Fix You escrita por SammyBerryman


Capítulo 26
The first and last morning


Notas iniciais do capítulo

[A primeira e última manhã]

Owwwww eu volteeeei humaninhos! Se preparem gente, a fic vai começar a dar vários tiros em breve. Primeiramente peço desculpa pelo tempo sem postar, agora que acabou a correria de fim de ano vou voltar a postar normalmente, antes de encerrar esse ano de 2016 eu tinha que deixar mais um capítulo pra vcs né non? E como passaram o natal? Muita uva passa? Caíram de boca no peru? Q? Ignora gente... Voltando a fic, a opção 1 foi escolhida, então como passei muito tempo sem postar, decidir fazer um capítulo imenso e dividi ele em duas partes, serão capítulos distintos porém na mesma trajetória da opção 1 sem tirar ou adicionar acontecimentos. Nessa primeira parte teremos a manhã de Carly e Sam na empresa, um momento de conversa entre as duas, e na parte dois os outros acontecimentos que são: O fim da empresa, a surpresa do Freddie para a Sam, a conversa entre o Gibby e o Austin, e a chegada de Embryl que contará a verdade ao Freddie. Espero que apreciem esse capítulo, agradeço as mensagens de encorajamento no twitter, quando eu caio vcs me levantam, obrigado por não desistirem de mim e obrigado por ainda amarem a história... Mais avisos nas notas finais, aproveitem!!!



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Povs Sam:

— Você acha que é uma boa ideia? - Carly me pergunta enquanto se arruma para irmos à empresa.

— De verdade? - passo a escova nos meus cabelos - Eu não acho, mas eles vão ter empregos e tudo mais, se eles forem ou ficarem aqui viveram bem igual.

— E se eles não quiserem isso? - ela me fita pelo espelho.

— Então que fiquem sem empregos, estamos oferecendo oportunidades aqui. - eu largo a escova em cima da bancada do banheiro e Carly omite um sorriso - O que foi?

Ela balança a cabeça.

— Nada.

— Sei... - estreito meus olhos para ela- Podemos ir?

— Claro- ela coloca o par de brincos e depois se vira pra mim - Como eu estou?

Analiso o vestido preto dela.

— Diz que você é a chefe, mas nem por isso é horrível.

— Muita consideração da sua parte. - Carly observa minha roupa meio informal.

— Estou feliz com as minhas calças. - dou um tapa na minha coxa por cima do jeans.

— É já percebi. - ela sorri e sua felicidade extrema é quase impactante, toda vez que olho para ela acho que vou desabar no chão.

Gibby a pediu em casamento ontem na frente da London Eye, desde então Carly está sorrindo o tempo todo. Ela está radiante e fica olhando para o anel na mão direita a cada dez segundos. Enquanto isso, Freddie e eu estamos ficando meio de lado no quesito "melhor casal que você respeita". Mas isso é bom. Temos mais tempo se preocupando com o casamento deles do que com qualquer problema que nós tivermos. Eu sei que ele ficou um pouco chateado por Gibby ter pedido a Carly em casamento, quando seríamos nós a assumir isso primeiro, porém sei que ele está feliz pelos melhores amigos.

Ainda é estranho estar em Londres de novo. Carly e eu sabemos que não nos sentimos bem aqui. Austin a espreita. Lembranças de Peter. Nada disso está nos fazendo bem. Então, decidimos convocar todos os funcionários da empresa hoje e avisar para eles sobre a mudança. Vamos transferi-los para a Comosplit, nossos sócios, e os que quiserem ainda permanecer conosco terão quatro meses para se mudar de Londres e se instalar em Seattle, onde permanecerão em seus respectivos empregos. Carly não acha uma boa ideia e isso é preocupante, se não concordamos em algo a empresa pode ser fechada e eu espero que isso não aconteça.

Gibby está na cozinha cantando Total Eclipse Of The Heart e é de doer os tímpanos. Arrasto-me até lá preguiçosamente. Pretendo manda-lo ficar quieto. Adentro na cozinha e Freddie pula em minha direção na mesma hora.

— Não quer mesmo que eu vá junto? - ele pega a minha mão e olha para mim de cima a baixo.

— Não. Aproveite o dia com o Gibby. - dou um aperto reconfortante na sua mão.

Freddie suspira chateado, eu sei que ele não gosta de ficar longe de mim.

— Mas...

— Você não vai junto baby. - me distancio dele para pegar uma maçã na geladeira, a voz estonteante do Gibby faz eco nas paredes e eu fecho os olhos trincando os dentes.

— Que animação. - Carly comenta entrando na cozinha, ela corre para o Gibby e o envolve com os braços por trás.

— Claro que estou animado, vou me casar com você. - ele solta a faca e se vira para abraça-la.

Eu reviro os olhos com a cena e Freddie me lança um olhar de desdém, ele quer que eu me alegre mas ele também está chateado, porém disfarça melhor do que eu.

— Temos que preparar as coisas logo. - Carly arruma os botões da camisa do Gibby.

— Assim que voltarmos para Seattle a gente inicia os preparativos e...

— Uma capela em Las Vegas sai barato e mais rápido, e pronto, felizes para sempre. - eu bato a porta da geladeira.

Saio da cozinha esbarrando no Freddie, que protesta com um xingamento e ando em passos largos para a sala de estar.

— Sam. - Freddie chama vindo atrás de mim, respiro fundo e me viro para encarar seu rosto.

Em questão de segundos, aquela corrente de eletricidade bem conhecida se estabelece entre nós e eu tenho que me conter para não beija-lo nesse exato momento.

— O que você quer que eu faça? - eu pergunto e mordisco minha maçã.

— Pare de agir assim, eles são nossos amigos.

— E quer que eu aja como?

Ele dá um passo em minha direção e cruza os braços.

— Fique feliz por eles, olha, o Gibby não sabia de nada amor, não os culpe, é sério. Você está agindo como uma criança emburrada.

— Mas o quê? - eu jogo minha maçã no peito dele e ela mancha sua blusa listrada vermelha.

Ele fecha os olhos e suspira ficando bravo. Quando os abre simplesmente se vira e volta para a cozinha pisando duro. Vou até a maçã e a chuto com tamanha força que bate no vidro da janela, fazendo com que ele se estilhace e toda a mesinha no canto da parede fique coberta por vários pedaços de vidro.

Carly, Freddie e Gibby entram na sala assustados com o barulho e olham para mim, depois para a janela, depois para mim novamente como em um jogo de ping pong.

— Melhor alguém chamar um vidraceiro. - eu ando pela sala e vou até a porta da frente. Sinto o olhar deles nas minhas costas- Eu vou pegar o carro Carly. - eu abro a porta e me retiro do apartamento, a bato com força e me pergunto se o vidro da porta rachou também.

Dou a volta pelo beco que tem ao lado do apartamento para chegar até a garagem. Aciono a trava de segurança e a enorme porta de metal se abre. Ergo-a para cima com as duas mãos, a poeira se levanta como uma onda e espirro contra meu braço. Faz uma eternidade que não venho aqui. Observo a lona que cobre o meu Jimny. Está ressecada e com enormes manchas de goteira. Aquele problema na garagem que Carly e eu nunca resolvemos mesmo morando aqui durante três anos. Puxo a lona e ela vai revelando meu carro, a cor amarela cintila contra a luz fraca de acendimento automático da garagem. Retiro toda a lona, a enrolo e a jogo em um canto qualquer. Caminho para o lado direito do carro e abro a porta. O banco continua macio como eu me lembro. Fecho a porta e respiro com força, está um pouco empoeirado aqui também. A chave deve estar no porta-luvas onde a deixei. Inclino-me e abro a procura dela, o coala que tem no chaveiro revela sua localização e a puxo pelo bichinho. Olho o coala na minha mão e dou um soco na direção, minha garganta se fecha e eu sinto vontade de gritar. Foi o Austin que me deu. Eu pensei em jogar fora, mas não consegui, e não ia fazer muita diferença. Se eu jogasse o coala no lixo, o carro também teria que ir junto. Já que ambos foram meus presentes de natal. Ele me deu um carro porra! Um maldito de um carro e eu nem me lembro de ter dado algo bom para ele um dia!

Trinco os dentes e insiro a chave na ignição, meu pé está no acelerador e o carro liga de imediato. O motor ruge e sou lançada para trás quando ele ganha vida e sai da garagem, freio com rapidez antes de bater na parede do beco. Nem reparei que o carro não estava em ponto morto. Tiro o cabelo dos olhos e sugo o ar com força, foi um leve susto. Toco sutilmente com o pé no acelerador e manobro o carro para sair do beco.

Consigo guiar o Jimny para fora com sucesso, vou beirando a calçada e paro na frente do apartamento para abrir o teto solar, é quando Freddie e Carly saem do apartamento. Ela se segura nele quando me vê no carro, eu suplico com o olhar para ela, mas sei que não vai ter jeito, ela franze os lábios e se vira para contar ao Freddie a verdade. Ele escuta atentamente sem tirar os olhos de mim, quando Carly termina de falar ele ergue as sobrancelhas e mantém o olhar fixo no meu rosto, minhas bochechas ficam quentes e eu abaixo a cabeça.

Carly dá um abraço nele e desce os degraus. Ela contorna o carro e abre à porta do passageiro, eu ergo a cabeça para fitar seu rosto com raiva, mas ela volta o olhar chateada também e coloca o cinto de segurança.

— Por que fez isso? - eu pergunto a ela.

— Por que quebrou o vidro? – ela retruca.

— Não me respondeu.

— Ele merecia saber. – ela age normalmente.

— Oh, ele merecia mesmo? - eu balanço a cabeça sem acreditar e acelero o carro, o guio para o lado esquerdo da rua, Carly se inclina para ligar o rádio na estação LAB como sempre fazíamos.

Conduzo o carro pela rua e noto que minha pergunta ficou sem resposta.

— Devia ter devolvido. - ela murmura ajeitando o vestido.

— Foi um presente Carly, e mesmo que não fosse não tem como devolver por que é um carro.

— Quando você se casar com o Freddie, vai ter dinheiro suficiente para comprar a empresa toda da Suzuki  e está reclamando que tem que devolver essa coisa. - Carly da um tapa na porta.

Solto uma risada sarcástica.

— Não bata no meu carro.

— Sabe que o Freddie vai ficar magoado.

— Ele não ia ficar até você contar a ele que foi o Austin que me deu.

— Como eu disse, ele merecia saber.

— Um monte de gente merece um monte de coisas.

— Então... - ela me fita, mas eu tenho que manter os olhos na rua - Você vai devolver?

Suspiro derrotada.

— Sim, claro que eu vou devolver.

— Bom.

— Mas o coala não.

— Sam!- Carly me repreende.

— É brincadeira, vou devolver também. - tiro uma mão do volante e aliso o coala pendurado na chave.

— Hey, não fique triste- ela alisa meu braço- Eu até te daria um carro de presente de aniversário, mas é você que tem que me dar um de presente de casamento.

Freio o carro no meio da pista e Carly é lançada para frente, mas em vez de se assustar ela ri.

— Francamente Carly!- eu reclamo e acelero o carro novamente.

— Devia ter visto a sua cara. - ela ri feito uma menininha, realmente Carly ainda está em êxtase por estar noiva - Mas... - ela toma fôlego- Se quiser me dar um eu estou aceitando.

— Já vai ter minha presença no casamento, não precisa de mais nada. - digo rápido para mudar de assunto- O Gibby pode devolver o carro? Vai ser mais fácil para mim e principalmente para o Freddie.

— Desde quando você facilita as coisas para ele? - ela me olha ceticamente.

— Você não era assim... - eu murmuro meio brava com sua postura de ataque.

Ela leva um tempo até perceber o que disse.

— Ai Sam, me desculpa. - ela passa a mão no rosto- Mas é que...

— Só por que vai se casar está se achando o máximo.

— Não. É só...

— Pretende terminar uma dessas frases? - paro o carro em um semáforo.

— Eu não estou bem. - ela da de ombros.

— Disso eu não posso discordar. - olho para as luzes do semáforo mudar lentamente do vermelho para o amarelo.

— Sam... Será que meu casamento vai durar? - ela pergunta baixinho.

— Não tem motivos para não durar, fica fria gata. - pisco para ela e enfim o semáforo fica verde.

— É que sei lá, não somos muito novos para dar um passo tão grande?

— Freddie e eu também somos.

— É diferente.

— Diferente como? - aumento o volume da rádio que está passando a previsão do tempo, pelo visto vai chover e muito, o que não parece já que sol brilha no céu.

— Em algum momento Deus escreveu que você e o Freddie ficariam juntos, só não vê quem não quer.

— Interessante... Mas você e o Gibby formam um casal lindo, vão sobreviver ao primeiro ano.

— Ao primeiro ano? - ela se desespera.

— Eu ia dizer aos primeiros meses, mas me contive.

Meses? Oh meu Jesus. - ela esconde o rosto nas mãos.

— É brincadeira Carly, você ama o Gibby, ele ama você, com certeza vão ficar juntos por muito tempo, provavelmente vão levar a sério a parte de "Até que a morte os separe".

— Isso é muito mórbido. - ela se encolhe tirando as mãos do rosto.

— Eu sei.

— Bem, voltando ao assunto de amor, e se ele deixar de me amar um dia?

— Impossível. Ninguém deixa de te amar.

— O Freddie deixou. - ela deixa escapar e eu viro o pescoço e a fuzilo com o olhar.

— Nunca se sabe. - resmungo olhando dentro dos seus olhos castanhos.

— Ae, olhos na estrada Puckett- ela toca meu rosto me fazendo olhar para a rua.

— Eu podia aproveitar o dia sem essa hoje.

— Mas é verdade, ele deixou de me amar.

— É diferente. O Freddie tinha uma ligação com você, uma paixão adolescente, algo que se dissipou com o tempo, voltou em certo ponto por ele ainda te amar como amiga. Porém entre você e o Gibby é amor entre homem e mulher, vem dos dois lados e isso é duradouro, tenha certeza disso garota. Como ele disse no pedido de casamento, ele ainda não sabe se é o cara certo para você, ou se você é a mulher certa para ele, mas vocês dois vão descobrir isso com o tempo. - explico a Carly.

Ela fica em silêncio pensando a respeito do que eu disse. De repente uma música preenche o carro, e é tarde de mais quando uma lágrima escorre pelo meu rosto, tenho que parar no primeiro lugar apropriado que encontro, acho uma vaga e estaciono ali, Carly olha para mim sem entender, eu tiro as mãos do volante e coloco na boca, não consigo desligar o rádio, então a música prossegue tocando.

— Sam? O que foi? - Carly começa a entrar em desespero.

— Running Away... - eu sussurro.

— A música? - ela olha para o rádio e depois para mim- O que tem ela?

Seco uma lágrima e encosto a cabeça no banco.

— Foi a música que estava tocando... - então eu lembro que nunca contei realmente sobre meu primeiro beijo com o Freddie, foi uma breve descrição enquanto estávamos amarrados naquelas cadeiras com fita adesiva.

— Tocando em que lugar?

— Quando Freddie e eu demos nosso primeiro beijo, essa música estava tocando em um som que ele deixou na escada de incêndio.

— Oh!- ela se surpreende- Caramba Sam.

— Eu... - retomo a respiração e ligo o carro.

— Você realmente ficou muito emotiva nesses últimos anos.

— Não é pra menos. - dou de ombros e manobro o carro para a pista novamente.

— Sabe, você começou a se importar com as pessoas e com os sentimentos delas, foi uma mudança e tanto. - Carly abaixa o volume da música e depois opta por desligar o rádio- Tenho orgulho de você Sam.

— Não entendo por que.

— Você supera as coisas e age melhor do que eu, entende? Você me manteve forte. Agradeço imensamente por isso.

— Como quiser. - aceno com a cabeça.

 

 

 

 

Empurro as portas da C.S Source. Eu não me lembrava do vidro ser tão escuro. Os funcionários estão empacotando caixas e conversando uns com os outros, eu mantenho o olhar fixo no elevador, mas Carly tem que fazer escândalo e dizer que chegou.

— Voltamos gente! Uhuuull! - escuto ela berrar atrás de mim o que chama a atenção de todo mundo.

— Obrigada por ser discreta Carly. - aperto a parte de cima do nariz.

— Disponha. - ela fecha a porta.

— Bem, estamos de volta. - anuncio a todos os funcionários que estão no térreo- A reunião é às 10 horas e 15 minutos, como todos foram notificados. No momento permaneçam arrumando suas coisas e não se preocupem vocês ainda tem os seus empregos. Carly e eu iremos explicar mais adiante.

— Tenham uma boa amanhã até lá. - Carly completa e me puxa para o elevador.

— Então realmente vão fechar a empresa? - Kimmel, uma das secretárias da entrada pergunta.

— Transferir é a palavra certa. - Carly prossegue me puxando e não compreendo sua afobação, ela estava normal há poucos minutos.

— Mas e quem não poder ir? Temos famílias aqui. - um funcionário pergunta, seu nome é Blake, eu acho.

— Na reunião a gente explica, se nos derem licença Sam e eu, temos alguns assuntos para resolver. - o elevador se abre e eu entro com um empurrão da Carly.

— Nós temos? - eu pergunto apertando o botão do sétimo e último andar.

— Sim... - ela cruza os braços e me lança um olhar de determinação que eu conheço bem - Eu não acho uma boa ideia.

Prevejo uma discussão que já devia ter sido finalizada ontem ser recomeçada.

— O que? Pensei que já tínhamos acertado isso ontem à noite. - não acredito que iremos debater de novo.

— Devíamos manter essa aberta como uma filial, é bem melhor Sam, do que entregar nossos funcionários para Comosplit e ter que levar um século para contratar gente para trabalhar na C.S Source em Seattle. - Carly mantém a mesma ideia.

— Se tivermos que deixar uma filial aqui, uma de nós terá que vir para cá a cada seis meses ou menos, e eu não posso fazer isso Carls, e nem você. - lembro a ela que temos problemas maiores aqui.

— Pensei que já tinha resolvido tudo com o Austin. - o assunto toma um rumo bem diferente.

— Isso nunca vai se resolver, por isso preciso sair daqui, acha que eu já deixei de amar ele? Assim, do nada? - faço um gesto com as mãos.

— Não mas...

— Mas nada Carly. Eu estou indo para Seattle e não quero deixar nada aqui e se não entrarmos em um acordo você sabe o que vai acontecer. - elevo o tom da voz.

Carly faz menção de me contradizer, mas a porta se abre e eu saio primeiro do que ela.

— Bem vinda de volta senhorita Puckett. – Sônia, uma mulher de vinte e poucos anos, com cabelos ruivos curtos na altura dos ombros e olhos castanhos, a assistente pessoal minha e da Carly me cumprimenta.

— Sônia me arruma um sanduíche, bem grande, com muito presunto, e quando eu falo grande, é grande mesmo, assalte a padaria da esquina se for necessário, mas me traga um sanduíche! - eu ordeno e ando com pressa para o meu escritório, ela só assente com a cabeça.

— Alguma coisa para você Carly? - escuto ela perguntar.

— Uns calmantes e um café expresso, obrigada. - Carly responde.

Entro no meu escritório e sinto o olhar dos funcionários nas minhas costas, eles já estão acostumados com meu humor desse jeito em plena manhã.

Ando para a minha mesa a passos largos, sento na minha cadeira e afundo nela, meu computador já está ligado como de costume, vejo que tenho um e-mail. Abro para ler e um sorriso aparece no meu rosto.

De: Freddward Benson

11 de agosto de 2016 08h58min p.m

Assunto: Falta de você

Para: Samantha Puckett

Espero que tenha chegado em segurança no trabalho, já sinto sua falta fofinha. Eu poderia ter ido junto, mas você não quis, sei que quer lutar suas batalhas sozinhas, mas chegará o dia em que não será mais assim. Depois do "eu aceito" tudo que você fizer eu estarei incluso também, assim como você vai estar inclusa em tudo o que eu fizer. Eu tenho tantos planos para nós dois, fico pensando em como vai ser ter você até o fim da minha vida, poder acordar todos os dias com você ao meu lado, sentindo seu cheiro doce de lavanda, te abraçar a noite, cuidar de você quando você adoecer, ter que limpar a nossa bagunça do quarto só para me sentir normal. Ah e sim, as crianças. Eu quero muito isso também, depois de uns bons anos com somente você e eu na equação, chegará a hora que nosso amor será tão grande, que nós dois juntos não seremos o bastante para conte-lo e então vamos ter que formar uma família para acomodar tanto amor um pelo outro. Eu já posso escutar as crianças brincando na sala, ou discutindo sobre quem vai assistir o que na TV, eu já imagino os brinquedos espalhados pelo apartamento, as manchas de sujeira nas minhas coisas do trabalho, e uma ou outra gravata, e um ou outro terno faltando que o pequeno Aaron estaria pegando para brincar de ser como eu quando crescesse. Acho Aaron um bom nome para o garoto. Estou sonhando acordado. Esse e-mail deve ter ficado bobo, não sei se irei te enviar, mas se eu mudei de ideia e você está lendo agora, então sabe o que ele significa. Ele está dizendo que eu te amo Samantha Puckett, meu amor é tão grande que eu gostaria de pegar todas as estrelas do universo e escrever isso para você. Todos os dias, até o meu último suspiro eu irei dizer que te amo, não passará um dia em que eu não te direi isso, não é para que você não se esqueça, é para que você saiba que alguém te ama tanto a ponto de anunciar ao mundo inteiro. Eu precisava te dizer essas palavras, precisava dizer a verdade mais uma vez.

Com amor e para sempre seu:

Freddward Benson seu noivo.

 

 

 

 

Estou paralisada. Só pisco para a tela enquanto meu coração bombeia sangue para os meus ouvidos. Quero rir. Quero chorar. Quero pegar as estrelas e escrever a última frase dele para todas as noites que eu olhar para o céu eu saber a verdade. Realmente nenhum espaço de tempo com ele é o suficiente. Acho que vou imprimir esse e-mail e andar com ele no bolso, ou na carteira, ou fazer um bolso no peito de todas as camisas para mantê-lo ali, perto do meu coração. Penso em digitar uma resposta, mas sinto a respiração da Carly no meu cangote.

— Carly!- eu berro a assustando.

Ela dá um pulo, mas volta a fitar a tela de novo.

— O que você viu nesse computador que ficou assim toda embasbacada?

— Nada é só... - eu sorrio sem jeito.

— Me deixa ler. - ela empurra minha cadeira e as rodinhas me jogam para o outro lado da sala.

—Não! Carly isso não se faz!- volto até ela dando impulso na cadeira que patina sobre o piso.

— Para de frescura. - ela foca os olhos no e-mail.

Desisto de conte-la e vou fuçar o computador dela enquanto a Sônia não aparece com meu sanduíche.

Observo a expressão da Carly. Ela fica com os olhos arregalados enquanto lê cada linha, em algum momento ela abaixou a cabeça e olhou para o lado, como se tivesse tomando coragem para ler, uma lágrima desceu pelo seu rosto. Levanto-me para perguntar qual é o problema, mas ela volta a ler com cuidado, seus olhos se mexem rapidamente, por fim ela termina e se levanta. Ela não dá uma palavra. Só mantém o olhar fixo na janela enquanto se envolve com os braços.

— Carly? - a chamo, mas ela não se mexe.

— Por que quando eu olho para mim e para o Gibby, eu não vejo o mesmo amor que existe entre você e o Freddie?- ela pergunta com a voz baixa.

Penso bastante antes de responder, mas não encontro nada adequado.

— Eu não sei Carly. - respondo sinceramente.

— Ele te ama tanto. - Carly olha pra mim e me dá um sorriso verdadeiro - Eu pensava que um dia o amaria assim e ele me amaria também, mas isso nunca ia acontecer e agora eu vejo o por que. Você sempre foi dele e ele sempre foi seu, todos os momentos que passamos juntos só provaram isso. Três anos distantes um do outro não mudaram nada, ele permaneceu amando você e cara, ele continua te amando e muito, e você também o ama e sabe disso.

— Sim, eu o amo. - olho para o anel na mão dela- Carly você já encontrou o seu “felizes para sempre”, só não quer aceitar isso, dê uma chance e faça funcionar, não fique com o pé atrás. Vocês se amam. E se não é da mesma forma que eu e o Freddie, e daí? Por que isso importa? Vocês precisam um do outro, e é mais do que suficiente agora.

Ela concorda com a cabeça e continua a sorrir para mim.

— Vai ser muito estranho não morar mais com você e não te ver com tanta frequência. - Carly comenta.

— Vai ser só nos primeiros meses, não se preocupe depois eu vou invadir a sua casa como sempre. - me encosto na minha mesa e recordo de uma coisa- Contou ao Spencer que está noiva?

— Ele já sabia. O Gibby ligou para o meu pai primeiro e depois para o Spencer e pediu a benção a eles.

— Oh- já penso em fazer piada- Então enfim ele descobriu que o Spencer não é o seu pai?

— Sam!- Carly faz cara feia.

Eu dou risada e a Sônia invade o escritório com um saco para pão enorme e um copo de café para a Carly.

— Aqui está seu sanduíche Sam e seu café Carly, irei sentir falta de vocês- ela fica com a voz meio pesada e entrega o meu pão e o café da Carly.

— Também vamos sentir sua falta, tem certeza mesmo que não pode vir conosco? - Carly tenta fazer a Sônia mudar de ideia.

— Infelizmente não, meus pais e meu marido precisam de mim aqui, ia ser uma mudança muito drástica para eles.

— Entendemos. - murmuro abrindo o saco do sanduíche.

— A reunião começa em uma hora, algum último pedido até lá? - Sônia continua eficiente.

— Só mantenha os funcionários calmos. - Carly pede docemente.

Mordo meu sanduíche e faço uma pergunta de boca cheia a Sônia.

— Você comprou naquele loja religiosa no fim da rua né?

— Sam, cadê a educação? -Carly me repreende como se costume.

— Joguei no lixo, bebe seu café ai. - resmungo ainda de boca cheia.

— Sim. - Sônia responde minha pergunta.

Sanduíche do céu? - Carly se intromete.

— Não, Lanche abençoado. - Sônia ri perdendo todo o profissionalismo - Eu pensei em correr para pegar seu lanche a tempo, mas era muito empenho. - Carly e eu olhamos abismadas- Carly eu não trouxe os calmantes, fiquei sem disposição depois de ter que andar até o Lanche abençoado. - troco um olhar com a Carly de surpresa- Ah meninas, é meu último dia aqui, vão fazer o que? Me demitir? - ela joga os cabelos curtos sobre os ombros e pisca para nós - Beijos, até depois. - Sônia se vira e caminha para fora do escritório.

— Ela tem classe. - Carly murmura e bebe o café.

Engulo o que tenho na boca para falar dessa vez.

— Daria uma ótima chefa, me lembre de promover ela na Comosplit, não quero ela recebendo ordens de ninguém, no novo emprego ela que vai dar.

— Concordo. - Carly vai para a sua mesa.

— Melhor finalizarmos o trabalho logo. -corro para a minha cadeira e vou com ela até o meu computador.

Fecho o e-mail do Freddie e deixo para responder ele assim que ajeitar tudo com os sócios da outra empresa. E até lá eu penso em uma resposta decente, não posso digitar qualquer coisa depois de um e-mail tão lindo.

A manhã se arrasta horrivelmente. Eu comi todas as minhas unhas de ansiedade e acho que os calmantes que a Sônia não trouxe iam muito bem agora.

A reunião começa em 5 minutos e eu nem sei o que vou dizer exatamente. Vou deixar isso com a Carly, ela é bem melhor com as pessoas do que eu.

Ando ao seu lado para a sala de reunião. Sinto que algo vai dar errado. Carly não consegue manter contato visual comigo por mais de cinco segundos e isso quer dizer, que ela vai tomar alguma decisão por conta própria.
                                                                                     


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Notas finais do capítulo

Essa é a parte 1, peço que todos vcs comentem, isso realmente me motiva a continuar... Como já passou da meia noite, eu irei postar a parte 2 ainda hj, então não vou desejar feliz ano novo agora kkk desejo depois de lerem a parte 2 que vai trazer muitas surpresas. E mais uma vez sobre a fic 42: Gente sosseguem seus lindos, esperem Fix You ser finalizada, a fic 42 vai requerer muito mais empenho, é uma fic difícil de organizar e tbm é em um universo alternativo, estou montando tudo ainda, já tenho várias partes escritas, mas não postarei nada pq Fix You é minha prioridade agora, esperem só mais um pouco, peço paciência, em breve posto uma pequena parte do que estar por vir em 42, beijo na testa de todos... ♥ "

E beijo para a leitora nova OnlySeddie, obrigada por estar lendo e amando, bem vinda ao meu mundo ♥ ♥...



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