Sacrifício escrita por Mrs Moon


Capítulo 37
Um bebê de Natal


Notas iniciais do capítulo

Eu queria ter postado esse capítulo no Natal, mas o ano passado foi uma loucura, então ele vai chegar para o Carnaval mesmo. Agora é oficial, só faltam mais dois capítulos para o final.
Ele é bem fofo espero que gostem.



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Kimberly pousou a mão sobre a barriga e sentiu o bebê chutar, seu pequeno dragão era bem mais ativo, muito mais que Melissa. Ele se movia o tempo todo e sua barriga estava cada vez maior. Ainda faltava quase um mês para o nascimento, mas ela não conseguia mais trabalhar o dia todo. Suas costas doíam e Kim ficou feliz com os dias de descanso no recesso de Natal. 

O jantar de Natal seria novamente em sua casa, com seus pais e os pais de Tommy. A mãe de Tommy iria se encarregar do jantar, desde que ela soubera que teria outro neto, ela amoleceu totalmente e a tratava a nora muito bem. Cindy e seu pai viriam para o jantar, sua mãe acabara de chegar de Nova York e ficaria até que o bebê nascesse. Nesse ano, Zack e Susan viriam passar as festas na Alameda dos Anjos e Billy chegaria para o ano novo e estariam todos juntos novamente. 

Melissa, Tommy e Pierre estavam no lago pescando, então, ela aproveitou a paz para simplesmente observar a natureza enquanto a sua mãe fazia o jantar.   Observar o movimento do vento nas águas e ouvir a flauta do dragão. Todos os animais do poder cuidavam dos seus filhotes, nem conseguia imaginar quem seria o próximo. 

— Um dólar pelo seus pensamentos - Carol brincou ao ver a filha distraída passando a mão na barriga. 

— Mamãe! - Kimberly exclamou. - Eu não te vi chegar.      

— Eu vi mesmo que estava distraída - Carol disse entregando uma xícara de chá para a filha. - Trouxe para você. Como está?

— Bem… - Kimberly disse tomando um gole do chá. - Um pouco cansada, ele se mexe muito.

— Você está enorme… - Carol riu olhando a filha. - A Melissa era bem menorzinha.  

— Nem fale - Kimberly gemeu passando a mão na barriga. - Mal posso me mexer. Ele vai ser enorme.

— Alto como o pai… - Carol comentou. - Mas não precisa se preocupar, agora, eu vou cuidar de tudo e vai poder descansar. 

— Mamãe! Eu preciso trabalhar. 

Carol riu ao ver a expressão indignada da filha. 

— Eu acho que o seu menino tem outros planos. 

— Não… ele vai se comportar muito bem. - Kimberly murmurou se levantando e passando a mão na barriga. - Vai deixar a mamãe trabalhar mais um pouco não é?

Como resposta, Kimberly ouviu o som da flauta do dragão. A música soou mais forte e alta que jamais tinha ouvido, das profundezas da água o dragão rugiu. Kim apoiou-se na cadeira enquanto sentiu uma tontura a envolver.

— Filha! - Carol apoiou  a filha nos braços que se contorceu de dor. 

Kimberly soltou um gemido e olhou para a mãe:

— Você estava certa… ele vai vir agora! 

— Oh! querida! - Preocupada, Carol ajudou Kimberly a se sentar novamente. - As dores começaram, sua mala nem está pronta. Fique tranquila, eu vou chamar o Tommy…

— Não precisa - Kimberly murmurou entre outras contrações. - Ele está vindo.

Minutos depois, Tommy chegou correndo com Melissa no colo. Colocou a filha no chão e se aproximou da esposa:

— Kim! O quê houve? Eu ouvi a flauta…

— Seu filho vai nascer - Carol anunciou animada. - Você precisa levá-la ao hospital. 

A antiga ranger rosa se contorceu de dor, abafando um gemido. Melissa correu até ela preocupada.  

— Mamãe! 

— Está tudo bem querida, seu irmão só está querendo vir para casa antes do Natal! - Kimberly respondeu sorrindo. 

— Meu Deus já! - Tommy murmurou.

— Vai buscar as malas e tirar o carro… - Carol falou. 

— Podemos nos teleport…

— Não! Vai buscar o carro Tommy. - Kimberly mandou ao sentir outra contração. 

Quando o marido saiu, ela chamou a filha e a abraçou. 

— Papai e mamãe vão para o hospital agora, depois que o seu irmão nascer você vai nos ver ok. 

— Não se preocupe, eu cuido dela - Carol disse sorrindo. 

— Obrigada! - Kimberly sorriu. 

Tommy chegou apressado cantando pneu, desceu da caminhonete para ajudar a esposa a entrar. Deu um beijo na filha e entrou no carro levando a esposa até o hospital. 

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Kimberly se lembrava muito pouco do nascimento de Melissa,  ela se lembrava da dor, da sensação agonizante do hospital. O desejo de ver a filha era tão grande quanto a tristeza de saber que iria perdê-la depois que ela nascesse. Coroando tudo isso estava a garça com o seu canto que protegeu mãe e filha.

Agora, o nascimento do seu segundo bebê foi muito mais rápido e até doloroso. Tudo estava claro, não se sentia mais em um sonho, ela estava bem acordada e focada a cada contração. Com Tommy ao seu lado, ela não tinha mais medo e sabia que Melissa e o filho estariam a salvo. A presença do marido guiava o espírito do dragonzord. A dor foi intensa, mas em menos de quatro horas seu bebê nasceu gritando como o dragão.

Tommy não a deixou um segundo e foi o primeiro a pegar o filho nos braços. Exausta, Kimberly descansou a cabeça no travesseiro. Com lágrimas nos olhos, Tommy deu um beijo na cabecinha do filho, não conseguia acreditar em como ele era lindo e perfeito. Levou o bebê para Kimberly rindo. 

— Ele é perfeito Kim!

Kimberly sorriu e pegou o bebê. Seu menino era grande, provavelmente tinha uns 40 centímetros e era bem pesado. A pele branca como a de Tommy e um topete de cabelos castanhos, as pernas e os braços se contorciam,  nem parecia um recém nascido. Quando o pegou sentiu a energia do dragão em sua volta e o menino abriu os olhos negros e olhou para a mãe. Seu rosto se franziu e ele chorou novamente, abriu os olhos vendo a mãe e chorou reclamando.

— Ele está com frio… - anunciou. O menino abriu os olhos e resmungou concordando. Kimberly riu baixinho vendo a expressão irritada do pequeno. 

Uma enfermeira chegou e pegou o bebê envolvendo-o em uma manta, Tommy a seguiu com os olhos, mas Kimberly pegou sua mão e falou:

— Vá avisar os outros! Os médicos vão cuidar bem da gente. 

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Carol, avisou ao marido que não poderia ir ao hotel e ficou com a neta na Casa do Lago até ter notícias da filha. Cozinhou o jantar para Melissa e ficou lhe contando histórias sobre a França. Melissa era uma menina muito curiosa e absorvia todas as informações que ouvia. Não via a hora de levá-la para passear em NY e quem sabe no futuro na Europa. 

Melissa começou a bocejar depois das dez horas:

— Hora de dormir Mel!

— Mas o papai não ligou ainda.

— Seu irmãozinho não nasceu ainda querida - Carol disse levando a menina na cama. - Você mesma demorou doze horas para nascer.

— Tudo isso? - A menina perguntou preocupada. - A mamãe vai ficar bem?

— Vai sim querida, agora durma. Amanhã quando você acordar já vai ser uma irmã mais velha. 

— Ok… - bocejou Melissa. 

— Boa noite! - Carol murmurou beijando a testa da neta.

Melissa respondeu baixinho:

— Boa noite vovó. 

Com lágrimas nos olhos Carol saiu do quarto, depois de tantos anos de incerteza, agora ela podia cuidar da sua netinha e ela a chamava de vovó. Todos aqueles anos sem Melissa pareciam um pesadelo, agora estava tudo bem, a menina estava em casa e logo teria mais um netinho. Olhou preocupada para o relógio, pensando em quando receberia notícias da filha.

Um flash branco apareceu na sala em sua frente, ela pulou para trás de susto ao ver Tommy se materializando no ar. O moço estava exultante de alegria e já contou:

— Nasceu! É um menino super saudável!

Carol conseguiu se recuperar do susto e riu colocando a mão no rosto:

— Já! Que alegria! - Os dois se abraçaram e ela continuou. - Kimberly está bem?

— Está ótima, ela me pediu para avisá-los. Nosso filho nasceu… e a Mel?

— Dormindo! 

— Ah, eu queria contar para ela.

— E como explicaria como chegou aqui? - Carol perguntou rindo.

— É verdade - Tommy riu sozinho, ele não cabia em si de felicidade. 

— Vá, volte ao hospital! Fique com a Kimberly, eu vou avisar os outros e amanhã de manhã vou com Melissa para o hospital.

Tommy deu um grande beijo no rosto da sogra e se teletransportou de volta para a Alameda dos Anjos. Carol o viu se teletransportando para longe e falou baixou:

— Então é assim que eles se moviam tão rápido, ah e essas crianças salvaram o mundo tantas vezes. - Lembrou do neto e continuou. - Um menino que alegria. 

Então se sentou em frente ao telefone e começou a ligar para os outros parentes. 

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Melissa acordou com um sorriso nos lábios, sonhou a noite inteira que voava em sua Garça. Ela cantava uma melodia linda, nos ombros da Garça ela viu a Alameda dos Anjos bem pequenininha. Percorreu o parque, o ginásio, as ruas e o vento batia em seus cabelos. 

— Voar com você é muito mais divertido que de avião - disse rindo ao abraçar a sua pelúcia. 

Saiu do quarto correndo com a Garça nos braços procurando a avó, Carol estava preparando o seu café da manhã.

— Bom dia vovó!

— Bom dia querida! - Carol se afastou do fogão e deu um abraço na neta. 

— Nasceu?

— Sim, seu irmão nasceu ontem a noite. Você é oficialmente a irmã mais velha agora.

— E a mamãe, ela está bem?

— Seu pai disse que ela está ótima. Vamos tomar café da manhã e ir visitá-los no hospital. 

— Legal! - Melissa sentou na mesa e esperou que a avó lhe servisse. 

Carol riu com a animação da menina e colocou duas panquecas no prato dela, morango, uma torrada e um copo de leite. Melissa começou a comer rápido, queria ir logo para o hospital.

— Vovó! - Melissa perguntou depois de tomar um gole de leite. - Podemos comprar um presente para o meu irmão antes de ir para o hospital?

— Claro querida! - Carol se sentou para comer também. - Eu pensei em levar um balão para o seu irmão e flores para a sua mãe. 

— Mamãe gosta de rosas - Melissa falou. - Mas o meu irmão precisa de uma pelúcia. E eu já sei qual ele vai gostar. 

Carol sorriu ao ver a expressão animada da neta e fez um carinho em seu cabelo. 

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Kimberly dormiu profundamente depois do parto, seu corpo estava cansado, e ela apagou logo que foi transferida para o quarto. Sabia que seus dois filhos estavam em segurança, então podia descansar em paz. Sonhou que estava no lago ao lado de Tommy, sozinhos e em segurança, sobrevoando o céu de Alameda dos Anjos estavam os animais de poder. Juntos, cuidando de seus filhotes. Um a um, eles se aproximavam e desapareciam em pontos de luz, até que o dragão parou em sua frente voando com ajuda do pterodáctilo. 

Ela acordou relaxada e abriu os olhos se espreguiçando, segundos depois Tommy estava ao seu lado. 

— Bom dia Beautiful! Você está bem?

— Bom dia - murmurou sorrindo. - Um pouco dolorida, mas bem e o nosso bebê?

— Ele está no berçário, ele é tão lindo Kim. Tão grande!

— Sim, ele é muito grande - ela riu se lembrando do parto. - Você me ajuda a ir ao banheiro?

— Claro… - Tommy logo a pegou no colo. - A enfermeira pediu para chamá-la quando você acordasse?

— Eu consigo andar, mas obrigada! - Kimberly disse rindo. 

— Desculpe… - Tommy disse colocando no chão dentro do banheiro.

— Pode ir chamar a enfermeira… - Kimberly riu ao vê-lo saindo todo atrapalhado. 

Ela lavou o rosto e se olhou no espelho, estava se sentindo bem melhor dessa vez. O segundo parto era mais fácil mesmo, mesmo tendo um dragãozinho de  4 quilos e que estava morrendo de fome. Voltou para o quarto e se sentou na cama. 

A médica entrou segundos depois:

— Bom dia Sra. Oliver. Como está? 

— Bem, só um pouco dolorida. Mas é normal.

A médica examinou seus sinais vitais rapidamente.

— Tudo parece bem… - A doutora respondeu. - Seu filho nasceu um pouco antes, mas ele está com saúde perfeita. É um menino bem grande e forte!

— Eu posso vê-lo?

A porta se abriu e Tommy entrou com o bebê nos braços. Kimberly abriu um sorriso ao ver o menino e esticou os braços pedindo o filho. Tommy o colocou nos seus braços e Kimberly observou o filho admirada. Ele era perfeito, estava usando um macacão branco e coberto por uma mantinha verde, ele esticou os braços e as perninhas e Kimberly riu vendo-o tentar se livrar da manta. Ele abriu os olhos e olhou para a mãe indignado. Kimberly riu e deu um beijo na testinha dele.

— Meu querido! - Ele abriu os olhos e olhou para a mãe. Franziu a testa e começou a chorar. 

Kimberly riu e o balançou:

— Eu sei, eu sei você está com fome - Olhou para a médica e perguntou. - Posso amamentá-lo?

— Claro, você precisa de ajuda? - Kimberly balançou a cabeça negativamente e já começou a aninhar o filho.  - Vou deixá-los a sós, mais tarde a enfermeira vai trazer o seu café da manhã. 

Kimberly balançou a cabeça concordando e abriu a camisola, o bebê já estava ficando vermelho, colocou o seio em sua boquinha e ele começou a mamar se acalmando. 

— Esfomeado! - ela riu vendo a expressão concentrada do filho em seus braços. 

— Incrível! - murmurou Tommy. 

Kim ergueu o rosto para o marido e viu a expressão maravilhada dele ao observá-la. Ele estava todo bobo vendo o filho:

— Ele é lindo né?

— Perfeito - Tommy respondeu, olhando admirado para a esposa amamentando. 

— Mas é temperamental… - Kimberly trocou o filho de lado e ele já reclamou. - Calma! E a Melissa?

— Está bem, sua mãe vai trazê-la daqui a pouco para conhecer o irmãozinho.

— E os outros já sabem?

— Sim, meus pais vieram à noite para ver ele no berçário. Seu pai veio mais cedo e disse que voltaria à tarde. 

— Você dormiu? - Kimberly perguntou preocupada.

— Não, eu fiquei olhando vocês dois. 

Kimberly fez um carinho no rosto do marido e murmurou:

— Você precisa dormir também… - o bebê terminou de mamar e Kimberly o segurou em pezinho. Ele deu três arrotos grandes e os dois riram, o filho enrugou as sobrancelhas ao perceber que os pais riam dele. Kimberly o embalou e o fez dormir. - Meu dragãozinho bravo!

Ela olhou para o marido sorrindo, Tommy se sentou ao seu lado na cama a abraçando e beijou os lábios da esposa. Kimberly sentiu o corpo se derretendo no beijo e puxou o marido para perto. O filho chorou reclamando do movimento, os dois riram interrompendo  o beijo. Kim ajeitou o filho nos braços e Tommy fez um carinho no filho e olhando para a esposa falou:

— Nosso dragãozinho bravo! 

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Carol entrou no hospital com a neta saltitante ao seu lado, Melissa estava ansiosa para conhecer o irmão. Um filme se passava em sua cabeça ao percorrer os corredores, da última vez, ela ficou horas presa no trânsito, aflita ao deixar a filha e a neta sozinhas. 

O parto de Melissa foi difícil e Kimberly sofreu bastante, mas ver a neta foi um prazer indescritível e desejava do fundo do seu coração que ela desistisse de dar a filha para a adoção.

Agora, mais de dez anos depois, voltava ao hospital para ver seu neto com a neta ao seu lado. No fim, tudo tinha dado certo e todos iriam ser felizes. 

Bateu na porta do quarto e Tommy a abriu. 

— Papai! - exclamou Melissa entrando na sua frente.

Tommy pegou a filha e a levantou nos braços e a rodopiou no ar tirando uma risada da menina.  

— Princesa! Veio conhecer o seu irmão. 

Melissa balançou a cabeça concordando e Tommy a levou para se sentar na cama ao lado da mãe. Nos braços de Kimberly, o menino estava enrolado em sua manta dormindo.

— Mamãe! - Melissa chamou. 

— Oie querida - Kimberly sorriu para a filha. - Venha conhecer o seu irmão. 

Melissa esticou a cabeça e viu o rostinho vermelho do irmão nas mão da mãe. Ele era pequeno e tinha um rosto enrugadinho, ela já tinha visto muitos bebês na Casa Verde, mas raramente recém nascidos. 

— Por que ele é tão enrugado?

— É que ele é muito novinho ainda - Kimberly riu. - Quando você nasceu também era assim.

— Não era não! - Melissa exclamou indignada. 

— Não era mesmo - Carol concordou, se aproximando para ver o neto no colo da filha. - Ele é tão lindo, querida!

— Pode segurá-lo mamãe! 

Carol recebeu o neto nos braços, o pequeno resmungou baixinho por sair dos braços da mãe, mas voltou a dormir rapidamente. Uma lágrima escorreu dos olhos de Carol, seu coração explodia de felicidade com o neto nos braços. 

Kimberly pegou Melissa nos braços e a beijou: 

— Você ficou bem com a vovó querida?

— Fiquei sim - Melissa respondeu se aninhando nos braços da mãe. - Eu sonhei que estava voando com a minha garça mamãe e a vovó fez panquecas no café da manhã.

— A garça cantou?

— Cantou sim, uma música linda - Melissa respondeu. - Eu trouxe um presente para o meu irmão. 

Pulou da cama e pegou um embrulho do sofá, onde a avó tinha deixado, pulou de novo na cama e Kimberly riu da excitação da menina.

— Pode abrir mamãe!

Kimberly abriu o pacote vermelho e encontrou uma pelúcia com um dragão verde com algumas escamas vermelhas. Tommy imediatamente virou a cabeça para o lado, a melodia da flauta invadiu a sala e o espírito do Dragonzord entrou na pelúcia. O menino escutou e abriu os olhos do colo da avó, Carol se virou e se aproximou da filha. 

— Melissa fez questão de escolher na loja.

— Você que escolheu, querida?

— Sim, ele precisava ter um dragão.

— Isso, você tem a Garça e ele é o Dragão - Tommy concordou beijando a cabeça da filha. 

O menino começou a chorar nos braços da avó e Carol o entregou para a filha, Kimberly o aninhou nos braços e ele olhou fixamente para a pelúcia do dragão. 

— Acho que ele gostou Mel - Carol disse para a neta.

— Eu sei - a menina sorriu concordando. - Qual é o nome dele?

Kimberly e Tommy olharam um para o outro e responderam juntos:

— Thomas Jordan Oliver Junior

— É um bonito nome - Carol concordou. - Forte, vamos chamá-lo de junior.

— Não! - Melissa exclamou indignada. - Vamos chamá-lo de Jordan. 

Os três adultos riram, enquanto Melissa brincava com o irmãozinho nos braços da mãe. 

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Na manhã de Natal, Kimberly acordou com o resmungo de Jordan no berço. Olhou para o lado e viu Tommy dormindo tranquilamente, ela se levantou e pegou o filho no colo. 

Os olhinhos castanhos do filho estavam arregalados e ele já estava pronto para acordar a casa inteira. 

— Calma, meu menino! - Ela pegou o filho no berço e viu que estava com a fralda molhada. - Mamãe está aqui! 

Ela o trocou rapidamente e o colocou para mamar: 

— Meu presentinho de Natal - ela murmurou fazendo carinho no seu cabelo. 

Com um bebê tão pequeno em casa, não foi possível fazer uma Ceia de Natal como eles queriam. Só a família mesmo veio, a mãe de Tommy trouxe a comida e todos foram embora cedo. Melissa ficou até tarde assistindo filmes de Natal com Tommy no sofá e ela ficou na cadeira de balanço com o filho nos braços. 

Jordan terminou de mamar e adormeceu nos seus braços, ela o colocou de volta no berço e foi para o quarto da filha. Bem devagarzinho, ela entrou e viu a Melissa adormecida, fechou a porta e foi para a cozinha preparar o café da manhã. 

Estava cansada, mas queria que a primeira manhã de Natal dos seus filhos em casa fosse inesquecível. Fez chocolate quente, sanduíches e pegou os biscoitos de Natal e colocou-os todos em frente à mesa na sala, perto da árvore. 

A árvore de Natal deste ano foi montada por Melissa com as avós, a filha escolheu os enfeites prateados e azuis, dando um ar sofisticado a sua Casa do Lago. Sua filhinha tinha alma de artista, ela podia ser um gênio e ter potencial para muitas coisas, mas o coraçãozinho de Melissa pendia para as artes. Quem sabe, em alguns anos ela teria uma cientista bailarina ou bailarina matemática. 

— Kim! 

Tommy entrou na sala chamando-a, ele estava com o cabelo bagunçado e com uma cara de cansado. Ela sorriu, nunca o vira mais lindo na vida. Sentiu os olhos se encherem de lágrimas ao olhá-lo, ele estava ali ao seu lado, seu marido, o pai dos seus filhos, seu amor e o seu herói.

— Hey handsome! - ela o abraçou bem apertado. 

Ele correspondeu o abraço, um pouco confuso, ainda estava com sono. Mas seu corpo se movia automaticamente sempre que Kimberly precisava, beijou a cabeça da esposa. 

— Você já arrumou tudo? Você devia estar descansando. 

— Jordan me acordou mais cedo, então eu quis deixar tudo arrumado para quando Melissa acordar. Eu quero que ela tenha um Natal perfeito.

Tommy se abaixou e capturou os lábios da esposa em um longo beijo, colocando nele todo o amor e admiração que sentia por ela.

— Eu te amo Kim! 

— Eu também te amo Tommy! - ela o beijou novamente. - Eu nem acredito que isso tudo é verdade. Que estamos aqui juntos, com os nossos filhos dormindo no quarto. Eu nunca achei que seria tão feliz! 

— Quando eu comprei nessa casa, eu sonhei com isso - ele admitiu abraçando-a. - Uma família, filhos, eu sabia que essa casa seria perfeita para isso. Eu só não sabia que eu te teria de volta, muito menos que eu já tinha uma filha, mas no fim deu tudo certo e estamos aqui juntos.

— E o nosso dragãozinho veio para completar a família - Kimberly riu. - Eu nem mereço isso tudo. 

— Merece sim, beautiful. Graças ao seu sacrifício de anos atrás, agora,  nós temos poderes para proteger nossos filhos. 

— Mamãe, papai!  - Melissa chegou correndo na sala interrompendo o casal.

Tommy soltou a esposa e ergueu a filha nos braços.

— Feliz Natal, princesa! Olha quantos presentes o Papai Noel trouxe. 

A menina olhou admirada para os embrulhos debaixo da árvore. 

— Ele fez o café da manhã também?

— Não - Tommy riu da expressão indignada no rosto da Kimberly. - O café da manhã foi a mamãe quem fez! 

— Está lindo mamãe! - Melissa desceu do colo do pai e abraçou a mãe. 

— Que bom que gostou! Feliz Natal querida!

— Feliz Natal! - Melissa respondeu olhando os pais. - E o meu irmão?

— Está no quarto dormindo… - Kimberly começou a falar, mas foi interrompido pelo choro. - Estava dormindo. 

— Eu vou buscá-lo! 

Tommy voltou com o filho nos braços, Jordan já tinha parado de chorar e estava atento olhando o pai. 

— Agora podemos abrir os presentes? - Melissa perguntou animada.

Os quatro se sentaram ao lado da árvore e trocaram os presentes de Natal, juntos e felizes como uma família.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado. Comentários são sempre bem vindos, eu adoro ler mesmo que não responda na hora.
Momento propaganda: postei o primeiro capítulo da fic do Jason/Trini. Ela é do mesmo universo de Sacrifício então vai ter crossover dos personagens dessa. Se quiserem dar uma olhada o primeiro capítulo já está disponível: https://fanfiction.com.br/historia/811640/De_repente_e_amor/
Eu criei um (Instagram: @jvcampos.autora) só para compartilhar textos, se quiserem me adicionar lá eu vou adorar conversar com vocês sobre Tommy/Kim.



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