Um Anjo Em Minha Vida - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 12
Reencontro: Maldito Harris...


Notas iniciais do capítulo

Oie, meus queridos!!!

Aqui está mais um capítulo de UAEMV!!!

Espero que gostem!!!



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Dia seguinte...

P.O.V Da Jade

O moreno não estava mais no quarto quando acordei, toquei no espaço vazio do lado esquerdo da cama, estava tão frio. Afastei o cobertor e levantei, bocejei e me espreguicei. Fui até a janela e abri a cortina, o tempo estava nublado e o vidro estava todo embaçado.

Tive vontade de voltar para a cama e me enfiar debaixo das cobertas de novo.

Tomei um rápido banho com água morna sem molhar o cabelo, vesti meu roupão e voltei para o quarto, abri meu guarda-roupa, não demorei para escolher uma roupa.

Me arrumei rápido vestindo uma calça jeans de lavagem escura, uma blusa preta de mangas compridas, coloquei um agasalho marrom de moletom por cima, e calcei umas das minhas botas de inverno. Penteei o cabelo e coloquei um gorro cinza.

E de maquiagem, passei apenas um pouco de lápis, rímel e batom nude. Coloquei minha carteira no bolso.

Estava de folga, mas eu precisava ir urgente até a farmácia para comprar pílula do dia seguinte. Eu ia parar para comprar café no caminho.

Antes de sair de casa passei no quarto do meu irmão para dar uma olhadinha no Beck, ele estava dormindo sem cobertor. O cobri e saí de fininho não querendo acordá-lo. Não posso negar, fiquei um pouco chateada por ele não ter ficado no quarto comigo. Por quê ele não quis dormir ao meu lado?

À caminho da farmácia comprei um copo médio de café e um Croissant. O estabelecimento funcionava 24h. Estacionei o carro, desci do mesmo apressada e entrei na farmácia. Nunca havia comprado pílula do dia seguinte em toda a minha vida. Comprei também remédio para dor de cabeça e uma caixinha de antigripal, pastilhas de morango e hortelã, duas caixas de chá preto e preservativos. Paguei tudo em dinheiro. Era raro eu usar o cartão.

Quando estava indo embora, acabei esbarrando em um homem. A sacola caiu e ele se abaixou para ajuntar no mesmo instante que eu.

— Me desculpe... - Nossas mãos se tocaram. Senti um arrepio. Aquela voz...

Ele ergueu o rosto e meu coração disparou. Era ele. Robert Shapiro. O meu ex-namorado...

— Jadelyn? - Perguntou me olhando surpreso.

Me levantei puxando a sacola de sua mão. Ele levantou também.

— Robert! - Falei o seu nome tentando soar firme.

— Nossa! Quanto tempo, não? - Ele deu um sorrisinho, passou a mãos no cabelo.

— É, faz muito tempo... - Minha voz quase falhou.

Ele estava mudado. Tanto na aparência quanto na postura. Estava usando roupas diferentes do que ele costumava usar, essas eram estilosas, tênis de marca e óculos modernos. Ele estava com o cabelo mais curto, seu rosto estava livre de espinhas, e ele estava com a barba por fazer que até combinou com ele. Sem dúvidas, ele havia ficado atraente, bem gato. Tori não estava brincando.

— Posso te abraçar? - Perguntou, não esperou minha resposta e me puxou para os seus braços.

Seu perfume ainda era o mesmo. Fiquei sem reação sentindo seus braços me envolverem e me apertarem. Ele com certeza estava malhando, pude sentir que seu corpo estava mais firme, os braços com músculos. Ele estava usando sobretudo e cachecol.

— Robbie... - Sussurrei e ele me soltou.

— Não pude resistir... - Sorriu.

Ele não estava usando aliança de casado. Talvez estivesse namorando.

— Você está morando aqui perto? - Perguntou.

Pisquei ainda atordoada e reuni forças para não gaguejar. Eu estava nervosa. Porra, ele ainda mexia comigo.

— Não! - Respondi.

— Está com pressa de ir pra casa? - Indagou.

— Sim. - Respondi monóloga.

— Tem alguém te esperando em casa? - Perguntou olhando para as minhas mãos.

— Sim. Eu tenho que ir agora! - Falei querendo ir logo embora dali.

Pra longe dele...

— Hum... Eu ia te convidar para tomar um café, queria conversar mais um pouco com você... Que tal você me dar seu número? - Pediu.

— Meu celular quebrou ontem e ainda não comprei outro. Não sei o número de cor do telefone fixo. - Menti.

— Ah, entendo... - Assentiu.

Ele tirou um bloquinho de notas e uma caneta de uma bolsa tiracolo de couro masculina que eu nem havia reparado, a bolsa era da cor do sobretudo.

— Aqui está o meu número. - Arrancou a folha e me entregou. - Foi muito bom te ver depois de tantos anos, Jade! - Ele me abraçou novamente e deu um beijo no meu rosto.

Não falei nada. Também não retribuí o abraço.

— Tchau. - Falei quando ele me soltou.

— Tchau, pequena J! - Se despediu usando o apelido que ele havia me dando quando a gente namorava.

[...]

Quando voltei pra casa, o Beck já estava acordado. Acabei acostumando com o apelido que ele mesmo havia escolhido. Era um nome diferente e combinava com ele. Acabei tomando a pílula no caminho, parei para comprar uma garrafinha de água e tomei logo a pílula.

— Deve estar com fome, né? - Perguntei quando o encontrei na cozinha sentado numa banqueta.

Ele assentiu. Pelo visto não havia mexido em nada, as coisas estavam do jeito que deixei.

Guardei o remédio para dor de cabeça e os antigripais dentro da caixinha que ficava no armário, também guardei as caixinhas de chá. Deixei as pastilhas e as camisinhas dentro da sacola.

Ele gostava de ovos mexidos com bacon, suco de laranja e torradas com manteiga. O moreno raramente tomava café, ele havia se apaixonado por achocolatado.

Tirei o agasalho, não havia necessidade de usá-lo em casa, o pendurei no espaldar da cadeira e fui lavar as mãos.

Preparei o café-da-manhã do moreno, ele estava muito faminto. Comi algumas torradas e tomei uma xícara de café.

Eu realmente não esperava reencontrar o Shapiro em Boston. Tori já tinha o visto no Shopping.

'Será que ele se mudou de Los Angeles e está morando aqui?'

— O que são essas coisinhas? São de comer? - Beck puxou a manga da minha blusa.

Balancei a cabeça espantando os pensamentos e tentei focar no Beck, eu tinha que parar de pensar no meu reencontro com o Shapiro.

O moreno estava segurando as pastilhas e as camisinhas.

— Isso são pastilhas. - Tomei da mão dele as pastilhas de morango e hortelã. - Sim, são de comer. Depois te dou uma. Mas essas não... - Arranquei as camisinhas da mão dele depressa.

— Pastilhas de comer. Camisinhas não. - Disse entendendo.

— Isso mesmo. - Peguei a sacola.

— O que elas são? - Tentou pegar uma curioso, mas eu logo guardei.

— São... São de usar. - Respondi.

— Usar? Como se usam? - Ah, por quê ele tinha que ser curioso?

— É sério? Você não sabe pra que elas servem? Nunca tinha visto uma antes? - Questionei incrédula.

Ele balançou a cabeça. Suspirei.

— Elas servem para evitar a gravidez. Quando o casal não quer ter um bebê eles usam elas, é um método de prevenção. - Expliquei.

— Ah. - Assentiu compreendendo.

— Ontem não usamos... - Falei um pouco envergonhada.

— Então, você vai ter um filho meu? - Se levantou me olhando preocupado.

— Não. Não... Não se preocupe, eu tomei um remédio, é chato ficar explicando essas coisas, então não me faça perguntas sobre isso... Mas fica tranquilo. Eu não vou ter um bebê. - O tranquilizei.

Ele voltou a sentar parecendo aliviado.

— Na época em que eu vivia com a Crystal, as mulheres tomavam chá de ervas para não engravidarem... E quando engravidavam e não queriam ter o bebê, elas tomavam um chá bem forte de sementes vermelhas... - Contou mais uma de suas lorotas.

— Ah, claro! - Assenti fingindo acreditar.

— Você ainda não tomou banho. - O lembrei. Ele não era fã de banho.

— Faz mal tomar banho todo dia. A pessoa fica doente. Devemos manter as impurezas para proteger a pele. - Lá vinha ele com mais baboseiras.

[...]

— Você confia em mim? - Perguntei quando estávamos na sala.

— Sim. Eu confio. - Respondeu.

— Se realmente confia em mim, então por quê não me diz a verdade? - Indaguei.

— Que verdade? - Franziu o cenho.

— A verdade sobre você. - Respondi. - Qual é o seu nome? De onde você é? Por quê estava desmaiado naquele beco? O médico te examinou aquele dia disse que você é completamente normal. Que não aparenta nenhum distúrbio mental e nem perda de memória. Você diz que não lembra o próprio nome, mas é difícil acreditar nisso... Acho que você está fugindo de alguém. Que você tem segredos obscuros. Eu te acolhi e estou cuidando de você, mas nem sei quem você realmente é. Não sei se você é um criminoso, um fugitivo. Não sei se posso mesmo confiar em você. Então, por favor, diz a verdade para mim. Me diz quem você é? - Pedi olhando em seus olhos.

— Eu... - O telefone tocou quando ele já ia falar.

Levantei e fui atender. Era a Vega avisando que tinha acabado de chegar em casa. Conversamos por uns três minutos.

— Pode falar. - Voltei a sentar ao lado dele.

— Eu não menti para você. Não lembro o meu nome. Não lembro como vim parar aqui. Só lembro de acordar e ver os seus lindos olhos. - Disse tocando no meu rosto.

Suspirei e assenti não demonstrando estar frustrada com sua resposta. Eu não conseguia enxergar a verdade em seu olhar.

[...]

Tori abriu a porta e eu entrei. Fomos para o seu quarto. Tirei o agasalho e sentamos na cama.

— Você disse que tinha uma coisa muito séria para me contar. - Ela já estava preocupada.

— E eu tenho. - Afirmei.

— Pode me contar. Nada de enrolar. - Pediu.

Não foi fácil falar sobre aquilo, mas eu contei. Ela precisava saber. Contei tudo. Acabei relembrando os minutos de desespero e medo.

— Diz alguma coisa... - Toquei nela que olhava para baixo apertando a colcha da cama.

— Mas que filho da puta! - Ela levantou furiosa. - Aquele desgraçado! Babaca de merda! Cretino! Eu confiava nele. Eu gostava dele! - Nunca vi ela tão raivosa e revoltada.

— Sinto muito. - Lamentei triste, eu não queria vê-la sofrer.

— Ele... Ele... - Começou a chorar. - Jay, eu sinto muito. Você não devia ter passado por aquilo. O que ele tentou fazer com você... Meu Deus! Eu não imaginava que ele era esse tipo de cara. - Ela me abraçou se desculpando, mas ela não tinha culpa de nada.

— Já passou. Estou bem. Ele não me machucou. Eu consegui escapar. Não chore, não foi sua culpa. - Tentei tranquilizá-la.

— Ele vai ver só quando chegar em casa. - Disse ainda chorando.

Tori pegou as roupas que ele deixava no guarda-roupa dela e rasgou todas. Detonou com os tênis de marca, ensacolou os outros pertences dele como produtos de uso pessoal e colocou tudo no lixo.

[...]

André chegou por volta das 17h da tarde. Ela logo o recebeu com tapas, ele negou tudo, e me chamou de louca e mentirosa. Acabamos discutindo, Tori me defendeu e disse que acreditava em mim. Dei um tapa nele quando ele me chamou de 'Vadia mentirosa', ele tentou partir pra cima de mim, mas ela o derrubou quebrando um vaso na cabeça dele. Ele não desmaiou, levantou ainda mais furioso comigo e a gente correu e se trancou no quarto dela. O desgraçado tentou arrombar a porta, disse que ia arrebentar nos duas e que ela ia se arrepender de ter detonado com as coisas dele. Tori ligou para a polícia, quando os policiais chegaram, o Harris não estava mais na casa.

O maldito havia se mandado.

— Você não pode dormir sozinha aqui, não é seguro. Esse cara é perigoso. - Falei preocupada.

— Não estou com medo dele tentar se vingar de mim, estou com medo dele machucar você. É isso o que mais me preocupa! - Admitiu.

— Coloque algumas roupas numa mala, você vai pra casa comigo. Não vou dormir tranquila sabendo que você vai estar sozinha correndo perigo. - Fui até o seu guarda-roupa e abri as três portas. - Anda, Tori, estou falando sério! - Avisei.

— Não se preocupe comigo, qualquer coisa eu ligo para a polícia. O Harris é um covarde, ele fugiu. Não vai voltar aqui tão cedo. - Tentou me tranquilizar.

— Tem mesmo certeza que não quer ir lá pra casa? - Indaguei.

— Tenho. Eu vou ficar bem. Vai tranquila. - Disse fechando o guarda-roupa.

— Mas ele tem a cópia da chave, não é seguro você ficar aqui. Você pode ficar lá em casa, não seja teimosa, Vega. - Tentei convencê-la a ir comigo.

— Está bem. Me ajude arrumar a mala. - Cedeu.

— Por mais que você seja irritante pra caramba, mimada e só vive pegando no meu pé, eu até que gosto um pouquinho de você... - Falei fazendo ela rir.

— Um pouquinho, é? Sei... - Bateu os quadris nos meus. - Você é chata e eu te aturo, é recíproco. - Foi a vez dela de me fazer rir.

— É, nem sei porque somos amigas... - Concordei.

— Nem eu... - Disse risonha.


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Notas finais do capítulo

E aí???

O que acharam do reencontro entre a Jade e o Robbie???

Será mesmo que o André seria capaz de machucar elas???

E o Beck, ele é mesmo tão ingênuo assim??? Será que a morena pode mesmo confiar nele???

No próximo teremos o ponto de vista do Jonas/Joel, o irmão da Jay.

Essa Fic tá muito paradinha, né non? Vamos ter ação nos próximos caps. Certos anjos vão aparecer...

Se a Crystal ainda vai aparecer? Sim, ela vai haha

Lembram da marca de nascença da West? O Jonas também tem. Liguem as pontas soltas.

Mantenha os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda... Acham que já sacaram, se não, ainda vão sacar...

Comentem, é importante! Bjs



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