P.O.V: Reyna : Sippy Cup

   Voltamos nervosas para a casa da Clarisse. Se tem uma coisa que me deixa tensa é S. Sempre quis investigar um caso e descobrir quem é o grande vilão do trama, mas não desse jeito: sendo ameaçada.

   Até agora, parece que qualquer um pode ser o assassino. E simplesmente é impossível de ficar com alguma vantagem contra alguém que sempre tem uma carta na manga ou sabe tudo o que nós vamos fazer. E bem, S é assim.

   Voltei à realidade quando Clari parou seu carro em frente à calçada. Saímos e vimos que Thalia e Hazel já estavam no quarto de Clarisse. Me sentei na cama percebendo o quanto estava tensa. Relaxei um pouco e respirei fundo enquanto Thalia mostrava o que encontrou.

   - Bem, achei esse diário da Silena – falou Lia. – mas só tem histórias.

   - Do que se trata? – perguntou Annie.

   - São várias. Não consegui ler todas, mas a primeira é interessante. Fala da amizade de quatro irmãs, Aisha, Gisele e as gêmeas Courtney e Bethany. Em uma brincadeira, Bethany matou Melanie, uma garota que brincava de bonecas com elas. As irmãs de Bethany ficaram apavoradas e contaram aos pais, que internaram Bethany. Um tempo depois, Gisele e Courtney mataram Bethany, enquanto Aisha sabia de tudo, tendo até concordado com isso. Elas guardaram esse segredo por muito tempo, mas depois descobriram que quem realmente matou Melanie foi Courtney, que as influenciou e se passava por Bethany naquele dia. Elas ficaram muito arrependidas por terem matado a própria irmã, que ainda por cima era inocente. Elas se internaram no mesmo local que Bethany havia sido internada e viveram com essa culpa por anos, fazendo com que ficassem loucas. Fim – disse Thalia fazendo uma careta estranha.

   - Tem alguma coisa nessa história. – falei.

   - Silena odiava criar histórias. Ela deve ter escrito isso colocando uma verdade implícita. Como se quisesse esconder algo, mas só deixar claro para as pessoas certas. – falou Annie pensativa.

   - Nos dê o isso, vamos ver se tem algo de importante além dessa história. – falei para Lia me referindo a mim e Annie.

   Peguei o diário e Clarisse me levou e minha irmã para nossa casa. A viagem foi silenciosa. Logo que chegamos fomos para o meu quarto. Annie abriu o diário e começamos a ler as histórias. Anotávamos tudo, lugares, nomes... Tudo que achássemos importante. Estávamos na oitava história quando bateram na porta.

   - Guarda tudo! – sussurrei para Annie.

   - Tá. Vai lá ver o que é. – sussurrou ela de volta apressada.

   Abri a porta e vi Dean na minha frente.

   - Aquele seu amigo... – falou ele tentando se lembrar do nome de quem se referia – qual o nome daquele idiota? Ah é, Leo, está lá embaixo e quer ver vocês duas.

   - O LEO ESTÁ AQUI? – perguntei mais animada que o normal.

   - Desce logo antes que eu dê um soco naquele palhaço. – falou saindo.

   - Okay Sr. Revoltado.

   Ele me fuzilou com olhos e virou o corredor. Chamei Annie e fomos até a sala de estar.

   Fazia tempo que eu não via o Leo. Ele era meu melhor amigo e o de Annie também. Era o palhaço entre nós três. Por mais que as vezes as piadas dele fossem sem graça, sempre ríamos dele.

   Ele é irmão do Charles, e filho de Hefesto, padrasto de Sil. Sua mãe, Esperanza, morreu quando ele nasceu. Logo depois, Hefesto se casou com Afrodite por causa de Leo e Charles, mas agora sei que ele é traído pela mesma.

   Muitas pessoas achavam Leo meio problemático, e acharam ainda mais quando ele jogou ácido nítrico na Calypso, mas por sorte não acertou ela, e sim Octavian, que estava na frente dela. Leo foi para o México, onde estava sua família por parte de mãe. Eu e Annie éramos as únicas que não achávamos isso, por que, além do mais, Calypso provocava muito. Aquilo havia sido somente um ataque de raiva. Tá, mais admito, defendi ele com unhas e dentes porque além dele ser meu amigo, tinha uma queda por ele.

   Quando voltei a realidade, já estava na sala. Leo estava sorrindo como sempre. Meu coração bateu mais forte quando o vi. Sentia um frio na barriga. Sorri. Ao mesmo tempo em que ele mudou tanto, parecia que não havia mudado nada.

   - Hey Dark Queen! Olá Ice Queen! – ri com o nosso apelido. Ele chama Annie de Dark Queen porque ela dava medo nele quando ainda não éramos amigos e me chama de Ice Queen porque eu era muito fria com ele quando o conheci. Mas eu não tinha culpa, ele que me irritava.

   - Oi idiota. – falei logo o abraçando bem forte – Senti muito sua falta.

   - Eu também, mi hermosa. – ele falou olhando para mim. Senti minhas bochechas esquentarem um pouco, então fingi que era por estar irritada com ele.

   - Olha, eu realmente amo ficar segurando vela, mas estou com fome. – falou Annabeth irônica – vamos?

   - Desculpa Dark Queen, mas não vai dar para eu ficar, só vim ver vocês mesmo. Mas eu vou voltar para a escola segunda. Vejo vocês lá.

   - Tchau. – falei sentindo um pouco de tristeza.

   - Tchau Leo – falou Annie me puxando – eu sei que você queria que o amor da sua vida ficasse, mas eu quero comer e eu sei que você também então vai antes que a comida acabe.

   Corremos até a cozinha e comemos um prato cheio. Quando voltamos para o nosso quarto, tinha algumas coisas reviradas. E uma mensagem no espelho de batom vermelho.

          “Não será tão fácil assim vadias. Vocês só vão dar um passo nesse jogo de xadrez, se EU quiser.

                       -S”.

   Em frente a mensagem, estava o diário com sete páginas arrancadas. Com certeza havia algo importante nelas.

   - Meninas, podem vir na minha casa um minuto? Essa noite não vai terminar tão cedo.