Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 46
Capítulo 46




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No dia seguinte os alunos acordaram agitados; livres das provas eles só falavam do jogo de quadribol e da festa. Tiago sentou à mesa para tomar café da manhã e ficou escutando os colegas conversarem. Estavam discutindo com quem cada um ia à festa; Tiago seguiu Loreley com o olhar quando ela entrou e sentou na ponta da mesa, perto das crianças.

— Eu soube que o Noah vai com a Leah.... Assim, com que você vai, Tiago? Tiago?

— Que foi, cara?

— Só tô perguntando com quem você vai ao baile da McGonagall?

— Eu? Bom, não sei, ainda não pensei nisso.

— É que as garotas estão acabando; não que isso seja um problema para você, mas é que...

— É que o que Luke?

— Todas as garotas, com exceção talvez da Leah, que a gente já sabe está com o Noah e a Rose com o Malfoy, bom todas esperam que você as convide, então, se você dissesse logo quem vai chamar, facilitaria a nossa vida, sabe?

— Eu chamei a Loreley — disse Brandon e Tiago olhou quase assustado para o amigo.

— O que?

— Mas ela não aceitou, disse que já tinha companhia.

— E quem é?

— Não sei, ela não disse. Você também ia chamar a Loreley?

— Não, claro que não.

— Então quem você vai chamar?

— Já falei que não sei, pô.

— Tiago, se você não se acalmar, a gente vai acabar perdendo o jogo, de novo.

— Olha, que saco, a gente não vai perder esse jogo, vocês não precisam jogar na minha cara o que aconteceu no ano passado, tá legal? Agora, se vocês ficaram se preocupando com quem eu vou para a festa, daí sim, corre um grande risco de perdermos o jogo — Tiago falou tão alto que até quem estava nas outras mesas ouviu. — Treino, às cinco, a gente se vê.

Tiago saiu do grande salão decidido a resolver a história com Loreley imediatamente, sentou no salão comunal de Sonserina e só ia sair de lá quando ela aparecesse e eles pudessem conversar; mas passou o dia inteiro, e ela não voltou ao salão comunal; nem a viu no grande salão na hora do almoço; ainda esperou a tarde inteira e nada, então chegou a hora que tinha marcado o treino. Ficou no campo de quadribol treinando até quase a hora do jantar; já estava pensando que Loreley tinha ido embora quando a viu sentada à mesa. Fez menção de ir até ela, mas antes que pudesse, Harry chegou e lhe chamou.

— Posso falar com você, Tiago?

— Por que? Eu não fiz nada.

— Calma, eu não estou te acusando de nada, é importante, vem comigo? — Tiago seguiu o pai, ainda reclamando, até a sala da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. — Você já resolveu o que vai fazer depois do colégio?

— Claro que já — Tiago respondeu quase irritado, por que afinal Harry ia querer falar sobre esse assunto justo agora? — Você, sabe, jogar quadribol — Tiago lembrou da ameaça que Harry tinha feito em umas das vezes que brigaram, quando Harry disse que poderia não deixá-lo jogar quadribol.

— É isso mesmo que você quer?

— Claro que é, pai! Mas o que você tinha para me dizer de tão importante?

— Você está tão nervoso, é por causa do jogo?

— É, só por causa do jogo!

— Bom, eu acho melhor você relaxar...

— Humpf!

— Eu recebi uma coruja de um velho amigo... — Harry procurou uma carta na gaveta, Tiago revirou os olhos, Harry poderia escolher outra hora para relembrar os amigos!

— Desculpa, pai, mas, o que isso tem a ver comigo?

— Tudo! Bom, aqui está... Olívio me escreveu...

— Olívio? Quer dizer, Olívio Wood?

— Ele mesmo. Você sabia que ele agora é treinador dos White Tigers?

— Claro que eu sei disso, pai!

— Bom, eles querem um novo apanhador, e, vão mandar uma pessoa para ver você jogando.

— O que? Quer dizer que um cara dos White Tigers vem me ver jogar? Cara, mas isso é, perfeito!

— Calma, não vai criar expectativas, Tiago, eles podem até gostar de você, mas, talvez queiram um apanhador mais experiente...

— Pai, eu sou o melhor apanhador do mundo, o que eles podem querer melhor que isso?

— Admiro a sua autoconfiança, mas mantenha os pés no chão. E fique calmo, lembra do que aconteceu ano passado?

— Que é isso, todo mundo fica me lembrando daquilo!

— Eu só quero que você fique calmo e jogue o seu melhor, Tiago.

— Não se preocupe, pai, e obrigado por avisar.

Era uma notícia tão boa que Tiago adoraria contar a Loreley, depois que conversasse e resolvesse as coisas com ela, mas quando voltou ao salão ela já não estava lá, aliás quase todo mundo já tinha ido para os salões comunais; Tiago engoliu o jantar frio rápido e também foi para o salão de Sonserina, encontrou a irmã sentada no sofá.

— Oi, Lily!

— Oi, você viu o papai, ele estava te procurando.

— Já falei com ele.

— Sobre o que?

— Não é da sua conta — Lilian mostrou a língua ao irmão. — Escuta, você viu a lo... a Gilmore?

— Não é da sua conta!

— Poxa, Lilian...

— Você deveria ser mais educado, e pedir por favor!

— Por favor, Lilian, você viu a Gilmore?

— A Loreley já foi se deitar.

— Ah, eu posso ir até o quarto dela?

— Claro que não, Tiago, você sabe que é proibido entrar no dormitório das meninas, além disso, tem uma senha que você nunca poderia descobrir!

— A não ser que você me contasse.

— É, mas eu não vou contar. O que você quer com a Loreley?

— Nada que seja da sua conta.

— Um pouco de humildade não ia te fazer mal, sabia? Já sei, você vai convidá-la para a festa, não é?

— É, isso mesmo, Lily, então você pode me contar qual a senha para entrar no dormitório?

— Ahh, não! Se eu fosse você não chamaria a Loreley...

— Por que?

— Porque ela já tem par.

— Quem te disse?

— Ela.

— E ela disse quem é o par dela?

— Disse.

— E quem é?

— Isso não é da sua conta, Tiago.

— Lilian, você é uma menina muito má, sabia? Pestinha — Tiago se levantou e começou a subir as escadas para o dormitório.

— Boa noite, Tiago.

Tiago passou uma boa parte da noite acordado, relendo trechos do diário de Loreley, já era quase de manhã quando deixou o sono vencer e adormeceu; como as aulas já tinham acabado pôde ficar dormindo até tarde, e se levantou quase na hora do almoço.

A tarde foi mais agitada, o time estava ansioso pela hora do jogo, e Tiago não conseguia ficar indiferente à animação dos amigos.

Quando estava indo para o vestiário, pouco tempo antes da hora do jogo, viu Loreley e Rose juntas, conversando, agora elas são amigas? pensou. Adoraria saber o que as duas estavam falando, mas seguiu seu caminho.

— Então, você não vai mesmo esperar pela festa?

— Não, a Minerva pediu que eu ficasse, mas eu preciso ir, acho que eu fiquei tempo demais em Hogwarts... bom, a escola nunca foi o meu lugar preferido!

— Bom, que coisa, logo que nós ficamos amigas, você vai embora...

— Eu vou voltar um dia, para conhecer o seu filho.

— Tudo bem, eu vou esperar!

— Tchau, Rose! Boa sorte com o seu bebê!

— Tchau, Loreley, boa sorte com, ah, com a sua vida!

— Valeu.

Tiago não estava conseguindo se concentrar; mal ouvia o que os companheiros de time diziam; já estava vestido com o uniforme de quadribol, a vassoura pronta ao lado, mas a cabeça estava em Loreley; sentiu medo, se não resolvesse aquilo logo, não ia conseguir jogar direito.

— Eu preciso fazer uma coisa.

— Tiago, cara, o jogo vai começar, onde você vai?

— Luke, o jogo não vai começar sem mim, certo? Eu volto em cinco minutos! — Tiago procurou Loreley por toda a escola praticamente; foi ao salão comunal, ao grande salão, até à biblioteca, e não a viu; procurou no meio das pessoas que já estavam chegando para ver o jogo e nada; estava indo procurar de novo, quando encontrou Rose e James andando na direção das arquibancadas, correu até eles.

— Rose, você viu a Loreley?

— Eu acho que ela já foi.

— Já foi, como assim, já foi? Foi para onde?

— Ela está deixando a escola hoje, você não sabia?

— Ela está indo embora? Hoje? Mas... isso é impossível!

— Tiago, algum problema?

— Você tem certeza que ela já foi?

— Ela estava de saída quando nós vínhamos para cá — James disse e Tiago mal ouviu saiu correndo. — Nossa, que será que deu nele?

— Espero que eles se entendam!

Loreley estava saindo do castelo, apenas com uma mochila, quando Tiago a viu e gritou seu nome.

— Loreley! Loreley! — ela se virou, olhou para ele, e voltou a andar. — Loreley, espera, por favor — ela parou. Ele correu para chegar mais perto. — Onde você vai?

— Para casa.

— Por que?

— Por que as aulas acabaram, não tem mais nada para fazer aqui.

— Tem, o jogo, e a festa.

— Não, não para mim.

— Você não ia nem me dizer tchau?

— Tchau — Loreley voltou a se virar, mas Tiago lhe segurou o braço.

— Por favor, eu preciso muito falar com você.

— Bom, fala.

— Eu... eu sei... de tudo

— Do que você está falando?

— Sei que você... sei que você gosta de mim...

— Que é isso, você ficou louco, Potter, de onde você tirou essa ideia maluca? — Loreley falou com a voz trêmula, sem segurança.

— Por favor, não precisa mais mentir, Loreley, eu sei de tudo... sei que você gosta de mim, sei que é difícil para você ficar aqui, sei sobre seus pais e...

— O que? Por que você está dizendo essas coisas? Você não sabe nada sobre mim...

— Eu li o seu diário!

— Não...

— Eu... desculpa...

— Você não tinha o direito.

— Eu encontrei por acaso, e quando eu descobri que era seu, eu não consegui devolver, por que eu queria ler, para tentar entender você, por que, entendendo você, eu pensei que poderia entender o que acontecia comigo.

— Não acredito que você fez isso, você é pior do que eu imaginava...

— Eu sei que fui injusto com você, Loreley, eu não sabia, eu juro, eu nunca...

— Para, por favor.

— Eu gosto de você também... eu sei que parece, bom, parece que eu estou dizendo isso da boca pra fora, mas não é verdade, eu gosto de você desde a primeira vez que eu te vi...

— Cala a boca!

— Loreley...

— Cala a boca! Você não tem o direito de dizer essas coisas, você não tinha o direito de ler o meu diário, não tinha...

— Eu sei, você tem razão, eu não deveria ter lido, mas, eu precisava, precisava...

— E agora você percebeu que gosta de mim? Assim de repente?

— Não foi de repente, acho que eu só tinha medo de admitir que gostava de você.

— Por favor, você não pode fazer isso comigo; Tiago, você leu o meu diário, não foi? Então, você deve saber que eu não posso viver com a sua pena...

— Eu não sinto pena de você...

— Pena, pena sim, é isso que você sente. Você leu meu diário, você invadiu a minha privacidade, você descobriu minhas fraquezas, e agora você está com pena... eu posso aguentar o seu desprezo, Tiago, mas a sua pena é demais para mim.

— Loreley...

— Olha, eu não amo você, eu amo uma ilusão, Tiago, amo uma pessoa que você não é! Por favor, me deixa em paz, está bem?

— Você vai embora? Vai fugir de novo? Vai fugir como você sempre fez? Vai usar a tática da indiferença? — Loreley não ouviu mais, virou as costas e dessa vez saiu do castelo; Tiago se arrependeu imediatamente do que disse, mas não correu atrás dela, estava sem força para isso, porque não saberia o que dizer. Queria desaparecer dali e não ver ninguém, mas bem nessa hora Harry vinha passando caminhando em direção ao campo de quadribol.

— Tiago? O que você está fazendo aqui? O jogo já não vai começar? — Harry percebeu que alguma coisa estava errada. — Tiago, o que aconteceu? — Tiago ergueu os olhos e viu o pai, vestindo um cachecol de Sonserina.

— Nada.

— Você está bem mesmo?

— Você está usando as cores de Sonserina?

— Claro que sim, com Grifinória fora da final, eu vou torcer por você.

— É isso aí — Tiago tentou demonstrar algum entusiasmo.

— Estou preocupado com você, Tiago.

— Não se preocupe, pai, eu estou bem, mesmo.

— Bom, então, é melhor você ir para o jogo.

— Claro — Tiago deixou Harry e correu para o vestiário, quando entrou, a cara dos amigos era de completo desespero; o que mudou assim que o viram. — Vocês não pensaram que eu tinha fugido, pensaram?

— Claro que não, Tiago.

— Bom, vamos ganhar esse jogo! — Tiago apanhou a vassoura e seguiu para o campo, acompanhado pelos colegas.

As arquibancadas estavam lotadas, alunos de Hogwarts e pais de alunos; a torcida de Sonserina gritou o nome de Tiago; de longe ele viu Harry, sentado ao lado de Giny, Hermione, Ron, e o Ministro da Magia, com sua esposa Cho; a professora McGonagall, fanática torcedora de Grifinória não demonstrava muita alegria. Conversando com Harry estava Olívio Wood, ex-capitão de Grifinória, e atualmente treinador do melhor time de quadribol do mundo.

Tiago sentiu um frio na barriga, todas aquelas pessoas tinham expectativas a seu respeito, se falhasse decepcionaria a todos, e não era o que ele queria. Como lhe disse Harry, estava na hora de assumir algumas responsabilidades, começando por não decepcionar as pessoas que confiavam nele.

O jogo começou disputado. Corvinal atacando, Sonserina se defendendo; Sonserina atacando, Corvinal na defesa; o placar se mantinha estável, hora com uma pequena vantagem para um lado, que durava pouco e a vantagem passava para a equipe adversária. Os dois apanhadores tinham dificuldade, principalmente depois que começou a chover, e ficou mais difícil enxergar o pomo em meio à água caindo.

O dia foi escurecendo, a noite caia, diminuía a visibilidade; Tiago esbarrou em um companheiro de time e quase caiu da vassoura, o jogo já estava com mais de duas horas, os jogadores estavam cansados, mas nenhum dos dois apanhadores conseguia pegar o pomo.

Tiago começou um perseguição alucinante à bolinha; em todos os seus jogos aquele era o mais difícil. Em um momento estava quase pegando o pomo, teve que se desviar de um balaço, e a perdeu novamente; o pomo passava por baixo das arquibancadas, Tiago ia atrás; subia para entre as nuvens, e Tiago atrás, descia para próximo do solo, Tiago sempre perseguindo; a torcida acompanhava com “oh” e “ah” cada manobra audaciosa de Tiago em cima da vassoura; a velocidade era incrível, deixava todos boquiabertos. Finalmente, depois de três horas de jogo, Tiago conseguiu capturar o pomo; Sonserina venceu por 950 a 900, e ganhou a taça de quadribol, que Tiago, capitão do time, recebeu e ergueu junto com os colegas.

Era para ser o dia mais feliz da sua vida, afinal, Tiago sonhava em ser campeão de quadribol desde que montou numa vassoura pela primeira vez, mas ele não estava se sentindo assim; estava arrasado por causa de Loreley. Mesmo ter encontrado Olívio Wood e escutado ele dizer que apoiaria se o time resolvesse contratá-lo como apanhador, deixou-o feliz; enquanto a festa rolava noite adentro no salão comunal de Sonserina, Tiago ficou quieto, sentado, pensando num jeito de recuperar Loreley — precisava fazer isso!

Deixou os colegas comemorando e foi para o dormitório; apanhou a mochila e tirou de dentro o diário de Loreley. Teve uma ideia, se levantou, pegou pena e tinta e começou a escrever. Assim que o dia amanheceu, correu ao corujal; tinha pouca esperança que Fred conseguisse encontrar Loreley, mas precisava tentar ao menos. Prendeu o pacote na pata da coruja.

— Não volta aqui sem entregar isso para a Gilmore, Fred.




XXX

Na estação de King’ s Cross, uma garota loira, usando calça jeans, tênis e casaco de capuz estava sentada esperando a hora de embarcar no trem para a França; estava tão quieta que poderia até se questionar se estava viva! Loreley olhava as pessoas passarem, apressadas, feliz por ninguém lhe dá importância alguma. Estava disposta a ir para a França, esquecer de uma vez para sempre que era uma bruxa, esquecer os bruxos, esquecer até todos os ingleses, esquecer principalmente, Tiago Potter. Até tentou disfarçar quando a coruja veio voando em sua direção; não era com ela, não poderia ser, afinal quem poderá ter mandado uma coruja para ela? Isso nunca tinha acontecido antes. Mas a ave branca pousou no banco que ela estava sentada, e esperou; Loreley fez de conta que não estava vendo, e Fred começou a piar.

— Cala a boca seu bicho feio! Se alguém me ver falando com uma coruja... o que você quer? — Fred sacudiu a asa, como se mostrasse o pacote preso à pata. Meio contra a vontade, Loreley desamarrou o nó que prendia o embrulho; tão logo se viu livre da carga, Fred voltou a voar.

Loreley olhou para os lados, para se certificar que ninguém estava olhando, e desembrulhou o pacote. Era o seu diário, capa azul, iniciais gravadas em letras prateadas, nem precisava abrir para saber o que tinha escrito; lembrava de cada palavra; a dedicatória do pai escrita com sua letra bem desenhada, seus primeiros registros com letra de criança. Caminhou até uma lata de lixo disposta a jogar nela o diário, afinal era aquela vida que estava tentando deixar para trás, não havia por que continuar com o diário. Quando jogou o livro na lixeira uma folha caiu; apanhou e assim que desdobrou reconheceu a letra elegante de Tiago; claro que reconheceria aquela letra em qualquer lugar, lembrou que uma vez tinham discutido por que Tiago não conseguia diferenciar seus n dos m, e ele escreveu a letra M várias vezes no seu caderno. Loreley amassou a folha e a fechou na mão, deveria esquecer Tiago, não queria ler aquela carta, mas “o vicio...”; Loreley voltou a desdobrar a folha.

Loreley, talvez você nunca receba esta carta, e se receber é provável que você não leia, é a sua cara fazer isso, não é? Por isso eu peço, que, se você recebeu, leia, é muito importante para mim.

Eu sei que agi de uma maneira errada com você, errada mesmo; eu fiz julgamentos sobre você, e quandonão estava te julgando não dei o valor que você merecia. Sabe o que mais me irritava e me deixava fora de mim quando eu estava com você? Você é tão linda, inteligente e talentosa, e eu demorei tanto para perceber por que era tãoimportante para mim impressionar você. Talvez eu não tenha percebido o quanto você é especial para mim por que sou uma pessoa ridícula, estúpida e idiota, e foi por isso que eu li o seudiário, para te entender, e poder perceber como você é importante na minha vida. Você disse que eu descobri suas fraquezas. Não. Eu descobri que você é a garota mais forte que eu já conheci; enfrentar todos os medos que você enfrenta sozinha não é covardia, Loreley, é coragem; sabe o que eu faço quando me sinto sozinho, com medo e diante de alguma dificuldade? Eu choro, corro para o colo do meu pai, ou o pior de tudo, machuco as pessoas que estão perto de mim. Ao contrário de você, que se esforça para não ferir ninguém.

Loreley, eu sei que não mereço nenhuma de suas lágrimas, nenhum pedacinho dos seus sentimentos, e é de extremo egoísmo te pedir, mas se você me perdoar e me der uma nova chance, eu tentarei ser uma pessoa diferente. Se for assim, e você achar que esse idiota, ridículo e estúpido ainda te merece, me encontre na festa da McGonagall, eu vou ficar te esperando.

Tiago Potter.

Loreley terminou de ler a carta confusa; o primeiro pensamento era rasgá-la e esquecer tudo, seria difícil acreditar que Tiago pudesse mudar, gostar dela de verdade. Mas por outro lado, ignorar aquilo era como ignorar a chance de ser feliz, estava numa corda bamba.

— Que droga! — Loreley parou na plataforma de embarque, o trem para a França sairia dentro de poucos minutos, precisava decidir entre o exílio na França, ou Tiago em Hogwarts.


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