Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 48
Capítulo 48




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Quadragésimo Oitavo Capítulo ❣️

– Com licença - pediu o médico que acabara de aparecer na sala de espera do Hospital, chamando a atenção de todos que se encontravam ali -, eu gostaria de saber quem são os parentes da paciente... - Ele deu uma rápida olhada na prancheta que tinha em mãos antes de anunciar o nome: - ...Shirlei Rigoni di Marino.

Giovanni, que se encontrava mais próximo do médico foi o primeiro a se pronunciar. Felipe também se aproximou, semblante extremamente preocupado, olhos e nariz vermelhos, demonstrando claramente que havia chorado. E muito.

– Sou eu, doutor. Meu nome é Giovanni Rigoni di Marino. Eu sou o irmão da Shirlei. - Giovani se apresentou, com a voz claramente ansiosa. - E eu gostaria muito de saber como ela está? Como a minha irmã está, doutor? E o bebê...Ele tá bem?

O médico assentiu positivamente. E Felipe suspirou aliviado. Mas sua voz parecia que não queria sair da garganta de tão nervoso que estava com a situação.

– Sim. Ela está bem. Se recuperando perfeitamente. E o bebê não oferece mais nenhum perigo iminente. Mas no momento se encontra dormindo, portanto se quiserem vê-la, precisam fazer o máximo de silêncio e procurar não aborrece-la. O que a senhorita Shirlei mais necessita nesse momento é de repouso absoluto. Nada de estresse. Então, quem vai ser o primeiro a entrar?

Giovanni já ia se colocando a frente, mas ao vir a expressão chorosa no rosto de Felipe, compadeceu-se e resolveu praticar uma boa ação com o seu futuro cunhado.

– O noivo Dela, doutor - respondeu Giovanni, pegando Felipe de surpresa, que levantou a cabeça.

Felipe esboçou um sorriso, agradecido.

– Brigado, Giovanni.

Giovanni segurou o ombro do cunhado, dando um aperto de leve.

– Nada, cara. Faço isso pela pequena. Porque tenho certeza que ela vai adorar ver você do lado quando acordar. - Sorriu com ternura.

Felipe abriu ainda mais o sorriso e aproveitando a cumplicidade, puxou o cunhado para um abraço fraterno.

– Mesmo assim, obrigado - murmurou Felipe durante o abraço.

– Bom, se é assim - falou o médico, interrompendo o momento -, o senhor queira acompanhar a minha enfermeira que ela o levará até onde está a sua noiva.

Felipe assentiu e seguindo a enfermeira indicada pelo médico, passou por alguns corredores até finalmente chegar a uma porta que dava no quarto onde se encontrava o leito de sua noiva.

Chegando lá, a enfermeira fez questão de abrir a porta bem devagar e pedir silêncio com o dedo nos lábios para em seguida retirar-se, deixando-o sozinho com sua noiva.

Com o coração apertado, Felipe foi se aproximando do leito onde sua noiva se encontrava deitada, dormindo profundamente, e um pouco mais pálida do que o normal. Em um dos braços havia uma agulha espetada que dava para o soro que corria lentamente preenchendo sua veia. Seu corpo estava todo recoberto por um lençol de cor clara e sua barriga protuberante lembrou Felipe de que ele podia ter perdido não só o Grande Amor da Sua Vida naquele Dia, mas também o Fruto de todo aquele Amor. E isso doeu tanto que o levou a fungar, contendo o choro que já começava a querer reaparecer pela terceira vez naquele dia.

Segurou a mão Dela, alisando o dorso Dela com o polegar e seus lábios se inclinaram lentamente em um sorriso por sentir o calor da pele de sua princesa contra a sua.

– Ow, princesa... - balbuciou ele - ...Tive tanto medo de te perder. Eu te amo tanto. Mas tanto... Nunca mais faz isso, por favor...! - pediu ele na esperança de que ela pudesse escutar, mas aquilo saiu mais como um desabafo. E lágrimas se derramaram em seu rosto.

Então sem nem mesmo pensar nas consequências de seu ato, ele retirou o lençol Dela e se deitou ao seu lado, mas como o leito era estreito, ele teve de ficar posicionado de lado, a cabeça apoiada em uma das mãos, enquanto o cotovelo se apoiava na cama.

A partir daí, em completo silêncio, como o médico lhe havia pedido, ele ficou ali apenas admirando, fascinado, sua noiva dormir, sorrindo como um bobo apaixonado, observando cada expressão de seu rosto. Tanto que, em uma das vezes que ela Franziu a testa como se tivesse tendo um pesadelo, ele ficou preocupado e tocou levemente o vinco que se formou em sua testa com o dedo até que o vinco se desfizesse. E ela pareceu se acalmar com aquilo, pois como se soubesse que era seu noivo quem estava ali, seus lábios se inclinaram em um sorrisinho e sua expressão pela primeira vez, naquela noite, era de paz.

Quinze minutos depois, os olhos de Shirlei começaram a piscar rapidamente como que se adaptando à luz e ela foi despertando. Ao abrir os olhos se deparou com um lugar estranho, virou o rosto para esquerda a fim de reconhecer o lugar. Nada. Então virou para direita e sorriu ao se deparar com o semblante tranquilo e lindo de seu noivo dormindo ao seu lado, o rosto dele quase colado ao seu. E abriu ainda mais o sorriso ao perceber que a mão dele estava sobre o seu ventre e que o pequeno Benjamim parecia saber disso, pois estava chutando como nunca.

– Príncipe - chamou Shirlei por meio de um sussurro.

Imediatamente Felipe já começou a se mexer, pois na ansiedade em que estava de ver a sua noiva acordada, ele despertaria até com o barulho de um alfinete caindo no chão.

Abriu os olhos e após um suspiro de alívio ao se deparar com os olhos abertos de sua amada, Felipe esticou o pescoço e tascou um beijo demorado e repleto de amor na testa de Shirlei.

– Graças a Deus, você acordou, princesa. - Sorriu, encostando o nariz no Dela.

– O que aconteceu? - perguntou ela. - Onde é que eu tô?

Felipe Franziu a testa, preocupado.

– Você não se lembra, princesa?

Shirlei olhou de um lado para o outro como que tentando ativar sua memória.

– Eu só me lembro de ter entrado no escritório do Humberto e... - Ela engoliu a seco, pois tudo que tinha acontecido veio à tona naquele instante como uma enxurrada. Arregalou o olhar para o noivo, que ficou angustiado.

– Que foi, princesa? - Felipe perguntou. Então ela tentou se levantar, mas foi impedida pelo noivo quase que de imediato. - Não, princesa, o médico falou pra você não se esforçar... Precisa repousar e... - Parou de falar quando Shirlei segurou seu braço, olhar de angústia.

– Príncipe, eu preciso te contar uma coisa. Eu preciso! - Insistiu ela com ênfase.

– Tá, princesa. Mas isso pode ficar pra quando você se recuperar e...

– Não! - Shirlei quase gritou, interrompendo-o. - O que eu tenho pra contar tem que ser agora. Por favor, príncipe, eu prometo não me esforçar muito, mas você tem que me escutar... Eu não vou aguentar esperar.

Felipe engoliu a seco e ficou num dilema cruel. Mas conhecia bem sua noiva para saber que quando ela colocava uma coisa na cabeça, não tinha médico com história de repouso que retirasse. Então o jeito era fazer o máximo para ouvi-la e rezar para que ela não se esforçasse ao contar.

– Tá certo, princesa. Sou todo ouvidos. O que aconteceu?

E foi a partir daí que Shirlei começou a relatar tudo que houve até a sua suposta ida ao Hospital.

ALGUMAS HORAS ANTES...

– Raoni??? - Shirlei questionou, espantada, esperando encontrar o mesmo olhar doce e gentil de seu primeiro amor, mas tudo que viu foi...

Um olhar de ódio e profunda mágoa, que quase perfurou seu coração.

– Que bom que se lembrou - falou Raoni, olhos crispados -, assim poupamos apresentações desnecessárias.

Shirlei se aproximou um pouco do amigo de infância.

– Tão bom te ver de novo - falou ela, sincera. - Mas... O que tá fazendo aqui?

Raoni soltou uma gargalhada sarcástica.

– Ai ai, Shirlei, me disseram mesmo que você continuava a mesma ingênua de sempre. Mas sabe que eu tinha minhas dúvidas...

Shirlei inclinou a cabeça para o lado sem compreender o porquê de Raoni está falando daquela forma com ela.

– Do que você tá falando?

– De tudo. E de nada. Afinal, pra você eu não signifiquei nada, não é?

Shirlei Franziu a testa. Meu Deus, do que esse cara tava falando?

– Raoni, você poderia ser um pouquinho mais claro?

Raoni deu um sorriso de lado, digamos, diabólico, o que assustou de sobremaneira Shirlei que preferia mil vezes nem ter feito essa pergunta.

– Eu vou ser mais claro, Shirlei. Dessa vez, você vai saber tudo que aconteceu e pode ter certeza de uma coisa... Você não vai gostar nada do que vai ouvir! - Shirlei ficava cada vez mais assustada com o rumo daquela conversa, mas ela quero sim saber do que se tratava e só sairia dali no fim de tudo, mesmo que aquilo tudo pudesse machuca-la. E de alguma forma que ela não sabia explicar, tinha certeza que era isso que ia acontecer. - Preparada, Shirloca? - Ele perguntou, arrancando-a de seus devaneios. Engraçado é que só duas pessoas a chamavam assim no mundo: Ele e... Ah, não gostava nem de pensar! Que ela não estivesse envolvida com isso, por favor - pediu no silêncio de seu coração.

Shirlei assentiu com a cabeça.

– Ótimo - disse ele, satisfeito por agora poder desabafar tudo que estivera entalado em sua garganta durante anos. - Você nem imaginava, mas durante esse tempo todo esteve dentro de uma trama de vingança realizada por mim.

Shirlei Franziu a testa, estupefata.

– Vingança? Mas por quê?

– Você ainda pergunta? Eu fui apaixonado por você, Shirlei. Completamente apaixonado. Mas você... - Ele trincou os dentes encerrou os punhos, demonstrando claramente o quanto aquilo ainda doía nele. - Você nunca correspondeu aos meus sentimentos. "Apenas amigos", você disse. Aquilo dilacerou o meu coração de uma maneira que... Você nem consegue imaginar! Então com a mesma intensidade que eu te amei, eu consegui te odiar!

Shirlei arregalou o olhar e engoliu a seco. Ela jamais imaginou ter afetado alguém como o fez com o seu "melhor amigo de infância". Nada foi proposital, mas como explicar isso agora, depois de tanto tempo?

– Raoni, eu... Eu juro que essa não foi a minha intenção. Eu... - Shirlei não sabia o que dizer, faltavam palavras.

– Que foi? Essa nunca foi a sua intenção... Já que eu não era o cara certo pra você. Mas... o Danilo sim, né? Claro, o novato da sala. Boa pinta. Pegador. Qual a mulher que não quer?

Shirlei franziu a testa. Como ele sabia do Danilo? Pois que ela soubesse, naquela época, quando ela namorou o Danilo, Raoni já tinha se mudado para o Chile e ninguém tinha mais contato nenhum com ele.

– Você deve tá se perguntando como eu sei do seu namoro com o Danilo, não é? Pois eu te digo. E essa pra mim vai ser a melhor parte... Shirlei, seu namoro com o Danilo, desde o começo foi uma farsa! - Jogou na cara de Shirlei, dando uma risada sarcástica em seguida, levando a garota a arregalar o olhar, assustada. - Tudo se tratou de dinheiro. É, Shirloca. Eu paguei para que o Danilo te levasse para cama em troca de uns míseros trocados porque sabe como é? Dinheiro pra mim nunca foi problema, né? . - Shirlei arregalou ainda mais o olhar. - Pra filmar e concluir a minha vingancinha contra você. Mas o imbecil foi um estupido e, sendo mulherengo, acabou estragando tudo com suas traições.

Shirlei avançou para cima de Raoni, punhos cerrados para bater nele. Mas ele foi mais rápido e segurou seus pulsos.

– Ora, seu, seu... Por quê? Pra que isso? Nós éramos apenas crianças! Se eu não fiquei com você foi porque...

Shirlei ia revelar o fato de Carmela gostar dele, mas os gritos dele a interromperam.

– Cala-boca! Tarde demais pra se justificar! Além disso, ainda tem mais... - Shirlei ficou angustiada, pois não queria nem imaginar o que seria esse mais - Depois disso, se você pensa que eu desisti, você tá redondamente enganada... Tive de encontrar outro imbecil pra continuar o serviço. Alguém acima de qualquer suspeita pra você, alguém que necessitava de dinheiro, muito dinheiro para concluir um curso aqui mesmo... No Chile. Consegue adivinhar de quem estou falando?

O mundo rodou para Shirlei nesse momento. E ela começou a mal sentir as pernas, tamanha a decepção que sentiu.

– A...Adônis????

Raoni começou a bater palmas.

– Bingo. E você, ingênua, achando que tinha uma dívida de gratidão com ele por ele ter cuidado de você quando o MONSTRO do Danilo te traiu... Ai ai, Shirlei, tudo que o Adônis fazia ao te consolar naquela época era estratégia pra te levar pra cama. Tudo bem que aquela anta já estava a quase cinco anos tentando, mas um dia ia conseguir e minha vingança se concretizar. - Danilo concluiu e soltou uma risada tão sarcástica que por um momento pareceu insana para Shirlei.

– Nã...Não pode ser. Ele não... - Shirlei custava a acreditar.

– Pode. E é. Shirloca, durante todo esse tempo que eu estive longe, eu me alimentei com essa vingança. Só isso me sustentava. Então eu sei exatamente tudo que se passou com você. Sei do dia que você conheceu o tal Felipe numa boate. Sei dos quinze dias, da viagem que vocês fizeram em um navio. Inclusive, só pra você saber, fui eu quem consegui mandar o Danilo para aquele Hotel. O que dinheiro não faz né? Sei também que você perdeu a porcaria da virgindade em Paris. Ah e por fim, sei de sua gravidez, do seu noivado e de tudo que diz respeito a você. Tudo!

O ar começou a faltar para Shirlei. Ela estava se sentindo espionada. Invadida.

Trincou os dentes. Sua expressão agora era de uma raiva profunda.

– Você é doente! Ma... Mas o que eu não consigo entender é como você conseguiu todas essas informações.

Raoni deu um sorrisinho cínico de lado.

– Jura que você ainda não conseguiu somar dois mais dois...? - provocou ela. E a resposta veio à mente de Shirlei como uma bomba.

– Carmela??? Não! Não pode ser! A Carmela não!!!!

Mas em vez de responder, Raoni sorriu ainda mais cínico.

– Você não faz ideia do prazer que eu estou ao te ver assim... Tão vulnerável. E agora vem a parte final... O Câncer de Adônis foi inventado por ele e por sua irmãzinha para te separar do seu amado Felipe. Pronto. Fim. Agora as cortinas já podem se fechar. Aplausos para todos os envolvidos!

Aquilo foi tão forte para Shirlei que ela começou a sentir uma pontada na barriga.

– Ai! - gritou ela. - Shirlei segurou com uma mão a barriga e com a outra esticou em direção à Raoni. - Me ajuda, por favor! Tá doendo muito! Aaaaaaiiiiiiii!

– Tsc! Desculpa, mas... Como eu disse, a peça acabou, então o ator principal t de ir embora. Fala pro meu tio Humberto que eu deixei um oi. A gente ainda se vê, afinal... Perseguir você é que eu sei fazer de melhor! Tchau... Shirloca! - Acenou e pulando a janela, foi embora, deixando Shirlei se retorcendo no chão de dor até não aguentar e desmaiar.

ATUALMENTE...

– Desgraçado, imbecil! - esbravejou Felipe quando Shirlei terminou de falar. - Se eu ver esse cara, eu acho que eu tenho coragem de matar ele com as minhas próprias mãos!

Shirlei fez um carinho no rosto do noivo que instintivamente se acalmou.

– Não, príncipe - disse ela docemente. - Não vale a pena. O Raoni é um louco que precisa se tratar porque ele simplesmente é obcecado por mim e por essa vingancinha sem cabimento.

Felipe engoliu a seco.

– Princesa, a gente tem que encontrar esse cara! Eu não vou ficar nenhum pouco tranquilo sabendo que ele tá por aí rondando a sua vida e que a qualquer momento pode tentar qualquer coisa contra você. Vou grudar em você 24 horas nem que você não queira.

Shirlei sorriu, apaixonada.

– Gruda, príncipe. Pode grudar. Eu deixo.

Felipe sorriu e segurando o queixo de Shirlei, trouxe os lábios Dela até os seus e tascou um beijo bem carinhoso.

– Eu vou proteger você, princesa. Você e nosso Benjamim. - Felipe acrescentou beijando a barriga de sua noiva, levando um chute em resposta do pequeno. - Viu só? Nosso filho concordou.

Shirlei sorriu.

– É porque ele assim como eu confiamos plenamente em você, príncipe, e te amamos mais que tudo.

Felipe suspirou e sorrindo, beijou mais uma vez a barriga de Shirlei, só que dessa vez foi subindo os beijos por toda a barriga, meio dos seios, pescoço, queixo para enfim chegar aos lábios Dela.

– Também amo vocês. Mais que tudo. Mais que a mim mesmo. Vocês são a minha pequena família. A minha vida.

Então eles se beijaram, Felipe tendo que se equilibrar para não cair do leito, mas quem disse que os dois se importavam?

***************************************

– Então, você vai me dizer por bem ou eu vou ter que arrancar essa informação de você a força? - Felipe questionou, segurando o colarinho de Humberto, soltando fogo pelas ventas.

Humberto segurou as mãos de Felipe que seguravam seu colarinho, fazendo de tudo para que ele folgasse um pouco seu pescoço.

– Será que dá pra você me explicar do que você está falando antes de vir a minha casa e me tratar dessa forma?

– Sabe muito bem de quem eu estou falando. Do seu sobrinho, Raoni, é claro!

Humberto arregalou o olhar. Droga! Então tudo veio à tona finalmente.

– Olha só, Felipe, eu só queria que você soubesse que eu não tenho nada a ver com isso. O meu sobrinho, ele...

– Eu não quero saber do seu envolvimento na droga da vingança! Eu só quero saber onde o imbecil do seu sobrinho está! Será que você pode responder ou tá difícil?

– Eu não sei!

Felipe crispou os olhos e apertou um pouco mais o colarinho de Humberto que começou a se engasgar.

– Cê tá achando que eu tô brincando, cara? Fala logo onde esse cara tá se escondendo porque você não tem noção do que eu sou capaz de fazer quando mexem com a minha princesa!

– Argh! - Resmungou Humberto em meio a um engasgo. - Eu juro que eu não sei! Depois do ocorrido com a sua noiva, eu nunca mais soube notícias dele. Já liguei milhões de vezes para o celular dele e nada. Só da fora de área. E é claro que ele não quer me atender. Sabe por quê? Porque ele sabe que eu vou acabar com ele quando o vir, pode ter certeza disso!

Felipe o olhou, desconfiado, mas depois de um longo suspiro, resolveu soltá-lo.

– Droga! Mas você não faz nem ideia de onde a gente possa encontrá-lo. Nenhum último endereço?

Humberto pegou a carteira no bolso de detrás da calça e depois de abri-la, pegou um cartão que havia dentro e entregou-o a Felipe.

– Aqui. Esse é um dos endereços que ele morou, mas conhecendo meu sobrinho como conheço, tenho certeza que ele não voltaria lá. Ele é muito esperto.

Felipe passou um tempo, olhando para o cartão, tentando decidir o que fazer com ele.

– Tudo bem. Mas de qualquer forma. Eu vou lá pra ver se encontro alguma pista ou qualquer coisa que me leve ao verdadeiro paradeiro desse canalha.

Humberto assentiu.

– Só peço que... Não faça nada com ele. Deixe que eu mesmo me encarrego de levá-lo ao lugar pra onde eu já deveria tê-lo levado a muito tempo...

– Cadeia?

– Não. Hospício. - Respondeu ele, seco. - Isso que ele sente por sua noiva é paranóico. E... Eu acompanhei durante muito tempo apesar de não concordar. É obsessivo. Ele não vive mais. Só pensa nessa vingança. Então meu sobrinho precisa de um tratamento com urgência, pelo menos até que ele não cometa nenhum delito!

Felipe concordou com a cabeça. Apesar de que sua vontade era prender o tal de Raoni na cadeia e se ver livre dele de uma vez por todas.

– Você quem sabe... Eu vou indo. Deixei minha noiva em casa trancada. E... já estou preocupado com ela. Qualquer novidade, por favor, me avise, porque se não o fizer, não terei pena de seu sobrinho, entendeu?

– Entendi. - Humberto falou, sincero.

Então os dois apertaram as mãos e Felipe foi embora, apressadamente.

***************************************

– Princesa - Felipe chamou assim que chegou no apartamento do cunhado, deixando as chaves do carro na mesinha de centro. - Princesa? - Insistiu, já adentrando um cômodo de cada vez a sua procura. - Princesaaaaaa! - Gritou - Ah, meu Deus, cadê ela? - Perguntou para si mesmo e pegando as chaves do carro, saiu do apartamento, o desespero na expressão e desceu o elevador.

Mas ao chegar na garagem...

– Principeeeeee! - Shirlei gritou acenando.

Felipe suspirou aliviado e correndo ao seu encontro, abraçou-a e beijou-a com desespero. Ela estava com um vestidinho branco é uma bolsinha de corrente.

– Princesa, nunca mais faz isso! Onde que cê tava? Num te falei pra ficar trancadinha em casa.

– Desculpa, príncipe, mas é que a Tancinha veio aqui pra falar comigo e ela tava muito nervosa. Não quis nem subir.

Felipe Franziu a testa.

– O que aconteceu?

– Ela me disse que faz uns três dias que o Henrique não aparece, nem da notícias. E que a última vez que foi visto foi no Hospital onde o cretino do Adônis costumava fingir se internar.

O coração de Felipe disparou.

– Espera, você não acha que...?

– Príncipe, depois de tudo que eu ouvi... Eu não duvido mais de nada. E tem mais... A mãe me ligou e disse que a Carmela veio para o Chile. Ela tá aqui, Príncipe. A Carmela tá aqui.

Shirlei disse e encostou a cabeça no peito do noivo que a acolheu em um abraço reconfortante, fazendo carinho em seus cabelos.

– Fica tranquila, meu amor, nada vai acontecer. Eu vou descobrir o que aconteceu com o meu amigo e... Vou descobrir onde o Raoni, a Carmela e o Adônis estão escondidos pra que a gente possa viver em paz! Eu prometo. - Felipe concluiu com um beijinho no topo da cabeça de Shirlei.

***************************************

– Porquinho, se você me ama como diz, você vai dizer onde o seu sobrinho está escondido. - Manu falou em tom de ameaça, mãos na cintura, vestida com uma lingerie extremamente sexy. Golpe baixo!

– Porquinha, tenta entender! Apesar de tudo, o garoto é meu sobrinho e... Eu prometo para o meu irmão que cuidara dele.

Manu arregalou o olhar e engatinhou na cama até bem perto do futuro marido.

– Isso quer dizer que você sabe onde o seu sobrinho está? Porquinhooooo! - repreendeu ela, estupefata. - Você vai agora mesmo mandar uma mensagem para o ga... quer dizer, para o Felipe dizendo o endereço do seu sobrinho senão nada de sexo até 2045 pra você!

– Está me ameaçando, porquinha?

Manu saiu da cama e saiu de costas, rebolando, provocante.

– Entenda como quiser.

Humberto piscou os olhos, incrédulo. E agora, o que fazer?

***************************************

– Qual dos dois você gostou mais, príncipe? - Shirlei perguntou, pedindo para que Felipe escolhesse entre dois carrinhos de bebê.

– Acho que esse todo azul tá mais bonito, princesa. - respondeu ele, já imaginando seu pequeno ali dentro.

– Então nós vamos ficar com esse. - Shirlei apontou para o carrinho, mostrando-o para a vendedora que sorriu e foi logo tratando de ir fazer a nota e providenciar a compra.

Shirlei abraçou o noivo.

– Todas as vezes que a gente compra algum coisa pro nosso filho é como se estivesse cada vez mais perto dele chegar. Você tem essa sensação?

Felipe sorriu.

– Tenho sim, princesa. Não vejo a hora de ver o rostinho do nosso pequeno. Ver como vai ficar a nossa mistura. Eu quero muito que ele puxe a você, que ele tenha seus olhos expressivos.

– E eu quero o seu sorriso.

– Pronto. Tudo certo. Tá ouvindo, né, amigão? - Felipe falou com a barriga de Shirlei, que riu.

Até que o celular de Felipe vibrou em seu bolso e quando ele viu do que se tratava, arregalou o olhar.

– Princesa, eu tenho que ir.

– Pra onde, príncipe?

– Acabar com todos os empecilhos para o nosso Felizes para Sempre!


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