Vou me comportar, Evans escrita por L C Crimson


Capítulo 1
Capítulo 1




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—Jimmy! Jimmy, preciso falar com você!

—Por Merlin, Sirius! -Gritei de volta apoiando minha mão direita em minha testa. -Para de me chamar de Jimmy! -Sussurrei quando ele parou ao meu lado. -Ou pelo menos fale baixo!

—Vou ignorar seu mau-humor, James Potter. -Sirius cruzou os braços. Tinha no rosto o sorriso presunçoso característico de quando ele estava aprontando algo ou tinha alguma informação valiosa.

Estávamos indo na direção do refeitório para o almoço e havia poucos alunos no corredor conosco pois o natal se aproximava, sendo assim, vários estudantes tinham ido para casa visitar seus familiares (por isso tivemos a chance de conversar normalmente).

—Conheço essa cara, Almofadinhas. O que você tem nas patas? -Franzi o cenho e apertei o olhar fazendo uma expressão cômica de desconfiança.

Sirius riu e revirou os olhos.

—Eu estava falando com Marlene…

—Sirius, você está pegando a Marlene de novo?! Sabe que quando largou ela, ela foi chorar no ombro da Lilian e a ruiva quase me matou por “deixar” que você fizesse mal à amiga dela!

—Calma, Pontas! Ninguém tá pegando alguém aqui! -Fez um gesto de rendição e recuou um passo, parando. -Vai calar a boca e me deixar falar?

—Fala rápido porque tô com fome pós-treino. -Parei junto com ele.

—A sua cabeça de tomate, seu sol, seu alerta vermelho, sua cabine de telefone de Londres…

—POR MERLIN, SIRIUS!!!

—Sua Lilian vai passar o natal em Hogwarts.

Era uma informação simples, claro. Todos os anos, alunos aleatórios passavam o natal em Hogwarts. Sirius, por exemplo, ficava para o natal desde que passou a frequentar a escola. Mas eu vi naquela notícia uma oportunidade gigantesca: talvez com o colégio mais vazio, Evans consideraria me dar atenção.

—Claro que passar o Natal sem meu melhor amigo pode ser incrivelmente chato e isso vai machucar o meu coraçãozinho, mas digamos que eu não me importaria se você finalmente conseguisse algo com a ruiva e parasse de ficar fazendo graça pra ela te notar.

—Almofadinhas, eu te daria um beijo por essa informação! -Gritei segurando seu rosto entre minhas duas mãos. -Mas eu prefiro ruivas, então não vai acontecer!

—Ah… -Black fez cara de cachorro sem dono e eu ri soltando-o.

—Eu preciso montar um plano pra não ter como dar errado…

—Remus! -Sirius agitou as mãos chamando a atenção de nosso amigo.

A passos largos, logo Aluado estava junto de nós.

—James quer arquitetar um plano para chamar Lilian pra ceia de natal e ela não ter escapatória. -Sirius me entregou apoiando seu ombro na parede.

—Que besteira, James! -Bufou Lupin. -Nem parece que é o James Potter.

—Acho que, quando se trata de Lilian, eu viro “Jimmy”. -Eu ri.

—O que você tem que fazer é confiar no Sirius aqui -Black apontou para si mesmo-: você vai entrar nesse refeitório, vai tirar seu Pomo do bolso, vai bagunçar esses cabelos, vai fingir que tudo está normal e se sentará do lado da Lilian. Entendeu até aqui?

Assenti freneticamente:

—Sim, sim!

—Vai dizer como você sempre diz “Hei, Evans!” e a convidará.

—Certo. -Suspirei.

Minhas esperanças eram poucas depois de várias tentativas. Sirius me dizer o que fazer ajudava um tanto porque eu realmente ficava perdido quando o assunto era a Evans, mas ele já havia me ajudado outras vezes e não dera certo.

De qualquer forma, eu só deixaria de tentar quando morresse.

Sacudi meus cabelos, peguei meu Pomo enfeitiçado e tornei a andar na direção do refeitório.

Olhei para trás e sorri. Sirius passou um de seus braços por cima dos ombros de Remus e fez “chifres” na cabeça de Aluado. Meu riso saiu alto ecoando ligeiramente no salão.

Olhei para frente e sacudi a varinha fazendo o Pomo de Ouro pousar bem na frente do prato de Lilian Evans. Ela sobressaltou e olhou para os lados parando seu olhar ao me avistar e juntando as sobrancelhas em desagrado.

Dei mais três passos, sentei-me, apoiei o cotovelo na mesa e o queixo na mão.

—Olá, Lilian! -Disse eu de forma abobada.

—Potter. -Respondeu friamente tomando um gole de suco de abóbora logo depois.

—Fiquei sabendo que passará o natal aqui…

—Mas já? As notícias correm.

—Bom, estou acostumado com você me dizendo “não”, então pensei que arriscar ouvir mais um não seria tão mal assim, sabe? Queria saber se a senhorita poderia me agraciar com sua presença na noite de natal.

—Sim.

—Eu sei que você deve estar achando um saco eu ainda estar insistindo… O QUÊ? -Gritei a pergunta quando me dei conta do que ela tinha dito.

Meu coração perdeu o controle, eu comecei a hiperventilar e a suar, meus olhos estavam tão arregalados que doía.

—Eu aceito passar a noite de natal com você, James. -Repetiu ela dando uma garfada em sua comida logo em seguida.

—Espera... como assim?! Do nada?!

Era uma surpresa tão grande aquele “sim” que quase desisti do convite.

O mundo parecia estar parado, o ar parecia sólido, o chão parecia mole e, mesmo com aquela sensação de perda da gravidade, Lilian continuava linda e com as bochechas ligeiramente cheias de comida.

Seus olhos amendoados na cor verde esmeralda mais linda que já vi pousaram em mim - nos meus olhos sem graça, para ser mais exato. Ela juntou as sobrancelhas e engoliu a comida que mastigava.

—Estou sozinha e não deve ser tão ruim jantar com você, não é, Potter? Sei que você vai se comportar.

—Vou, sim! Claro! Com certeza! Vou me comportar! Bastante! -As palavras saíram atropeladas da minha boca.

Quando percebi que estava perdendo meu próprio controle, me pus ereto bruscamente, puxei o ar o máximo que pude e soltei devagar. Meus olhos se fecharam por uns três segundos e, quando os abri, Evans me encarava.

—Espero você às onze horas do dia vinte e quatro aqui mesmo. -Girei nos calcanhares e saí andando sem saber o que mais dizer.

No meio do caminho, a ouço me chamar:

—Potter!

Virei-me rapidamente e vi meu Pomo de Ouro em sua mão esquerda. Voltei para pegá-lo e permaneci um tempo olhando fixamente em seus olhos.

—Vou me comportar, Evans. -Minha voz estava setenta por cento mais branda e até um sorriso eu dei antes de sair.

Sirius e Remus me aguardavam no corredor. Passei reto por eles sem dizer uma palavra sequer. Curiosos, seguiram-me por onde eu ia fazendo perguntas freneticamente.

Entrei no Salão Comunal, subi para o meu dormitório, peguei um travesseiro, afundei meu rosto nele e gritei. Meus gritos e risos escandalosos não eram completamente abafados, mas, ainda assim, não me reprimi.

Soltei meu travesseiro em cima da minha cama e olhei para meus dois amigos. Ambos me encaravam com os olhos arregalados, a respiração presa e a confusão emanando.

—Ela disse “sim”.

—O QUÊ?! -Os dois gritaram em uníssono.

—Essa foi minha reação também. Só que foi na frente dela, então não foi tão legal.

—Lilian aceitou?! -Aluado agarrou meus ombros e aproximou seu rosto do meu.

—Sim… Sim. Sim! SIM! -Gritei rindo. -Ela aceitou! Ela disse “sim”! Nós vamos sair! Bom, não sairemos de verdade, mas vamos JANTAR JUNTOS!

—Não creio! -Remus gritou.

—NEM EU! -Gritei de volta.

—Você é um cara incrível, Pontas! -Disse Almofadinhas. Aluado assentiu, apoiando-o. -Um dia ela iria perceber isso e aceitaria!

Não consegui responder. Minha mente ficava montando cenas, criando diálogos, me relembrando o quanto aquilo era fora do normal.

Estando já no sexto ano, já me conformava que sair com Lilian Evans seria impossível.

A vida é surpreendente, não é mesmo?

—Vamos, caras. -Levantei-me e passei meus braços por seus ombros. -Vamos almoçar. Preciso estar muito sedutor para Evans.


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Notas finais do capítulo

Contem-me o que acharam até aqui, me deem sugestões, contem o que vocês querem que aconteça, enfim, falem tudo!



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