Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 25
Capítulo 25




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Vigésimo Quinto Capítulo ❣️

Shirlei se soltou dele com raiva.

– Do que você tá falando, Danilo? Acha mesmo que depois de tudo que você me fez, ainda tem algum direito sobre mim? Pois, deixa eu só te dizer uma coisinha... A Shirlei que você conheceu ficou lá no passado, bem no lugar onde você deixou. Essa Shirlei aqui é bem diferente... Mais segura, confiante...

– É, deu pra perceber. - Danilo falou, mirando-a de cima a baixo.

– Mas não graças a você. É claro. - Continuou Shirlei. - Graças ao Felipe, que é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Porque ele, ao contrário de você, sabe como valorizar uma mulher, ao mesmo tempo que faz ela se sentir uma verdadeira princesa. Quem dera se toda mulher tivesse a chance de ter um príncipe Felipe ao seu lado, tenho certeza que não haveria tantos relacionamentos pela metade.

Danilo fez uma careta e revirou os olhos.

– Shirlei, você fala de um jeito desse playboyzinho... Até parece que...

– Que eu sou apaixonada? Mas eu sou. Eu sou muito apaixonada!

– Como você foi por mim um dia? - Danilo perguntou, convencido.

Shirlei franziu a testa, depois deu uma gargalhada sarcástica.

– Como eu NUNCA fui por você, Danilo. Por favor, aquilo que eu sentia por você era tudo menos paixão. - Pausou para tomar fôlego - Danilo, você nunca me deu valor, nunca me respeitou, sempre me tratou como um lixo e me traiu da pior forma... Você acha mesmo que eu poderia ter nutrido algo de bom por alguém como você?

Danilo olhou de um lado para o outro, envergonhado, tentando encontrar argumentos para persuadir Shirlei do contrário.

– Shirlei, eu posso ter sido assim no passado, mas eu mudei! Eu juro que não sou mais o mesmo. E se você me der uma chance pra provar, eu...

– Você mudou mesmo. - Shirlei concordou, interrompendo-o - Virou médico e tudo. Mas isso, pra mim, não importa nenhum pouco. Sabe por quê? Porque eu tô feliz! Como eu nunca imaginei ser em toda minha vida. Junto a uma pessoa que me preenche e que me faz acordar todos os dias com vontade de ser uma pessoa cada vez melhor... Por mim... e... Por ele. Sendo eu mesma. Porque ele é apaixonado por mim do jeito que eu sou. E faz questão de me dizer isso a todo instante. E eu nem sei se mereço tanto.

Danilo travou os dentes, a mandíbula protuberante sob a pele.

– Shirlei, você por acaso se entregou à ele? - A pergunta veio sem raciocínio devido à raiva.

Shirlei sorriu e levantou o queixo em desafio.

– Eu sou dele de todo o meu coração e... Com toda a minha alma. - Ela não mentiu. Só não contou toda a verdade.

Ouvindo aquilo, o sangue de Danilo lhe subiu a cabeça e ele, sem pensar nas consequências, segurou o pulso de Shirlei com toda força, machucando-a.

– Como você pôde, sua, sua... sua...! - Esbravejou, com sangue nos olhos.

Shirlei arregalou os olhos, extremamente assustada.

– Me solta, seu louco!!! Você tá me machucando!!! - Gritou Shirlei, a voz embargada pelas lágrimas de dor.

– É pra machucar mesmo, assim você aprende a não brincar comigo e...

– Quê isso, cara? Larga a Shirlei agora!! - Esbravejou Felipe, entrando em cena e interrompendo a fala de Danilo, que se virou junto com Shirlei na direção dele. Mas Danilo continuou segurando como que para provocar Felipe, encarando-o de frente. - Tá surdo? Eu falei pra soltar ela!

– Quem você pensa que é pra chegar cheio de marra, querendo dá ordem ow playboy? - Danilo desafiou.

– Eu sou o namorado dela. E meu nome não é playboy. É Fe-li-pe. Agora... Se você não soltar ela por bem, eu vou ter que fazer você soltar por mal e, aviso logo que eu não costumo ser muito bonzinho com quem machuca minha princesa não!

Danilo soltou um risinho irônico.

– Princesa é?! Então por que você não faz um favor para si mesmo, príncipe encantado, e pergunta a sua princesa o porque dela está aqui conversando com o médico dela... Sozinha? - Danilo provocou, colocando o dedo no queixo como se raciocinando. - Vai, pergunta quem eu sou de verdade pra ela? Médico eu sou, mas... A minha história com ela vai muito além disso, sabia?

Shirlei virou o rosto na direção de Danilo, os olhos borbulhando de ódio.

– E você ainda tem coragem de dizer que mudou, seu cretino!

Os lábios de Danilo se curvaram em um sorrisinho extremamente cínico.

– Eu menti. - Foi só o que ele disse.

– Do que esse imbecil tá falando, princesa? - Felipe perguntou, a voz calma.

Shirlei se virou na direção do namorado e engoliu a seco, os olhos brilhando pelas lágrimas que começavam a se formar em seus olhos.

– Vai, Shirlei, teu príncipe tá esperando uma explicação. - Danilo provocou ainda mais, recebendo tanto de Shirlei como de Felipe olhares fulminantes.

– Príncipe, eu posso explicar... - Shirlei balbuciava, tentando encontrar as palavras certas. - O Doutor Alencar, ele é o... Danilo. - Felipe franziu a testa e pousou às mãos na cintura, a expressão enigmática. - Príncipe, eu ia te contar. Lembra? Eu te disse lá na mesa que tinha uma coisa importante pra te dizer... Era isso. Eu não ia te esconder, príncipe. Eu juro! Eu só vim conversar com esse crápula porque eu tinha que acertar as contas com o meu passado. Acredita em mim, príncipe. Por favor, você tem que acreditar em mim! - Shirlei trincou os dentes, sibilando, desesperada.

Felipe a encarou, pensativo, então sua mente fez uma viagem para alguns minutos atras quando...

FLASHBACK ON:

– Espera, princesa! Num tá esquecendo de nada?

Shirlei ficou completamente aturdida.

– Tô? De quê? Do que você tá falando?

– Meu beijo.

Shirlei respirou, aliviada.

– Ah, claro... - Concordou e se inclinando o beijou profundamente, retirando-o de órbita. - Príncipe, depois eu preciso conversar com você, tá? É importante.

Felipe Franziu a testa.

– Tá certo.

E ela saiu, olhando pra trás, com medo que ela a seguisse, mas ele não o fez.

– Felipe? - Henrique tentou chamar a atenção do amigo, estalando os dedos na sua frente. - Cê tá bem, cara?

– Hã? Quê? - Balbuciou Felipe, acordando do transe - Tô sim, desculpa, o que você tava falando mesmo?

– Eu tava falando aqui pra Tancinha daquela vez que a gente viajou pra... Ah, deixa pra lá, irmão! Tá na cara que cê num tá bem! Fala aí! O quê que houve?

– Nada. É que... Eu tô preocupado com a Shirlei. Cês num notaram ela um pouco tensa hoje não?

– Notei, cara. Mas eu sei o nome disso... Grude! Cara, vocês num se largam nem pelo amor de Deus! A menina deve tá sufocada, sei lá!

Felipe arregalou o olhar, angustiado.

– Será, cara? Peguei pesado, né?! É que eu tô tão apaixonado que eu quero tá o tempo todo perto e... Droga! Deve ser isso mesmo!

Tancinha fez uma careta para o namorado, estreitando os olhos.

– Ma eu não tô acreditando que vocês tão me pensando isso? Claro que não! A minha irmã, Shirlei, ela adora me tá assim grudadinha com você, Felipe. Tenho certeza. Porque eu me conheço ela, ma desde que ela me era piquitita, sabe?! Ma num me escuta esse meu namorado aqui não... - Tancinha deu um tapa no pé do ouvido de Henrique, que gritou um "ai", chateado. - que ele ainda me tem muito o que aprender a respeito de me tá apaixonado.

– Se você tá dizendo... - Felipe falou, o olhar de cachorrinho perdido.

Tancinha pegou na mão dele, confortando-o.

– Pode me confiar. Se a minha irmã tá estranha, ma me deve ser por outro motivo e não por esse.

– Por qual então? - Felipe insistiu, preocupado.

– Não sei. Ma eu me vou descobrir e é agora mesmo. Cês me viram pra onde ela foi?

– Foi pra aquele lado da cortina dourada. Mas espera só um pouco... - Felipe pediu e levantando a mão, chamou um garçom, que prontamente, veio até à mesa deles. - Por favor, o senhor pode me informar onde é o banheiro que fica naquela direção? - Apontou para a cortina dourada.

– Perdão, senhor, mas não existe nenhum banheiro naquela direção. Os únicos que existem aqui ficam a sua esquerda. - Informou o garçom com extrema educação.

Todos sentados à mesa franziram a testa.

– Mas como se a minha namo... - Felipe se levantou da cadeira antes mesmo de terminar a palavra. - Tancinha, Henrique, eu vou ali vê o que tá acontecendo... - E antes que alguém pudesse protestar, Felipe saiu a passos largos na direção da cortina dourada.

Tancinha se levantou para ir atras, mas Henrique segurou seu pulso, impedindo-a.

– Não, Tancinha. Seja lá o que esteja acontecendo, é melhor deixar que eles se resolvam.

Mesmo contra a vontade, Tancinha ouviu o namorado e se conformou, permanecendo sentada.

Minutos depois quando Felipe chegou rente a cortina dourada, ele começou a escutar um burburinho vindo de detrás dela, como que uma discussão entre um homem e uma mulher e, em vez de entrar, achou melhor antes escutar um pouco da conversa, que estava exatamente nesse ponto:

– ... Graças ao Felipe, que é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Porque ele, ao contrário de você, sabe como valorizar uma mulher, ao mesmo tempo que faz ela se sentir uma verdadeira princesa...

FLASHBACK OFF:

– Então você tava escutando tudo? - Shirlei perguntou, quando Felipe acabara de lhe dizer exatamente isso.

Felipe chegou perto dela e fazendo um carinho no rosto dela, sorriu com ternura, os olhos brilhando de amor.

– Tava sim, princesa. Eu escutei cada palavra. Então... Pode ficar tranquila porque em nada diminuiu o que eu sinto por você, pelo contrário, só aumentou.

Shirlei respirou, aliviada. As lágrimas descendo dos seus olhos, mas agora de felicidade, não mais de tristeza.

Felipe sorriu e depois de pressionar os lábios na testa dela com um beijo extremamente carinhoso, se virou para Danilo.

– Quanto a você, eu nem sei se vale a pena o que eu tô com vontade de fazer agora, mas... - Felipe foi dizendo, enquanto fechava o punho se preparando para socá-lo, então quando menos o doutor esperou, ele já estava no chão segurando o queixo, fácies de dor, um pouco de sangue escorrendo no canto dos lábios. - Enfim, né?! Foi como eu disse? Eu não costumo ser muito bonzinho com quem machuca minha princesa. E no seu caso... Você machucou duas vezes. No passado e agora. Então agradeça por eu só ter batido em você uma vez e...

– AI! Mas que porra é essa?! - Gritou o doutor, interrompendo a fala de Felipe, quando Shirlei o socou também. - Tá maluca?

– Princesa, quê que cê fez? - Felipe perguntou, fitando Shirlei, que o encarava, olhos inocentes, segurando a mão com expressão de dor.

– Por que pra vocês homens parece ser tão mais fácil e tão menos doloroso, heim? - Shirlei questionou, um pouco indignada, arrancando de Felipe uma risadinha curta.

– Talvez seja porque nossa estrutura óssea seja diferente da de vocês, princesa. - Felipe explicou, segurando a mão de Shirlei, já fazendo carinho. - Tá doendo muito?

– Muito. Como se eu tivesse batido num cafajeste. Ah, eu bati, né?

Os dois riram. Danilo os fuzilou com o olhar.

– Vamos, doutor, seja pelo menos profissional. E veja aqui se minha princesa não quebrou nenhum osso? - Felipe falou para Danilo, que o olhou, indignado.

– Cê só pode tá tirando onda com a minha cara, né?

Felipe segurou o colarinho de Danilo, que engoliu a seco, tremendo nas bases.

– Eu pareço estar brincando? - Felipe falou e trincou os dentes, mandíbula protuberante sob a pele.

Mesmo com ódio, Danilo segurou a mão de Shirlei e profissionalmente a examinou.

– Não. Por sorte, ela não quebrou nenhum osso. Só eu que devo ter quebrado alguns dentes, mas acho que isso num deve interessar nenhum pouco a vocês, né?

– Uhm, não! - Felipe respondeu, seco. - Mas e aí? Pra dor dela, o que a gente faz?

Danilo passou cinco segundos o encarando, incrédulo. Depois pigarreou e voltou a ser profissional.

– Pode usar gelo e... É bom que ela tome um anti-inflamatório de oito em oito horas.

– Ok. Muito obrigado, doutor Alencar. - Felipe agradeceu, irônico. - Agora... Só mais uma coisa pra que fique registrado... - Colocou o dedo em riste ao nariz de Danilo - Fica longe da Shirlei! Fica longe da gente! Tá entendido?

Danilo o encarou, furioso, mas baixando a cabeça, assentiu. Então, passando um braço ao redor dos ombros de Shirlei, Felipe foi embora com ela, segurando a mão dela com todo carinho e cuidado.

***************************************

– Aqui, princesa. - Felipe falou, entregando para Shirlei uma bolsa com gelo. - Ainda tá doendo muito?

Depois da briga, eles haviam subido para o quarto de Shirlei e naquele momento ela estava sentada em uma bancada, que era a mais alta, enquanto Felipe, dois minutos antes tinha ido ao freezer buscar um saco de gelo para pôr em sua mão.

– Só um pouquinho. Já tá passando.

Felipe começou a rir do nada, surpreendendo-a, que virou a cabeça de lado.

– Qual é a graça, príncipe?

– Tô me lembrando da cara do idiota quando você deu um soco nele. Princesa, eu não conhecia esse seu lado... Bravo.

– Eu nem sei o que deu em mim, mas sabe que eu gostei... Lavei minha alma.

Felipe sorriu, e segurando o rosto dela, fez um carinho com o polegar.

– Imagino... Mas sabe que até bravinha você fica linda, né?!

Shirlei sorriu com os olhos.

– Fico é? Então por que será que eu Ainda não recebi nenhum beijinho?

Felipe deu um sorriso meio de lado, provocante.

– Não seja por isso. - Felipe falou e puxando o rosto dela, aproximou os lábios dos dela, que os entreabriu, mas para provoca-la um pouco, ele ficou parado, esperando seu protesto.

– Tenta não me beijar pra vê o que eu faço. Você mesmo conheceu do que eu sou capaz hoje! - Shirlei falou, os lábios tocando nos dele. Ele deu uma risada divertida, então com violência se apossou dos lábios dela, a língua adentrando sua boca a procura da sua, desesperada.

Em resposta, Shirlei agarrou com as duas mãos os cabelos de sua nuca e depois de um gemido aprofundou o beijo, que era bem mais molhado do que de costume.

– Tá a fim de uma aventura nova? - Felipe propôs no ouvido de Shirlei, mordiscando o lóbulo de orelha, fazendo-a se arrepiar inteira.

– Que tipo de aventura? - Shirlei perguntou, a voz já começando a ofegar,

– Uma proibida que eu tô pensando que pode ser bem divertida pra essa noite. - Felipe continuou falando, a voz rouca, enquanto mordiscava e beijava a nuca de Shirlei que se contorcia toda se deliciando com as carícias. - Mas você vai ter que confiar em mim. O que me diz, princesa?

– O que eu tenho que fazer então? - Shirlei perguntou já concordando com a proposta.

Felipe sorriu, vitorioso e voltando os lábios para os lábios dela, encarou-a, olhos de desejo.

– Você só tem que vestir o biquíni e daqui a uma meia hora descer pra piscina. - Ele falou, os lábios tocando os dela.

Ela piscou os olhos sem entender.

– Mas, príncipe, você não leu o aviso? A gente só pode usar a piscina até as dez da noite.

Ele deu um sorrisinho de lado, sedutor.

– Já ouviu falar que o que é proibido é mais gostoso? Mas... a gente pode esquecer isso e ir simplesmente dormir, se você quiser. - Felipe provocou, fingindo frustração e indo embora até que Shirlei segurou o braço dele, fazendo-o encara-la.

– Nada disso. Meia hora, né? Estarei lá. - Shirlei falou convicta.

Felipe mordeu o lábio inferior.

– Você não vai se arrepender, princesa. - Felipe disse, recomeçando um último beijo para que os dois fossem se arrumar para o encontro.

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Meia hora depois, Shirlei desceu o elevador até a piscina. Tentou ser o mais discreta possível, levando apenas o básico. Estava vestida com o biquíni, mas por cima vestira um short jeans curto e uma camiseta regata.

Chegando lá, percebeu que a piscina ficava pouco iluminada aquela hora da noite. E que não havia câmeras, a não ser que elas fossem muito bem escondidas, o que ela não acreditava que pudesse ser.

Foi se aproximando da borda da piscina e reparou que Felipe já estava lá dentro, então resolveu lhe fazer uma surpresa. Por isso, desceu o short e retirou a camiseta bem devagar, então entrou na água e nadou por debaixo dela até onde ele estava, só emergindo quando estava bem atras dele.

Sentindo a presença dela, ele se virou e sorrindo um para o outro, os dois se agarraram como se tivessem passado a semana sem se ver. E se beijaram ardentemente.

– Vem, eu trouxe uma coisa pra gente. - Felipe segurou a mão dela, puxando-a até a borda.

Quando eles chegaram lá, Felipe segurou com as duas mãos na borda e com um salto saiu da piscina, voltando dois minutos depois, segurando uma garrafa de vinho com dois cálices. Shirlei já tinha saído da piscina e estava sentada na borda, só as pernas dentro da água.

– Vem, princesa, tem um lugar que eu quero te levar. - Felipe chamou e Shirlei, depois de pegar sua bolsa e suas roupas, prontamente o seguiu.

Então eles atravessaram um caminho de pedras até chegarem a um mesa redonda com duas cadeiras enfeitadas, em um estilo mais do que romântico.

– Ai meu Deus, Príncipe, você não existe. Preparou tudo isso?

– Sexto dia, princesa. Já passou da meia noite. Seu berloque. - Pra não perder o costume, Felipe abriu a mão e Shirlei viu o berloque em forma de duas tacinhas brindando. Shirlei sorriu fascinada e ele a ajudou a colocá-la, recebendo dela um beijinho nos lábios de agradecimento.

Depois disso, ele foi até a mesa e conectando um som que havia em cima dela ao seu celular, deixou tocar algumas musicas aleatórias. Românticas, no caso.

Shirlei aproveitou a deixa e pegou em sua bolsa, um vestidinho para pôr por cima de seu biquíni. Que bom que escolhera aquele que lhe caia tão bem e de certa forma lhe deixava até bem sexy.

Felipe abriu o vinho e despejou nas duas taças, entregando um delas a Shirlei, que segurou, sorrindo afetuosamente.

– Que tal a gente fazer um brinde? - Sugeriu Felipe em meio a música que embalava aquela noite.

– Mas a gente vai brindar a quê? - Shirlei questionou.

Felipe sorriu e com a mão que não estava segurando a taça dele, ele segurou a cintura de Shirlei e puxou-a para si.

– Num sei... - Respondeu ele com os olhos fixos nos dela, desejosos. - Que tal aos nossos pensamentos? - Mordeu o lábio inferior, provocando-a. - Porque o que eu tô pensando aqui - - Percorreu o corpo de Shirlei com o olhar - vale a pena brindar. E você, princesa?

Shirlei sorriu com sensualidade. E passando a mão pelo tórax dele, fez uma carícia, que o fez delirar, entreabrindo os lábios.

– Eu também. - Ela sussurrou.

Então os dois bateram suas taças, uma na outra, e tudo que se escutou foi o ruído dos vidros se encontrando e de sua línguas se estalando com o beijo molhado que aconteceu regado a vinho. E os dois ficaram ali a luz do luar e sob o brilho das estrelas, dançando coladinhos e trocando beijinhos, enquanto saboreavam o doce néctar dos deuses.

Até que... Na sexta taça de vinho, Shirlei, que não era muito forte para bebidas, se soltou de Felipe misteriosamente, levando-o a franzir a testa, e foi até a mesa, cambaleando um pouco. Pegou uma das cadeiras e a arrastou até um certo ponto do local, depois olhando bem fundo nos olhos de Felipe, sorriso sexy, chamou-o com o dedo indicador, e em seguida apontou para cadeira.

Felipe riu de forma engraçada, mas enfim, melhor obedecer, né?! Então mesmo sem compreender, ele foi até lá e se sentou na cadeira.

– Princesa, quê que cê tá pretendendo, hein? - Perguntou ele, Ainda achando graça do jeito dela. Ficou imaginando se ela já havia ficado bêbada assim em algum momento da vida.

Shirlei colocou um mão de um lado da cadeira e a outra do outro lado, prendendo-o entre os braços e encarando-o, respondeu, a voz sexy e já um pouco engrolada.

– Você é... Muuuuuuito curioso, príncipe. - Shirlei falou, desenhando o lábio dele com o dedo. - Fica bem ai, sentadinho... bonitinho, viu?!

Felipe riu, mas estava bem curioso para saber o que ela estava aprontando.

– Pode deixar, princesa. Daqui eu não vou sair, prometo.

Então sob o olhar atento de Felipe, Shirlei voltou a mesa e pegou o celular, que estava tocando músicas aleatórias. Escolheu uma entre as várias que tinham e apertou o Play, aumentando bem o volume. Era uma música bem antiga do cantor Al Green "Let's Stay together", que ela tinha visto em um filme, e adorava porque a menina do filme tinha feito exatamente o que ela estava querendo fazer para Felipe naquele momento.

– Príncipe, você se lembra como a gente se conheceu? - ela perguntou alto por cima da música.

Felipe Franziu a testa.

– Claro. Como eu poderia esquecer? Mas o que isso tem a ver com... - Felipe parou de falar quando começou a ver Shirlei se remexendo conforme o ritmo da música. Então ele finalmente compreendeu. Ela iria dançar pra ele.

E foi exatamente o que ela fez. No início bem timidamente, só mexendo os pés de um lado para o outro e o quadril, mas conforme a música ia acontecendo, ela ia se soltando, sob o olhar atento, desejoso e completamente apaixonado de Felipe.

Ele nunca imaginou vê-la assim, mas como a amou naquele momento. Pois mesmo desengonçada, ela lhe pareceu a mulher mais sexy do universo, dançando ali no escuro, iluminada apenas pela luz do luar e das estrelas. Era uma visão para nunca mais esquecer. Pegou o celular para registrar. Outro momento para guardar. E filmou, sem perder um só detalhe.

Shirlei estava sob o efeito do álcool sim, mas nem tanto. Gostou de se soltar daquela maneira. Dançar na frente de uma homem tão lindo e encantador como Felipe e Ainda se sentir desejada como o estava sendo era no mínimo gratificante é um salto gigante para o seu ego. Por isso, resolveu ousar mais, rebolando ainda no ritmo, segurando nos cabelos com os dedos e descendo um pouco sem ser vulgar. Depois disso, ela ainda segurou a barra da saia de seu vestido e subindo, ficou ameaçando tirar. Felipe entreabriu os lábios. Então isso foi a deixa pra que ela, botão por botão, fosse retirando o vestido na frente dele, como numa espécie de striptease, ainda dançando de forma sexy. Quando chegou no último botão, ela foi retirando bem devagar dos ombros e descendo pelas pernas até ficar com o biquíni branco. Então, sem que Felipe esperasse, ela jogou o vestido para ele, que segurou e inalou o perfume dela, sorrindo.

Foi aí que, mais ousada ainda e com o álcool lhe subindo ainda mais a cabeça, ela subiu na outra cadeira e se equilibrando, subiu na mesa. Felipe arregalou o olho, uma mistura de desejo e receio.

– Ah não, será que isso vai dar certo? - Felipe perguntou quase que para si mesmo. E como que adivinhando, ele viu quando em um movimento em falso, Shirlei trocou as pernas se desequilibrou e já ia caindo da mesa se não fosse Felipe ter chegado a tempo para segura-la em seu braços.

– Ai meu Deus, eu quase me estabaquei no chão...

– Não, princesa. Lembra do que eu te disse na primeira vez que a gente se viu? "Eu nunca ia te deixar cair". - Felipe relembrou o primeiro encontro dos dois, os olhos brilhando, um sorriso de arrasar um coração. - Agora... Antes da gente subir, acho melhor você tomar um banho frio pra retirar um pouco desse álcool. A minha cunhadinha não vai gostar nada nada de saber que estou embebedando você.

– Mas eu bebi porque eu quis. Sou maior de idade. - Shirlei protestou, olhos inocentes, fazendo bico, a voz ainda engrolada.

– É, mas não custa nada evitar confusão. Vem. - Felipe segurou a mão da namorada - Acho que vi um chuveiro por aqui em algum lugar.

Felipe foi andando e conduzindo a namorada, que cambaleava, até que eles chegaram no chuveiro que ele havia visto. Abriu a torneira e a água que saiu era bem forte e intensa. Então com cuidado colocou Shirlei debaixo dele.

A água estava tão gelada, que Shirlei não conseguiu conter um gritinho agudo que saiu de sua garganta, levando Felipe a rir.

– Ah tá achando graça é...? Então vem experimentar. - Shirlei disse e segurando a mão do namorado, puxou-o para debaixo do chuveiro.

– Mas que porra gelada é essa?! - Gritou Felipe, quando sentiu a água em sua pele. Shirlei gargalhou. - Para de rir! Princesa, para de rir!

Por alguns segundos, Shirlei ainda continuou rindo, mas depois, sensualmente, ela aproximou seu corpo do dele, que já sentiu o corpo inflamar. E segurou os cabelos da nuca dele, mergulhando seus dedos entre os fios.

– Se eu não parar de rir, você vai fazer o quê? - Shirlei perguntou, a voz sexy, encarando-o com volúpia.

Os olhos de Felipe ficaram perdidos entre os lábios e os olhos de Shirlei. Então, sem pensar nas consequências, ele segurou o quadril de Shirlei e a puxou para só, grudando-a no seu corpo num encaixe perfeito. A água caindo em cima de ambos e engraçado que agora nem parecia tão fria assim.

– Eu vou... - Felipe começou a murmurar, a voz arquejante. - Eu vou... Caramba, princesa, não faz isso. Você tá bêbada e eu não quero me aproveitar de você nesse estado porque eu... - Felipe ia falando, mas Shirlei, ousadamente, começou a beijar o pescoço dele de forma tão provocante que ele já nem sabia somar dois mais dois quanto mais raciocinar o que estava dizendo. - porque eu... Princeeeeeesa... - Insistiu ele ainda mais, quando ela beijou o tórax dele, seu ponto fraco. - Tá certo então, eu só espero que um dia nossos filhos compreendam que o pai deles nunca quis se aproveitar da mãe deles na primeira noite, ele só não resistiu, né? Ai caramba, Felipe, tô achando que o bêbado aqui é outro! - Falou para si mesmo e balançando a cabeça, espantou os pensamentos. Então sem mais pensar mas consequências, ele segurou o rosto de Shirlei entre as mãos e pressionou os lábios dela com os seus, beijando-a com ardor e volúpia.

Em resposta, ela abraçou o tórax dele, as mãos em suas costas, massageando-o para cima e para baixo, alguns vezes cravando suas unhas quando sentia seus lábios sendo sugados pelos dele e mordiscado com extrema volúpia.

– Princesa, eu juro que eu estou tentando ser forte aqui... - Felipe falou no meio do beijo, arfando e olhando para ela intensamente, lábios entreabertos.

Shirlei sorriu ainda sob o efeito do vinho. Só que não. Ela já estava se aproveitando - e muito - que ele achava que era só isso para tirar proveito de seu príncipe.

– E você tá conseguindo, príncipe. - Ela respondeu também ofegando. - Tô muito orgulhosa de você, viu?

Mas ela não tinha ideia do quanto aquela frase foi provocante para ele, tanto que, sem que Shirlei pudesse esperar, Felipe segurou firme seus quadris e com o peso do próprio corpo a empurrou contra a parede, prensando-a, friccionando seu corpo no dela, enquanto a beijava, explorando sua boca com a língua. Ambos gemendo de prazer, enquanto Felipe passeava a mão da cintura de Shirlei para o ventre, e ela passava as mãos pelos peito dele, arranhando sem machucar.

Mas foi quando a mão de Felipe resolveu explorar um lugar intocável por ele ainda, adentrando a calcinhas do biquíni, fazendo a gemer um pouco mais alto, que a luz forte de uma lanterna os fizeram voltar à realidade e como o próprio Felipe e Shirlei resmungaram a DROGA da realidade.

– Ei vocês, não leram o aviso não? - O segurança reclamou, gritando. - Vamos, os dois, AGORA, saiam!!!! Antes que eu chame o gerente!

Rindo do constrangimento e se sentindo como dois adolescentes pegos pelos pais, os dois - depois de pegarem suas coisas - correram na direção do hotel, de mãos dadas, dedos entrelaçados.

– Ai meu Deus, príncipe, e agora? - Shirlei questionou, quando os dois chegaram na porta do quarto dela e de Tancinha.

Felipe fez um carinho no rosto dela, que sempre a acalmava.

– Relaxa, princesa. O segurança num vai falar nada não. Ele já deve tá acostumado a ver isso.

– Cê acha mesmo? - Felipe assentiu com a cabeça. E Shirlei se sentiu mais aliviada. Então depois disso, um silêncio constrangedor se fez entre os dois até que, olhando meio de lado, ela quebrou. - Cê... Num vai dormir aqui comigo... hoje?

Felipe deu um suspiro profundo e chegando bem perto, pinçou o queixo dela entre o polegar e o indicador, depois colou seus lábios nos dela, beijando-a demoradamente.

– Melhor não, princesa. Amanhã cedinho, a gente se vê... Boa noite e... Sonha comigo, tá bom?!

– Tá. É o jeito sonhar, já que eu não posso dormir, né? - Disse, manhosa.

– Own meu Deus, mas como é manhosa essa minha namorada... - Felipe abraçou Shirlei pela cintura e levantou-a no ar, fazendo-a agarrar seu pescoço e tirar os pés do chão, rindo. - huuuuuuummmm - gemeu ele com a cabeça enfiada no pescoço dela, cheirando e beijando - Prometo pra você que é só dessa vez, viu? Ou você acha que tô achando bom? Mas é que com a Tancinha aí... Fica estranho, né?!

Shirlei teve de concordar, ficava mesmo, então dando um último beijo, daquele de tirar o fôlego, no namorado, eles se despediram e ele foi embora.

Então ela enfiou o cartão e abriu a porta. Procurou por Tancinha, que não estava. Que ótimo! Perdeu de dormir com o namorado por causa dela e agora descobria que ela não estava. Muito obrigada, irmãzinha, pensou. Tudo bem. O jeito agora era se conformar e tomar um bom banho, quentinho, para variar naquela noite.

Quando ela terminou, vestiu uma calça de pijama quadriculada folgada é uma blusinha apertadoras de alcinha, então com o frio do ar condicionado do quarto, não contou conversa e se enfiou debaixo do edredom se encolhendo toda para se proteger do frio. Depois fechou os olhos para esperar o sono chegar.

Foi aí que minutos depois, ouviu o ruído de um cartão sendo enfiado na porta. Tancinha voltou, pensou ela, sem querer abrir os olhos. Mas, de repente, sentiu quando alguém levantou seu edredom e se enfiou debaixo dele, agarrando sua cintura com braços musculosos e se aconchegando ao seu corpo naquele encaixe perfeito que só eles possuíam. Ela sorriu, não conseguindo conter a felicidade.

– Achei que não fosse dormir comigo hoje...? - Ela disse, sem olhar pra trás.

– E você acha que eu resisto? Além disso, a Tancinha tá lá no quarto com o Henrique. Direitos iguais, né? - Felipe falou, roçando o nariz no rosto e pescoço dela, aspirando seu perfume.

Ela entrelaçou seus dedos nos dele, e puxou-o ainda mais para si.

– Boa noite então, príncipe! Quero só ver como a gente vai se acostumar a dormir separado quando voltar pra casa...?

– Ixi, será que vou ter que subir tua janela toda noite que nem o príncipe da Rapunzel?

– Aí eu num sei, mas... Eu deixo a janela aberta todo dia. Só pra você saber, tá?

Ele suspirou.

– Tô achando que vou voltar a treinar escalada, oh...

Eles riram com as bobagem românticas e depois de trocarem um beijinho apaixonado se entregaram ao sono.

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No dia seguinte, Felipe ainda aconchegado no corpo da namorada, sentiu seu celular vibrando perto dele. Piscando os olhos para que eles se adaptassem a luz, ele olhou o visor. Tinha oito chamadas não atendidas de sua irmã Ficou extremamente preocupado. Deu um beijinho no rosto da namorada e se levantando foi até a janela onde não podia ser tão bem escutado para não atrapalhar o sono de sua princesa.

Chegando lá, ligou pra ela e depois de três toques, sua irmã atendeu.

– Fala irmãzinha! Ligou pra mim? - Nesse instante, despertando Tito abriu a boca, colocou as patas pra frente e se espreguiçou, então vendo um de seus donos mais queridos, abanou o rabinho e subiu no colo dele. - Ôpa, amigão! Pera um segundo, Cris. - Pediu Felipe, para ajeitar o cachorrinho de maneira que pudesse fazer as duas coisas ao mesmo tempo, fazer cafuné nele e falar com a irmã ao telefone. - Pode falar agora. Tá tudo bem aqui sim. E você como tá? Eu devo tá voltando amanhã no máximo, por quê? Algum problema? Espera, mas o que a Jessica foi fazer ai? Visitar QUEM? Mas quando ela chegou? Ontem? Certo. Não, fica tranquila. Eu sei que a mamãe é um pouco arredia com você, mas... Eu tô chegando aí e a gente dá um jeito, pode deixar. E o Papai também veio ou não? Sei... Queria que ele tivesse vindo também, tenho certeza que ele entenderia. Enfim... Aguenta aí as pontas, irmãzinha que eu tô chegando, viu?! Beijo grande. Também te amo!

E desligou, olhando para Shirlei, que dormia como um anjo e sentindo que uma bomba acabara de ser lançada em seu colo.


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