Filha de Apolo escrita por Ivy Hale


Capítulo 3
Introdução ao Acampamento Meio Sangue


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!



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Tive pesadelos novamente, dessa vez parecia que eu estava realmente lá, sentia muito frio e eu estava apavorada, aquele lugar parecia sugar toda minha energia vital. Estava paralisada sem poder sair do lugar como se algo me prendesse no chão, mas não via oque. A sala escura tinha apenas alguns pequenos pontos de luz como tochas ao longe que não iluminavam quase nada. Então alguém quebrou o silencio, já estava bem assustador e então ficou pior. A sombria e pesada voz parecia estar falando dentro da minha cabeça, ela disse “Uma criança qualquer da prole de Apolo jamais irá me deter, ela nem é filha de um dos três grandes, nem é uma ameaça aos meus planos.” Quis gritar, mas ouvi Poppy dizer pra eu ficar quieta, ela estava ao meu lado, não podia ver, mas sabia que era a voz dela. Era a primeira vez que ela estava em um dos meus sonhos e não parecia um bom sinal. Uma voz respondeu à primeira “Querida mãe, ela já está no acampamento e terá a ajuda deles” ela respondeu vociferando “não se preocupe, eles não são nada. Até mesmo os Olimpianos me temem, não há de ser um punhado de adolescentes que vai me parar!” Aquela voz me perseguia em todos os meus sonhos. Senti-me impotente quando ouvi Poppy chorar, os soluços começaram quando ela ouviu a segunda voz. Não sabia o que fazer e felizmente aquela cena logo se desfez. 

... 

Acordei em uma sala grande com algumas camas distribuídas uniformemente, a sala parecia um hospital improvisado. Tentei me levantar, mas meus ossos doíam, e emiti um estranho barulho pela dor. Poppy estava ao meu lado. 

— Cuidado, coma isto. – disse ela enquanto me entregava um pote com algo parecido com pudim, mas quando comi um pedaço tinha gosto frutas com leite condensado, todas as frutas que eu já experimentei na vida estavam naquela coisa e era reconfortante, sempre fui vegetariana e realmente gosto dessas coisas naturais. Instantaneamente senti meus ossos e músculos relaxarem, a dor diminuiu apesar de ainda estar lá. Queria comer toda aquela porção e pedir mais, mas Poppy me advertiu que se eu comesse mais podia explodir. 

— Explodir? Tipo pedacinhos de Claire pelas paredes? – disse em um tom brincalhão. 

— Hahaha – riu ironicamente – isso não é brincadeira Claire. 

— Desculpe, oque é essa coisa? É muito bom! 

— Ambrosia, é a comida dos deuses, semideuses podem comer pra curar algum ferimento, mas se exagerar realmente explode. 

Achei absurdo, como uma coisa tão boa pode fazer mal? Mas coloquei o pote cuidadosamente na mesa de cabeceira, vim pra cá pra me manter viva e não pra morrer. 

—Como você esta? 

— Ainda inteira, felizmente. Onde está Melanie? 

— Visitando um parente. 

— Aqui? 

— Sim, a irmã dela mora aqui ha algum tempo, desde que chegamos estão sempre juntas. 

—Quanto tempo eu fiquei apagada?- perguntei tentando me localizar. 

— Dois dias. 

Estava desacordada há dois dias? Não pareceu mais que algumas horas. Lembrei que chegamos ao acampamento, imaginei como era tudo aqui. 

— Se você já esta bem posso te mostrar o acampamento. - disse Poppy lendo minha mente. 

Peguei a adaga de Melanie que estava à cabeceira. 

— Tudo bem – Disse. Ela me ajudou a levantar e enfim saímos. 

— Então, vamos fazer um tour. 

Poppy me disse que estávamos na enfermaria que ficava na casa grande, quando saímos vi que por fora a casa era azul e à frente havia uma bela vista da colina do dia anterior. Passamos pela quadra de vôlei, os campos de morangos, os bosques, a linha de tiro com arco e flecha – eu fiquei muito interessada nela, sempre tive vontade de saber manejar um arco como as personagens dos filmes que gosto, o lago de canoagem, os estábulos, o anfiteatro, a arena e o refeitório que era um pavilhão ao ar livre com várias mesas de piquenique de pedra, até que chegamos aos chalés. 

Havia vários, todos diferentes, um super rosa perfumado, um em branco e dourado com colunas gregas, entre outros. Poppy disse que os campistas ficavam alojados no chalé de seu parente divino. 

— E eu? – quis saber. 

— Melanie disse que você é filha de Apolo então aquele é seu chalé. – disse ela apontando para o chalé sete, ele parecia ser feito totalmente de ouro, as paredes reluziam tanto a luz do sol que quase feriu meus olhos. Haviam arcos dourados bem a cima da porta sobre a imagem de um sol reluzente. 

 

Por dentro o chalé ainda era boa parte dourado – não era minha cor favorita, mas ainda assim linda. Havia instrumentos musicais suspensos nas paredes, alguns armários e muitos beliches, todos vazios com exceção de um num canto onde havia uma garota sentada tocando uma linda musica em sua Harpa. Ela era loira com o cabelo liso e era parecida comigo a não ser pelo bronzeado perfeito enquanto que eu sempre fui muito pálida.Assim que percebeu nossa presença ela parou de tocar. 

— Não queremos atrapalhar – disse com a intensão que ela voltasse a tocar aquela melodia. 

— Bem, já acabei por hoje. Vocês são? 

— Sou Poppy. 

— Eu sou Claire – disse. 

— Ela também é filha de Apolo – Disse Poppy,atropelando as palavras, pra garota. 

— E você? - A garota perguntou. 

— Como se percebe, eu não. Sou filha de Hécate – Disse Poppy, ela era muito diferente da gente, olhos, cabelos, porte físico, tudo. 

— Ok, então eu acho que nós duas somos irmãs – disse a garota dirigindo-se a mim - eu sou Ally Thompson. 

Irmãs, não havia pensado que todos que eu encontrasse naquele chalé eram meus irmãos. É estranho pensar nisso, sempre fui filha única, ou pelo menos achava que era. Mas era bom também, sempre quis saber como era ter um irmão pra brigar por coisas bobas e agora teria vários! 

— Preciso ir – disse Poppy – vejo vocês no jantar? 

— Claro! - respondemos em uníssono e então começamos a rir. 

Poppy saiu e Ally me ajudou a guardar minhas coisas, apenas alguns shorts, duas camisas comuns e um casaco. Botei a adaga na gaveta junto com as roupas ainda pensando de onde viera, perguntaria assim que encontrasse Melanie. Então ficamos conversando, Ally disse que morava em Los Angeles e que normalmente só ficava no acampamento no verão. 

— Então porque já está aqui? – perguntei. 

— Minha mãe está doente e disse que ficaria melhor sabendo que pelo menos eu estou bem. 

— Sinto muito. 

— Ela vai ficar bem. E quanto a você? 

— Soube a pouco dessa historia de “semideus” e me disseram que devia vir imediatamente. Quer dizer, isso foi ha dois dias, desde que cheguei fiquei na enfermaria. 

Contei o que havia acontecido e ela disse: 

— As coisas não estão boas há muito tempo. Todos querem derrubar o olimpo e a cada tentativa mais monstros aparecem, sinto que esta acontecendo de novo, algo ruim, mas não sabemos de nada. Talvez Quíron se pronuncie quando os outros chegarem daqui duas semanas. 

— Quem é Quíron? 

— Desculpe, esqueci que você é nova aqui, Quírom é o diretor de atividades, é ele que faz as coisas funcionarem. 

— Há deuses aqui? 

— Só Dioniso, o deus dos vinhedos, mas ele não tem exatamente o comportamento que esperamos de um deus (rsrs), nóso chamamos de Sr. D. 

Quando ela falou um raio caiu ao longe. 

— Não me acostumo com isso! 

Então eu olhei pela janela e percebi que já era noite. 

— Vamos, está na hora. – eu disse. 

— Ah, espera, ia quase me esquecendo! – disse Ally. 

Ela foi até seu armário, pegou uma camisa laranja do acampamento com os dizeres “Acampamento meio-sangue” e me deu, eu vesti imediatamente.Ela pegou também uma caixa com pelo menos uns 14 livros. Olhei alguns, pelo menos cinco tinham “Percy Jackson e os olimpianos” inclusos no título, mais cinco eram “Heróis do olimpo” e os outros também tinham algo como semideuses no título. 

— O que é tudo isso? 

— Esses livros têm todas as histórias recentes sobre semideuses que você precisa saber e alguns são guias de sobrevivência. 

— Eu tenho certeza que já vi alguns desses livros em uma livraria qualquer. 

— Sim, todos esses livros foram publicados abertamente como fantasia, assim os mortais, pelo menos os adultos, pensam que é besteira. Acredite, o acampamento está mais seguro de mortais assim do que se tivesse uma barreira que o deixa invisível. 

— Mas tem uma! 

— Bem, então é proteção em dobro. 

— Eu preciso ler todos? – Disse exausta só de olhar pra eles, eu gosto de ler e já li vários livros, mas eu não queria passar minha primeira semana no acampamento enfiado em um livro atrás do outro. 

— Não é obrigado ler todos, mas é bem útil, se você tivesse lido já saberia quem era Quíron quando eu falei sobre ele. 

— Ok, obrigado. 

Pus a caixa na mesinha de cabeceira e enfim seguimos para o refeitório, lá havia uns 15 campistas apenas. Sentamos sozinhas à mesma mesa, as outras mesas também estavam quase vazias apesar de serem grandes. Imaginei quantas pessoas as ocupariam quando enfim chegasse o verão. Vi Poppy sozinha a algumas mesas depois da minha, acenei e ela retribuiu. Ela havia me dito que não poderíamos sentar juntas porque as mesas eram dividas como os chalés. 

— Aquele é Quíron. – Disse Ally apontando um homem de meia idade que na verdade não era um homem, pois da cintura pra baixo tinha o corpo de um garanhão branco. Eu o vi antes de desmaiar. Ao seu lado estava Melanie junto de uma mulher muito parecida com ela, um homem bode, alguns garotos bode e um homem de barba rala e barriga de choupe. 

— Quem são os outros? 

— O homem é o Sr. D, as mulheres são Melie e Melanie e os outros sãotodos sátiros. – Então essa era irmã de Melanie, Melie. 

O jantar foi bastante tranquilo, na verdade vazio e sem graça, mas no fim finalmente consegui falar com Melanie. 

— Você está bem? – perguntou. 

— Sim, estou. Poppy disse que você tem uma irmã aqui, é aquela que estava ao seu lado né? 

— Sim, ela mora aqui desde que casou com Hedge e teve seu primeiro filho. Você precisa conhecê-los. 

— Adorarei conhecê-los. Desculpe ser rude, mas, mudando de assunto, oque você é? 

— Oh querida, eu que te devo desculpas por ter guardado isso de você. Eu sou uma aura, ninfa do vento. Trabalhei para Éolo por um tempo até que seu pai me pediu pra cuidar de você, e você não faz ideia do quanto fiquei feliz, aquele homem, eu quero dizer o deus Éolo, era louco! – Achei graça. 

— Tudo bem, não tem problema, você ainda é minha baba preferida, na verdade não é das mais sensatas, que tipo de baba da uma faca pra uma criança?! 

— (rsrs) Aquela adaga foi de seu pai, ela é de bronze celestial, Apolo pediu pra que eu te entregasse quando você viesse pra cá. E, aliás, foi bem útil. É sua agora. 

Fiquei feliz de ter algo do meu pai, apesar de não conhecê-lo, ele ainda era meu pai e não totalmente culpado por ficar longe. Passei mais um tempo na fogueira com Poppy e Ally até que as pessoas começaram a voltar pra seus chalés e nós fomos também. Entrei e fui direto pra cama, já era tarde e estava exausta, só queria dormir bastante apesar do risco de ter outro pesadelo. 


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Notas finais do capítulo

Favoritem, acompanhem, comentem, amo vocês!!!



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