Amizade Colorida escrita por Witchqueen


Capítulo 4
Amigos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Assim que o sinal tocou, sentei-me na carteira do meio, á frente de Naruto e atrás de Tenten. Um lugar não tão bom, nem tão ruim. Sasuke sentou-se na carteira ao meu lado direito, ele estava quieto - nisso, não tinha mudado nada. - Peguei os meus materiais e coloquei sobre a mesa, assim como todos os alunos estavam fazendo.

O professor de história ainda não tinha chegado, atrasado como sempre. Kakashi-sensei era um bom educador, o seu único problema era a falta de responsabilidade com o horário, e o seu lado pervertido com aquele seu livro erótico. Não duvido nada que tenha sido escrito pelo marido da Tsunade-sama – diretora da escola –, cujo nome é Jiraya, um velho pervertido que não faz nada mais do espiar mulheres indefesas nuas. Ele tem uma mulher, o que mais ele quer?

— Sakura-chan – Naruto me chamou, fazendo-me virar para ele.

— O que foi?

— Me empresta uma caneta? Perdi a minha – respondeu dando um sorriso amarelo.

Naruto sendo o Naruto de sempre. Esse baka não sabe cuidar nem de uma caneta, imagina quando ficar mais velho e ter filhos.

— Vai e volta, Naruto – falei lhe entregando uma caneta preta. Só espero que volte mesmo, descuidado do jeito que é, ele é capaz de perder até a minha.

Depois de uns longos dez minutos, Kakashi-sensei chegara á sala de aula, com a sua pasta preta e alguns livros de história nas mãos. Ele colocou o seu material sobre a grande mesa de madeira marrom, que ficava ao lado do quadro negro.

— Bom dia, turma – disse – Desculpem-me pelo atraso, é que um gatinho atrapalhou o meu caminho quando eu estava vindo.

Mentiroso como sempre. Mas ele não deixa de ser um dos melhores professores que temos.

Kakashi-sensei começou a passar uns textos sobre a guerra de alguma coisa, textos intermináveis. Eu copiava o mais rápido que pude, mas a cada parte dividida que ele terminava de escrever, apagava segundos depois.

Depois reclama que não temos anotações nos cadernos!

— Sakura – Sasuke me chamou, me cutucando no ombro.

— O que é? – perguntei, me virando para ele.

— Você me empresta suas anotações das aulas anteriores para eu passar para o meu caderno? Se você puder... – ele pediu, mostrando-me suas folhas em branco.

Eu suspirei.

— Claro. No final da aula, está bem?

— Obrigado – agradeceu.

Me virei novamente para o quadro e vi que o professor já estava se preparando para apagar o primeiro quadro aonde eu estava copiando. Droga!

— Não apaga, eu to ai, professor! – Eu disse aquela típica frase de todo aluno, que ninguém esquece.

— O que fez você não copiar ainda, senhorita Sakura? – perguntou, com uma sobrancelha arqueada. Lá vem chilique.

— É que... – Eu olhei para Sasuke, enquanto ele me olhava também – Deixa pra lá, pode apagar, depois eu copio essa parte – suspirei pesadamente.

Porra, é a primeira vez que eu não consigo terminar um texto antes de o professor apagar! Não acredito nisso. Deixei algumas linhas em branco e me preparei para copiar a outra parte do texto. Caramba, isso não acaba nunca! E muito menos o período.

Vi uma bolinha de papel cair em cima da minha mesa e fui abri-la, era de Sasuke.

Sinto muito, depois eu te empresto as minhas anotações, okay?

Eu sorri para ele e murmurei um “obrigada”. Estava totalmente errada em querer me afastar e ignorar Sasuke, ele estava sendo gentil e legal comigo. Não há por que de eu ignora-lo. É bobagem minha, é isso. Não sei onde estava com a cabeça, aquilo era o passado e esse é o presente.

Assim que o Kakashi-sensei finalmente terminou de passar textos, e eu terminei minhas anotações pela metade, tocou o sinal mostrando a troca de professores.

— Bom dia, queridos alunos – Anko-sensei disse entrando na sala – Agora calem a boca e sentem em seus lugares. Vocês terão um dia cheio de exercícios hoje – Ela é um amor, sintam a ironia.

(...)

— Estão todos dispensados – disse o professor dando término á última aula do dia. Para a minha alegria e a de todos os alunos.

Guardei os meus materiais na mochila e me levantei, caminhando até a porta para sair da sala.

— Hey, Sakura! – berrou Sasuke desesperado, agarrando o meu pulso, me impedindo de sair.

— O que foi? – perguntei vendo a sua cara de espanto.

— Você esqueceu de me emprestar o seu caderno – falou. Revirei os olhos – Iruka disse que se eu não completar os meus cadernos a tempo, ele vai me colocar de recuperação!

— Quanto desespero – Eu disse revirando os olhos, enquanto tirava os meus cadernos de dentro da mochila – Aqui está, pode me devolver amanhã, se conseguir copiar a tempo – Lhe entreguei os cadernos nas mãos.

Sasuke deu um sorriso gentil e me deu um peteleco na testa.

— Obrigado, irritante – E seguiu para fora da sala, levando os meus cadernos embaixo do braço esquerdo.

Sasuke está sendo tão fofo! Não que eu esteja apaixonada por ele de novo, isso não. Mas ele sendo um amigo atencioso e fofo ao mesmo tempo, é impossível não dar sorrisos idiotas sozinha. Como fui besta ao ponto de ignora-lo por nenhum motivo.

Sakura, você é uma tapada isso sim.

Eu saí da sala e foi á frente da escola, sentei-me encostada na árvore, onde dava para ver toda a multidão de alunos saindo pelas portas duplas do colégio. Ino e Naruto estavam saindo, assim que me viram, vieram correndo feito dois idiotas até mim.

— Oi, Sakura – falaram em coro.

Os dois sentaram-se ao meu lado na árvore, tagarelando como sempre.

— Então, eu estava combinando com o pessoal de irmos passar o final de semana lá em casa. O que você acha, Sakura-chan? – perguntou Naruto, dando um sorriso esperançoso.

Coloquei o meu dedo indicador no queixo, pensativa.

— Não sei...

— Meu pai vai fazer churrasco.

— Claro que eu vou! – respondi com um sorriso. Só de pensar naquela carne assada, quentinha e suculenta que o tio Minato faz, é de deixar com água na boca.

— Você vai ir, Ino? Não aceito um não como resposta! – disse levantando-se da grama, enquanto tirava o resto de sujeira da calça.

— Vou sim, e o sorvete fica por minha conta – respondeu dando uma piscadinha.

Naruto deu um sinal positivo com a cabeça e saiu correndo assim que o seu pai chegou com a sua Minivan cinza. E partiu.

Ino estava encostada na árvore com seus fones de ouvido e mexendo no celular, enquanto cantarolava baixinho. Sentei novamente ao seu lado e tirei o meu. Desbloqueei a tela e tinha uma mensagem da minha mãe, avisando que não poderia ir me buscar na escola hoje, pois iria trabalhar. Percebi por tamanha demora. Caramba.

Com quem eu iria embora, então? Minha casa era muito longe para ir a pé, ainda mais nesse calor de derreter! Não tenho nem dinheiro para pegar um ônibus, merda.
— Ino – chamei a loira, que digitava algo no celular. Por sorte, o volume estava baixo e ela me ouviu na hora, tirando os fones do ouvido.

— Hum?

— Sua mãe vai vir te buscar? – Eu perguntei, com alguma esperança de que a resposta fosse sim.

— Não, teve que trabalhar hoje. Eu iria embora com você, amiga! – Ino se desesperou – Sua mãe não vai poder te buscar hoje né? Como nós vamos ir embora, senhor?!

Ino me abraçou e berrava nos meus ouvidos. Mano, não posso ir embora a pé! Nem o meu pai está em casa para ajudar. Será que alguma alma bondosa aqui mora perto da minha casa e que tenha carro? Quem sabe eu peça uma carona.

— Ino, você não conhece ninguém que tenha carro e possa nos levar embora? – perguntei.

— Não. Por que eu não fui mais inteligente e não pedi carona para o tio Minato? Caramba – disse batendo a mão em sua própria testa, repreendendo-se.

Eu sou uma anta.

Os minutos estavam passando e a minha fome aumentando, assim como a de Ino, que não para de reclamar um minuto sequer.

— Sakura, vamos embora a pé mesmo, não custa nada – pediu, levantando do chão e limpando a poeira do bumbum.

— É, você tem razão – concordei suspirando.

Nos preparamos para ir embora, até que avistei Sasuke vindo em nossa direção, jogando para cima e pegando uma chave de carro. Meus olhos se encheram de lágrimas. Será que ele vai ser um cavalheiro e nos levar embora no seu carro? Será?!

— Vocês querem uma carona? – perguntou se aproximando, com uma sobrancelha arqueada.

— E você ainda pergunta? É claro! – Ino deu tapinhas em suas costas e caminhou até o seu carro preto, abrindo a porta e sentando no banco da frente. Folgada.

— Err... obrigada – agradeci, o seguindo até o seu carro. Sasuke é tão gentil.

Sentei infelizmente no banco de trás, atirando a mochila em meu lado. Ino tagarelava sobre algo com Sasuke, que ele respondia suas perguntas com simples aceno de cabeça, ou ás vezes com um sorriso imperceptível. Eu fiquei quieta no meu canto, eu não queria me intrometer em nada, a menos que me perguntassem alguma coisa.

Sasuke dirigia numa velocidade agradável, dava para olhar as pessoas passeando pelas ruas, ou as crianças brincando de esconde-esconde (sabem?). Olhando assim, parece que nem tem problemas com a vida, que é tudo um conto de fadas, mas mal sabem do mal que tem ao redor delas. Essas crianças felizes ainda vão ver o quanto não dá para confiar em algumas pessoas, principalmente em aqueles que chamamos de amigos, que uma hora ou outra, pode nos apunhalar pelas costas. Já eu, tive a sorte de conhecer os meus amigos, que eu sei que são verdadeiros, sei que se eu precisar, eles dariam as suas próprias vidas para me salvar, e isso eu nunca vou poder duvidar deles. Eu faria o mesmo por cada um.

— Sakura! – Ino berrou, me fazendo pular do banco. Credo, nem um aviso prévio? – Você está ouvindo nós falarmos com você?

— É... estou sim – menti.

— Ta nada, o que você está pensando? – Sasuke perguntou, me olhando pelo espelho do carro.

— Nada – Eu sorri.

Paramos primeiro na frente da casa de Ino, que desceu do carro e pediu (leia-se: mandou) eu sentar no banco da frente, bem ao lado de Sasuke. Claro, corei um pouco, mas me recompus. Abri a porta de trás e fui para o banco da frente, batendo sem querer a porta forte demais.

— Vai com calma, Sakura – Sasuke reclamou, me dando uma olhadela de lado.

Murmurei um “Desculpe”, sorrindo amarelo.

— Obrigada, Sasuke – Ino agradeceu – Comportem-se os dois, em – correu para dentro de casa, nos deixando sozinhos.

Eu em, como se fôssemos fazer algo. Revirei os olhos.

— Vamos?

— Vamos – respondi.

O caminho todo fomos em silêncio, Sasuke prestando atenção na rua, e eu pensando no meu livro. O que será que vai acontecer no próximo capítulo? Estou tão curiosa.

Paramos em frente a minha casa. Tudo estava fechado, então não tinha ninguém em casa, como era de se esperar.

— Então, é aqui – falei – Obrigada, Sasuke.

— Não precisa agradecer – disse indiferente – Se quiser, posso te buscar amanhã.

Arregalei os olhos. Esse é mesmo o Sasuke? Ou é um alien se passando por ele? Preciso fugir daqui!

— Sasuke, não precisa...

— Não interessa, estarei aqui ás sete e meia – Ele ligou o carro novamente.

Eu acenei com a cabeça, bufando. Antes que eu saísse do carro, Sasuke me puxou delicadamente pelo pulso.

— Irritante – falou, me dando um peteleco na testa.

Abri a porta de casa, e antes de entrar arrisquei dar uma última olhada para trás, Sasuke já havia partido com o carro.

Adentrei a sala e me deitei no sofá, tocando a minha testa aonde ele mesmo tinha tocado, e dei um sorriso idiota.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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