Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 46
Capítulo 46




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Quadragésimo Sexto Capítulo ❣️

"O telefone chamado encontra-se desligado ou fora da área de cobertura."

Aquela já era a sétima vez que Felipe ligava para a namorada naquele dia e escutava aquela mesma vozinha robotizada irritante. O que será que tinha acontecido com Shirlei pra que ela não pudesse atender a droga do celular ao menos uma vez naquele dia? Começou a ficar preocupado... Aliás, muito preocupado.

Estava no Escritório, já no fim do expediente e tinha prometido ficar até Henrique chegar de uma reunião com duas modelos importantíssimas para Campanha dos Vinhos, mas diante das circunstâncias, Henrique que o perdoasse, pois sua princesa vinha sempre em primeiro lugar.

Por isso mesmo, salvou todos os arquivos que diziam respeito a Campanha em pastas seguras e desligou o computador, então, pegando as chaves do carro, tinha um destino em mente. E esperava muito encontrá-la lá.

Meia hora depois, Giovanni abriu a porta de seu apartamento depois de ouvir a campainha sendo tocada insistentemente.

– E aí, Felipe, beleza? - Giovanni cumprimentou o cunhado, já dando passagem para que o mesmo pudesse entrar no apartamento. - Entra aí, cara.

– Cara, desculpa chegar assim sem avisar, mas é que... Eu tô muito preocupado com a Shirlei... Não sei onde é que ela tá... Eu tô ligando pra ela, mas ela não atende o meu celular... - Felipe despejou sem nem ao menos deixar Giovanni falar.

Giovanni segurou o ombro de Felipe como forma de acalma-lo.

– Relaxa, cara. A baixinha tá aqui. - Felipe suspirou aliviado, mas ao mesmo tempo crispou os olhos sem compreender o porquê de ela não estar atendendo aos seus telefonemas. - Ela tá lá na cozinha tomando café. Vai lá falar com ela que eu tô saindo pra ver uma gata e devo demorar, então o apartamento é todo de vocês... - O cunhado concluiu, dando uma piscadinha sugestiva para Felipe que sorriu sem graça.

Então, pegando uma mochila que estava no sofá e posicionando nas costas, Giovanni fez um sinal de despedida com os dedos para Felipe e foi embora.

Foi aí que Felipe se dirigiu até a cozinha onde Shirlei se encontrava encostada no balcão com uma xícara de café na mão. E não viu quando ele entrou, pois estava de costas para porta.

– Oi, princesa. Tô te ligando a mó tempão e você não me atende. O quê que tá acontecendo? - Felipe perguntou, voz tristinha, pegando Shirlei completamente de surpresa.

Shirlei engoliu o café que ela tomava e se virou ainda segurando a xícara, mas seu semblante não era de quem estava feliz em vê-lo, o que deixou Felipe bastante decepcionado e encafifado.

– Nada. Meu celular deve ter descarregado... Só isso. - Shirlei respondeu, sem conseguir encara-lo.

Felipe pousou as mãos na cintura e molhou os lábios com a línguas.

– Como nada, princesa? Você tá estranha comigo. Num vai me dizer o que aconteceu?

Shirlei deu um suspiro e se virou de costas. Colocou a xícara dentro da pia e sem mais nem menos abriu a torneira e começou a lavá-la como se Felipe nem estivesse ali.

Felipe Franziu a testa, indignado, então, aproximou-se da pia, fechou a torneira e segurando os ombros dela, virou-a para que ela ficasse de frente pra ele, olhos nos olhos.

– Princesa, será que dá pra você me explicar o que é que tá acontecendo? Porque lavar uma xícara enquanto a gente tá conversando não vai resolver o nosso problema. Pelo amor de Deus, foi alguma coisa que eu fiz? Fala! - Felipe pediu, a voz com uma pontinha de desespero.

Lágrimas começaram a descer dos olhos de Shirlei sem que ela conseguisse segurar, o que o deixou ainda mais preocupado.

– Você quer mesmo saber? - Shirlei respondeu, a voz embargada. Felipe assentiu, os olhos brilhando pelas lágrimas que já começavam a se formar. - Eu tô assim porque eu quero que você seja muito sincero comigo. Você vai ser?

– Claro, princesa.

Shirlei demorou alguns segundos para perguntar, mas finalmente a pergunta veio. E Felipe mal pôde acreditar nela.

– Você deixou de me amar?

Felipe piscou os olhos repetidas vezes, depois Franziu a testa, incrédulo.

– O..O quê? Princesa, de onde você tirou isso?

– Ah, é que... Faz uns cinco dias que você não me procura, que a gente não... - Shirlei olhou de lado envergonhada por estar cobrando do noivo esse tipo de coisa. E só ali Felipe entendeu o que ela estava tentando dizer.

Felipe segurou o rosto dela entre as mãos. Tinha de dar um jeito de corrigir o que fez e rápido. Shirlei não podia sofrer pelo que fizera, pelo seu medo bobo.

– É isso, princesa? Caramba, me desculpa! Eu não sabia que você tinha pensado que eu... Princesa, deixar de te amar? Meu Deus, isso é impossível! Eu te amo mais que tudo! Esses dias eu só não te procurei porque... porque... - Felipe tinha que inventar algo rápido, mas o quê? - Porque eu tenho andado muito cansado. A Campanha tem me consumido muito. É isso... Só isso, viu? Não se preocupe. Meu amor por você é constante e infinito. Tem como acabar não. - Felipe concluiu e aproximando os lábios dos dela, deu um beijo profundo tentando selar aquele momento.

Shirlei afastou os lábios e começou a desce-los pelo pescoço do noivo, que entreabriu os lábios, arfando. Depois ela se pôs a abrir os botões da camisa dele e a tocar o peito dele com as mãos pequenas, provocando nele uma sensação indescritível, tanto que seu membro já pulsava lá embaixo. E ele, preocupado com o que poderia acontecer, segurou as mãos de Shirlei e as afastou de seu corpo com muita dificuldade, mas com muita dificuldade meeeeeeeeesmo.

– Que foi, príncipe? - Shirlei estranhou a atitude do noivo.

Felipe abotoou a camisa e coçou a nuca.

– Er... Sei lá, mas seu irmão pode chegar a qualquer momento, né, princesa...? - Felipe inventou, pois seu medo era outro.

O grande problema é que Shirlei não era boba e não caiu nessa conversinha.

– Príncipe, o Giovanni não vai chegar. Ele disse que ia demorar. Mas o problema não é esse, né? Você tá com medo de me tocar... Por quê? Se for por conta da minha gravidez. Vai ficar cada dia pior, sabia? A médica me disse que vai chegar uma hora que a minha barriga vai ficar tão grande, mas tão grande, que eu não vou conseguir nem depilar as minhas pernas.

Felipe sorriu com ternura, diante da preocupação da noiva. Chegou bem perto dela e fez um carinho em seu rosto.

– Se você quiser, eu depilo pra você, princesa.

Shirlei sorriu e segurou a mão dele que acariciava seu rosto.

– Muito fofo ouvir isso, mas a questão não é essa. Eu só quero entender porque você não quer mais fazer amor comigo...? Tô tão feia assim?

– Claro que não, princesa. Você ficou ainda mais linda grávida e eu nem imaginava que isso podia ser possível.

– Então...

Felipe suspirou. Chegou a hora de revelar a verdade. E seja o que Deus quiser!

– É que... Tô com medo de machucar ele. Pronto. É isso.

Shirlei Franziu a testa sem entender.

– Com medo de machucar quem?

– O nosso filho. Machucar o nosso filho.

Shirlei arregalou o olhar por alguns segundos, depois sorriu com eles.

– Príncipe, porque você não disse isso antes? Não tem como isso acontecer. É impossível. A médica já tinha me explicado e se você tivesse me dito, eu já tinha esclarecido isso pra você. Não tem perigo nenhum, príncipe.

– Tem certeza? - Felipe ainda perguntou.

– Absoluta. Foi uma das primeiras coisa que eu perguntei. Mas se você quiser, eu posso ligar pra ela e... - Shirlei parou de falar, quando seus lábios foram tomados pelos de Felipe com violência ao mesmo tempo que sua cintura arrendondada pela gravidez foi enlaçadas pelos braços fortes de seu noivo.

– Onde é que a gente tava mesmo? - Felipe perguntou entre um beijo é outro. - Ah, eu estava retirando o seu casaquinho.

Shirlei Franziu a testa.

– Eu não me lembro disso.

Felipe crispou os lábios, olhos maliciosos.

– Tsc. Então acho que eu vou ter que lembrar você. - Ele disse, deslizando o casaquinho dela pelos ombros.

Ela acompanhava cada gesto dele se deliciando.

– E só pra mocinha ficar sabendo... - Felipe começou a sussurrar rente ao ouvido dela - Não foi nada fácil ficar sem você esses dias não. Foram noites e noites de banho gelado. - Mordeu o lóbulo da orelha dela. - Então agora, princesa, prepare-se porque terei de descontar cinco dias em um.

Shirlei mordeu o lábio inferior, provocando-o.

– É tudo que eu mais quero.

Felipe sorriu de lado e se inclinando um pouco, posicionou-a nos braços e carregou-a até o quarto de casal que dividiam quando estavam no apartamento de Giovanni.

Chegando lá, Felipe pousou Shirlei na cama que entendendo o recado do olhar que ele lançava para ela em um só puxão, ela rasgou de cima a baixo sua camisa. Os dois riram de sua inconsequência. Mas Felipe necessitava naquele instante das mãos pequenas de sua princesa acariciando seu peito, pois há cinco dias ansiava por aquilo.

Shirlei não poupou tempo, arranhando as costas dele, cravando suas unhas a medida que o beijo se aprofundava mais e mais e as línguas degustavam uma da outra numa brincadeira erótica dentro de suas bocas.

As mãos de Felipe também passeavam por todo o corpo de Shirlei, acariciando-a de cima a baixo por baixo do vestido vermelho de grávida, recebendo dela gemidos e arfadas. Retirou-o por cima da cabeça. E que bela visão, não só da barriga, mas dos seios túrgidos e cheios. Abocanhou-os um de cada vez, insaciável, voraz, como um animal que devora sua presa. Shirlei se contorcia e segurava os lençóis de seda com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos. Os lábios entreabertos e arfando de um prazer instintivo enlouquecedor.

De repente sentiu quando a calcinha foi retirada, e Felipe agora saboreava sua feminilidade com maestria e todas as dúvidas que ela poderia ter tido naquela manhã se dissiparam quando ele se livrou de suas últimas peças de roupa, posicionou-a por cima dele e permitiu que ela iniciasse uma dança erótica, cavalgando por sobre ele, uma posição melhor por conta da gravidez, que dava prazer pra ela, pra ele e que os levou ao ápice em minutos, em um descontrole louco, que exaustos, caíram deitados, sorrindo, suados, dedos entrelaçados, sussurros de "eu te amo" pronunciados quase sem fôlego dos lábios trêmulos de ambas as bocas que não pararam de se beijar nem por um segundo sequer... até o sono chegar.

– Príncipe!!! - Shirlei quase gritou, mas o grito tinha um quê de Felicidade que acordou Felipe de imediato.

– Que foi, princesa? Aconteceu alguma coisa? - Felipe perguntou, assustado, cotovelos apoiados na cama, tentando se equilibrar.

– Aconteceu. Dá aqui a sua mão. - Shirlei pediu, mais animada do que de costume.

Obediente, Felipe deu a mão a ela se entender, que pousou em sua barriga. Ok. Ele a encarou, esperando alguma explicação que não veio. Ela apenas sorria pra ele. Um sorriso lindo de derreter o coração. Mas por quê? Ele se perguntava. Até que... Ele sentiu quando sua mão foi lançada pra frente como se... como se... como se... como se... Alguém tivesse chutado!!!!!

Felipe arregalou o olhar, encarando a barriga de Shirlei para em seguida olhar para noiva, os olhos brilhando.

– É o que eu tô pensando? - Felipe quis saber.

– É, príncipe. O nosso filho chutou. Ele chutou pela primeira vez. Você sentiu?

– Senti. - Felipe respondeu e encostando acabava na barriga de Shirlei, tentou se comunicar com o filho: - Vai, papai, chuta de novo! Com mais força! Vai! Papai tá aqui! Vai, campeão!

Shirlei riu e chorou ao mesmo tempo, achando lindo Felipe interagindo com o filho daquela forma.

– Eu já falei que te amo hoje? - Shirlei perguntou, levando Felipe a levantar a cabeça para encara-la.

– Hoje não. - Ele respondeu, manhoso.

– Te amo.

– Também te amo, princesa.

Então os dois recomeçaram um beijo que parecia não ter fim até que...

– Espera, príncipe. - Shirlei pediu e depois de vestir a camisa preta dele, se levantou diante do olhar atento de seu noivo.

– Vai pra onde, princesa? - Ele quis saber, curioso.

De costas, Shirlei desceu um dos lados da camisa e virando o rosto por cima de um dos ombros, encarou-o com sensualidade.

– Vou tomar banho. Quer vir?

Então a camisa caiu no chão e dois minutos depois Shirlei e Felipe já estavam fazendo amor debaixo do chuveiro incansavelmente.

***************************************

No dia seguinte...

– Eu só quero entender o que a gente faz em frente à uma clínica? - Henrique perguntou assim que Felipe puxou o freio de mão, estacionando o carro.

Felipe esticou o braço para o banco de trás e pegou uma pasta. De dentro retirou um envelope e entregou-o a Henrique.

– Eu quero que você leia o que tem dentro desse envelope e me diga o que você acha disso.

Henrique Franziu a testa, mas sem pestanejar, abriu o envelope, pegou o conteúdo e começou a ler. No início, encarou Felipe como se quisesse entender o porquê de ele querer que ele lesse aquilo, mas a medida que ele foi descendo os olhos, ele foi compreendendo e tudo foi ficando claro, até que...

– Cara, o que você pretende fazer?

– Faz cinco dias que eu enrolo. Mas tá na cara que esses exames estão normais e que é recente. Mas pra provar, eu preciso que um médico me confirme, por isso, a clínica. Entendeu agora?

– E se esses exames estiverem normais, isso quer dizer que... O Adônis tá mentindo pra todo mundo...?!

– Exatamente. - Felipe confirmou, mas Franziu a testa ao perceber que Henrique não mais prestava atenção nele e sim em algo do lado de fora do carro. - Que foi, cara?

Por alguns segundos, Henrique continuou olhando para um ponto para em seguida voltar a encarar o amigo.

– Cara, é meio sinistro o que eu vou dizer, mas... Eu tenho a sensação de que aquele carro ali parado do outro lado da rua tá seguindo a gente desde que a gente saiu do escritório do Humberto.

Felipe virou a cabeça para olhar o carro a que Henrique se referia. Era um preto de vidro fumê. Bastante suspeito.

– Cara, você anda assistindo filme policial demais! Só porque o carro é preto e tem vidro fumê, você ja acha que é suspeito... Tá viajando.

Henrique deu de ombros.

– Tá bom. Mas depois num vai dizer que eu não avisei. Mas fala aí, o que você pretende fazer?

– Eu marquei uma consulta com esse médico e vou mostrar esses exames e então eu... - Mas antes que Felipe pudesse continuar, sentiu algo gelado apontado para sua cabeça como um cano de arma e não precisou nem olhar, pois o olhar arregalado de seu amigo já dizia tudo.

– É bom os dois ficarem quietinhos se não quiserem morrer! - A pessoa que segurava a arma dizia, a voz abafada pela máscara que usava.

– Calma aí, irmão, é só dizer o que você quer que a gente da. Pode falar. Só num faz nenhuma besteira. - Henrique tentou negociar, temendo pelo amigo.

– Ih, sou seu irmão não! Eu quero é grana, sabe qual é?! Passa aí e seu amigo aqui sai dessa legal! - O bandido falou, mexendo a arma da orelha pra cabeça de Felipe.

Henrique pegou a carteira e abrindo, pegou tudo que tinha e entregou na mão do bandido que colocou tudo no bolso.

– Abre a carteira do teu amigo também, Ow! Tá achando que eu sou otario?

Henrique arregalou o olhar e pegando a carteira de Felipe, abriu a carteira dele e sacou de lá tudo que tinha e acabou entregando também para o bandido.

– E esse envelope aí? Tem o quê?

– Nada. Exames. Nada que interesse a você. - Foi Felipe quem respondeu e o bandido não gostou nenhum pouco, dando uma coronhada na cabeça dele com a arma.

– Cale a boca mermão! Já vi que aí tem coisa boa! Passa pra cá esse negócio agora! Vamos! Ou quer que eu estoure os miolos do seu amigo aqui? - O bandido ameaçou e quando Henrique entregou o envelope nas mãos do bandido, ele saiu correndo, apressadamente sem deixar rastros.

– Cê tá bem, cara? - Henrique perguntou para Felipe, preocupado.

Felipe segurou o local onde o bandido tinha dado a coronhada e sangrava.

– E agora, cara? Sem essa droga de exame, como eu vou provar que esse imbecil tá mentindo?

Henrique ficou pensativo e se lembrando da festa dada nacada de Manu, recordou de como Adônis ficou sem jeito com ele imitando um gay e teve uma ideia...

– Acho que eu sei como...

***************************************

Adônis estava mais uma vez fingindo estar convalescendo em seu leito quando uma misteriosa pessoa pulou a janela de seu quarto. Ela estava encapuzada.

– Aqui está. Me agradeça por ter salvo sua pele! Será possível que tenho que fazer tudo sozinha? - perguntou a pessoa misteriosa, jogando o envelope no estômago de Adônis que tomou um susto.

– Quem é você? E o que tá fazendo aqui? - Adônis perguntou, olhos arregalados. A pessoa retirou o capuz. - Carmela???????


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