P.O.V: Annabeth  :  Dead to me

   Era o dia mais triste da minha vida, até agora. Era o enterro da Silena. Me levantei nada disposta a sair, chamei minha irmã para tomar café e desci as escadas.

   Tomei o café que minha mãe fez. Era um milagre ela estar presente junto com papai. Mas mesmo assim, eles não iriam comigo e Reyna no enterro. Como sempre, não estariam presentes.

   Meus irmãos me levaram até o local. Sinceramente, acho que às vezes parece que eles são meus responsáveis, não meus pais.

   Quando chegamos ao local, saí do carro e fui junto com Reyna ao encontro de Pips, Haz, Lia e Clari.

   - Hey gente. – falei um pouco abalada.

   - Oi Annie. Oi Rey. – disse Clari triste.

   - Gente, vocês acham que S tem haver com o assassinato da Sil? – perguntou Pips.

   - Com certeza! Aquela vadia... – disse Thalia, que como sempre, estava nervosa.

   - Lia! Calma... – Haz tentou inutilmente acalmar Thalia.

   - CALMA? VOCÊ QUER QUE EU FIQUE CALMA! TEM UM MALUCO OU MALUCA NOS AMEÇANDO POR CAUSA DE UMA ALGUMA PORCARIA QUE NEM SEQUER FIZEMOS E EU TENHO QUE FICAR CALMA?

   - Thalia! Menos, okay? Estamos em uma Igreja! Depois você xinga e faz chilique por causa de S, tá legal? – falou Reyna envergonhada, assim como eu e as outras.

   - Se alguém perguntar por que ela está agindo feita louca, digam que ela é e esqueceu de tomar seu remédio ou então digam que não a conhece. Okay, meninas? – eu disse irônica.

   - Muito engraçado Annabeth Chase, agora vamos nos sentar, está todo mundo olhando para nós. – disse Lia apressada.

   - Por sua causa sua idiota! – disse Clarisse nervosa.

   - Cala a boca e senta Clarisse! – Thalia educada como sempre disse.

   - Falou a quieta! Cala você também caramba! – Clarisse, amor de pessoa puxou Thalia para seu lado encerrando a conversa.

   Ouvimos um som de salto irreconhecível. Junto com esse som, também o som de um bastão de hoover batendo de um lado para o outro no chão liso de cimento queimado. Senti minha respiração ficar pesada. Eu e as meninas nos viramos instantaneamente.

   Era Drew.

   Mas, se ela sabia que foi a Silena a principal causadora da sua perda de visão, por que ela veio no enterro de Silena? Comemorar? Mostrar que “venceu”? Afinal, as duas eram rivais. Drew poderia também ser S. Ou ao menos estar envolvida com quem quer que essa pessoa fosse.

   Eu realmente não sabia. De verdade. Mas não podia descartar nenhuma das hipóteses. Drew não era confiável, e muito menos agora. Sempre queria nos prejudicar, mesmo antes de ficar cega. Quando isso aconteceu, ela simplesmente foi embora, mantendo contato com suas amigas.

   Me lembro que suas amigas fizeram um vexame na escola por que meu amigo Leo, e o primo de Thalia, não quiseram ficar com elas. Eles realmente mereceram meu respeito nesse dia. Mas um tempo depois, eles foram embora, pois Drew os prejudicou dizendo mentiras horríveis sobre eles. Como de se imaginar, Drew nunca foi santa. Fiquei com muita pena deles. Mas, ao que parece, eles vão voltar para Nashville nesse ano, junto com Jason, irmão da Thalia, que eu nunca conheci.

   Voltei à realidade, mas ainda não estava prestando atenção no que o padre falava. Olhei em volta examinado as pessoas ao meu redor. Havia umas pessoas sérias, outras abaladas, e outras que estavam quase dormindo, como meus irmãos. Se não estivesse tão abalada, talvez estivesse rindo.

   Olhei para o caixão preto com detalhes dourados. Estava fechado, pois Afrodite não queria que vissem o corpo dela. De acordo com a mesma, estava horrível.

   Sil quase sempre discutia comigo. Mas mesmo assim ela me entendia a maioria das vezes. Gostava disso nela.

   A celebração do velório acabou. Me levantei e fui junto com Rey e em seguida fomos até meus irmãos.

   - Como vocês estão? – perguntou Dean.

   - Vamos ficar bem. – respondeu Rey por nós duas.

   - Não sabia que a Drew era amiga da Silena. Elas não se odiavam? – perguntou Damon. Aquela ela uma boa pergunta para esse momento.

   - E não são. Nunca foram. Bem, até onde eu percebia. – respondi.

   - Vocês vão com a Clarisse? – perguntaram eles.

   - Vamos sim. Podem ir. – me despedi e Rey e eu fomos até minhas amigas.

   - Meninas – comecei – o que acham dessa volta da Drew?

   - Nada de bom. Sério, aquela cega é problema. – disse Thalia.

   - Lia! – repreendeu Piper.

   - Mas é verdade! Aquela vadia ficou mais vadia ainda depois que ficou ceguinha da silva – defendeu – se Thalia.

   Paramos de falar instantaneamente quando um homem de terno muito estranho veio até nós.

   - Thalia Marion Grace, Clarisse La Rue, Piper Mclean, Hazel Levesque di Ângelo, Annabeth e Reyna Arellano Chase? – ele começou – Vou querer depoimentos de vocês seis para investigar no caso de Silena Beauregard. Sou o detetive Gabriel Ugliano e vou descobrir o quê aconteceu com ela.

   - Já demos nosso depoimento. – respondeu Rey.

   - Quando se tratava de desaparecimento. Agora, é assassinato. E se passaram seis meses. Devem ter se lembrado de algo, não é mesmo? Ah não ser que não queiram contar por que escondam algo. – respondeu ele com um sorriso de causar medo. Após isso, ele saiu.

   - Ai. Meus. Deuses! – disse Thalia pausadamente – no que nos metemos?

   - Em um problema BEM grande. Vamos embora. – respondi.

   Entramos no carro de Clarisse e ela ligou o carro. Também ligou o rádio. Preferia que ela não tivesse ligado.

            “E agora uma dedicatória para Annabeth, Reyna, Clarisse, Thalia, Hazel e Piper! De sua melhor amiga... S!”

   Começou a tocar Dead to Me, da Melanie Martinez. Uau, S era criativa.

         “Minhas condolências

           Vou derramar uma lágrima com a sua família

           Vou abrir uma garrafa

           Despejar um pouco em sua memória

          Vou estar no velório vestida toda de preto

          Vou chamar o seu nome, mas você não vai responder

          Vou entregar uma flor para sua mãe quando eu disser adeus

          Porque, querido, você está morto para mim

          Eu preciso te matar

          Essa é a única maneira de tirar você da minha cabeça

          Oh, eu preciso te matar

          Para silenciar todos as pequenas coisas encantadoras que você disse

          Eu realmente quero te matar

          Limpar você da face da minha terra

          E enterrar sua pulseira, enterrar sua pulseira

          Seis pés abaixo da terra

         Dias chuvosos e guarda-chuvas pretos

         Quem vai te salvar agora?

         Você consegue enganar do subsolo?

         Minhas condolências

         Vou derramar uma lágrima com a sua família

         Vou abrir uma garrafa

         Despejar um pouco em sua memória

         Vou estar no velório vestida toda de preto

         Vou chamar o seu nome, mas você não vai responder

         Vou entregar uma flor para sua mãe quando eu disser adeus

         Porque, querido, você está morto para mim

        (Vou lamentar quando você se for)

        Querido, você está morto para mim

        (Vou lamentar quando você se for)

        Eu preciso dizer sinto muito

        Essa é a única coisa que você diz quando você perde alguém

        Eu costumava dizer sinto muito

        Por todas as merdas estúpidas que você fez

        Então agora eu realmente sinto muito

        Sinto muito por ser aquela que se desculpa

       Mas se eu te dissesse de novo, se eu te dissesse de novo

       Você pensaria que eu era louca

      Minhas condolências

      Vou derramar uma lágrima com a sua família

      Vou abrir uma garrafa

      Despejar um pouco em sua memória

      Vou estar no velório vestida toda de preto

      Vou chamar o seu nome, mas você não vai responder

      Vou entregar uma flor para sua mãe quando eu disser adeus

      Porque, querido, você está morto para mim

      (Vou lamentar quando você se for)

      Baby, você está morto para mim

      (Vou lamentar quando você se for)

      Porque, querido, você está morto para mim”

   A música parecia tortura para os meus ouvidos. Parecia que faltava ar a cada refrão. Eu queria gritar de raiva ou de aflição.

   - Desliga isso. – implorei.

   - Não precisa pedir.

   Thalia, que estava no banco do passageiro da frente, abaixou o espelho que havia no carro. Mas, no espelho, havia uma mensagem de S escrita em um papel. Agora eu estava realmente assustada. Como S havia colocado essa mensagem no carro da Clarisse?

        “Gostaram da música vadias? Espero que sim, pois para mim, vocês são vadias mentirosas mortas

                                                      Beijos,

                                                          - S”.     

   Já chega. Tínhamos que dar um fim nisso, antes que fosse tarde demais. Aí sim, estaremos literalmente mortas.