Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 34
Capítulo 34




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Tiago estava conversando com Leah no corredor. Loreley estava em pé na porta e ficou ouvindo a conversa que demorou uns cinco minutos, depois dos quais Leah saiu, aparentemente satisfeita. Loreley se aproximou de Tiago.

— Você é muito baixo, Potter! — disse ela, e deu um soco no ombro de Tiago.

— Qual é o seu problema, Gilmore?

— Você não ia terminar o namoro com essa retardada?

— Ia, mas mudei de ideia.

— Olha, essas suas visitinhas a casa dos gritos vão acabar mal, escuta o que eu estou falando!

— Loreley, eu conheço uma brincadeira legal, é assim, eu cuido da minha vida, você cuida da sua; já brincou? É fácil, me deixa em paz! — os dois estavam discutindo na porta da sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, quando Harry chegou.

— Bom dia.

— Bom dia, professor! — Loreley respondeu de um jeito tão alegre e simpático que deixou Tiago irritado. Harry, sem se dar conta da briguinha dos dois, afinal nunca sabia se eles eram “amigos, mais que amigos, ou o que”, passou entre eles e entrou na sala.

— Por que você está tão feliz, Gilmore?

— Desde quando eu preciso de um motivo para estar feliz, Potter?

— Você anda gostando muito das aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas para o meu gosto.

— Eu simplesmente vou fingir que não ouvi essa besteira.

— Pessoal, a aula já vai começar; vocês gostariam de participar? — Loreley e Tiago entraram na sala, parecia que era de propósito, os únicos lugares vagos eram cadeiras vizinhas, e eles tiveram que sentar juntos.

Era comum, os dois brigavam e faziam as pazes de repente, e dessa vez não foi diferente; na metade da aula, a “raiva” já tinha passado, e eles se ocupavam em trocar bilhetes enquanto Harry explicava o assunto.

Harry interceptou um dos bilhetes que Loreley escreveu na hora que ela passava o pedaço de pergaminho para a mão do colega; era um desenho mágico; Tiago estava voando na vassoura, depois Loreley jogava ele de cima, pegava a vassoura e batia nele.

— Muito criativo, Srta. Gilmore, mas, esse truque não lhe salvaria do ataque de um bruxo das trevas! — Tiago deu um risinho sarcástico, porque Loreley baixou a cabeça. — Tiago, você gostaria de demonstrar como usar feitiços defensivos?

— Claro, professor! — a turma ficou ansiosa, seria mesmo demais ver os dois Potter duelando, mas era uma aula, e Harry o professor, ele só demonstrou feitiços defensivos e nada mais, nem um ataquezinho!

Depois da aula Harry dispensou a turma, e ficou na sala corrigindo provas; desconcentrou-se do trabalho por alguns instantes e ficou preso nas lembranças do seu passado, de todo o tempo que viveu em Hogwarts, tudo ainda continuava vivo demais na memória, ele sabia que mesmo vivesse milhões de anos, jamais esqueceria.

Não era mais doloroso, Harry sentia-se feliz por poder lembrar o passado, e ter a sensação de que, de alguma forma, contribuiu para que aquela escola sobrevivesse. A batida na porta e a voz aguda trouxeram-no de volta a realidade; era Lilian, sua filha caçula, querida e mimada que tinha acabado de entrar, e lhe sorria carinhosamente.

— Posso falar com você, papai?

— Claro que sim, querida! O que aconteceu?

— Quero ir para casa com você hoje.

— Acho que isso não é possível, Lilian.

— Mas pai...

— Você sabe que não pode sair da escola todos os dias...

— Mas você é professor...

— As regras são iguais para todos os alunos, Lilian.

— Mas eu queria tanto falar com a mamãe, tenho uma coisa muito importante para perguntar.

— O que é?

— Você não é a mamãe!

— Lilian!

— Desculpe.

— Não pode ir, filha, nós não podemos quebrar as regras assim, toda hora; o que você tem para perguntar a sua mãe? Eu posso dar o recado.

— Não, não, não posso falar para você.

— Lily, meu amor, o que aconteceu?

— Nada.

— Assim você me deixa preocupado, Lilian.

— Não precisa se preocupar, papai, não mesmo — Lilian saiu da sala quase correndo; Harry pensou em reconsiderar e levá-la para casa naquela noite, mas lembrou da conversa que Giny e ele tinham tido já inúmeras vezes, sobre fazer todas as vontades das crianças, e resolveu não ceder dessa vez.

Depois que saiu da sala do professor, Lilian saiu do castelo e foi sentar perto do lago; ainda estava lá, quando Loreley vinha andando, voltava da direção da Floresta Proibida e a viu de longe; como sempre fazia, ela foi logo se aproximando e querendo brincar com a “pequena Potter”.

— Ei, Liloca, por que a senhorita está escondida aqui? Esperando o seu gatinho? — Lilian não respondeu, nem mesmo ficou irritada com o apelido que Loreley inventou para ela; afundou mais a cabeça nos joelhos dobrados. — O que aconteceu, gatinha? Hum? — Loreley sentou ao lado dela. — Lily?

— Por que você não me deixa em paz?

— Por que eu sou sua amiga, Lily, e os amigos ajudam os amigos quando veem que eles estão com problemas. Ei, me conta o que aconteceu, quem sabe eu não te ajudo.

— Acho que você vai rir de mim!

— Prometo que não vou rir, vou rir só um pouquinho.

— É que, aconteceu uma coisa. Eu não sei o que é, mas, ahm... Você, sabe, essas coisas que acontecem, mas, não entendo bem...

— Liloca, fala mais claramente, eu não sou muito inteligente, linda, não estou entendendo nada. Do que exatamente você está falando?

— É que eu, eu fui ao banheiro, e, tinha, sangue...

— Liloca! — Lilian se assustou com o grito de Loreley — Desculpa, flor, não queria te assustar.

— Você acha que eu vou morrer, Loreley?

— Morrer? Não, gatinha, isso não é doença não. Isso quer dizer que você ficou mocinha!

— Não entendi.

— Não tente entender, Lilian; só aceite. É uma coisa que acontece com todas as garotas no mundo inteiro, bruxas e trouxas, enfim, a sua mãe nunca falou disso com você?

— Bem, acho que sim.

— Então relaxa; a gente acha mesmo terrível no início, mas com o tempo se acostuma.

— É?

— Anham.

— Eu vou ficar assim para sempre?

— Não, Lily, você vai ficar assim três ou quatro dias a cada mês, por alguns anos, até que você fique meio velhinha!

— Que coisa estúpida!

— Sabe que eu também acho! Mas significa que agora você pode ter bebês! — Lilian arregalou os olhos — Claro que você vai esperar crescer mais um pouco, não é? Olha, quando a gente voltar para o salão comunal, eu vou te dar mais umas dicas, tem uns truques que a gente usa para lidar melhor com essa parada. Sabia que me assusta que as bruxas não se liguem em certas coisas?

— Que coisas?

— Coisas. Vamos.

— Vai na frente, eu ainda vou ficar um pouco aqui.

— Tá bom então, bye, bye.

— Obrigada, Loreley.

— Por nada, Liloca! — Loreley deixou Lilian e voltou para o castelo correndo. Encontrou Harry no corredor. — Oi, professor!

— Srta. Gilmore. Como está?

— Bem.

— Você viu a minha filha por aí? Eu a procurei pelo castelo e não encontrei.

— A Liloca está lá fora, no lago.

— Ah, obrigado — Harry ia sair.

— Acho que não é uma boa hora para ir até lá.

— Por que não?

— A Lily não vai querer conversar com o pai agora, sabe.

— Acho que a Lilian vai querer conversar com o pai.

— Ela está bem, sério, eu falei com ela; bom, Harry, Sr. Potter, é que a Lily, ela ficou mocinha, sabe?

— Como você sabe disso? Quer dizer, ham...

— Como eu sei e o senhor não? Bom, eu sou menina, detalhe bobo, né? Mas, falando sério, ela estava tristinha, mas a gente conversou, acho que ela entendeu a parada.

— Entendeu a parada?

— É, ela se ligou que o lance é normal, acontece com todo mundo, essas coisas. Bom, se eu fosse o senhor deixava a Lily um instante sozinha. Sabe, ela vai ficar com vergonha do senhor.

— Obrigado pelo conselho, Srta. Gilmore. Até logo — Harry deu as costas a Loreley e foi atrás de Lilian; ela continuava no lago, e Loreley tinha razão até certo ponto; Harry pôde ver que a filha ficou com as bochechas coradas quando ele chegou, e preferiu não tocar no assunto, melhor que ela e a mãe se entendessem. — Sabe, a Giny vai ficar feliz em te ver, só hoje está bem?

— Obrigada, papai.

À noite na casa dos pais e a conversa com a mãe, deixaram Lilian mais tranquila, e no dia seguinte ela estava mais uma vez animada com o plano de unir Luna e Ben. Depois de pensar muito a respeito da ideia que teve, chegou à conclusão de que não tinha como dar errado.

— Mesmo que o Alvo tente estragar tudo.

— Eu não quero estragar nada, Lily, só quero vocês entendam que...

— Menos, Al, por favor. Eu já tomei todas as precauções, tudo vai dar certo, você pode confiar em mim? Obrigada. Agora, você vai nos ajudar, ou não?

— Eu não sei, Lily, eu não confio nesse plano.

— Seu bebê chorão.

— Eu não sou um bebê chorão!

— Prove!

— Ok, o que eu tenho que fazer?

— Eu e o Huguinho vamos preparar os bombons com a Poção, depois você só tem que entregar pra professora Di-Lua — Alvo hesitou um momento, tinha quase certeza de que o plano de Lilian não ia dar certo, a poção do amor não era uma das mais simples e honestamente, ele não confiava no talento da irmã para fabricar poções, mas não tinha como sair daquele desafio sem ser chamado de covarde. Teria que ajudar Lily por uma questão de honra.

— Ok.


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