A Study in Words escrita por Raura


Capítulo 3
Fire Meets Gasoline


Notas iniciais do capítulo

E vamos a mais uma palavra... A sugestão dessa vez foi da Gabi ♥
Na verdade, não foi uma palavra e sim a frase ''tem espaço para mais um''
Sugiro que leiam com a música que deu título ao capítulo de fundo ~> https://www.youtube.com/watch?v=fNdeLSKSZ1M
espero que apreciem, boa leitura!

p.s. Essa humilde escritora que vos fala, deseja um Feliz Natal! ♥



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Burn with me tonight

. . . . . . .

 

“Como fui me deixar cair numa situação dessas? Como?” Sherlock se perguntava enquanto mantinha os olhos fixos a frente se remexendo desconfortável em seu lugar, não podia nem culpar o álcool porque só tinha tomado um drink tão fraco que no máximo serviu para deixa-lo um pouco relaxado. “Oras, simples: você queria estar nessa situação” uma vozinha em sua cabeça respondeu.

Suspirou.

“Por que não... Abraça a causa de uma vez? Sabe, fiquei tentado a apostar com Mary quanto tempo levaria, ela diz que desse final de semana não passa...” Mycroft disse naquela tarde. “Eu disse, não disse?” provocou-o “Cale-se, ou melhor caro irmão, vá procurar alguma conspiração contra o governo e me deixe em paz ” tinha respondido.

Claro que por pirraça tinha uma enorme vontade de fazer até o impossível para contrariar, mas sabia que acabaria magoando alguém que não tinha culpa se certas pessoas queriam se aproveitar à custa de um fato.

A que ponto as pessoas tinham a capacidade de chegar... Até mesmo seu irmão irritante tinha se intrometido meio disso!

Bufou.

 

“Sherlock, o que acha de nos acompanhar hoje à noite? Você não sai daquele apartamento se não for por um caso, soube que nem ao St Barts tem ido.” Mary repreendeu-o quando apareceu naquela manhã no consultório do amigo.

“Sair de casa atoa é chato” respondeu e ganhou um olhar feio em objeção.

“Está decidido! Você vem com a gente hoje à noite, já que Molly também vai, tem espaço para mais um nos acompanhar... Mesmo que esse um seja irritante”

“Eu tenho escolha?”

“Claro que tem! Mas como geralmente tende a não escolher o melhor, escolho por você.”

“Eu não vou” disse saindo.

“Esteja pronto as nove!” gritou após o detetive lhe dar as costas.

“Me mandem uma mensagem com o endereço” disse resignado sobre o ombro.

 

Pouco antes das nove horas da noite um lacaio de seu irmão apareceu na Baker Street lhe entregando a chave de um carro. Realmente estavam empenhados em tirá-lo de casa atoa!

E cá estava Sherlock Holmes sentado em uma mesa de um pub observando a movimentação a sua frente.

Mary e Molly tinham ido ao banheiro enquanto John buscava algo para beberem no bar, viu quando as mulheres voltavam para a mesa e foram abordadas por um homem – aparentemente ele era conhecido de Molly e ela o apresentava à amiga, estreitou os olhos. Os três voltaram à mesa praticamente ao mesmo tempo.

“O show começou, vamos assistir de perto!” – Mary rebocou John pela mão para o meio das outras pessoas, como Sherlock não demonstrou qualquer interesse em se mover de onde estava sentado, Molly foi para o meio das outras pessoas sozinha. Sherlock acompanhava Molly com o olhar do lugar de onde estava, perdeu o casal de amigos de sua vista no meio de alguns outros casais, mas a legista nunca saia de sua vista.

Sherlock não sabia dizer quando exatamente ou como, mas quando se deu conta, Molly Hooper tinha se tornado aquela que mais importava e sabia das consequências não só para pessoas como ele, mas também para os outros ao redor se expusesse o que sentia. Era no mínimo perigoso – por ter se permitido ser amigo de John, ele acabou num colete com bombas, não gostava nem de imaginar o que aconteceria se Mol...

Teve a linha de pensamentos interrompida quando viu um homem de aproximar de Molly e cochichar algo em seu ouvido. Perto demais. Quanta ousadia! Aquela era SUA legista. SUA Molly Hooper. Não pensou muito, levantou-se e foi até onde ela estava.

“Interrompo alguma coisa?” – disse alto o suficiente para os dois ouvirem.

“E você é...?”

“Estamos vendo o show juntos”

“Não sabia que estava acompanhada, se me derem licença” – o homem afastou-se.

“Nem eu sabia que tinha companhia” – comentou enquanto o olhava pelo canto do olho.

“Não tinha, agora tem”

Sherlock ficou parado ao lado de Molly, observando ela cantar as músicas e às vezes se mexer acompanhando o ritmo. Estava linda, claro, sempre a achou bonita, mas naquela noite além de linda ela estava provocante.

Sentia-se muito tentado a agir como qualquer pessoa normal e desligar o ‘modo máquina’. Sim, desde que a vira naquela calça agarrada e camiseta estampada com uma boca e língua de fora – nada de Molly e suas roupas coloridas ou estampadas, aquele visual com certeza tinha dedo de Mary Watson.

Molly surpreendeu-se ao olhar para o lado e ver Sherlock lhe encarando – os olhos dele estavam deslumbrantes. Uma nova música tinha começado, passou a acompanhar a letra, cantando olhando nos olhos de Sherlock.

Sentia um desejo irracional de ser tomada por ele. Quer saber? Que se dane se o que sinto é unilateral!— foi seu pensamento antes de dar um passo e se virar, ficar de frente para Sherlock e passar os braços em volta de seu pescoço.

Talvez a olhada que recebeu dele quando se viram aquela noite serviu de incentivo para tomar essa atitude – tinha tido a satisfação de ver o olhar dele se demorar em si. Continuou a cantar, os olhos fixos nas hipnóticas e brilhantes orbes azuis esverdeadas.

It's dangerous to fall in love
But I wanna burn with you tonight, hurt me

Sherlock segurou possessivamente na cintura de Molly, atrevendo-se a deixar que alguns de seus dedos se infiltrassem por debaixo da camiseta que ela usava e tocar sua pele quente. Viu-a fechar os olhos, morder o lábio e inspirar profundamente, os dedos da mão dela acariciando os cachos em sua nuca.

Sim, ele tinha medo em assumir o que sentia e como aquela música disse no começo, se apaixonar era perigoso, para ele e consequentemente para alguém que não merecia, mas naquela noite queria sentir todas aquelas reações químicas que sempre zombou. Conhecia os sentimentos de Molly e deixaria que ela conhecesse os seus.

There's two of us bristling with desire
The pleasure's pain and fire, burn me

Molly sentiu a linha coerente de pensamentos vacilar quando sentiu os longos dedos dele em contato com sua pele. Sherlock não devia fazer essas coisas sem aviso. Definitivamente não devia! Não quando apesar dele deixar claro inúmeras vezes que não havia espaço para algo em sua vida que não fosse seu trabalho, ela ainda era incondicionalmente apaixonada por ele. Seria aquilo desejo em seu olhar?

“Abra os olhos, Molly Hooper” pediu. Esperou ser atendido para puxá-la pela cintura, trazendo seu corpo para mais perto, inclinou-se aproximando seus rostos, uma pequena distancia entre seus lábios rapidamente quebrada por Molly.

So come on now, strike the match, strike the match now
We're a perfect match, perfect somehow
We were meant for one another
Come a little closer

Tudo o que acontecia ao redor esquecido, a música apenas um eco ao fundo, ambos tinham o foco no prazer do momento. Sentiu suas costas se chocar contra uma parede, os lábios de Sherlock em seu pescoço fazendo com que puxasse seus cachos com força, seu corpo inteiro pulsava.

“Está muito bom aqui e adoraria ver a cara dos Watson se nos flagrassem, mas prefiro ir para outro lugar” seu fôlego falhava enquanto Sherlock passeava com os lábios por seu maxilar. Decoro não era o forte dele, por isso fez questão de pressionar mais seu corpo junto ao dela contra a parede para que visse, ou melhor, sentisse o quanto ele estava excitado.

“Concordo” disse contra a pele dela. Não foi preciso muito, bastou sentir a língua de Molly buscando a sua para ceder ao desejo que vinha sentindo por ela, cada fibra que compunha seu ser implorando para tê-la por completo.

Flame you came for me, fire meet gasoline
Fire meet gasoline, I'm burning alive
I can barely breathe when you're here loving me
Fire meet gasoline, fire meet gasoline

John talvez demorasse a entender logo de cara para onde teriam ido os amigos – talvez precisasse ver para crer, mas Mary compreenderia de imediato – e ainda mandaria uma mensagem para Mycroft dizendo que tinha razão.

Saíram de mãos dadas, Sherlock dirigiu até seu apartamento com Molly o provocando durante o trajeto – uma das mãos dela passeava por sua coxa. Ao entrarem no 221 chamou Sra Hudson para se certificar de que estavam sozinhos, quando não obteve resposta sorriu maliciosamente e tomou-a em seus braços.

I got all I need when you came after me
Fire meet gasoline, I'm burning alive

Músculos se contraíram aos toques, arrepios na pele.

Botões abertos, camisa puxada pela bainha.

O fôlego faltava, haveria marcas no dia seguinte.

Corpos encaixados, movimentos coordenados.

Ritmo envolvente, mãos entrelaçadas.

Respiração audível.

Perderam-se um no outro com paixão, deixou-se consumir e ser consumido.

Como quando fogo e gasolina se encontram e consomem tudo até virar cinzas.

Entregues ao prazer, estremeceram, sussurraram nomes quando chegaram ao clímax.

So come on now, strike the match, strike the match now
We're a perfect match, perfect somehow
We were meant for one another
Come a little closer

Trocaram um beijo terno, mantiveram um olhar fixo no outro enquanto normalizavam a respiração, não tinham necessidade de dizer algo. Sherlock acariciava a bochecha de Molly com as costas da mão, ela fechou os olhos apreciando. 

"Você é minha legista, minha Molly" disse com a voz baixa e rouca arrancando um sorriso dela. Puxou-a para cima de si e passou os braços ao redor dela.

"Sou é?'' desafiou sentando-se em seu tronco, segurou as mãos dele e ergueu-as acima de sua cabeça, inclinou-se sobre ele com os lábios pairando sobre os dele.

Sherlock puxou os braços e segurou o rosto de Molly entre as mãos, admirou os brilhantes olhos castanhos durante alguns segundos.

“Isso mesmo que ouviu minha cara legista. Assim não tem espaço para mais um sociopata ou qualquer outro em sua vida” disse como se fosse óbvio, depois puxou-a para um beijo apaixonado, se ela não via algo tão claro, demonstraria com ações.


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Notas finais do capítulo

Quero opiniões sobre! :3



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