A Vidente escrita por Euphemia


Capítulo 1
PRÓLOGO – Nós lutamos por paz.


Notas iniciais do capítulo

A ideia foi mais forte que eu.
Desculpa mãe, desculpa pai, eu tive que postar.
Espero que gostem, escrevi de coração!



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A VIDENTE

PRÓLOGO – Nós lutamos por paz.

“Para que serve a utopia? Para nos manter caminhando.”

Euphemia

I.

1981

Lily largou a pena na mesa da cozinha, admirando as palavras que ela acabara de escrever no pergaminho. Com uma careta ela percebeu que o papel e sua mão esquerda estavam manchados com tinta.

“Pena idiota...” Resmungou, balançando a varinha e – com um feitiço silencioso – a sujeira em sua pele desapareceu. “Bruxos idiotas...”

Seus ombros caíram e Lily apertou os lábios, seus olhos fixos nas palavras rabiscadas as pressas. Naquela carta a mulher despejara todos os seus medos e anseios, em uma tentativa desesperada de encontrar alguma solução no ombro amigo de Alice Fawcett-Longbottom. Algumas palavras destacavam-se contra o papel pardo, como se tivessem sido escritas com tinta vermelha.

Maluca.

Desesperada.

Angustiada.

Trancada.

Ao selar a carta, fora necessária toda a força de vontade de Lily para que as lágrimas não escorressem pelas suas bochechas, ela havia prometido a si mesma, algumas noites atrás, que bastava de choro.  

Em outro cômodo da casa uma criança explodiu em gargalhadas, que foram acompanhadas de um ronco de riso vindo de um homem adulto. Lily sentiu um pequeno sorriso se formar em seu rosto e, largando a carta junto a uma pilha de cartas, ela levantou-se e seguiu para a sala de estar, escorando o ombro no portal de madeira.

James Potter estava deitado de costas no chão com Harry sentado em sua barriga e acima de suas cabeças diversas formas de fumaça flutuavam. Lily ficou observando seu marido e filho, vendo os dois brincarem tranquilamente, como se o mundo não estivesse acabando do lado de fora das proteções mágicas que cercavam a casa da pequena família.

“Você ama o papai, Harry?” James perguntou suavemente, largando a varinha na mesinha de centro e apertando o corpinho gorducho do bebe.

Não!” A voz infantil e aguda do garotinho era a coisa que Lily provavelmente mais gostava de escutar nos dias atuais.

“Não?” Seu marido fingiu surpresa, fazendo cócegas no filho. “Então quem você ama, Harry?”

Mamãe!

Lily largou o seu posto na entrada da sala e caminhou até o filho e o marido, sentando-se no sofá ao lado dos dois e pegando seu bebê no colo. O rapazinho explodiu em riso e enrolou seus dedos gordos no cabelo vermelho da mãe.

“Desculpe, James” Lily sorriu para o marido, apertando o filho contra seu peito. “parece que eu sou a preferida.”

A mão de James voou para o cabelo dele e o sorriso mais bonito de todos surgiu no rosto dele. Lily sentiu seu coração explodir em amor e por um breve momento ela teve tudo o que ela queria bem ali com ela.

“Te amo, Lis.” Os dedos de James apertaram o tornozelo dela, acariciando a pele exposta.

Seus olhos se conectaram por um instante e Lily sustentou o olhar até que seus olhos começaram a arder e ela foi obrigada a fecha-los. James levantou-se e se jogou no sofá, ao lado dela, passando um dos braços pelo seu ombro e puxando-a para um abraço.

O casal sentia o cansaço de um longo dia de espera e tensão e não foi nenhuma surpresa quando James soltou um bocejo e levantou-se para espreguiçar-se. A faixa de pele da barriga dele fez Lily soltar um sorriso e preparar-se para fazer um comentário indecente sobre as roupas curtas do marido, mas a voz dela nunca chegou a sair de sua garganta.

A explosão vinda da porta de entrada eliminou todos os pensamentos da cabeça de Lily – só havia uma única opção lógica, uma única verdade.

“Lily, pegue Harry e vá!” James já estava correndo quando Lily levantou do sofá, com o filho deles no colo. “É ele! Vá!” Do portal de entrada da sala de estar, o casal trocou o que Lily considerou como o seu último olhar apaixonado. “Corra! Eu o atraso...”

Lily já estava na metade das escadas para o segundo andar quando escutou a risada maligna do homem – se é que ela poderia considerar Lord Voldemort como um – que ela mais odiava e as duas palavras que ela aprendeu a mais temer em sua vida:

AVADA KEDAVRA!

James Potter caiu no chão com um baque surdo, mas sua esposa conseguiu ouvir tudo no segundo andar.

Com as mãos tremendo, Lily entrou no berçário de Harry e trancou a porta, sabendo que ela não tinha para onde ir. Sua varinha estava no coldre que ela mantinha em sua cintura, mas Lily Potter sabia que não havia mais o que fazer. Lord Voldemort estava subindo pelas escadas e as alas anti-aparatação a impediam de fugir – ela morreria naquele quarto.

A única esperança de Lily era que seu sacrifício, sua morte, seu amor pelo filho o protegesse da crueldade e da sede de poder de Voldemort.

A porta do quarto de Harry explodiu com a mesma violência que a porta de entrada, e por trás da fumaça da explosão, o homem com feições ofídicas riu vendo os esforços nulos de Lily para tentar impedir a sua entrada.

Largando o filho no berço, Lily virou-se e ficou frente a frente ao homem que matou o seu marido. Com lagrimas escorrendo pelo rosto, ela abriu os braços e implorou.

O Harry não...” Era a sua ultima esperança. “Por favor... O Harry não...”

“Afaste-se, sua tola!” Lord Voldemort brandiu a varinha, como uma ordem. “Afaste-se, agora!”

 As palavras do homem aceleraram o coração de Lily, talvez houvesse uma esperança... Talvez...

Harry não, por favor...” Seu coração batia mais rápido do que qualquer coisa, as lagrimas escorriam pelo rosto de Lily. “Me mate no lugar dele... Por favor...”

O rosto de Lord Voldemort contorceu-se em raiva e ele gritou mais uma vez.

“Este é o meu ultimo aviso!”

A frase encheu o corpo de Lily de coragem e ela fincou os dois pés no chão e olhou bem no fundo dos olhos do Lord das Trevas.

Harry não... Tenha piedade...” Ela precisava que Voldemort aceitasse o sacrifício dela, era a única coisa que ela poderia deixar para seu filho, a única proteção... “Tenha piedade... Harry não! Por favor... Farei qualquer coisa!”

“Afaste-se! Afaste-se!”

Lily Potter viu pelos olhos de Lord Voldemort quando ele cansou-se de seus joguinhos, mas já era tarde demais, ela já havia conseguido o que ela queria...

A varinha cor de osso do homem apontou para a direção da cabeça da ruiva e ela nem mesmo conseguiu absorver as palavras características da maldição da morte, seus olhos fixos no raio de luz verde que veio rapidamente contra a sua cabeça.

A escuridão atingiu Lily e ela nem percebeu.

Seu corpo, molengo, caiu no chão em frente ao berço de seu filho, e ela não sentiu nada. Estava morta, não é mesmo? Não tinha o que sentir.

Uma lufada de ar a atingiu e Lily respirou fundo automaticamente, seu coração – que segundos atrás nem mesmo batia – passou dos cento e cinquenta batimentos por minuto com facilidade. O pânico atingiu a mulher ela teve medo de se mexer.

Ela estava no Céu? No Inferno? Em algum plano astral para onde as pessoas vão depois da morte?

Lily reuniu toda a sua coragem e abriu os olhos – mas o que ela viu não foram nuvens coloridas ou chamas vermelhas, não foi nem mesmo o teto destruído de sua casa em Godric’s Hollow.

Quando Lily Potter abriu os olhos, ela deu de cara com o teto decorado com estrelas de seu quarto, na casa de seus pais, em Cokeworth, Midlands.


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Notas finais do capítulo

Então, eu alterei um pouco a cena da morte dos Potter. Alterei, principalmente, porque queria criar algo meu, algo com o qual eu me identificasse. A partir de agora vai ser uma mistura louca entre cânon e headcanon, então preparem-se para entrar nessa mais nova aventura!
Minha amiga, Gwanwyn, postou uma fanfiction e a ideia é maravilhosa! Se vocês lerem, não vão se arrepender!
Milhões de beijos e nos vemos por aí!



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