Filha de Apolo escrita por Ivy Hale


Capítulo 2
Quase lá


Notas iniciais do capítulo

Voltei, aproveitem o cap!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/710949/chapter/2

Semideuses – eu já li essa expressão em algum livro de mitologia. Quando Poppy disse isso eu não soube o que pensar. Obviamente eu não acreditava em deuses gregos e achei uma loucura, mas, também era loucura ver vampiras com pernas distintas ou fazer coisas explodirem com o pensamento e essas coisas aconteceram comigo. Sendo quem sou e tendo visto o que vi não achei tão absurdo então eu aceitei a teoria.

Poppy disse que há um acampamento pra pessoas assim e que existem muitas pelo mundo, lá eles treinam, aprendem a usar armas como espadas e lanças e também participam de jogos de guerra. Ela disse que sempre vai pra lá no verãoe que provavelmente eu teria que ir também.

— E se eu não quiser ir? – perguntei.

— Não há escolha. Agora que você sabe, os monstros também saberão e virão atrás de você. O acampamento é essencial se você quer sobreviver.

Depois pegamos um taxi, ela foi comigo pra casa. O antigo plano era estudar matemática, mas agora havia algo mais importante, confrontar mamãe. Como de costume ela não estava então ficamos conversando enquanto esperávamos que ela chegasse – o que podia demorar um monte.

— Você disse que também enfrentou monstros, então pode me contar sua história?

— É melhor não, não se pode ficar falando esses nomes por ai – não entendi o que ela quis dizer com isso. - Então, você acredita?

— Não tenho certeza – passamos um tempo em silêncio até que eu perguntei.– Semideus significa meio humano e meio deus, certo?

— Sim.

— Então quem é seu pai?

— Meu pai é um empresário como o seu, na verdade minha mãe que é Hécate, deusa da magia. – Nesse momento Melanie entrou pela porta rapidamente.

—Claire! Então você já sabe sobre os deuses? – perguntou num tom preocupado. Ela estava ouvindo atrás da porta?

— Quer dizer que você também sabia? Sabia e nunca me contou? – eu disse muito irritada, eu confiava nela.

Melanie disse que se eu soubesse as coisas seriam piores e que ela e mamãe nem imaginavam que eu já tinha enfrentado algum monstro, pensavam que eu estava segura, mas agora que eu sabia precisava ir imediatamente para o acampamento.

— Mas Poppy disse que só é preciso ir durante o verão e ainda faltam algumas semanas.

— Normalmente sim, mas não você, não agora. – Melanie começou a arrumar uma mochila rapidamente.

— Mas e a escola? Se eu faltar essas últimas semanas vou ficar reprovada!

— Sinto muito Claire, mas esse é o nosso menor problema agora - disse Melanie.

— Eu vou com vocês – Disse Poppy - não me importo... Se não passar de ano.

— Tudo bem – Melanie disse. – passamos na sua casa no caminho pra você pedir pro seu pai, ok? – Poppy concordou.

— E mamãe? – Perguntei pensando se ela concordava com isso.

— Eu a conto quando voltar, ela vai entender.

Minha mãe era meu único parente, eu não queria ter que ir sem me despedir, na verdade eu não queria ter que ir pra o acampamento.

Melanie me deu a mochila e foi pegar as chaves do carro lá em cima. Poppy disse:

— Desculpa Claire,se eu não tivesse te contado ia ficar tudo bem.

— Não é culpa sua, eu ia acabar sabendo de alguma forma.

Melanie voltou e nos conduziu rapidamente até o carro. Enquanto dirigia ela nos contou mais alguma coisa até que chegamos à casa de Poppy. A casa era grande, um pouco antiga e lembrava um pouco o estilo grego de arquitetura com algumas colunas e tal. Poppy entrou em casa e saiu cinco minutos depois com apenas uma mochila como a minha, voltou para o carro e então seguimos para o temível acampamento.

Nós fomos de carro por longas estradas rurais. Enquanto nósseguíamos em silêncio eu pensava em minha mãe, o que ela pensaria de tudo isso, ela realmente sabe? Então me lembrei da conversa entre ela e aquele cara, eles citaram um acampamento, disseram que eu viria pra Long Island pra estar perto dele. Então ela realmente sabe e acredita em tudo isso.

A estrada estava calma e vazia até que ouvimos um "Boom!" Melanie acelerou "Boom!" novamente, aparentemente o barulho nos seguia. Melanie e Poppy pareciam apavoradas e eu fiquei também, O barulho parecia um elefante correndo com sapatos de chumbo, passos pesados. Melanie disse:

—Por favor, Só mais um pouquinho.

Nesse momento estávamos chegando perto de uma colina com um enorme pinheiro no topo. O barulho ficou mais alto e mais alto, quando olhei na direção de onde achei que vinha o barulho o vi. O sol impedia um pouco a minha visão, mas consegui distinguir uma silhueta aparentemente humana, mas tinha uns cinco metros de altura fácil.

O carro parou e nós corremos o mais rápido que podemos em direção à colina.

— Corram e não olhem pra trás! – disse Melanie.

Quando estávamos quase chegando senti uma força imensa me esmagando, o monstro me segurou pela cintura e suspendeu-me no ar. Agora eu pude ver, ele tinha um nariz esmagado, um único olho no meio da testa e o cabelo muito curto. A palavra “ciclope” me veio à mente neste instante. Eu me debati nas mãos do monstro, mas ele não hesitou. Melanie e Poppy haviam parado de correr e tentavam atacar o monstro.

— Claire! – gritou Melanie, ela me jogou uma adaga enquanto Poppy estava atacando o ciclope com uma espada. Eu consegui pegar a adaga no ar e golpeei contra a mão do monstro fazendo um grande corte. Ele fez um grunhido pela dor e me jogou para o lado, caí no chão perto do pinheiro e senti a dor do meu antigo – não tão antigo assim – ferimento na cabeça voltar enquanto meu estomago se contorcia com náuseas. Poppy disse “Vá!”, mas elas não estavam indo bem e eu jamais as deixaria. Levantei-me, ignorei a dor e corri na direção do ciclope.

O ciclope voltou a nos atacar.

Nós lutamos em conjunto. Melanie, Poppy e eu com nossas adagas e espada – que eu não sabia de onde surgiram – atacamos ao mesmo tempo. Ele rugia com a dor, mas ainda se mantinha de pé. Então algo aconteceu, Melanie ficou meio assustadora, os ventos se agitaram ao seu redor e ela ficou quase invisível como se fosse feita de névoa com expressões élficas, orelhas pontudas. Ela flutuou até a altura da cabeça do ciclope e o atacou. Poppy olhou pra mim e perguntou sem som “o que ela é?”, mas eu estava tão surpresa quanto ela e apenas acenei com a cabeça.

Depois da transformação as coisas ficaram menos difíceis, mas não era suficiente, daí tive uma ideia.

Enquanto as garotas distraíam o Ciclope eu comecei a escala-lo. Segurei-me primeiro pela calça e fui subindo até as costas, o ciclope se mexia muito tentando me derrubar ao mesmo tempo em que tentava se esquivar dos ataques de Poppy, mas me segurei o melhor possível com uma mão e com a outra finquei a adaga bem no meio de suas costas. O ciclope respondeu com um grito caindo inconsciente no chão. Antes que ele alcançasse o chão, pulei de suas costas.

Não foi uma boa aterrissagem. Consegui cair de pé, mas o impacto fora forte demais, meus ossos ardiam e queimavam por dentro como se tivesse quebrado cada vértebra do meu corpo, tinha esgotado todas as minhas forças.

Melanie – agora em sua forma normal - me ajudou a subir o restante da colina enquanto Poppy deu um último golpe no monstro que se desfez em poeira. A última coisa que lembro antes de apagar é ter visto um homem num cavalo branco vindo em nossa direção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostou do capítulo? No próximo capitulo Claire vai conhecer o acampamento meio sangue e a coisa vai começar a ficar séria. Comentem, favoritem e acompanhem, bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Filha de Apolo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.