Out Of The Woods... escrita por Day Alves


Capítulo 12
Homem de sorte...


Notas iniciais do capítulo

Oii Tributos! Tudo bem? Espero que sim!

Boa leitura! ♥



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— Oh, é verdade. Esqueci que você perdeu a memória. – Delly sorri.

— É, perdi. – Digo.

— Estou falando de quando eu e Peeta nos beijamos. – Ela fala e Peeta abaixa a cabeça. Um estranho incomodo se instala em mim. — Mas claro, isso é passado.

Não confio nela, não confio em uma palavra do que ela diz. E de repente, sem que eu perceba, estou vendo-a como uma rival, ou até mesmo inimiga. E o pior de tudo é que apesar de nunca ter me apaixonado e nunca ter sentido isso antes, esse sentimento não me é estranho.

— Bom, eu vou para casa. – Digo.

— Não! Espera. – Peeta diz, viro-me para ele. — Você queria me falar algo? – Ele pergunta.

— Não, só resolvi sair um pouco de casa e quis passar aqui. – Digo, mas a verdade é que eu quero xingar ele por ter sido pego por mim abraçando alguém com quem ele já teve algo.

— Nos vemos em casa então. – Ele diz, se despede de Rye e eu saio da padaria.

Ando um pouco atordoada pelas ruas. Preciso saber de mais. Não gostei do sarcasmo presente na voz de Delly. Preciso saber de tudo que aconteceu. E sei de alguém que pode me dar todas essas respostas, sem mentiras ou omissão.

— O que faz aqui? – Pergunta Johanna Mason após abrir a porta de sua casa.

— Posso falar com você? – Pergunto.

 

As horas passam rápido, quando dou por mim já está na hora de Peeta chegar do trabalho. Não sei dizer ao certo se foi bom ou ruim saber sobre o “caso” de Peeta e Delly. Isso não sai da minha cabeça. E não consigo reprimir o incomodo que sinto toda vez que penso em seus lábios beijando os dela. Saio de meus devaneios quando a porta da frente se abre e Peeta entra por ela. Ele me encara alguns instantes e desvia o olhar visivelmente incomodado.

— Oi. – Ele diz.

— Oi. – Respondo secamente.

— Temos que conversar. – Ele suspira.

— Temos. – Concordo com a cabeça. — Tome um banho primeiro, conversamos enquanto jantamos.

Ele assente e sobe as escadas, sirvo a mesa e sento-me esperando Peeta descer, minutos depois ele desce, seu cheiro invade minhas narinas e solto um suspiro involuntário. Seus cabelos estão molhados e ele usa apenas um moletom e uma blusa branca.

— Katniss... eu quero te explicar sobre hoje... – Ele suspira sentando-se a minha frente.

— Desculpe-me Peeta, mas não pude esperar suas explicações. Fui até a casa de Johanna e, ela me contou tudo. – Digo.

— Tudo?

— Sim, sei que você não teve culpa de nada, não se preocupe, não estou zangada. Nem tenho motivos para isso. – Digo. Encaro seu semblante mudar de aliviado para triste e percebo que falei demais. Soei como se não gostasse dele. Mas, essa não é a verdade?

— Claro. Você não gosta de mim. – Ele diz com a voz rouca. Encaro seus olhos e vejo suas pupilas um pouco dilatadas.

— Peeta... – Chamo, seu rosto expressa transtorno e confusão. Ele se levanta e entra no escritório fechando a porta atrás de si. Bato na porta. — Peeta...

— SAI DAQUI. – Ele grita e eu me sobressalto. — Chame o Haymitch!

Subo as escadas correndo e pego Rye que provavelmente deve ter acordado com meus passos no corredor e corro para a casa de Haymitch. Bato na porta de forma quase desesperada e vejo Haymitch abri-la com um pedaço de pau na mão.

— O que é isso? – Pergunto erguendo uma sobrancelha. 

— Eu é que pergunto. – Ele me encara de forma irônica.

— Peeta está com problemas. – Digo fazendo sua expressão ficar seria.

Entro rapidamente na casa vendo Effie descer as escadas e passo Rye rapidamente para seus braços.

— Cuida dele pra mim. Já volto. – Digo indo em direção a porta.

— O que pensa que vai fazer? – Haymitch pergunta

— Ajudar ele. – Respondo já saindo e ele me segue.

— É mesmo? – Ele zomba. — E como pretende fazer isso?

— Não sei, eu dou um jeito. – Digo já entrando em casa.

Não sei o que Peeta está tendo, mas sei que isso não é bom. Sinto uma dorzinha no peito, algo como culpa, e isso só aumenta o meu instinto de fazer alguma coisa.

— Escuta. – Ele me para de frente para o escritório, onde eu já me preparava para dar um pontapé na porta e abri-la a força. — Não é assim Katniss, Peeta está tendo um flashback. Se entrar aí agora, não garanto que saíra viva.

Reviro os olhos, minha mãe já me explicou sobre esses falashbacks, sei que Peeta sente vontade de me matar, mas sei também que ele não seria capaz de fazer isso. Ele me ama afinal, não é?

— Pode confiar nele Katniss. Peeta é um bom moço e te ama de verdade. Mas, essa coisa toma conta dele. Katniss, você tem que ter em mente que quem está lá dentro agora não é o Peeta: menino bondoso e de coração puro. É uma arma feita da Capital para matar você. – Ele suspira passando a mão pelos cabelos.

— O que quer fazer então? – Pergunto, ouço o barulho de algo quebrando dentro do escritório. — Diga logo antes que eu arrombo a porta.

— Eu entro e falo com ele, você fica quieta aqui fora e não faz nenhuma besteira. – Ele me encara.

— Ok.

— Katniss é sério! Se ele machucar você vai se culpar o resto da vida! – Ele suspira pesaroso.

— Vou ficar aqui. – Digo cruzando os braços. — Agora entra logo.

Ele bate na porta e diz algumas coisas para Peeta. A porta se abre. Haymitch entra. A porta se fecha bruscamente e eu não vejo nem sinal de Peeta. Sento-me encostada na parede. Ouço múrmuros vindo do lado de dentro do escritório e o choro alto de alguém. Que só pode ser Peeta. Isso é tudo minha culpa. Será que ele tem essas crises sempre? Será que ele sente mesmo vontade de me matar? Será que ele seria capaz de me machucar? Será que ele sente alguma dor? Será que ele se lembra de alguma coisa que ele faz enquanto tem esses flashbacks? Tantas perguntas. Sinto minha cabeça começar a doer novamente. Abraço meus joelhos e encosto minha cabeça em cima deles. Minutos se passam até que ouço alguém abrir a porta. Levanto-me abruptamente e vejo Haymitch sair e fechar a porta atrás de si.

— O que houve? – Pergunto de um modo tão aflito que até eu mesma me surpreendo.

— Ele apagou. Isso acontece quando o flashback é muito forte. – Haymitch suspira e coloca uma mecha de seus cabelos loiros atrás da orelha. — Não sei o que houve e não é da minha conta. Mas, evite dizer coisas a ele que possam magoá-lo. Peeta te ama independente de tudo e está sofrendo mais do que pode aguentar com tudo isso.

— Haymitch...

— Talvez ele acorde ainda hoje, mas é bem provável que isso só aconteça amanhã. Quando ele acordar. Pergunte a ele Katniss. Não falarei do passado de vocês para você. Isso é algo que vocês dois tem que fazer juntos. – Ele diz e se encaminha para a porta. — Eu já vou indo. Pedirei a Effie para trazer Rye para você.

— Tudo bem. – Digo e ele dá um risinho abrindo a porta. — Haymitch? – Ele me encara. — Obrigada.

— Não me agradeça. É coisa de vocês cuidarem um do outro. Só estou te substituindo até você pegar o jeito. – E lá está sua ironia novamente. Dou um sorriso de lado.

— Isso não será por muito tempo.

— Assim espero. O garoto merece ser feliz. – Dito isso ele sai fechando a porta atrás de si.

Entro no escritório e vejo Peeta deitado no sofá. Por um segundo agradeço a Capital por construírem sofás exageradamente grandes, assim Peeta pode ter mais conforto se tiver que passar a noite aqui. Aproximo-me dele. Seus cabelos estão bagunçados e ele possui uma expressão cansada no rosto. Pego sua mão esquerda e a aliança reluz no claro da luz. Planto um beijo na sua palma. Como alguém tão forte pode ser tão vulnerável? Peeta na maioria do tempo parece ser tão forte, e ver ele assim é tão estranho. Ele aperta minha mão ainda dormindo e a puxa para si escondendo-a na curva do seu pescoço. Ouço alguém entrar em casa e suponho que seja Effie.

— Katniss, querida? – Ela chama aparecendo na porta. Faça sinal de silencio para ela que sorri tristemente. — Haymitch me contou o que aconteceu. Sinto muito que tenha presenciado isso. – Ela sussurra e me entrega Rye.

— Tudo bem. – Sussurro de volta. — Obrigada por ficar com ele.

— Não tem problema, foi um prazer. – Ela diz e dá um beijo na testa de Rye. — Tenho que ir. Lily me espera para o lanche antes de dormir. Amanhã venho ver como vocês estão. Qualquer coisa é só chamar.

— Não se preocupe. Vai ficar tudo bem. – Digo e ela sorri.

— Boa noite. – Dito isso ela sai sem nem esperar uma resposta já que Peeta se mexeu no sofá. Mas não chegou a acordar.

Rye se inclina em direção a Peeta.

— Deixa o papai dormir filho. Ele está cansado. – Digo beijando seu rostinho e ele sorri.

Passo minha mão pelos cabelos de Peeta e ele sorri ainda inconsciente. Passo a ponta dos meus dedos sobre suas sobrancelhas bem desenhadas, observo seus cílios tão longos e incrivelmente loiros, penso um pouco em como eles não embolam um nos outros quando ele pisca, seu maxilar quadrado com uma ou duas cicatrizes quase imperceptíveis e por fim, sua boca. Pequena, fina e rosada. Inclino-me sobre ele deixando um beijo em sua bochecha, mas de repente. Sua boca fica tão irresistível, deixo minha boca escorregar mais para o lado colando meus lábios nos seus. Peeta mexe um pouco e sei que ele acordou, pois sinto-o ficar tenso, mas isso dura menos que um segundo e logo eu peço passagem para minha língua entrar em sua boca, e quando isso acontece, um familiar gosto de morango e menta me atingi, fazendo-me aprofundar ainda mais o nosso beijo. Acontece que Peeta beija bem demais. Não que eu já tenha beijado outros para comparar. Aliás, Peeta é o único cara que eu beijei, isto é. Que eu me lembre. Quando o ar nos falta, Peeta termina o beijo dando uma mordida de leve em meu lábio inferior. Reprimo a vontade de puxá-lo para outro beijo e lhe estendo a mão para ele levantar.

— Vamos, se dormir aí não vai acordar bem amanhã. – Digo e ele assente. Seu semblante agora além de cansado. Indica algo como, culpa, arrependimento e algo mais que ele sempre possui no olhar quando olha para mim.

Ele segura Rye enquanto eu tranco as portas e as janelas no andar de baixo e guardo o jantar intocado, quando eu termino tudo, subo com ele para nosso quarto. Coloco Rye na cama com ele enquanto pego um cobertor para cobri-lo. Dormirei no quarto de Rye hoje, assim ele vai poder descansar melhor. Assim que cubro seu corpo, deixo um beijo em sua testa e afasto-me um pouco dele, porém, Peeta segura minha mão firmemente.

— Sei que está com medo e insegura. Mas, seria pedir muito para vocês dormirem aqui hoje? – Ele pede com os olhos azuis cheios de lágrimas.

Ok. Eu sou durona, admito. Mas eu simplesmente não sei onde minha dureza foi parar agora. Fecho os olhos imaginando se alguém consegue negar algo para ele olhando em seus olhos. Aposto que não, assim como eu.

— Não tenho medo de você. – Digo a primeira coisa que passa pela minha cabeça e a única que eu consigo pronunciar sem gaguejar, colocando Rye ao seu lado na cama já que ele havia engatinhado para seus pés. Vou até seu quarto e pego uma frauda para ele. Quando volto para o quarto Peeta e ele estão abraçados e Rye balbucia alguma coisa para Peeta com sua língua de bebê.

— Vai dormir aqui mesmo? – Peeta pergunta. Sinto um tom de esperança em sua voz.

— Vou. – Digo, ele sorri, apesar de seu sorriso não chegar em seus olhos como de costume.

Deito-me de costas na beirada da cama, a única coisa que separa meu corpo do de Peeta é o corpinho de Rye, que Peeta logo trata de abraçar e dar um beijo na testa de nosso filho. Peeta é o primeiro a cair no sono, Rye dorme logo depois e alguns minutos depois de constatar que os dois dormiam tranquilamente sinto minhas pálpebras pesarem e deixo-me levar para o mundo dos sonhos.

 

Acordo-me em um sobressalto com a vozinha de Rye me chamando e puxando minha blusa, acendo o abajur do meu lado e vejo que Peeta está de costas para nós. Estranho Rye querer mamar agora e aí me lembro que ele não mamou antes de dormir. Abaixo minha blusa e coloco meu seio perto de seu rosto, ele nem me dá tempo e já puxa meu seio para sua boca. Sorrio passando minha mão por seus cabelos escuros.

— Teve um tempo em que eu pensei que nunca veria essa cena maravilhosa novamente. – Peeta sussurra e eu o encaro, vejo que ele se virou e agora está de frente para nós encarando-nos com certa admiração, abaixo minha blusa tampando meu seio quase todo ouvindo sua risada baixa.

— Rye lhe acordou? – Pergunto.

— Não, estou acordando já a algum tempo. Na verdade, perdi o sono. – Ele responde e desvia o olhar.

— Precisa de alguma coisa? – Pergunto.

— Tudo que eu preciso está deitado nessa cama comigo. – Ele diz e agora sou eu quem desvia o olhar.

— Homem de sorte. – Digo.

— Nem me fale. – Ele suspira, mas sei que está sorrindo.

Encaro Rye novamente e vejo que ele voltou a dormir. Tiro meu seio de sua boca e ajeito minha blusa em tempo recorde, apesar de Peeta encarar Rye.

— Sinto sua falta amor. – Peeta diz olhando para mim. Meu coração falha uma batida depois de ouvir a palavra “amor” sair de seus lábios. Sinto minhas bochechas esquentarem e sei que estou corando, pois Peeta leva sua mão até uma delas e acaricia. Não fecho meus olhos como tenho vontade de fazer, mas Peeta sim. É como se ele apreciasse o ato. Como se sentisse falta de me tocar. E é claro que sente. Peeta é homem. E admito que estou admirada por ele estar sendo tão paciente comigo e estar me respeitando tanto. Mas ainda não posso fazer isso.

— Melhor dormir. – Digo para ele que me olha e assente. — Boa noite.

— Boa noite. – Ele diz e retira sua mão do meu rosto. Porém continua na mesma posição e me encara até pegar no sono. Assim que ele o faz, permito dormir novamente também.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado, não deixem de COMENTAR e se estiverem gostando FAVORITEM! Bjs... *-*

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥