Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 24
Capítulo 24




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Tiago só voltou a ver Loreley à noite. Estava esperando por ela com bastante má vontade para começarem a estudar, com certeza explicar qualquer coisa para ela seria completa perda de tempo, ela não tinha interesse nenhum pela magia, e agia da maneira mais debochada possível em relação aos seus poderes, chegava a desprezá-los, era alguém indigno de possuir poderes mágicos!

Quando Loreley desceu as escadas do dormitório Tiago estava sozinho no salão comunal; ao erguer os olhos e vê-la, piscou duas vezes para ter certeza de que não estava vendo coisas. Agora Loreley estava bem vestida, com as devidas roupas de Hogwarts bem alinhadas, e elegantes no seu corpo esguio, os cabelos loiros soltos, brilhando e a pele natural sem a maquiagem pesada com a qual Tiago estava acostumado a vê-la. Ele prendeu a respiração, ela estava simplesmente linda!

— Oi. Desculpa o atraso.

— Sem problemas. Ahm, você está, ahm...

— Esquisita? Pode falar, Tiago. Eu nunca usei uma saia tão comprida e essa meia me mata, eu não vou querer sair de dentro do quarto nunca mais!

— Todas as, ahm, garotas se vestem assim aqui.

— E qual é a graça de vestir a mesma roupa que as outras garotas? Acho que eu posso sobreviver a isso.

— O que você achou da aula?

— Terrível.

— Mas História da Magia é uma ótima matéria! Vamos começar pelas coisas mais básicas, então. Melhor partir do que você já sabe, não é? Então, o que você sabe? —Loreley deu de ombros. — Bom, se você não tem interesse nenhum...

— Tá, tá, desculpa, Tiago. Feitiços, a gente pode começar pelos feitiços?

— Certo. Você sabe algum feitiço? — Tiago viu o rosto normalmente sorridente e brincalhão de Loreley ficar triste, como se uma lembrança muito ruim estivesse passando por sua mente.

Loreley esqueceu a presença de Tiago por um instante; estava lembrando da sua infância; uma garotinha loira, com os cabelos presos num laço de fita, agitava a varinha, enquanto o pai sussurrava as palavras mágicas ao seu ouvido. Embora a lembrança fosse boa, as lágrimas ameaçavam romper a qualquer momento de seus olhos azuis.

— Loreley?

— Não, eu não sei feitiço nenhum — Tiago suspirou, seria mais fácil ensinar Lilian jogar quadribol. Abriu o livro de feitiços e começou a explicá-los a Loreley; sempre que possível demonstrava praticamente; ele era um bom professor, e a “aula” não foi tão ruim quanto achou que seria, por incrível que pareça, Loreley estava prestando atenção e até fazendo perguntas; tirando as vezes que ela não economizou no sarcasmos e fez piadinhas infames, foi divertido.

Wingardium leviosa — ela disse sacudindo a varinha, e a folha de pergaminho levitou dez centímetros acima da mesa, por uns vinte segundos e voltou a ficar inerte — Péssimo.

— Não, você foi bem, é a sua primeira vez;

— Acho que foi idiotice ter vindo.

— Por quê?

— Por que eu não vou aprender essas coisas que vocês aprendem, e não vou conseguir nem mesmo passar nas provas, então, terei perdido um ano da minha vida.

— Estudar magia não é perda de tempo...

— Por que vocês bruxos acham que magia é tudo...?

— Nós bruxos não pensamos que magia é tudo, mas damos muito valor aos nossos poderes.

— Como se esses poderes servissem para alguma coisa! — Tiago desistiu de discutir com ela, era inútil mesmo.

— Está na hora de dormir. Boa noite. Tele transporte

A relação de Tiago e Loreley não mudou muita coisa; eles estudavam juntos, conseguiam passar vinte minutos, meia hora no máximo sem discutir, quando começavam a brigar. Logo Tiago começou a perceber que era a única pessoa com quem Loreley falava, e não era de admirar, com aquele jeito dela, quem ia querer ser seu amigo? Eles não se viam muito, Tiago continuava evitando sentar perto dela nas aulas, e passava o tempo livre ocupado, ora com o quadribol, ora com os amigos, e só a via a noite para suas aulas.

Numa tarde livre, Tiago estava saindo do castelo, pretendia ir até a cabana de Hagrid, quando a viu sentada sozinha no pátio, na beira da fonte.

— Você não vai fazer nada hoje?

— Fazer o que?

— Você não tem muitos amigos — provocou.

— Você percebeu?

— Não é de admirar; você já pensou em ser menos arrogante?

— Já, mas cheguei à conclusão que não vale a pena.

— E o que vale a pena?

— Por que você não vai procurar outra pessoa para infernizar, Potter? Que tal sua namoradinha?

— De quem você tá falando? — Tiago perguntou tendo que se esforçar para não ficar nervoso.

— A Rose! Ah, mas ela tem outro namoradinho, não é? Que peninha!

— Você é uma idiota.

— Valeu. De você isso é um elogio.

— Afinal por que você está aqui? Você não gosta de nada, nem de ninguém, por que não volta para o seu precioso mundo trouxa de uma vez?

— Talvez eu faça isso.

— Se for por falta de adeus... Adeus!

— Idiota! — Loreley deu um empurrão em Tiago e saiu correndo.

— Maluca! — e Tiago seguiu o caminho para a cabana de Hagrid; só voltou ao castelo a noite.

Loreley não estava indo nada bem na escola; talvez por que não se interessasse nada em estudar magia, encontrava muitas dificuldades mesmo nas matérias mais elementares. Nas aulas de Poções ela já tinha causado um verdadeiro estrago, provocando explosões e tudo.

Para ela não tinha importância, para o resto da turma era divertido, mas para os professores era um mau sinal e valia castigos para a senhorita Gilmore. O professor de Poções era um daqueles que parecia adorar pegar no pé de um aluno, e Loreley tinha sido a sua escolhida; no início ela não se importou, como sempre, e foi levando mais na brincadeira, mas, ao passo que as perguntas foram ficando mais difíceis, e a paciência do professor parecia esgotar-se, a própria ficou irritada. Será que não tem outra pessoa na sala?

— Não sei, senhor! — Loreley respondeu pela enésima vez a pergunta do professor; ela não sabia mesmo, mas ele achou que a moça estava brincando.

— Você acha isso engraçado, Srta. Gilmore?

— Não.

— Responda outra coisa além de não sei quando eu fizer uma pergunta!

— O que o senhor quer que eu responda, se eu não sei? — Loreley ficou de pé e encarou o professor; as risadas até então contidas estouraram, e ela viu o professor inchar de raiva.

— Você tem certeza que é uma bruxa, Srta. Gilmore? — disse ele, claramente irritado; Loreley engoliu em seco.

— Não sei.

— Vá, e só volte a minha aula quando souber alguma coisa! — Loreley não baixou os olhos, pegou a mochila e saiu. — Alguém quer ser engraçado ainda? Página, 456.

— Tio Ron tem razão, ele é a reencarnação do professor Snape! — Tiago cochichou para Rose, sentada ao seu lado; a garota riu, disfarçando quando o professor olhou em sua direção.

Depois da aula não havia outro assunto que não fosse Loreley.

— O que você acha dela, Tiago? — Rose perguntou.

— Eu?

— Você anda com ela, e, parece que já a conhecia antes... Você acha que ela é um aborto?

— Não, não, quer dizer, não sei, bruxos abortados não frequentam Hogwarts, certo?

— Mas você já a viu ela algum poder?

— Não.

— Estranho.

— Muito estranho! — James chegou por trás e colocou o braço na cintura de Rose, fez cócegas nela, e a garota deu risadinhas. — Talvez ela seja mesmo um aborto.

— Não seja estúpido, Malfoy, por que aceitariam um aluno não bruxo numa escola de magia e bruxaria?

— Não sei, Potter, algumas coisas em Hogwarts são inexplicáveis; essa Gilmore já entrou na escola em circunstancias estranhas, afinal quantas pessoas você conhece que entraram em Hogwarts com dezesseis anos? Por que você não admite que a sua amiga é esquisita?

— Você é esquisito, Malfoy, e te aceitaram! — Tiago passou no meio de James e Rose, dando um empurrão proposital em Malfoy.

— Acho que eles combinam!

— Eles quem?

— O Potter e a esquisita — James deu uma risada, mas como Rose não achou graça, ele ficou sem jeito.

No fim da tarde Tiago foi à cabana de Hagrid buscar os irmãos; desde que Alvo conseguiu a façanha de entrar na floresta proibida sozinho, ele não queria mais deixar que algo assim acontecesse, principalmente agora que Lílian estava na escola.

Passou cerca de meia hora na cabana, achava particularmente interessante conversar com Mme. Maxime, enquanto Lílian e Alvo brincavam com Rubinho, e voltou com os dois irmãos ao castelo antes do anoitecer. Quando eles passavam pela ponte, Tiago viu Loreley sentada lá, mandou os dois continuarem sozinhos e foi até ela.

— Loreley, o que aconteceu? — perguntou ao perceber que ela estava chorando.

— Nada.

— Ok, te vejo a noite, então.

— Não precisa se preocupar, eu não vou mais estudar com você.

— Por que?

— Porque eu vou embora.

— O que?

— Eu vou falar com a Minerva, se ela não deixar, não importa, eu vou assim mesmo, não posso mais ficar aqui.

— Você vai desistir logo, assim, sem nem ao menos tentar?

— Você não entende, Tiago, ninguém entende... Eu não... Eu detesto essa droga de magia! Aqui não é lugar para mim, ninguém fala comigo, ficam cochichando pelas minhas costas.

— Você já se perguntou se a culpa não é sua? Afinal desde que você chegou aqui, não fez nenhum esforço para ser amiga de ninguém; a única coisa que você sabe fazer é dar patada em todo mundo, e achar que é melhor que todos...

— Olha, eu também não preciso de lição de moral, tá legal?

— Viu? É disso que eu estava falando, só quis ajudar, mas você é orgulhosa demais para aceitar ajuda! É bem a sua cara fugir!

— Escuta aqui, Potter, não aja como se me conhecesse. Tá, legal, você pode estar certo, eu não tenho sido legal com as pessoas, mas, poxa, é tão complicado, é... Esquece, não importa mesmo... — Loreley ficou uns instantes em silêncio, pensativa, sem olhar para Tiago, depois enxugou os olhos e voltou a falar. — A gente se ver a noite?

— Você não acabou de dizer que ia embora?

— É, mas... Vou perder a chance de tirar você do sério?

— Quer saber, você além de tudo é maluca!

À noite quando estudavam, Loreley não dava o menor sinal de sequer lembrar o que tinha acontecido; ela era assim o tempo todo, ficava de mau humor, até chorava, minutos depois estava rindo e fazendo piadas, Tiago se perguntava se talvez ela não sofresse de algum distúrbio de personalidade, ou coisa do gênero, essas coisas eram comuns entre os trouxas.

— Eu posso jogar quadribol?

— Jogar quadribol? Você? Não, definitivamente, não! A não ser que alguém esteja disposto a morrer.

— Por que? Eu posso se eu treinar, eu consigo, eu já joguei futebol, sabia?

— Você sabe o que é quadribol?

— O esporte preferido dos bruxos?

— Você não sabe mesmo o que é quadribol!

— Então me mostra, pô! — Tiago estava procurando um jeito de entender a garota maluca sentada à sua frente, quando outra menina falou com ele.

— Oi, Tiago.

— Oi, Leah — ele respondeu sem muito entusiasmo. Leah e a amiga continuaram o caminho; ela olhou para trás várias vezes, encarando Loreley com raiva.

— Sua namoradinha tá com ciúmes.

— Eu já disse que ela não é minha namorada! Eu já vou...

— Espera, deixa eu ir, por favor, por favor, por favor.

— Ah, tá, tá, bom, pode ir, mas não abre o bico nenhuma vez, entendeu?

— Certo —Tiago apanhou os equipamentos e foi para o campo de quadribol; Loreley sentou na arquibancada e ficou assistindo ao jogo, sentindo vertigens cada vez que um dos bruxos subia na vassoura e voava muito alto. — Depois eu é que sou maluca!

— O que era que você pensava? Que quadribol se jogava no chão? Fala sério!

— No fundo é um esporte bobo como outro qualquer, afinal qual é a graça de ficar correndo, quer dizer, voando atrás de uma bola?

— Você só diz isso por que nunca voou!

— Não voei e não pretendo, muito menos numa vassoura.

— Voar é a melhor coisa do mundo.

— Você só diz isso porque não conhece outras coisas boas... — Loreley deu um sorriso irônico.

— Ah, muito engraçadinha.

— Embora a Leah...

— Para, tá bom, não vem com esse papo outra vez, se não eu vou acabar esquecendo que eu sou um cavalheiro.

— Você deveria relaxar de vez em quando, Tiago. Você vai me ajudar com o trabalho de História da Magia?

— Não.

— Mas, a professora McGonagall disse...

— Para eu ajudar você com as matérias que você tivesse dificuldade, e não para fazer os seus trabalhos. Você sabe ler, pega o livro e faça você mesma o seu trabalho, depois eu dou uma olhada para ver como ficou.

— Para o inferno com a sua olhada!



Lílian era tal como Tiago, ótima aluna em todas as matérias, exceto em Poções, mas a dificuldade da garota não era tão preocupante, tratava-se apenas de uma relação difícil com o professor Mears. Ser filha de Harry Potter era um dos motivos que implicavam nessa situação, até que depois de sentir que seu rendimento não era um dos melhores da turma, resolveu procurar Tiago e pedir ajuda. Encontrou-o subindo as escadas a caminho do Salão Principal, na hora do jantar.

— Tiago, preciso falar com você.

— Diz, Lily.

— É o professor de Poções...

— O que tem ele? — Tiago perguntou com desinteresse.

— Parece que ele não vai muito com a minha cara.

— E daí? Ele não vai com a cara de ninguém.

— E daí que isso tá atrapalhando...

— Lily, as pessoas tem problemas, ele deve estar com algum.

— Mas será que ele não poderia resolver e parar de encher o meu saco?

— Sei lá, Lily, ninguém sabe, talvez ele precise de uma namorada — disse Tiago querendo fugir do assunto de Lily.

— Namorada?

— É, Lily, as pessoas grandes, às vezes, precisam namorar, e namorar relaxa, sabe?

— Namorar relaxa? Como?

— Oh! Lily, é, e esquece isso, não esquenta, de certo vai passar. Mas agora vamos para o Salão Principal comer que eu estou com fome.

Tiago saiu e Lily foi atrás dele resmungando. No caminho Tiago encontrou com Loreley, que logo veio cumprimentá-lo.

— Oi! — Loreley disse sorridente.

— Oi. Você de novo? — disse Tiago irritado.

— É, eu. E aí quem é a garota? — perguntou ela sacaneando com a cara de Tiago.

— É minha irmã, por que?

— Não essa garota, a sua garota — disse Loreley sorrindo.

— Oh! Que garota? Você tá louca, eu já falei, você me procura na hora das aulas e deixa que da minha vida cuido eu.

— Desculpa, é que eu pensei que você já tivesse uma vítima para “Hogs”.

— HOGSMEADE!a

— Fica calminho, Tiago. Lily, qual o problema com o seu irmão?

— Acho que ele precisa de uma namorada — Lily disse e ela e Loreley riram juntas.

— Lily! — Tiago “fuzilou” Loreley com os olhos.

— Ué, Tiago, você mesmo disse que namorar relaxa!

Urgh! — Tiago deixou Loreley e Lily rindo e saiu mais irritado do que antes.

— Acho que seu irmão tem problemas, Lily!

— E quer saber o que mais, — Tiago voltou, — fica longe dela, Lily, eu tô mandando.

— Concordo com você, Loreley! — Lilian deu de ombros e foi sentar à mesa com os colegas.

Tiago sentou longe de Loreley, mas ficou olhando para ela o tempo todo; agora completamente enturmada, conversando com os garotos do time, e aqueles babacas achando ela o máximo.

— Oi, Tiago — Leah apareceu e sentou ao lado dele.

— Oi, Leah... — a voz de Loreley ecoou do outro lado da mesa.

— Claro, a gente se vê em Hogsmeade.

— Então, você tem companhia para Hogsmeade? — Tiago perguntou e o sorriso de Leah se iluminou.

— Não, quer dizer, ham...

— Você quer ir comigo?

— Quero — ela respondeu imediatamente, Tiago deu um sorriso forçado.

— Então, combinado. Boa noite, eu vou dormir, preciso descansar para o quadribol.

— Boa noite, Tiago.

O dia seguinte era dia de jogo de quadribol, o primeiro da temporada e a atenção de Tiago estava toda voltada para isso, e ele tinha motivos para estar preocupado, já que um dos jogadores do time tinha ficado doente, e ele não sabia se Luke se recuperaria a tempo de poder jogar. Daí o seu estado de ânimo em constante irritação, afinal o quadribol era a coisa que Tiago mais dava importância.

A primeira coisa que fez quando amanheceu foi visitar Luke na enfermaria; a visita foi desanimadora, Mme. Pomfrey disse que Luke não poderia sair de lá.

— Desculpa, Tiago...

— Não tem jeito, vamos ter que substituir você.

— O Aaron vai dar conta.

— Vamos torcer para ele não cair da vassoura e já será grande coisa.

— Em todo caso, você captura o pomo antes que Mme. Hooch diga quadribol! —Luke animou.

— É, não vamos ter muita escolha, é isso ou perdemos o jogo. Bom, eu vou nessa, vê se fica bom logo.

— Vou tentar.

Antes de ir para a aula, Tiago resolveu reunir o time para um treino antes do jogo.

— Mas a gente tem aula, Tiago, de Defesa Contra as Artes das Trevas...

— Eu pedi autorização ao Slughorn; olha só eu também não acho legal treinar assim, a gente vai se cansar para o jogo, mas a gente precisa pelo menos ensaiar alguma jogada com o Aaron, ou vocês querem perder o jogo?

— Claro que não, você está certo.

O time de Sonserina treinou durante a manhã, e depois do almoço todos os jogadores foram descansar para o jogo que aconteceria no fim da tarde. Sonserina ia jogar contra Lufa-Lufa, que não era um adversário forte, mas sem seu principal batedor poderiam ter dificuldade, principalmente pela falta de entrosamento do time.

O jogo começou exatamente como Tiago imaginou; o time de Sonserina jogando mal, cometendo erros e Lufa-Lufa se aproveitou das falhas do adversário para conseguir uma vantagem de 160 a 0. Nesse ponto do jogo, Tiago teve a oportunidade de capturar o pomo de ouro, mas não fez isso porque ainda perderiam o jogo; pediu tempo para conversar com o time.

— O que tá acontecendo, pessoal?

— A gente tá jogando mal...

— Vocês não estão nem jogando, Brandon! Olha só, a gente ainda pode ganhar, eles não são bons, só estão se aproveitando da nossa fraqueza; a Kelly é muito rápida, por isso, Brandon e Aaron, vocês tem que pará-la, mesmo que com falta; se a gente neutralizar a jogada deles, vamos ter espaço para atacar; Harry, Jeson, eu preciso de alguns pontos, façam isso e eu capturo o pomo, ok? Vamos nessa!

As palavras de Tiago deram uma injeção de ânimo no time e eles conseguiram marcar 50 pontos, mas Lufa-Lufa também marcou 50 pontos nesse tempo, portanto ainda não tinham pontos suficientes para ganhar o jogo, mesmo que Tiago apanhasse o pomo.

Tiago viu o apanhador de Lufa-Lufa atento, procurando o pomo, se ele conseguisse capturá-lo o jogo acabaria, então ele teve uma ideia, sabia que o apanhador de Lufa-Lufa iria atrás dele se ele pensasse que ele estivesse perseguindo o pomo, mas Steve não era tão rápido quanto Tiago.

Deu um mergulho e voou o mais rápido que sua Firebolt conseguia; como previa, a atenção de Steve se voltou para ele, logo pode sentir que o apanhador adversário lhe seguia, embora não conseguisse acompanhar seu ritmo. Tiago voava rápido demais e chegou tão perto do chão que a vassoura quase tocou o campo. A torcida — nesse jogo estava dividida entre a torcida de Sonserina e a torcida contra Sonserina — prendia a respiração, Tiago conseguiu uma incrível manobra, passou quase raspando o chão e num impulso voltou ao alto, arrancando aplausos e gritos, até o apanhador adversário ficou impressionado, estava tão ocupado prestando atenção a Tiago e sua manobra audaciosa, que perdeu o equilíbrio e caiu da vassoura.

Nesse meio tempo, Sonserina tinha marcado 20 pontos e o placar do jogo era de 210 a 70 para Lufa-Lufa. Tiago avistou o pomo do outro lado do campo e disparou em sua direção, para o delírio da torcida; agora a disputa era entre ele e a bolinha dourada, que parecia fugir de Tiago propositalmente. A atenção de todos, até mesmo dos outros jogadores, se voltou para a perseguição; as cabeças giravam de um lado para o outro, tentando acompanhar o ritmo e não perder Tiago de vista; ele ficou cerca de meio minuto fora de visão e quando ressurgiu, agitava o pomo de ouro no ar; a torcida de Sonserina explodiu em gritos, cantando o nome de Tiago e até a torcida adversária aplaudiu.

Lílian foi a primeira a conseguir abrir caminho no meio da multidão e abraçar Tiago, que ergueu-a no alto. A comemoração no Salão Comunal de Sonserina durou até alta madrugada, sob os protestos dos quadros falantes.


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