Abstrato escrita por roux


Capítulo 4
O Meu Primeiro Beijo




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Fiquei ouvindo Lucas falar ao telefone. Ele tinha uma voz tão bonita quando havia acabado de acordar, ficava ainda mais rouca e gostosa no pé do ouvido. Eu mordi meu lábio para não rir do meu próprio pensamento.

— Está bem, mas eu não sei qual vai ser o tema da festa. — Eu disse e pulei na cama, bati a cabeça na parede e mordi o lábio novamente para não gritar de dor.

Lucas falou que se eu não sabia qual seria o tema da festa eu deveria vestir algo casual, que se encaixasse em qualquer situação. Ele me disse para ser versátil. Eu só conhecia essa palavra na teoria mesmo, por que na prática nem um pouco.

— Está bem, e o que seria me vestir casual? Eu não sei o que vestir. — Eu respondi baixo. Estava realmente ficando nervoso. Eu não queria chegar nessa festa parecendo um idiota.

Lucas me disse que na sexta feira a gente ligava a conferencia por vídeo e eu mostrava minhas roupas para ele e ele escolheria. Eu fiquei mais calmo e sorri. Retirei o telefone do ouvido por uns segundos, porque meu amigo estava gritando comigo. “Vai se foder e me deixa dormir, eu te amo!” Foi assim mesmo que ele encerrou nossa ligação. Eu ri.

Foi bom faltar aula.

Foi ótimo ser convidado para uma festa.

E essa sensação de frio na barriga e ansiedade pelos motivos certos é melhor ainda.

Aquela noite antes do jantar os meus pais vieram conversar comigo. Entraram no meu quarto sem bater. Eu não liguei dessa vez. Não queria deixar as coisas ainda piores para mim.

— A sua mãe me contou. — Falou o meu pai me olhando. Eu poupei de responder, e que bom, porque ele voltou a falar. — Não sei se uma pessoa que o tira da escola é uma boa companhia.

— Eu garanto que alguém que me tira daquele inferno é a melhor companhia. — Eu disse bravo. Eu não queria soar arrogante e não queria ficar de castigo, mas não podia o deixar falar o que era bom para mim quando ele acredita que o melhor para mim é continuar naquela escola maldita. Foi lá que minha primeira morte aconteceu. — O que você acha pai? Acha mesmo, o senhor realmente acredita que só porque eu tentei me matar que o projeto anti bullying passou a dar certo? O senhor está enganado, ok? Por que não liga para a escola agora mesmo e manda-os olharem as paredes do banheiro e lerem o que escrevem sobre mim lá?

— Se algo de errado está acontecendo você deveria contar para o diretor e para os seus professores. — Ele fala bravo. — Não matar aula!

— E o que o senhor acha que eles irão fazer? — Eu ri. — Os moleques na frente deles são uns amores, até me abraçam e beijam meu rosto. O senhor nunca foi adolescente?

Ele ficou calado e olhou para a minha mãe.

— Ah já sei. O senhor era do tipo que cometia as atrocidades e não dos que sofriam né? Foi isso que me disse né? Para eu revidar. Lembra? — Eu perguntei fechando o notebook e olhando meus pais.

— Eduardo... — Mamãe me repreendeu. Ela estava com um olhar tão desapontado.

— Não, mãe. Eu estou certo. Vocês acham que sabem tudo sobre mim só porque são meus pais. Mas se soubessem mesmo tudo sobre mim, eu não teria tentado me matar em 2014, está bem? Eu sempre fui um ótimo filho, um ótimo aluno. Sofrendo tudo que sofri, eu sempre fui bom para vocês. E a primeira vez que eu mato a escola vocês me olham como se eu fosse um delinquente? — Eu pergunto bravo.

— Você está agindo feito um adolescente mimado. Um rebelde sem causa! — Meu pai falou alto.

— Estou? Pois saiba que eu não vou para a aula a semana inteira. E o que o senhor vai fazer? — Eu pergunto encarando ele. — Vai me obrigar a ir? Lembre que eu ainda posso comprar um estilete na ida para a escola. — Eu falo e me arrependo disso no momento que fecho a boca.

Estou sendo um idiota. Falar esse tipo de coisas só vai me prender ainda mais. Eu não vou à festa. Eles não irão deixar. Eu sou um idiota.

Meu pai me olha triste.

Pai... Me perdoa! — Eu falo baixo e realmente estou arrependido. — Eu não queria dizer isso. Mas... Eu quero que entenda que o Gui está sendo o primeiro amigo real que tenho na vida. — Eu caminho em direção ao meu pai e paro em sua frente.

Ele me segura pelo rosto e encosta à testa na minha.

— Eu te amo demais, Eduardo. Não me perdoaria se algo acontecesse a você. Eu não quero nunca mais receber uma ligação do hospital e quando chegar lá descobrir que o meu filho. O único cara que eu amo nessa vida quase foi embora. — Ele diz e me puxa para um abraço sem jeito. O meu pai nunca foi de abraçar.

Mamãe está chorando e me abraça também. Eu sinto vontade de chorar, mas reprimo essa vontade.

— Eu sei. Eu sei mesmo, porém eu prometo para vocês. Eu não vou mais tentar fazer aquilo. E vocês precisam confiar em mim. Se aquilo nunca tivesse acontecido vocês iriam se preocupar tanto só porque eu faltei na aula? — Pergunto e espero a resposta. Eles ficam calados. — Como eu pensei. Por isso de todo o coração confiem em mim.

— E essa conversa dos garotos ainda te fazerem mal? — Meu pai pergunta, não consigo ver seu rosto. — Eu vou até a escola amanhã. E se você não quiser ir, não precisa. Mas eu vou até lá.

Eu fechos os olhos e abraço meu pai com força.

— Desculpa! — Eu digo. Fui tão idiota nos últimos momentos, mas não conseguiria não ser.

— Nos desculpa também, mas não esconda mais nada da gente. — Papai diz e se afasta. Os seus olhos estão vermelhos. Assim como eu ele está segurando o choro. — Vamos jantar.

— Pai! — Eu digo rapidamente. — Eu tenho uma festa para ir na sexta. É aqui na cidade e...

— Não...

— Nós conversamos sobre isso amanhã. — Diz mamãe e olha para o marido. — Agora só vamos jantar.

— Pensem com carinho, por favor. Será uma grande conquista para mim. — Eu digo apelando para o drama.

— Conversamos depois! — Diz papai. — Vamos jantar! — Ele então sai.

O jantar é silencioso. Depois da conversa acho que ninguém que falar mais nada. E eu aproveito para pensar.  Eu fiz drama, porém é a verdade. Será uma conquista muito grande para mim. Eu nunca saio de casa. E ansiedade que costumo sentir geralmente não é boa como a que estou sentindo agora. Eu realmente estou muito a fim de ir.

Termino meu jantar e levanto.

— Eu vou pro quarto. Estou com sono. — Eu digo e olho meus pais. — Vocês realmente se importam se eu... Se eu não for à aula essa semana?

— Você tem certeza disso? — Meu pai diz sério e me encara. — Nós vamos apoiar o que você achar melhor para você. Acredita mesmo que isso não vai te prejudicar?

Eu balanço a cabeça em afirmativa. Eu sei que eles sabem que isso não é bom para mim, mas não irão me obrigar a ir. Eu me sinto mal por isso.

— Então tudo bem! — Ele responde.

— Boa noite mãe, boa noite pai! — Digo e saio da cozinha. Estou ansioso para falar com uma pessoa.

E pela primeira vez percebo que essa pessoa não é o Lucas. Sinto-me mal mais uma vez aquela noite.

“Eu tive uma conversa séria com os meus pais por causa da minha falta a escola hoje!” Eu envio no whatsapp assim que entro no quarto. Envio para Guilherme e sorrio esperando a resposta.

“Cara eo sinto mto por isso”

“Se eu soubesse q iria encrencar p vc n tinha chamado”

Ele responde com seu jeito estranho de escrever. Odeio esse internetês que ele usa. 

“Não tem problema. Foi uma conversa muito boa para as duas partes. Acho que agora eles vão entender um pouco mais as coisas. E eu senti liberdade para falar sobre algumas coisas com eles.” Eu envio de volta.

Ele responde com um áudio. — Já é! —

Apenas isso? Eu fico incomodado, será que estou atrapalhando algo? Fico olhando a tela do celular por uns instantes e ele então passa a digitar.

“Espero d vdd que fique td bem e que nossa festa na sexta n zoe”

“Não vai zoar, vou conversar com eles amanhã. Estava pensando se não poderíamos sair amanhã. Pegar uma praia!” Envio.

“Fmz então, a gente pega sim. Q horas? Tarde né?”

“Sim!” Eu aperto o botão para enviar e sorrio. Achei que ele fosse recusar.

“Certo então pela tarde eu passo aí na sua casa e a gente cola junto lá. Agora vo dormir cara, to cansadão. Flou?” Eu leio a resposta dele e sorrio.

“Certo, boa noite!” Envio.

— Dorme bem e sonha comigo. Hahahahaha — Eu ouço o áudio e rio da risada forçada e engraçada.

— Você é um palhaço. — Eu envio um áudio. Odeio a minha voz nos áudios, mas dessa vez foi necessário. — Boa noite! — Envio outro.

Ele não responde e eu me sinto incomodado com isso, mas acabo por rir. Ele deve ter dormido. Corro até a minha janela e puxo um pouco da cortina. Vejo sua janela, está fechada, mas a luz está acessa. Não fica assim por muito tempo.

Eu me viro e encaro meu quarto.

Acho que eu deveria dormir também.

A semana passou rápido. Eu não fui à aula nem um dia sequer. Porém saí muito. Andei de moto, bicicleta. Caminhei e joguei na praia. Saí para tomar sorvete. Conheci os irmãos do Gui. Até marquei uma trilha para a próxima semana. Mas hoje é o dia da festa. Eu olho o calendário no meu quarto e está marcado com caneta azul. Sorrio.

Fico esperando a ligação de Lucas. Ele disse que ligaria, então não quero eu mesmo ligar e parecer chato. Ele já esta fazendo muito por me ajudar. Quando ouço o som da ligação do Skype eu corro até o notebook e atendo.

— Oi, Lucas! — Eu digo deixando meu rosto próximo à câmera.

— Fala pamonha. Você poderia afastar um pouco né? Está bem estranho vendo daqui de onde eu estou. — Ele ri. Eu adoro as piadas sem graça dele.

Eu afasto e olho fazendo cara de sedutor. — Assim está melhor? — Eu digo rindo.

— Muito melhor. Eu estou até de pau duro, quer ver? — Ele pergunta rindo e pega algo em cima da mesa. Eu não vejo o que. Meu amigo levanta com um grande volume na cueca e rindo. — Gostou?

Eu olho aquilo e rio. Ele é mesmo ridículo.

— Você vai continuar fazendo graça ou vai me ajudar no que tenho que fazer? — Eu digo fingindo seriedade, mas acabo por rir.

— Está bem, mostra seu guarda roupa mulher! — Ele diz rindo e me zoando. — Não, espera. Acho que precisamos de uma coisa.

Eu vejo que ele está digitando rapidamente e focado na tela. Eu sorrio, ele não está me vendo. Deve estar em outra janela.

Então pouco tempo depois ouço Pretty Woman começar a tocar. Eu gargalho, pois somente Lucas para fazer isso. Eu ouço a música e fico rindo.

— Pretty woman, walking down the street. Pretty woman, the kind I like to meet. Pretty woman I don't believe you, you're not the truth… — Meu amigo canta junto. Ele está fazendo cara de idiota e ri. — Está bem, vamos começar o que você tem aí?

Eu começo a mostrar minhas peças de roupa. Lucas reclama e fala mal de todas elas. Eu estou começando a achar que isso foi a pior coisa. Eu olho para ele pela câmera, queria muito que ele estivesse aqui só para socar a cara dele.

— Você está sendo bem chato. — Eu digo. — Já passaram roupas maravilhosas.

— Só se você quiser ser olhado por todo mundo da festa, né? — Ele diz. — Pelo que me disse é uma festa na praia. Você não vai vestindo o que me mostrou.

Eu levanto um short e mostro na cam. Ele sorri. — Esse? — Eu pergunto.

— É o menos pior, então vamos investir nele. Separe, porque se eu não achar algo melhor vai ser esse mesmo. — Ele diz olhando minhas peças de roupa. Ele também separa uma camiseta. E escolhe um tênis. — Está bem, vista para eu ver como fica!

— Oi? Eu não vou vestir na sua frente. — Eu digo bravo. — Eu...

— Fala sério, como se eu não tivesse as mesmas coisas que você. Mas se você se sentir melhor eu vou até o banheiro mijar enquanto você se troca. — Ele diz rindo.

Ele sai do campo de visão da câmera, mas não me sinto seguro se tratando de Lucas, então vou para o lado e visto a roupa que ele falou para eu vestir. Alguns minutos depois apareço em frente à câmera.

Lucas ainda não voltou. Porém quando eu apareço, ele também surge, está me encarando. Porém vejo que tem algo diferente em seu olhar. Ele não parece estar zoando como sempre.

Eu me sinto incomodado com isso.

— Você está lindo! — Ele diz. — Quer dizer você é lindo, mas essa roupa ajudou. Eu ajudei. — Ele ri sem graça. — Boa festa! — Ele diz e desconecta.

Fico encarando a minha tela. Não entendo. Respiro fundo e me viro para a direção contraria. Eu e olho no espelho. Estou bonitinho. O short azul escuro de um tecido um pouco mole e dobrado deixa minhas coxas à mostra. É bem curto. A camiseta é preta e tem escrito MONSTA X. Com um x maior que as outras letras. Quem não conhecer a banda coreana nem vai sacar do que se trata. O tênis que ele escolheu foi um baixinho bem bonito. Eu nunca tinha usado para ser sincero.

Arrumei os cabelos da melhor forma que podia. Estava simples. Era isso que queria dizer versátil e casual? Eu ri e ouvi batidas na porta.

— Entra! — Eu disse.

Mamãe abriu a porta e sorriu animada.

— O seu amigo está aí! — Eu senti a malícia quando ela disse amigo. Ignorei, mas ri.

— Está bem. — Eu disse e guardei as coisas no bolso. Eu a olhei.

— Você está bonito. — Ela disse. Eu sorri. — Porém promete que vai se cuidar, e não vai beber nada de estranho. E...

— Mãe. Eu vou me cuidar! — Rio e mordo meu lábio. — Vem, não quero deixar o Gui esperando.

Chegamos à festa. Achei que por ser na praia seria na parte mais agitada da orla. Porém foi um longo trajeto de moto até o local da festa. Eu desci da garupa assim que Guilherme estacionou. Eu arrancei o capacete e entreguei para ele. Baguncei meu cabelo e notei uma garota de cabelos verdades e longos correndo na nossa direção.

— Oi, primo! — Ela gritou e se jogou nos braços de Guilherme. Ele retribuiu o abraço dela. — Eu não sabia que você tinha ficado tão lindo assim. Está mais bonito que nas fotos.

Ele ri. Ela se vira para mim e então me abraça também. É estranho, mas retribuo.

— E esse quem é? É seu namorado? — Ela pergunta olhando em meu rosto. Está sorrindo. Eu devo ter ficado vermelho, pois sinto as bochechas arderem.

— Não. É o Edu. O meu melhor amigo. É a primeira festa dele, então vamos ajuda-lo a se divertir muito para ele querer voltar. — Guilherme fala rindo. — Edu essa é a Babi, minha prima!

— Oi! — Eu digo sem jeito.

Ela sorri. — Vamos que a Lara está esperando. — Ela diz e então me olha. — Lara é a minha namorada.

Eu sorrio e então caminhamos para a festa.

Uma hora depois eu já estou entediado. Não é tão divertido quanto achei que seria. Está tocando umas batidas loucas eletrônicas e tem muita gente balançando e dançando ao meu lado. Eu tento dançar em frente a Guilherme. Eu não sei dançar. Mas depois de beber algumas coisas já estou meio mais solto. Porém não queria estar aqui. Ele me olha como se perguntando se estou gostando.

Eu sorrio animado.

Ele sorri de volta e então me dá mais bebida.

Eu bebo mais.

Continuo dançando.

O tédio não parece mais tão evidente. Já estou rindo de verdade. Estou rindo e dançando com a namorada da prima do Gui. Ele nesse momento já esta aos beijos com um cara louro que pediu para ficar com ele.

Eu digo para mim mesmo que não devo ligar.

Continuo dançado com a garota.

Eu estou incomodado. Estou bêbado.

Por que aquele garoto está beijando o Gui?

Por que eu estou com ciúmes disso?

Eu olho para a garota e sorrio para ela. Ela percebe que tem algo errado.

Ela olha para onde estou olhando.

— Você gosta dele? — Ela grita no meu ouvido.

Gosto?

— Não! — Eu grito.

Ela ri.

Eu rio.

Continuo dançando.

Então...

— Ei, oi! — Fala uma voz atrás de mim. É forte. É uma voz masculina.

Eu me viro e dou de cara com um garoto. Na verdade é um homem, parece ser mais velho, bem mais velho. Ele está acompanhado da prima de Gui.

— Edu. — Ela grita. — Esse é o Robson. Ele queria conversar com você!

Ela está sorrindo de forma maliciosa e eu continuo encarando o homem. Ele é bonito. Os braços fortes e malhados e ele tem tatuagens escapando da manga da camiseta. O sorriso é bonito e branco. Os dentes mais brancos que já vi na vida. Os cabelos são curtos no estilo militar. Ele está sorrindo.

Eu balanço a cabeça em afirmativa e as meninas se afastam um pouco. Elas dançam sozinhas e se beijam.

O Robson se aproxima de mim e segura em minha cintura. Ele me olha nos olhos e sorri. Eu sorrio de volta.

— Eu estive olhando você desde que chegou com a Babi. Então tive que perguntar para ela se você era namorado daquele cara que estava contigo. — Ele grita no meu ouvido. Eu me arrepio, a voz fica tão gostosa no meu ouvido. O que estou pensando? — Então ela disse que não, eu resolvi investir.

Eu apenas sorrio.

— Posso te beijar? — Ele diz. Não quer muita conversa. Pelo visto só quer me dar uns beijos. Eu nunca beijei. Porém não estou nervoso. A bebida me deixa excitado.

Então ele me beija.

O beijo é estranho. A forma como sua boca babada e com gosto de álcool beija a minha própria boca com gosto de álcool. Ele tem algo a mais que álcool, eu acho que é cigarro. Eu acho aquilo estranho. O beijo é lento, mas vai ganhando força. Percebo que estou de olhos abertos. Eu os fechos. O beijo fica mais rápido e Robson me segura com mais força. Roça meu corpo no seu e morde meu lábio. Eu deixo um gemido escapar.

Ele volta a me beijar. Está melhor agora. Minha língua segue a dele. Eu sei o que fazer. É bom. Gosto disso. Sorrio eu mesmo entre o beijo e então mordo seu lábio. Ele retribui roçando o corpo com força no meu. Beijar é gostoso agora.

Ele para o beijo para respirar, e leva sua boca para o meu pescoço, chupa devagar. Eu aperto suas costas e abro meus olhos. Guilherme está me encarando, parece bravo, mas então sorri e se vira para o outro lado.

Robson volta a me beijar os lábios e é ainda melhor.

Eu tive o primeiro beijo.

Continuo dançando e Robson está por perto. Está me segurando pela cintura como se eu fosse propriedade dele. Guilherme não parece muito contente com isso.

— Vamos dar um beijo triplo? — Pergunta Lara rindo.

Babi ri e balança a cabeça em afirmativa.

— Vem, Edu! — A menina grita e me puxa. Então ela me beija e a namorada também traz sua boca até as nossas. Estamos beijando juntos. É bizarro, mas é bom.

Beijei outras vezes.

Beijei Robson novamente.

Beijei Babi.

Beijei Lara.

Beijei outro garoto que estava dançando ao meu lado.

Foi gostoso.

E beijei Robson mais algumas vezes. Ele beijava tão gostoso.

Continuei dançando, para um primeiro beijo tive experiências completas.

Eu estava bêbado.

Eu iria me arrepender depois? Eu estava beijando garotas.

Oh isso é sério. Eles me ofereceram mais bebidas, eu recusei.

Eu continuo dançando estou zonzo.

Alguém me pega.

Eu olho.

— Acho melhor você parar! — Ele diz. É Guilherme. Ele parece preocupado.

— Oi, Gui... — Eu digo com um pouco de dificuldade.

Eu estou olhando para sua boca. Eu beijei todo mundo. Posso beijar ele também?

Fico encarando seus olhos azuis.

Ele sorri.

Estamos com os rostos próximos. Eu levo minha boca para perto da dele.


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