Like a Rolling Stone escrita por MrsSong


Capítulo 15
It hurts me too


Notas iniciais do capítulo

Estou bem cansada da história. Se eu sumir, eu avisei.



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Soa engraçado contar que eu me apaixonei por uma pessoa que tecnicamente é minha namorada, mas que não é no fim?

É anticlimático pensar em nosso relacionamento às vezes, porque quando eu sei que a amo – ou alguma coisa perto disso. Bem perto – ela finge que não somos nada mais que amigos que dividiram uma tarde.

Mas Giane sumiu da minha vida e parece estar sempre com algum compromisso em que eu não posso participar, então decidi deixar de ser a mocinha de novela que vive em torno de seu par romântico e comecei a elaborar um novo plano de carreira com Érico.

Isso, cansei de ser o almofadinha que Giane tanto diz que eu sou.

Droga. Fiz isso ser sobre ela mais uma vez.

 

— Então você se envolveu com uma mulher misteriosa que te fez ter a ideia de montar sua própria empresa de publicidade? - perguntei tentando entender a história de Érico.

— Exatamente. Parece ser uma boa tentar começar uma nova vida depois de tudo o que aconteceu. - ele me respondeu e eu tentei não pensar no meu amigo humilhando a noiva que foi namorada por tantos anos.

Porque, apesar de tudo, a Renata não merecia aquele tratamento.

— Interessante. - comentei e depois o encarei com uma expressão debochada. - Não está me contando isso só por causa de dinheiro, não é?

— Sinceramente, eu sei do seu talento. E sei também do seu pavor de pessoas que querem você por perto por causa do seu dinheiro… - Érico começou.

— Mas sabe que eu colocando dinheiro na empresa as coisas ficariam mais fáceis, certo? - completei o pensamento de Érico que corou.

— E você sabe que é verdade. Sem contar que eu tenho uma promessa de uma garota que nós dois conhecemos que ela voltaria a fazer propaganda… por uma agência em que eu fosse sócio. - ele me contou e eu sabia que só isso já traria muito dinheiro. Uma modelo requisitada exclusiva.

Tempo extra com a Giane.

Aceitei imediatamente a proposta de Érico.

 

— Foi você não é? Você que veio contando aquelas histórias para o Plínio! - eu gritava ensandecida para minha querida amiga Amora.

— E se foi? Eu menti? - ela me perguntou sem muito interesse.

Segurei seu braço e a encarei com toda a minha fúria.

— Você não me quer como inimiga, garota. - avisei e ela riu, torcendo meu pulso.

— Você que não quer estar na minha lista, querida. - puxei meu pulso com força e me afastei da piranha.

Ah, Amora ia me pagar e ia sair mais caro que ela esperava!

 

— Ué, cadê a cunhada maravilha? - perguntei à Malu quando cheguei na Toca e ela estava ocupada com Emília e Vó Madá na arrumação de uma sala.

— Levou algumas voluntárias para casa. - Malu me respondeu com um olhar entendido.

— A princesa está fugindo do príncipe? - Vó Madá perguntou enquanto Emília a olhava reprovadora e eu dava de ombros.

— Que princesa? Aquilo é o ogro! - respondi para fingir que não me incomodava aquilo tudo. Odiava não saber o que estava acontecendo com aquela maloqueira.

— Acho que é a Cinderella e largou o sapatinho de cristal para você encontrá-la. - Emília comentou simplesmente apontando para a chave de um apartamento que eu conhecia muito bem.

Conheceria bem mais se lá tivesse uma cama.

— O que isso está fazendo aqui? - perguntei não disfarçando que sabia de onde era.

— Ela esqueceu aqui. Separamos as peças dela para o bazar. - minha irmã me explicou empolgada.

— Eu gostei foi da guitarra autografada por um tal de Andrew Kirk que chegou aqui semana passada. Ela corou inteira quando leu o bilhete que veio junto com a guitarra. - Vó Madá comentou e eu senti meu sangue ferver.

— O rockstar não desiste, não é? - disse sentindo um gosto amargo na boca. Como se eu estivesse sendo envenenado.

— Você desistiria? - minha avó perguntou cruzando os braços e me encarando.

— O que você acha? - retruquei e ela riu. Malu parecia segurar uma risadinha e Emília me encarava como se ela estivesse vendo agora que me tornei adulto.

— Que você é cabeça dura que nem a sua avó. - Madá me respondeu e eu peguei a chave do apartamento de Giane.

— Você não é minha avó de sangue! - gritei da porta, enquanto ouvia minha avó retrucar que eu era pior que isso.

 

— Giane! - Renata exclamou ao me ver entrar na lanchonete que tínhamos marcado. Ela tinha olheiras e parecia mais pálida que da última vez que nos vimos.

Culpo Érico, obviamente.

— Renata, você está bem? - perguntei segurando seu rosto e a encarando com o carinho de uma irmã mais nova.

— Eu acho que estou grávida, Giane. - ela soltou a bomba sem esperar que eu me recuperasse.

Admito que soltei palavrões coloridos e Renata riu com algumas das minhas expressões.

— Já falou com o Érico? - perguntei e ela abaixou a cabeça.

— Não sei se é dele ou do Tito. - ela me confidenciou e eu soltei mais palavrões ainda.

E rezei por qualquer entidade superior que a criança fosse do Érico, porque dos males o menor.

Apesar do falso moralismo de araque dele.

 

— Bento… - ela murmurou se aproximando. - Você sabe o quanto você é importante para mim… O quanto eu te amo.

— Então acaba esse noivado! - ele pediu, juntando as testas e acariciando o rosto dela. - Fica comigo e só comigo.

Ela não responde, mas o beija como se quisesse esquecer que tinha outra vida fora do mundo de Bento.

Click.

 

Admito que não sou uma pessoa boa, por mais que me digam que eu sou. Eu explico: não sou nem de longe a moça inocente que me pintam por aí – meu pai e Bento principalmente – e não quis ser.

Sou justa, não pura, não acredito em seres puros e celestiais e acho que estou muito corrompida pelo meio para que isso faça sentido.

Fui uma bad girl, não fui?

Bento, me desculpe, mas a Amora precisa desse pequeno tombo… Ou será que será um grande tombo?

Eu avisei, não avisei?

 

Então estava organizando meu apartamento para que, se tudo desse errado na vida de Renata, ela e o bebê tivessem onde ficar. Minhas roupas estavam mais ou menos organizadas e eu encarava o sofá – o único móvel que eu tinha ali no presente momento.

— Sabia que ia te encontrar aqui. - a voz de Fabinho soou em meus ouvidos, enquanto suas mãos me acariciavam a cintura.

Como se eu fosse uma deusa maravilhosa e ele um pobre plebeu que me adorava – mesmo que quem estava próxima de cair de joelhos em adoração fosse eu.

— Imagino que sua irmã tenha lhe contado que eu estava por aqui. - comentei e ele me pressionou contra seu corpo.

— De todos os móveis que você podia ter comprado primeiro nesse apartamento, você comprou um sofá? - ele me perguntou e eu arquei a sobrancelha me virando para ele.

— Qual o interesse nos meus móveis? - perguntei e ele riu beijando suavemente a curva do meu pescoço.

— Odeio transar em sofá.

E foi tudo o que ele me disse antes de me arrastar com ele para o sofá e não só tentar a sorte quanto conseguir.

Ele sabia o quanto me atraía, de qualquer jeito. Não era errado brincar de amizade colorida com um homem solteiro e realmente interessado em brincar.

Se bem que talvez para ele seja mais uma competição que brincadeira.

Fabinho só precisa saber que eu não sou prêmio de ninguém, muito menos para pessoas românticas demais… Naquele momento, no entanto, não estava em condições de conversar sobre como seria uma relação sem compromisso. Só aliviar a tensão sexual que quase me faz arrancar suas roupas na floricultura.

 

— Érico, eu estou grávida. - Érico encarou a ex-namorada por quase um minuto antes de responder.

— E é meu? - a dureza da voz quebrou Renata em pedacinhos.

 

AMORA CAMPANA PEGA TRAINDO O NOIVO

It-girl fotografada aos beijos com suposto namorado da irmã.

 

— Aquela favelada me paga!


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