Dark Paradise escrita por Sky


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Prólogo, apenas para conhecerem um pouco da personagem!



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— Lucy, sua cliente chegou! – eu acordei de meu transe com um susto e acabei batendo a cabeça na luz que eu usava pra maquiar minhas clientes.

— Au! – urrei de dor colocando minha mão no lugar onde eu bati sentindo uma pequena dor.

— Dormindo na cadeira dos clientes novamente? – minha secretaria, Milerny entrou na sala com uma olhar de reprovação.

— Não, eu só estava... Sentada – tentei disfarçar meu olhar de cansaço, sem muito sucesso.

— Sei, e esses livros ai? Vai maquiar a cliente com eles?

Olhei para a penteadeira que tinha ali e vi que tinha esquecidos meus livros da faculdade abertos. Estava estudando e acabei caindo no sono.

— É que eu tenho uma prova hoje, pensei em estudar mais um pouco antes da cliente chegar – me expliquei e ela riu.

— Passou a noite estudando de novo? – eu concordei – Por que não simplesmente desisti da faculdade? Você se dá bem melhor aqui, do que cuidando de bichos. É mais sua cara.

Eu a olhei com a minha sobrancelha esquerda arqueada.

— Por que você sempre diz isso?

— Não estou dizendo que não é capaz, – tentou se explicar – só estou dizendo que é mais sua cara ficar na estética do que ficar cuidando de bichos esquisitos

— Pela milésima vez, eu não faço veterinária, eu faço biologia. Existe uma diferença? – eu passei a mão por meu cabelo revirando os olhos.

— Qual? Tudo tem a ver com bicho. – ela começou a colocar os pinceis recém limpos nos seus lugares.

— E humanos também.

— É medica também?

— Não... Ah! Esquece, mande-a entrar.

Ela assentiu e saiu.

Eu não entendia essa cisma que todos tinham comigo. Não me entenda mal, eu gosto dessa coisa de estica, mas não é meu futuro, faço isso pra pagar minhas contas e minha faculdade e não por que quero isso pra minha vida.

— Olá!

Eu sorri ao ver Emily, ela vestia um roupão branco que dizia “Noiva” em brilhantes.

— Você está linda – disse a abraçando.

— Ainda não, você que vai fazer isso.

Eu ri e a fiz sentar na cadeira.

— Como está sendo suas últimas horas como solteira? – eu puxei assunto enquanto tirava as bases do tom de sua pele da prateleira.

Ela riu e se jogou pra trás.

— Maravilhoso, mal posso esperar pra estar casada!

Parei do seu lado começando a colocar os produtos na bancada ao lado e acendendo a luz branca pra ter mais detalhes de seu rosto.

— E você? Quando irá se casar? – ela perguntou com total naturalidade.

— Eu? – eu ri de sua pergunta – Não tenho nem namorado, como quer que eu me case? – ela riu junto de mim.

— Mas não sente vontade?

Eu pensei por um momento e respondi:

— Eu acabo não pensando muito nisso.

— Atolada com a faculdade?

— Faculdade e trabalho.

— Já pensou em desistir? Digo, da faculdade? – por que logo da faculdade?

— Não, isso é o que eu quero pra minha vida – acabei sendo um pouco grossa sem mesmo querer.

— Ok.

Eu suspirei e mordi o lábio.

— Me desculpa, o dia está corrido hoje.

— Não tudo bem, entendo o seu lado.

Eu franzi o cenho.

— Que lado? – perguntei começando a preparar sua pele.

— A típica “beauty girl” querendo fazer uma carreira que não seja envolvida com glamour e beleza, é um pouco estranho para os outros e desacreditador – ela me respondeu com um sorriso de lado e eu revirei meus olhos com seu apelido.

— É, o pré-conceito ainda roda por ai.

— Mas você ainda fica chateada com os comentários – ela comentou e eu apenas dei de ombros.

— Eu não entendo, sempre fui boa na escola, passei com honra na prova pra entrar na faculdade, ganhei 50% de bolsa – desabafei por um momento.

— Mas as pessoas não sabem disso...

— E nem precisam, só... Me sinto um pouco ofendida, como se tudo por que eu lutei seja pouco ou muito pra mim.

— Olha eu te conheço desde o ensino médio e devo dizer que sei que você lutou por tudo que você quis, não desista e prova pra esse cuzões que você pode – eu acabei rindo do comentário dela.

Infelizmente, não consegui provar nada para ninguém que eu podia. Um mundo foi ataco por algo que fazem as pessoas comerem outras, faz tudo parecer quase um filme. Estava há quase um mês trancada no meu apartamento, pensando no que fazer, não tinha ninguém a quem recorrer e mesmo se tivesse, provavelmente estariam mortos, como todos estão. Os noticiários saíram do ar, tudo saiu. A cura que todos estavam tentando achar, se calou e eu tentava entender isso tudo, desde o porquê e até como aconteceu. Passava a maior parte de meu tempo lendo os livros de minha faculdade e até mesmo os livros que me atrevia a pegar quando tinha que sair e buscar comida, havia uma livraria em frente a meu prédio. Eu era a única sobrevivente daqui, todos viraram zumbis e foi assim que eu matei os primeiros de minha lista, o que não foi muito pesado fisicamente, pois havia apenas três andares com dois apartamentos cada e a maioria deles fugiu, mas mentalmente fora perturbador, matar pessoa que eu falava, Dona Joana, toda vez saindo pra ir para seu consultório e me dava bom dia, e agora ela está caída no andar de baixo morta.

 A internet e a luz tinham caído, minha comida estava acabando e não tinha mais lugar perto que não fora saqueado e tenha comigo, sabia que tinha que sair daqui e procurar outro lugar, não sabia como iria conseguir sobreviver com um taco de baseball sujo de sangue e com uma faca e alguns livros, mas precisava achar um lugar, onde há uma cura, onde estão tentando achar algo e ainda a única coisa que sabia até agora, era que tem que furar o cérebro, para aquelas coisas morrerem de vez e eu conseguir sobreviver.

Depois de 9 meses pôs apocalipse sobrevivendo, de enlatados e de animais que achava por ai, dormia em cima de arvores onde pra mim, era o único lugar segura para se dormir um pouco, as vezes dentro de alguns carros que tinha a certeza que estava com gasolina e trancado, matando e fugindo desse zumbis, eu já pensava que estava na beira da insanidade, mas continuava a procura de lugares pra eu entender isso tudo, cheguei até achar um laboratório perto de Atlanta, um pequeno laboratório de remédio manipulados, mas não durei 2 semanas ali dentro, com zumbis entrando, pois deixei outras pessoas entrarem, o que foi um erro e desde então nunca mais vi outro humano em minha frente, pulava de carro em carro a procura de outras bibliotecas, livrarias e laboratórios, na esperança de acha algo, mas começava a acreditar que tudo que as pessoas falavam era verdade, eu sou feita apenas de estética.

Fazia uma semana que não parava de chorar baixinho, para não atrair aquelas coisas, já estava no meu limite, quase um ano depois disso tudo e a única coisa que eu consigo fazer é sobreviver, e não viver. Já pensava seriamente em desistir que minha vida, desistir de tudo, não havia nada que eu pudesse fazer pra mudar qualquer coisa, mas me faltava coragem e uma arma pra atirar em minha própria cabeça.


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Notas finais do capítulo

Terá outro capitulo, daqui a pouquinho!