, coloca seus pés sob a mesa de centro.

—A propósito, sabe de quantos convites Jake vai precisar? Digo, seus pais não comunicaram se viriam. — muda de assunto parecendo lembrar-se disso agora.

—Eu não sei...Mas, os céus clamam que Billy não apareça. — debocho lembrando-me de meu arrogante sogro e minha mãe me repreende com o olhar. — E quanto aos Cullen? — indago calmamente e minha mãe arregala os olhos, dando um pulo do sofá e me encarando.

—O que? — praticamente grita e eu faço uma careta.

—Eu só queria saber se os Cullen receberão convites. — esclareço não gostando de sua reação.

—Da onde conhece os Cullen, Carlie?   — minha mãe soa nervosa e ao mesmo tempo irritada.

—É uma pergunta meio estúpida; Os Cullen são nossos vizinhos. — comento com as sobrancelhas franzidas.

—Olhe como fala comigo, garota. — diz ainda no mesmo tom. —Por que nunca comentou que os viu? — continua com o interrogatório e eu me levanto também.

—Porque não tem nada demais. Digo, eles só são mais um bando de criaturas fúteis que compraram uma casa em Forks...Quantos desses não existem aqui? Por que você está surtando? — grito de volta.

—Eu não quero você nem seus irmãos perto daquelas pessoas, compreendeu? — sua imposição me fez rir.

—Eu compreenderia se me importasse...Mas, eu não me importo, mãe...Tenho dezenove anos e um bom julgamento próprio, obrigada. — retruco e minha mãe me olha incrédula.

—Eles não são boas pessoas, Carlie. — aquele é seu argumento.

—Pelo que eu me lembre; nem eu. — me permito zombar disso. — Relaxa mãe, eles só são a turma das férias, e seja o que for que te preocupa tanto, deixe de lado...Eu não vou me afetar. — aquela sua reação só me fez notar o obvio; Quando eu supus que ela conhecia os Cullen e que eles haviam feito alguma coisa com ela, eu não estava errada...O fato é que eu tinha duas escolhas agora; Procurar descobrir  tudo ou me fingir de tola como venho fazendo desde sempre.

Minha mãe estava pronta para rebater, mas, uma gritaria vindo da entrada da nossa casa a impediu; Meus irmãos adentraram brigando por alguma coisa, enquanto meu pai ao lado deles conversava com Jake animadamente. Franzi as sobrancelhas para a presença do meu noivo; O mesmo havia me comunicado que só voltaria  Forks no dia da festa.

—Jacob! — exclamo seu nome, e ainda vestido em seu terno chique ele se aproxima e me cumprimenta com um abraço calmo.

—Quis fazer uma surpresa. — me comunica quando nos separamos. Está sorrindo, mas, eu sei que tal expressão esconde vários outros sentimentos. — Quer dormir lá em casa hoje? — questiona de um jeito insinuativo, olho para minha mãe a quem ele nem chegou a cumprimentar que me fita como se dissesse que precisávamos continuar a conversa, e forço um sorriso.

—Por favor. — aceito e ela encosta sua boca em minha testa levemente, enquanto somos observados por todos.

—Por favor, jantem conosco ao menos. — meu pai oferece, não soando nem ao menos preocupado com o fato de eu ir dormir na casa do meu noivo. Ele está acostumado.

—Melhor não, pai...Quero ficar sozinha com Jake o máximo de tempo possível, estou com saudades. — comento sorrindo ainda forçadamente, me agacho e abraço Tommy  em despedida e sussurro em seu ouvido; — Seja o que for que Liam fez, suma com o primeiro livro do Harry Potter. Ele vai surtar. — o aconselho que ri para mim concordando.

 Abraço meu pai também e aceno para os outros, antes de aceitar a mão de Jacob que me guia pacientemente em direção ao seu carro. Não nos preocupamos em falar durante o caminho, mas, assim que adentro ao veículo e ele o liga, quebro o silêncio.

—Surpresa? Sério? — indago com deboche, colocando meus pés sobre o painel, enquanto ele revira os olhos.

—Tempo sozinha comigo? Saudades? Sério? — retruca em sua postura mais imponente, e eu gargalho.

—O que? Fui perfeita, só não te beijei. Sei que te incomodaria. — brinco olhando para minhas unhas.

—Por que não está usando o anel que eu te dei? Aquilo foi uma fortuna. — indaga mudando brilhantemente de assunto.

—Eu estava cavalgando...Não sei se você sabe, mas, diamantes não combinam com cavalos. — comento ainda rindo.

Jacob me olha com exaustão, deixando de levar minhas brincadeiras em conta.

—Mesmo aqui, preciso trabalhar a noite toda...Imagino que no seu plano de fuga de uma situação que não me interessa, eu não esteja incluído na diversão.  — advinha esperto como é.

—Você nunca está...Vou passar na sua casa, pegar uma roupa e em seguida vou para Port Angels. — lhe digo o que pretendo fazer com desdém.

—Só transe com algum europeu, as chances da traição chegar as pessoas de Forks são menores. — aconselha prestando o máximo de atenção na estrada.

—Pode deixar, com certeza vou me lembrar disso quando minha boca estiver encaixada na de outro homem. — debocho e ele suspira.

—Isso é sério, Carlie. — afirma nervoso.

—Eu sei. Pode acreditar; Eu sei...Eu não transei com Owen hoje, quando as duas partes obviamente queriam isso, e tive que justificar com algum princípio tolo...Eu levo a sério quando estou ajudando alguém. — mostro minha seriedade.

[...]

As luzes piscavam contra meu corpo, logo que em passos lentos em descia as escadas metálicas do lugar. Minhas roupas sempre leves e claras foram substituídas por um vestido justo preto, que se caracterizava por possuir um belo decote frontal, as lantejoulas só davam mais beleza a ele, e a maquiagem forte junto com o Scarpins só me deixavam mais atraente. Tinha sorte por deixar esse tipo de coisa na casa de Jake e poder usar a hora que quisesse.

A boate mais famosa de Port Angeles estava cheia como sempre, o cheiro de vodka junto com cigarro se espalhava no ar, enquanto corpos soados se movimentavam no ritmo da música alta. Sorri para o ambiente, adorando estar ali. Esse era meu lugar para relaxar, quando queria fugir de Forks.

Na maioria das vezes que dizia que ia dormir na casa de Jake eu vinha para cá e me divertia. Eu só precisava dirigir por uma hora até chegar no destino que ninguém me encheria.

Não demorou muito para eu me infiltrar no meio das pessoas e começar a dançar também, liberando alguma das minhas frustrações. Gostava de ser uma desconhecida ali, na realidade eu amava a liberdade que eu sentia ao fazer esse tipo de coisa, isso de dançar como se não houvesse amanhã, sorrir para pessoas que nunca vi antes e esperar que tudo só melhore.

Fechei os olhos, e continuei mexendo meu corpo no ritmo da melodia, para meu próprio relaxamento, passei minhas mãos por meus cabelos e cantarolei a música que tocava, me sentindo muito feliz naquele momento. Senti também que alguém me observava, e então abri meus olhos, me deparando com um par de orbes azuis que me fizeram ficar ofegante e excitada. É, eu conhecia aqueles olhos, e uma parte de mim sentia muita vontade de vê-los novamente; O estranho fiel estava lá, em um das cadeiras alta do balcão, me observando com seriedade.

Um sorriso insistiu em se formar meu rosto, quando eu simplesmente parei de dançar e me foquei unicamente nele, enquanto rumava em sua direção, isso sob seu olhar preocupado. Sem falar nada, me sentei ao seu lado e cruzei minhas pernas de maneira provocante, enquanto, fingindo agora ignorar sua presença, pedi uma dose de vodka.

—Você está me seguindo? — sua pergunta por cima da música animada, me fez rir e me virar em sua direção com deboche.

—Você não teria essa sorte, Cullen. — foi o que respondi, antes de piscar e ele me olhou confuso.

—Eu não te disse que era um Cullen, da última vez que nos vimos, como sabe disso? — queria dizer que prestei atenção em sua face dessa vez, mas, o lugar onde meus olhos estavam focados era no seu peitoral definido coberto por aquela camisa jeans azul escura. Céus. Que homem.

—Sei de muitas coisas. — é minha resposta vaga, que deveria englobar o fato de eu não ser burra e ligar a chegada dos Cullen com a primeira vez que nos vimos, era mais do que obvio que ele veio com eles, e lógico que seria um deles. — Mas, você poderia facilitar meu trabalho de adivinhar mais uma coisa ao finalmente me dizer seu nome. — me recomponho rapidamente, voltando a fitar sua face, tentando ignorar seus músculos.

O estranho olha ao nosso redor, parecendo nervoso e então suspira.

—É Alec. — finalmente se rende, e eu dou um sorriso, pegando seu drink azul em um movimento rápido e o tomando de modo mais apressado ainda. Noto seus olhos me fitarem questionadores e dou de ombros.

—Estou com sede, minha bebida está demorando. — me justifico não ligando para a carranca que agora se formou em seu rosto. — Quem está procurando? — questiono quando o vejo rodar o lugar com os olhos novamente.

—Minha irmã e minha namorada...Elas disseram que iam ao banheiro, mas, até agora não voltaram. — fala não parecendo nenhum pouco confortável.

—Não gosta desse tipo de lugar, não é? — adivinho isso sem fazer esforço.

—Nem um pouco...Jane, minha irmã, nos convenceu a vir com sua persistência épica...Fez um discurso sobre como encher a cara de vez quando é necessário. — mostrou uma careta ao comentar isso.

—Okay...Posso já amar sua irmã. — debocho me divertindo e ele revira os olhos. — Não devia vir só porque ela queria isso...Seja mais firme em relação ao que quer...Sério! Não viva sob as expectativas de ninguém. — aconselho séria e ele suspira, estendendo a mão na minha direção para que eu devolva seu corpo, dou uma risada baixa e faço isso, logo sob meu olhar divertido o vejo tomar o resto da bebida.

—E você o que faz aqui? — questiona me olhando com curiosidade.

—Depois da pousada dos Hale, esse é o melhor para diversão...Deve ser por isso que sua irmã os trouxe...Aposto que foi Alice que  indicou, já a vi  aqui algumas vezes. — falo calmamente, e sibilo um obrigada quando o garçom aparece com minha vodka.

—Então, vem aqui muitas vezes. — faz a conta.

—Gosto de me divertir. — digo dando de ombros.

—Então, você é daquelas pessoas. — nota com certo desdém, e eu arqueio uma sobrancelha. — Daquelas que não leva nada a sério...Adivinhei isso no dia do lago, mas, confirmei agora. — me diz como se estivesse convicto sobre isso.

—Se você levar as coisas a sério demais, você sai machucado, Alec. — é o que digo.

—E baseada em que fato você diz isso? — a sua tentativa de me entender me anima.

—Então, você é daquelas pessoas. — repito e ele revira os olhos de novo. — Daquelas que acham que para tudo há uma comprovação...A vida é tão curta para você ter certeza de tudo...Eu só me arrisco em minhas próprias ideologias, e quando quebro a cara, é isso...Quebro a cara...As pessoas acham que seguir em frente é complicado demais...Não é...Digo, só é complicado se você se deixa ser prendido, eu não gosto de ficar presa. — discurso, antes de beber um gole da vodka.

—Sobre o que estamos falando agora? — está confuso e eu não o culpo por isso.

—Eu quebrei o coração de alguém hoje, e estou malditamente bem com isso...Porque, você sabe, aquilo, que dizem sobre o coração... — espero que ele adivinhe.

—Sobre você evitar o sofrimento se não tiver um? — tenta e eu balanço a cabeça.

—Não. Aquilo que dizem sobre só o seu importar. — conto e ele ri com escárnio.

—Acho que essa frase não existe.

—Oh...Agora existe, autoria de Carlie Biers. — zombo e tomo mais um gole. Nós dois rimos, e eu noto que sob aquela meia luz sua beleza tão notável só fica ainda mais destacada. Digo, quase posso ver os olhos dele brilhando em minha direção.

Gosto dele. Do fato de que quando nos conhecemos, ele pareceu ultrajado com meu comportamento, mas, ainda sim conseguia manter uma conversa comigo agora, e seu olhar, não é um daqueles que caras clichês tem, como se estivessem te despindo e te devorando em cinco segundos, ele realmente me olha nos olhos.

—Então, e sua namorada? — menciono ela, para me lembrar do principal motivo que me impede de agarrá-lo ali mesmo e saber se ele é tão quente quanto parece. Quando ouve isso, Alec para de rir, e pede outra bebida.

—O que tem ela? — indaga, a medida que olha de novo ao redor do ambiente.

—Como ela é? — questiono apoiando meu rosto em uma das mãos, ficando em uma posição que possa o ver melhor.

—Achei que estivesse flertando comigo....Então, não faz sentido que me questione sobre minha namorada. — diz com as sobrancelhas franzidas.

—Achei que não quisesse jogar. — digo me recordando do nosso último flerte.

—E eu achei que você não concordaria como fez da última vez. — retruca de forma rápida e eu dou um sorriso de lado.

—O que? Quer que isso seja um flerte? ...Só tenho que deixar claro, que duvido muito que você resista se eu quiser te atrair. — o comunico isso de forma divertida.

—Não foi isso que tentou fazer desde que cruzou as pernas? — indaga com deboche.

Gostei do tom de desafio, que aposto que saiu sem ele nem perceber, por isso de modo atrevido levo uma das minhas mãos em direção a sua coxa e o vejo arfar. A aperto com certa brutalidade e me aproximo de seu rosto, de modo que posso sentir seu hálito de menta contra meu rosto.

—Querido se eu quisesse te atrair de verdade, pode apostar que essas suas lindas mãos já estariam em meu corpo nu há muito tempo. — afirmo com toda certeza que tenho e é minha vez de ficar surpresa, ele se desvencilha de mim de modo nada gentil e me encara.

—Não. Não estaria, Carlie...Porque quando disse que era fiel, eu não menti...Okay, admito que foi legal jogar com você por cinco minutos, isso alimentou um lado meu do qual eu não gosto, mas, não deixe que se torne uma coisa importante por favor. — me pede e então se levanta de modo sério.

—Você é o pior deles, não é? — faço mais uma suposição, e ele franze as sobrancelhas. — Dos Cullen. Você é o pior, porque você consegue se passar por bonzinho ao contrário deles...Você não é fiel a garota, porque você a ama...Você é fiel porque acha que se cometer um erro, irá gostar disso e continuar com uma lista interminável... — quando noto isso, gargalho e ele me encara incrédulo, antes de me deixar a sós, como Owen fez naquela manhã.

Tomo mais um gole da minha vodka e me convenço de que ela é companhia o suficiente para a noite de hoje.


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Notas finais do capítulo

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