Sacrifício escrita por Mrs Moon


Capítulo 27
Uma adoção aberta


Notas iniciais do capítulo

Até que esse episódio não demorou tanto né? Agora Tommy e Kimberly voltam para a Casa Verde ter notícias da filha.
Desculpem qualquer erro de português, eu não tenho beta e toda vez que reviso encontro erros, mas eu tento.
Sim... estou a procura de betas readers que gostem de Power Rangers.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708982/chapter/27

Depois das festas do final do ano, a Casa Verde passava por um período de calmaria, em janeiro as crianças  preferiam brincar dentro de casa, o clima frio as deixava mais calmas e suas atividades favoritas eram jogos de tabuleiro, seguidos por filmes com pipoca e chocolate quente.

Já para a Sra. Mason e as assistentes sociais, o trabalho aumentava, elas mergulhavam em papéis para fazer o fechamento do ano anterior e estabelecer metas para o novo. Miranda fazia questão de deixar dezembro livre desses afazeres, mas até o final de janeiro tudo tinha que estar em ordem. A ela cabia a contabilidade que a cada ano ficava mais árdua, os fundos do governo eram insuficientes, então, as doações eram essenciais para manter o bem estar das crianças. Então,  precisava não só ser cuidadosa com as contas como sempre procurar novos benfeitores. 

Nesta manhã, em especial Miranda Mason estava com a mesa repleta de contas, avaliando a possibilidade de arrumar o telhado da ala oeste da Casa Verde quando ouviu uma batida na porta. 

— Pode entrar - respondeu contrariada.

— Desculpe incomodá-la - sua secretária entrou vacilante. - Tem um casal querendo falar com a senhora.  

— Estou muito ocupada hoje, Mia. - ela respondeu voltando a olhar os papéis - Jenny está de plantão hoje, peça para ela cuidar deles. 

— Eu tentei senhora… - argumentou vacilante, Mia se sentia culpada de atrapalhar a diretora. - Mas a moça insistiu muito, ela disse que só falaria com a senhora. Disse que a senhora a conhece. 

— Qual o nome dela? - Miranda ergueu a sobrancelha esquerda curiosa. 

Mia estendeu um cartão para a chefe dizendo:

— Kimberly Ann Hart e Tommy Oliver. A senhora os conhece?

Miranda pegou o cartão com as mãos trêmulas, leu o nome da mãe de Melissa. A memória da adolescente que implorava para que ela arrumasse bons pais adotivos para a filha e que não a deixasse ficar um único dia no orfanato. Sim… ela se lembrava de Kimberly Hart, muito bem, ela se lembrava dela todas as vezes que encontrava com a menina nos corredores do orfanato.

— Conheço sim - ela respondeu em voz baixa. - Me dê cinco minutos e deixe-os entrar.   

— Sim, senhora! - a moça respondeu aliviada. 

Rapidamente, Mirando juntou os papéis sobre a mesa e  os guardou na gaveta. Arrumando a mesa, ela respirou fundo e se preparou para a entrada dos rangers. A porta se abriu e Mia entrou acompanhada pelo jovem casal. 

Em silêncio, Miranda encarou a mãe de Melissa, da última vez que vira Kimberly Hart era uma adolescente grávida como tantas outras que conhecera, agora, ela era não só uma campeã olímpica e era obviamente uma adulta bem sucedida.  A garota se transformara em uma mulher bonita e elegante, os cabelos estavam mais compridos, vestia um vestido de lã cinza de corte reto e um casaco leve de caxemira rosa. Porém, ao olhar o seu rosto não conseguia deixar de ficar impressionada com a semelhança com a filha. 

— Sra. Mason - murmurou a moça com um sorriso vacilante. - Ainda se lembra de mim?

— Eu me lembro sim, Srta. Hart, acompanhei a sua última olimpíada - sorriu involuntariamente, desde o primeiro dia tinha simpatizado com a jovem - Por favor, tenham  a bondade de se sentar. Pode nos trazer um pouco de chá Mia?

A secretária saiu rapidamente e a Sra. Mason olhou intrigada para Tommy. Kimberly reparou o olhar e explicou: 

— Esse é o meu marido: Tommy Oliver - olhando para ele continuou. - Tommy, essa é a Sra. Miranda Mason, a diretora da Casa Verde. 

— Prazer em conhecê-la Sra. Mason - o moço se levantou e apertou a mão da diretora, seu sorriso era franco e sincero, os olhos castanhos grandes e brilhantes, ela reconheceu a semelhança imediatamente. 

— O prazer é todo meu Sr. Oliver - respondeu o cumprimento e ficou calada observando o casal. A visita de pais biológicos na Casa Verde era um evento raro e sempre bem vindo. Mas precisava ser meticulosa, por isso, os avaliava com cuidado. A linguagem corporal era essencial para avaliar o caráter deles. Kimberly estava obviamente nervosa, já o marido  parecia mais seguro de si e apertava a sua mão apoiando-a. 

— Em que posso ajudá-la Sra. Oliver? - perguntou diretamente. 

— Eu quero saber como está a minha filha? - as palavras saíram rapidamente, como quem revela um desejo reprimido. 

Miranda reprimiu o sorriso que chegava a seus lábios e continuou:

— Quando deixou a sua filha aqui, a senhora optou por uma adoção fechada - lembrou cuidadosamente. -  Sabia que não teria mais notícias dela, não é?

— Sim, mas… - os olhos da moça se encheram de lágrimas e ela olhou para o marido pedindo ajuda.

— Sra. Mason, nós viemos aqui para reverter a adoção fechada. - ele disse rapidamente. - Se fizermos isso, os pais adotivos ou a criança quando se tornar adulta poderão entrar em contato conosco. 

— Isso mesmo - Mirando sorriu e observou atentamente Tommy. que obviamente estudara as leis antes de chegar ali. - O senhor conhece o protocolo?

— Um pouco. Eu sou filho adotivo, meus pais me explicaram que a minha adoção era fechada e não conheciam os meus pais biológicos -  ele admitiu. -  Eles nem sabiam que eu tinha um irmão, nós só nos encontramos depois que ele completou dezoito anos. Ele me contou que nossos pais haviam falecido em um acidente de carro. 

— Entendo… - murmurou Miranda, a conversa foi interrompida por uma batida na porta e a secretária entrou com uma bandeja. 

— Pode deixar  - respondeu a Sra. Mason pegando a bandeja. - Mia, eu preciso que você digite a alteração de adoção fechada da Sra. Oliver. 

A moça balançou a cabeça concordando.

— Eu vou precisar dos seus documentos, senhora.

Kimberly abriu a bolsa procurando os documentos, enquanto isso, Miranda abriu o cofre e pegou o arquivo de Melissa, ela pegou a primeira folha e entregou-a também para a secretária. 

— Depois que terminar, traga o documento e peça para que a Jenny venha até meu escritório

— Sim, senhora.

— Vai demorar um pouco - ela respondeu servindo chá para o casal. - Vocês se importam de esperar? 

— Não… - Kimberly pegou a xícara trêmula - Eu agradeço pela senhora nos receber, eu deveria ter ligado antes. 

— Não se preocupe, eu fico feliz em alterar o tipo de adoção. As crianças sempre querem notícias de seus pais biológicos. 

— Kim, me disse que os pais adotivos da nossa filha também optaram por uma adoção fechada. Eles mudaram de ideia?

— Só poderei dar-lhes mais informações depois que o documento ficar pronto - olhando para Kim perguntou. - O seu marido é o pai biológico da menina? Quando a deixou disse que ele não queria saber da criança.

— Eu não contei que estava grávida para ele - admitiu Kimberly. - Eu só contei que tive uma filha para Tommy a alguns meses. 

— Na época, você me disse que a menina estaria mais segura com pais adotivos - muito séria ela continuou incisiva. - Sr. Oliver a sua filha realmente corria perigo na época?

— Corria - ele admitiu. -  Mas eu poderia tê-la protegido. 

— Por isso, eu não lhe contei - bufou Kimberly. - Nós não podíamos protegê-la, agora, nós podemos protegê-la. 

— Qual tipo de perigo ela corria? 

— Nós somos de Alameda dos Anjos - disse Kimberly. - Haviam muitos ataques alienígenas na época, a região onde morávamos era atacada frequentemente. Se eu voltasse para casa com ela, ela seria um alvo. 

— Sério? - perguntou a Sra. Mason confusa. - Os jornais sempre noticiavam apenas os êxitos dos Power Rangers.

— Kimberly está exagerando.

— Eu fui sequestrada quando voltei naquele ano para casa, imagine se eu estivesse com a nossa filha, presa em um submarino com um bebê. 

— Eu teria morrido antes que algo tivesse acontecido com ela.

— Você não conseguiu me salvar… - rebateu Kimberly seca, olhando para a Sra. Mason continuou: - Alguns amigos dos Power Rangers me resgataram.

— Ainda existe perigo? - durante anos Miranda se perguntava qual era o motivo para a moça desistir da filha e ao descobri-lo ficava muito intrigada. 

— Não… os inimigos foram derrotados e a cidade está pacífica. Olhando para Tommy ela continuou. -  Nós voltamos para casa, somos sócios de um ginásio esportivo, Tommy dá aula de karaté e eu de ginástica olímpica. 

— A cidade  foi reconstruída - completou Tommy. - Agora, ela está ainda mais bonita do que na nossa adolescência. 

Antes que Miranda pudesse comentar, a porta se abriu e Mia entrou com uma prancheta nas mãos. Ela imediatamente entregou a chefe, a Sra. Mason passou os olhos no documento e agradeceu:

— Obrigada Mia - está correto. - E Jenny? 

— Está em uma ligação e já vem. 

— Ótimo, me avise assim que ela chegar.

— Sim, senhora - respondeu  a moça saindo.

Voltando a sua atenção para o casal, ela falou: 

— A senhora precisa assinar esse papel - disse entregando o documento para Kimberly.

Ela passou os olhos pelo documento e rapidamente o assinou. 

— Pronto - murmurou a Sra. Mason. - Agora, a adoção fechada foi revertida e você pode receber informações sobre a sua filha. 

— Eu não preciso assinar nada? - perguntou Tommy. 

— Não - esclareceu a velha senhora. - Aos olhos da lei o senhor não tem parentesco com a menina. 

Kimberly, apertou a mão do marido e lhe lançou um olhar pedindo desculpas. 

— Mais alguma pergunta Sra. Oliver? 

— Todas - murmurou Kimberly com lágrimas nos olhos. - Eu posso saber alguma coisa sobre ela. Como ela está? A senhora a viu depois que foi adotada?

— Kim - interveio Tommy. - Se os pais adotivos não reverteram a adoção fechada, a Sra. Mason não pode nos dizer nada. 

— Felizmente ou infelizmente, eu posso responder suas perguntas - respondeu a Sra. Mason. 

Kimberly abriu a boca surpresa, mas antes que pudesse falar alguma coisa, Tommy perguntou:

— Qual o nome da nossa filha?

— Melissa, esse é o nome dela. 

— Melissa… - repetiu Kimberly deixando uma lágrima escorrer pelo rosto. 

Tommy sorriu aliviado e já estava pronto para fazer mais perguntas quando ouviram uma batida da porta. 

— Pode entrar - ordenou a Sra. Mason, segundos depois a assistente social entrou na sala.

— Com licença! -  Jenny ficou bastante surpresa ao ser convocada pela diretora. Ao entrar na sala, ficou ainda mais confusa ao ver um jovem casal, jovens demais para serem pais adotivos. A moça mirou a mãe e sentiu suas pernas paralisadas, abriu a boca espantada, a semelhança era impressionante. O mesmo formato do rosto, a mesma boca, o tom dos cabelos eram iguais, só os olhos eram um pouco diferentes. 

— Jenny, esses são a  Sra. Kimberly Hart Oliver e o seu marido Tommy Oliver, eles vieram aqui para ter notícias sobre a adoção da filha - disse entregando os papéis recém assinados para ela - A Sra. Oliver acabou de assinar a documentação trocando a adoção fechada por uma aberta. 

Olhando para os Olivers ela continuou: 

— Permita-me apresentá-los, essa é a assistente social Jenny, ela é a encarregada do caso de Melissa. 

— Mas a senhora cuidou da adoção dela - Kimberly ergueu os olhos confusos para a velha senhora. - A senhora me disse que os pais adotivos viriam buscá-la naquele dia. Por que ela precisou de outra assistente social?

Tommy abraçou a esposa, confortando-a. Com a voz fria ele perguntou:

— O que aconteceu com os pais adotivos da nossa filha? 

— Os primeiros pais adotivos de Melissa morreram em um acidente de carro quando ela tinha dois anos. - tomando fôlego ela continuou. - Eu fui chamada no hospital, como eles não tinham parentes no país, ela voltou a custódia da Casa Verde. 

— Ela estava no acidente? - perguntou Tommy preocupado.

— Estava sim - suspirando continuou: - Não vou mentir para vocês, ela se machucou bastante, quebrou uma das pernas. Foi uma longa recuperação, mas ela ficou totalmente curada. Foi nessa época que eu coloquei Jenny no caso. 

— Não, não… - Kimberly chorava abertamente agora. Colocou a mão sobre os olhos e soluçou. - Ela se machucou tanto e ficou aqui… em um orfanato. Isso não devia ter acontecido. A senhora me prometeu que ficaria segura com os pais adotivos.

— Eu encontrei os pais perfeitos para ela, mas infelizmente eles morreram. Acidentes acontecem, mas nós cuidamos muito bem de Melissa até ela voltar a andar.

— A senhora também me prometeu que ela não ficaria um dia mais do que o necessário aqui. - rebateu Kimberly agressiva. 

— Sra. Oliver! - interveio Jenny. - A Sra. Mason  se dedicou todos esses anos para que Melissa encontrasse bons pais adotivos. 

Kimberly abriu a boca chocada, Tommy olhou para a assistente social: 

— Ela foi adotada depois do acidente?

— Melissa ficou aqui mais de um ano se recuperando do acidente, mas assim que ficou boa foi para a casa de novos pais adotivos - ela respondeu triste. -  Mas,  eles a devolveram logo depois.

— Devolveram? - exclamou Tommy horrorizado.

— Infelizmente sim… - disse Jenny - Melissa é uma criança muito especial, aprendeu a ler aos três anos, mas ela é tímida e os pais queriam uma criança que brincasse e fosse mais alegre. A Sra. Mason tentou mais uma vez, mas também a devolveram, eles achavam que ela era autista. 

— Não tem nada de errado com isso - protestou Kimberly veemente. 

— Não, não tem. Ela é perfeita, eles que não eram os pais perfeitos. - continuo a Sra. Mason. - Quando a recebi de volta,  nós a levamos aos médicos, eu precisava de um diagnóstico. Descobrimos que ela não é autista, pelo contrário, Mel tem o QI acima da média, por isso, o seu comportamento é diferente das crianças de sua idade.

— Ela é uma menina muito bonita e pequena para a idade - afirmou Jenny orgulhosa. - Mas tem um temperamento um pouco difícil, não faz amigos com facilidade e não tem paciência com pais adotivos. Ela prefere ficar no orfanato. 

— Mas vocês tentaram novamente, não é? - perguntou Tommy arrasado. 

— Como eu prometi a sua esposa - continuou Miranda em tom contrito. - Eu tentei achar bons pais Melissa, mas infelizmente eu falhei e ela foi devolvida novamente.

— Isso não podia ter acontecido… - chorou Kimberly baixinho. - Ela passou a vida inteira aqui, abandonada e rejeitada.

— Eu sinto muito… - murmurou a Sra. Mason. 

— Kim! - chamou Tommy, suas lágrimas haviam secado e ele apertou a mão da esposa e perguntou para a Sra. Mason. - Mas se ela não foi adotada, nós podemos levá-la para casa? 

Kimberly ergueu os olhos imediatamente para a Sra. Mason.

— Ela está aqui? 

Jenny e Mirando se olharam preocupadas e a mulher mais velha respondeu:

— Não, nós tentamos mais uma vez e ela está em um lar temporário com possíveis pais adotivos.

— Ela ainda não foi adotada? - perguntou Kimberly secando as lágrimas. 

— Não, a adoção só costuma ser imediata com bebês recém nascidos. Com as crianças mais velhas sempre há um tempo de adaptação. Por isso, as devoluções são tão frequentes

— Há quanto tempo ela está com eles? - perguntou Tommy pensativo. 

— Pouco mais de quatro meses… - respondeu Jenny vacilante. 

Tommy olhou para Kimberly e sorriu, sentou-se novamente e falou confiante:

— Nós a queremos de volta. 

— Isso é possível? - Kimberly perguntou para a Sra. Mason. - Eu posso levá-la para casa

— Ela não está no orfanato - respondeu Miranda. 

— Mas, ela não foi adotada - interveio Tommy rapidamente. - Ela está em um lar adotivo a menos de seis meses, nós podemos perfeitamente pedir a guarda dela. Nós somos os pais biológicos.

— Quando a Srta. Hart colocou Melissa para adoção, ela renunciou aos seus direitos como mãe biológica.  - interveio Jenny. - Vocês não têm o direito de tirá-la dos pais adotivos.

— É verdade… - murmurou Kimberly triste.

— Se ela estivesse com os primeiros pais adotivos eu concordaria com a senhora - interveio Tommy. - Mas ela está com a família adotiva a pouco tempo, nem criou laços afetivos ainda e tem a chance de ir para casa com seus verdadeiros pais. Vocês duas sabem que esse é o sonho de toda criança órfã. 

Enquanto falava Tommy ficava cada vez mais animado, o sorriso estampado no rosto e a certeza que teria sua filha de volta. Jenny ficou sem palavras, Kimberly lançou um olhar esperançoso para o marido e Miranda suspirou:

— Não é tão simples assim Sr. Oliver, mesmo se ela não estivesse com pais adotivos, a guarda dela não pertence mais a vocês. Vocês abriram mão da menina. Teriam que solicitar guarda provisória para o juiz e o fato dela estar com outra família…

— Eu não abri mão da guarda da minha filha -  interrompeu irritado.

— O pai raramente está presente quando uma criança é entregue à adoção - Jenny completou.  - Normalmente eles abandonam a mãe muito antes.

— Eu não abandonei nenhuma das duas. Eu nem sabia que ela existia. Se eu soubesse, nunca teria deixado que ela ficasse longe de mim, por isso, Kim terminou comigo - reclamou Tommy e olhando friamente para Jenny ele falou. - E eu posso provar isso ao juiz se necessário.  

Vendo a expressão confusa das duas assistentes sociais, Kimberly ergueu a cabeça e respondeu triste:

— Eu terminei com Tommy por carta, eu nunca contei que estava grávida, eu só disse que tinha encontrado outra pessoa. 

— Entendo…  - murmurou a Sra. Mason. - Ainda assim, será necessário entrar com o pedido de guarda dela. 

Antes que Tommy pudesse responder, Kimberly se levantou e apertou o braço dele: 

— Nós podemos voltar amanhã para isso? 

Tommy a olhou surpreso e ela completou:

— A senhora poderia conversar com os pais adotivos - respirando fundo ela olhou para Tommy e completou: - Nós podemos conversar com os nossos advogados e amanhã voltamos para dar entrada no pedido de guarda da nossa filha. 

— Será melhor para todos - respondeu Miranda. - Assim nós teremos tempo de estudar o caso, tudo isso foi muito inesperado. Mas acredite, o bem estar da Melissa é o nosso maior objetivo. 

— Nós entendemos - afirmou Tommy. - Podemos voltar amanhã à uma da tarde?

— Estaremos esperando - disse Jenny. 

Quando o casal saiu, Jenny se sentou em frente da Sra. Mason. 

— Estou sem palavras! Os pais biológicos de Melissa a querem de volta. Isso é bom demais para ser verdade. 

— O caso de Melissa é o mais surpreendente da minha vida.

— Vai conversar com os Mitchells? - perguntou Jenny. 

— Não - respondeu a Sra. Mason. - Só irei entrar em contato com eles depois que os Olivers entrarem com o pedido de adoção. Eu vou ligar para o nosso advogado, as duas famílias são influentes e podemos ter um escândalo em nossas mãos. - Entregando o cartão de Kimberly e Tommy para a moça ela pediu. - Quero que entre em contato com a agência da Califórnia, precisamos levantar as credenciais dos dois. Precisamos descobrir se eles são boas pessoas como parecem. 

— Sim, senhora! - concordou Jenny saindo rapidamente. Melissa era a sua pupila preferida, então,  faria o impossível para que ela fosse feliz. 

—------------------------//—------------------------------//—------------------------

A viagem de volta para o hotel foi em silêncio, Tommy estava com a cabeça fervilhando de planos e Kimberly dirigia rapidamente. Como ela era a única que conhecia a cidade e os dois queriam chegar ao hotel rápido, aquela era a melhor opção. 

Quando eles chegaram no quarto, ela finalmente desabou na poltrona exausta. 

— Não acredito, ela estava sozinha esse tempo todo. - Erguendo os olhos para Tommy se lamentou: - Eu devia ter ido procurá-la antes. 

— Não se culpe, foi uma fatalidade! - exclamou. - Se os pais adotivos não tivessem morrido, ela estaria com eles até hoje.

— E os outros… - Kimberly lamentou. - A devolveram como se fosse um cachorro, ela deve me odiar.

— Não, não pense nisso, Beautiful! - insistiu Tommy. - Pense só que vamos levá-la para casa, nossa menina.

Kimberly sorriu entre as lágrimas:

— Nós vamos conseguir, não é?

Ele a pegou nos braços e respondeu carinhosamente:

— Eu tenho certeza. Eu preciso conversar com a minha mãe, ela entende tudo de adoção e vai nos indicar o melhor advogado do país. 

— Meu Deus sua mãe! Ela estava começando a simpatizar comigo, agora nunca vai me perdoar. 

Tommy deu um beijo rápido em Kimberly e retrucou: 

— Ela vai entender, quando souber toda a verdade. 

Kimberly abriu os olhos surpresa: 

— E o nosso juramento?

— É hora de contar a verdade para as nossas famílias, nós sacrificamos muito pelos poderes já. Eu vou me teleportar agora para a Alameda dos Anjos e conversar com a minha mãe. Você vai ficar bem sozinha?

Kimberly balançou a cabeça concordando:

— Vou sim, pode ficar tranquilo - seus olhos brilhavam com lágrimas, mas ela sorria feliz - Boa sorte. 

Ele beijou a testa da esposa e com uma luz branca desapareceu do hotel. Kimberly ficou sozinha no quarto, foi até o telefone e pegou discando:

— Alô! - a voz de Carol soou ansiosa do outro lado da linha, ela sabia que a filha iria a Casa Verde naquele dia. 

— Mamãe!

— Que bom que ligou querida, eu estava ansiosa. Como foram as coisas? 

Kimberly sorriu respondendo: 

— O nome dela é Melissa e nós vamos recuperá-la.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora estamos quase sem segredos, eu sei que faz muito tempo que não mostro a Melissa, mas queria terminar com a Kimberly conversando com a mãe.
Adoro ler os comentários de vocês, acreditem eles me fazem escrever mais rápido.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sacrifício" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.