A Intérprete - Orgulho e Preconceito Moderno escrita por Nan Pires


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Quinta chegou!! E com ela mais um capítulo da minha história!! Espero que vocês gostem :)



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A família Bennet em peso finalmente chegou. Liz precisou pedir para que o sr. Collins a deixasse entrar um pouco mais tarde para que ela fosse buscar o sr. e a sra. Bennet e suas três irmãs mais novas, Mary, Kitty e Lydia. A grande família e toda bagagem quase não couberam no carro que Lizzie teve que alugar, mesmo ele sendo maior do que o normal, a fim de acomodar a família toda. Ela e Jane racharam as despesas do aluguel do carro pelos próximos dias, além de terem saído correndo atrás de colchonetes, travesseiros e mantimentos para a geladeira que costumava estar quase vazia.

Foi um sufoco para elas conseguirem pensar em um esquema de acomodação, por fim, acabou que Elizabeth decidiu ficar no quarto de Jane pelos próximos dias para suas três outras irmãs dormirem no dela, enquanto o sr. e a sra. Bennet dormiriam em locais improvisados na sala. Lizzie estava fazendo o seu melhor para não surtar, mas só de pensar na bagunça que seria, sua cabeça já começava a doer. Ela tinha pensado em reservar um quarto de hotel para eles, assim ficaria melhor para todos, só que quando ela perguntou a opinião de Jane, a mesma fez uma careta e disse que a mãe jamais aceitaria aquilo. Era verdade, a sra. Bennet consideraria aquilo ultrajante. Lizzie até sabia o que se passaria na cabeça da mãe “Onde já se viu? Sua própria filha, que ela criou com tanto amor e carinho, querendo despacha-la para um hotel? ” Mesmo que fosse um 5 estrelas com direito a massagem relaxante e piscina, ela não iria aceitar. Ela gostava mesmo era da família reunida, custasse o que custasse, além disso, como ela teria a chance de reorganizar tudo na casa das filhas (que claro, não sabem nada sobre organização e limpeza e deixam tudo em locais inapropriados)? Não, ela precisava estar ali, claro.

— Chegamos! – Liz gritou animada ao abrir a porta do pequeno apartamento.

Assim que entraram, a família toda saiu correndo em direção a Jane, que estava sentada no sofá com um sorriso alegre.

— Minha menina, você nos deu um susto! – A sra. Bennet estava com os olhos brilhando e deu um abraço bem apertado na filha. – Você foi bem cuidada?

— Claro, mamãe. – Jane respondeu alegre. – Sabe que Lizzie é uma excelente irmã, está me mimando até demais.

— Que bom que pelo menos com a irmã ela se importa... – A sra. Bennet resmungou alto o suficiente para que Liz ouvisse.

O sr. Bennet ficou mais na dele, nem mesmo abraçou a filha doente, apenas deu-lhe um olhar satisfeito e disse que ficava muito aliviado em saber que ela já estava se sentindo muito bem.

— Você ficou com uma cicatriz? Deixa a gente ver? – Liz ouviu uma das irmãs perguntando quando estava saindo para buscar o resto das coisas que eles haviam deixado no carro.

— Quer ajuda? – Seu pai ofereceu.

— Claro. – Ela respondeu com um aceno.

Eles precisaram fazer duas viagens cada para subir pelas escadas com todas as malas e mochilas e em nenhum momento sua mãe ou suas irmãs ofereceram ajuda. Na verdade, elas pareceram nem se dar conta de que suas malas não estavam aparecendo magicamente dentro do apartamento.

Assim que subiu com todos os pertences da família e deu algumas orientações, Lizzie disse que precisava ir trabalhar. A sra. Bennet lançou um olhar meio feio que ela tratou de ignorar. Ela avisara a mãe antes deles virem, ela não estava de férias, tinha que trabalhar, infelizmente. O lado bom era que pelo menos, algumas horas por dia, ela poderia estar em um ambiente menos bagunçado e mais pacífico. Liz amava a família dela, do fundo do coração, mas ela era aquele tipo de pessoa que precisava de um pouco de sossego, de alguns momentos só dela, para que ela pudesse recarregar as energias. Às vezes, ela detestava ser assim, pois morria de medo que aquelas pessoas, tão importantes para ela, achassem que ela não as apreciava. Por isso, prometeu a si mesma que faria um esforço para aproveitar mais e se estressar menos. Ela andava muito ranzinza e isso a estava incomodando.

O dia no hospital passou bem mais rápido porque a clínica estava bem cheia. Ela se sentiu mal por ter chego tarde, mas cruzou com o sr. Collins nos corredores e ele não parecia irritado com ela nem nada do tipo. Mais uma vez, ela teve que trabalhar junto com o dr. Wickham, que com sua conversa leve e suas piadas fez Lizzie sentir-se bem melhor e despreocupada. Foi um bom dia e ela rezou para que os próximos fossem tão tranquilos quanto aquele.

No caminho de volta para casa, Liz ligou para saber se o pessoal estava animado para sair e jantar fora ou se preferiam que ela levasse comida. O sr. Bennet disse que eles ainda estavam um pouco cansados, pois fora uma longa viagem, por isso Lizzie passou em um restaurante que ela gostava e pediu a comida para viagem. Algo lhe dizia que a sra. Bennet estaria emburrada, pois ela era do tipo de pessoa, que assim como Lydia, estava sempre pronta para sair. E o sr. Bennet, era o tipo de pessoa que não gostava de perguntar a opinião alheia, então, talvez só ele estivesse cansado.

Mas quando chegou lá, descobriu que todos estavam muito animados e à espera da comida que ela estava trazendo. Estavam famintos e a mesa já estava arrumada com pratos, copos e talheres e mais alguns banquinhos improvisados para que todos pudessem se acomodar, menos Jane, que comeu sua refeição quase líquida, no sofá, onde era mais confortável para ela.

Foi uma noite muito agradável, a comida acabou, mas eles ficaram um tempão a mais sentados à mesa conversando. Depois passaram para o sofá e Lizzie serviu o chá. O sr. Bennet e Mary não quiseram, mas as outras garotas acharam chique o costume de tomar chá e ficaram se servindo enquanto falavam de um jeito engraçado, na tentativa de imitar o sotaque do país. Foi uma noite bem divertida, parecia que eles viviam assim sempre. Lizzie sorriu para Jane como quem diz “Deu tudo certo! ”.

Eram dez e meia da noite, quando todos decidiram se recolher para dormir. Quem deu a deixa fora Mary, que já estava babando no sofá.

— Droga de jet lag. – Ela murmurou quando a sra. Bennet a cutucou e a mandou para o quarto.

Enquanto todo mundo fazia fila no banheiro para escovar os dentes e colocar os pijamas, Lizzie foi até a cozinha e começou a lavar a louça.

— Quer ajuda? – Jane perguntou ansiosa, odiava que sua irmã estivesse fazendo todo serviço sozinha enquanto ela sempre era mandada repousar.

— Não precisa, Jane. Pode ir dormir, vou terminar aqui e já vou também. – Ela respondeu com sinceridade.

— Se precisar... – A irmã ofereceu.

— Não esquenta.

Lizzie não estava incomodada de ter que fazer mais uma tarefa sozinha. Não aquela noite e não depois daquele jantar maravilhoso que a lembrou tanto da infância. Não, pelo contrário, ela estava muito feliz. Tão leve que sabia que dormiria tranquilamente aquela noite, o que não acontecera na anterior, que ela acordou diversas vezes pensando em preparativos e coisas que ela havia esquecido de organizar antes da chegada da família. No final, uma quebra na rotina era até que bom, ela precisava aprender a ser mais flexível, pois as vezes perdia momentos de alegria e descontração perto da família ou dos amigos, só porque era sistemática demais e gostava das coisas na sua ordem. Ela não podia ser sempre assim, precisava mudar, e quem sabe, aquele não era o começo dessa mudança?


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Notas finais do capítulo

Capítulo super família, os Bennet até que se comportaram direitinho, neh?? Na próxima quinta teremos mais emoções :P
Comentem, por favor. Ninguém melhor do que vocês para me dizer se estou no caminho certo :)
Um ótimo finalzinho de semana para todos os meus leitores queridos!! Até a próxima quinta!!



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