Rock the baby escrita por Nanahoshi


Capítulo 6
Quer tomar uma raspadinha?


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeen meus leitores divoooos ♥ Tudo bem com vocês?
Desculpem a demora para atualizar a fanfic t.t Eu estou viajando e acabei enrolando com minha agenda de att de fanfics Uhasuhsaau Mas eis que trago a continuação para vocês e vem treta por aí '0' Agora a história começa na ganhar contornos mais sérios e Mika vai ter que enfrentar novos problemas que surgiram nos últimos três meses.... Dan Dan daaaaan!! *tentando dramatizar e falhando miservalmente*
Sem mais delongas, o capítulo!!
Nota: o capítulo pode estar meio desconfigurado pq eu escrevi no tablet t.t quando eu estiver com um computador eu consertarei t.t



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Antes mesmo de chegarem à quadra, foi possível ouvir o barulho de vários pés batendo contra o chão seguidos do quicar frenético da bola. Mitsui ergueu a cabeça e olhou para a direita, adiante, onde já se podia ver as grades da quadra cobertas com trepadeiras selvagens.
—A quadra está ocupada? – perguntou mais para si mesmo do que para Mika, que andava ao seu lado com um olhar um tanto ausente.
Diante da pergunta do amigo, ela despertou de seu torpor e olhou para a mesma direção que o amigo olhava.
—Ah! Que droga... – disse Mika, decepcionada.
Pararam do lado de fora da quadra pública que, naquela tarde, estava repleta de crianças barulhentas. Não deviam ter mais de 10 anos, e corriam avidamente atrás de uma bola de basquete surrada enquanto gargalhavam o mais alto que podiam.
—Ah... – suspirou Mitsui. – Nosso treino foi pro brejo. Duvido que essas crianças vão sair daqui tão cedo. Que estranho... Normalmente essa quadra é deserta. É raro alguém lembrar que ela existe.
Mika ecoou o suspiro do amigo.
—Justo no dia que eu estava louca pra treinar arremessos...
Mitsui olhou para a amiga pelo canto do olho e sorriu de leve. Era realmente bom ver como Mika tinha se envolvido com o basquete.
—Bom, - disse o garoto suspirando e colocando as mãos na cintura. – Não tem o que fazer.
—É... – soltou Mika enquanto observava as crianças jogadas com um vinco de frustração marcando sua testa.
Virando o rosto para olhar diretamente para a amiga, Mitsui perguntou:
—Vai fazer o quê agora?
Mika piscou, desviando os olhos lentamente da quadra para a silhueta do amigo.
—Hm... – ela fez de forma pensativa. – Eu realmente não tinha pensado na possibilidade de não treinarmos, então não tenho um plano B.
E dizendo isso, a garota riu. Mitsui ecoou a risada de Mika, e virando-se para a esquerda, disse:
—Bom, eu também não tenho nada para fazer agora. – ele olhou para o céu, que fora algumas nuvens esparsas, estava limpo para que o sol das três e meia da tarde fizesse seu estrago. – Está bem quente. Quer tomar uma raspadinha?
—Eh? – Mika piscou novamente pega de surpresa pela pergunta. Demorou alguns segundos para digeri-la, dirigindo seu olhar para o céu. Já estavam no outono, mas o verão ainda se fazia presente em dias quentes como aquele. Porém, é claro, logo, logo estariam vestindo seus agasalhos, e os dias quentes ficariam cada vez mais escassos. Baixando os olhos novamente para olhar Mitsui depois de dois segundos refletindo sobre o clima, Mika enfim processou a pergunta é, instantaneamente, sua expressão de decepção tornou a tomar conta de seu rosto. – Ah, que droga! Eu não trouxe dinheiro...
E realmente, Mika estava sem absolutamente nada, já que não era seu dia de trazer a bola. A única coisa que trazia era sua garrafinha, que Mitsui colocara no outro compartimento para garrafas de sua mochila.
O garoto puxou sua mochila na qual trazia a bola, sua garrafinha d’água e uma toalha, e arrancou algumas notas dobradas do bolso externo.
—Não esquenta. Eu pago pra você. Olha, eu trouxe o suficiente pra comprar umas 4!
Mika se empertigou, balançando os braços na frente do corpo.
—Ah, não precisa, Mitsui. Obrigada. Sério.
—Tsc, vamos lá, Miyamoto! Se é por causa do dinheiro, depois você me paga.
Mika encolheu os dedos das mãos que ainda estavam estendidas.
—Mas... Ai, que vergonha... – a garota soltou um suspiro. – Eu não gosto de pedir dinheiro emprestado para os outros... Me sinto mal.
Mitsui riu e balançou as notas, para depois devolvê-las ao bolso de onde ele as havia tirado.
—Mas eu não sou “os outros”. Sou seu amigo. – disse o garoto enquanto abria o zíper do bolso.
Pega de surpresa pelo comentário, Mika arregalou os olhos e emudeceu, congelando onde estava. Porém, aos poucos, a verdade reconfortante por trás das palavras de Mitsui fez com que a menina relaxasse, e um tenro sorriso curvou seus lábios.
—Ah, é... – ela disse alargando o sorriso. – Então, amanhã eu te pago. Sem falta.
Espelhando a expressão da amiga, Mitsui fez um gesto com a cabeça, convidando-a a segui-lo. Mika avançou com duas passadas largas, diminuindo o passo quando alcançou-o.
—Tem um café aqui perto que vende uma raspadinha bem gostosa. Já foi lá?
A garota fez que ‘não’ com a cabeça.
—É muito gostoso e tem uma porção de sabores.
Os olhos de Mika brilharam, e a ideia de tomar uma raspadinha naquele calor parecia-lhe cada vez melhor. O gelo banhado pela calda doce somado ao gosto do leite condensado lembrava Mika de alguns momentos esparsos em que realmente se divertira saindo com os pais. Sua mãe sempre comprava uma raspadinha de tutu-fruto para ela quando saíam para fazer algo em algum dia quente.
Depois de caminharem por alguns minutos deixando a quadra que estavam e adentrando as ruas comerciais, não demorou para que avistassem ao café. Era uma loja relativamente pequena localizada entre um restaurante e uma loja de decoração. A fachada tinha um letreiro vintage em vários tons de rosa, amarelo e marrom. Na calçada, mesinhas de madeira cobertas por guarda-sóis coloridos estavam cheias de pessoas rindo, conversando enquanto degustavam raspadinhas, picolés e doces gelados. Mitsui entrou na frente, empurrando a porta de vidro, seguido por Mika, que olhava tudo com curiosidade. Como não havia filas, adiantaram-se até o balcão onde haviam vários lanches expostos protegidos por um vidro curvo, e logo foram saudados por uma atendente jovem e sorridente:
—Bem-vindos ao Café da Mayuri! O que vocês vão querer?
Mitsui virou-se para Mika e disse
—Que sabor você gosta?
Mika respondeu prontamente:
—Tuti-fruti.
A garota não percebeu, mas as sobrancelhas de Mitsui se arquearam um pouquinho diante da resposta. O garoto desviou os olhos rapidamente para o balcão e, sem olhar diretamente para Mika, perguntou como se não tivesse escutado direito:
—Tuti-fruti?
A menina piscou e tornou a repetir::
—É, tuti-fruti. Só peço desse. – ela riu se lembrando do sorriso de sua mãe se abrindo toda vez que ela falava o sabor da sua raspadinha.
Reprimindo um sorriso que misturava de empolgação e vergonha, Mitsui disse um “ok” e virou-se para a atendente:
—Duas raspadinhas, por favor. Uma de limão e uma de tuti-fruti.
—Vão querer leite condensado? – perguntou a moça sorridente.
—Aham. – responderam Mika e Mitsui ao mesmo tempo. Os dois se entreolharam e riram.
As duas raspadinhas ficaram prontas em questão de dois minutos. Assim que as pegaram no balcão, dirigiram-se para o caixa para pagar.
—Onde vai querer sentar, Miyamoto? Lá fora? – perguntou Mitsui remexendo o gelo com o canudo.
—Aqui dentro está fresquinho. – ela apontou para uma mesa ao lado da janela de vidro que cobria toda a parede da faixada. – Vamos sentar ali.
Sentaram-se um de frente para o outro, Mika já sugando sua raspadinha com satisfação. Mitsui remexeu o gelo um pouco mais para, depois, sugar a cauda azeda adocicada de limão. Porém, enquanto bebia, não desviou o olhar um segundo de Mika que, de tão absorta na raspadinha, tinha fechado os olhos.
—Isso aí tá bom, hein? – provocou Mitsui, rindo.
Mika abriu os olhos e largou o canudo.
—Uhum. – ela remexeu o gelo com o canudo e arrastou o copo na direção de Mitsui. – Quer um pouco?
Pegando Mika de surpresa, que tinha se acostumado a receber sempre uma resposta negativa da mãe (única pessoa que tomava raspadinha com ela), Mitsui assentiu e se inclinou sobre a mesa, capturando o canudo com a boca e sugando com o energia. Mika piscou, os olhos levemente arregalados diante da aproximação abrupto do amigo. Quando Mitsui largou o canudo e voltou a se sentar, estalou os lábios e disse:
— A de limão é mais gostosa.
Mika franziu os lábios.
—Não é, não. Tuti-fruti é bem melhor.
Mitsui abriu um sorriso, o mesmo que curvará sua boca quando Mika falara “tuti-fruti” pela primeira vez.
—Limão. – insistiu ele.
—Tuti-fruti. – rebateu Mika.
—Limão.
—Tuti-fruti.
—Limão. – o sorriso de Mitsui se alargou numa risada. Ele queria guardar bem a imagem da boca de Mika fazendo um biquinho no “us” seguidos de um sorrisinho muito fofo quando ela dizia os “is”.
—Tuti-fruti. – repetiu Mika já incapaz de segurar a risada.
—Você disse que só pedia a de tuti-fruti – rebateu o garoto. – Então seu argumento não vale. Eu já provei tudo quanto é sabor.
Mika fez um biquinho, emburrada, visão que fez os olhos de Mitsui faiscarem de novo. Já tinha visto Mika emburrada, mas nunca havia sido por causa dele. Conscientemente ele sabia: era a mesma expressão. Mas por que ela parecia tão mais... fofa estando emburrada com ele?
—Aqui. – ele disse tentando disfarçar a longa pausa. – Prova a de limão. Daí você pode falar qual é melhor.
Com o olhar receoso, Mika estendeu o braço para puxar a raspadinha de Mitsui, mas o garoto foi mais rápido. Puxou o canudo, usando a extremidade achatada para pegar uma boa porção de gelo verde-claro e oferecê-la à amiga. A menina hesitou, os olhos arregalados diante do gesto de Mistui. Por algum motivo, seu coração martelou com mais força contra suas costelas, e suas bochechas formigaram.
“Que sensação... É essa?”
Mitsui a encarava ainda segurando o canudo, e um nítido ponto de interrogação arqueava suas sobrancelhas.
—Não quer não? – perguntou ele baixando um pouco a porção de gelo colorido.
Mika piscou, finalmente acordando de seu transe.
—Ah, não! Quero sim! – ela se precipitou rapidamente para o canudo, engolindo a porção da raspadinha.
Mitsui observou a reação da menina com expectativa enquanto ela mastigava de leve. As sobrancelhas de Mika se entortaram, para depois tornarem a se arquear numa expressão de surpresa.
—É muito bom! – ela exclamou sem pensar, porém assim que ouviu suas próprias palavras, disfarçou olhando para o lado. – Mas a de tuti-fruti continua sendo melhor.
Mitsui soltou uma gargalhada, sacudindo o copo de raspadinha embaixo do nariz de Mika.
—Pode pegar mais, se quiser.
A garota empurrou o copo de volta para ele, mas sua expressão já se atenuara num sorriso reprimido. Era impossível não sorrir quando Mitsui ria.
—Não, obrigada.
O garoto estalou a língua.
—Ah, você gostou. Você quer sim!
—Não. – Mika tentou soar firme, fingindo ainda estar emburrada.
Mitsui franziu os lábios num sorriso malandro.
—Então me dá mais da sua raspadinha. – disse o garoto já puxando o copo para si.
—Ei! – protestou Mika completamente incapaz de lidar com as risadas que subiam pela sua garganta. – Me devolve!
Mitsui riu, colocando o copo completamente fora do alcance da garota.
—Toma a de limão! Só um pouquinho...
—Já disse que não!
Estavam tão absortos na brincadeira e suas risadas que nenhum dos dois viu. Nem Mika nem Mitsui repararam nos dois pares de olhos nada amigáveis que os encaravam do lado de fora do café fixamente.

***
—É ela mesmo?
—É sim. Tenho certeza.
Noriko se jogou teatralmente contra o encosto da cadeira, seu cabelo escuro balançando violentamente com o movimento. Yumi, sentada à sua frente, continuou olhando através da vidraça enquanto torcia nervosamente um cacho artificial que fizera mais cedo em seu cabelo castanho.
—Se a Anri-chan ficar sabendo... – silvou Noriko girando a cabeça para encarar as mesmas pessoas que a amiga vigiava.
Yumi voltou sua atenção para o pedaço de bolo disposto a sua frente e arqueou as sobrancelhas de forma venenosa.
—Ela vai ficar sabendo. Não podemos deixar uma coisa dessa passar. A Anri-chan é nossa amiga.
Noriko trocou de posição, inquieta.
—Sério, o que o Mitsui-kun está fazendo com ela?
Yumi ergueu os olhos para a amiga, arregalando-os de forma incrédula.
—Não é óbvio? O Mitsui-kun deve ter ficado devendo algum favor para a Akaoni e ela deve ter pedido para que ele saia com ela. Porém, do jeito que ela é, a Akaoni pode muito bem ter começado a gostar do Mitsui-kun e, vendo que não tinha chance, ameaçou quebra-lo ao meio se não saísse com ela.
Noriko entortou as sobrancelhas.
—Que cruel.
Yumi espetou seu bolo com uma força bem maior que a necessária para cortar um pedaço.
—Ai, que raiva... A Anri-chan se esforçou desde o início do ginasial para se aproximar do Mitsui-kun, e a Akaoni aparece do nada e consegue isso com força bruta. Tinha que ser o demônio vermelho mesmo.
Noriko girou os olhos de volta para a amiga.
—Bom, tecnicamente ela não conseguiu. Ela só está forçando.
Yumi engoliu e girou a cabeça, voltando a encarar os dois que conversava dentro do café.
—A Anri-chan vai ficar sabendo. Isso não é justo. Coitadinha... – subitamente, os olhos negros da estudante faiscaram e ela deu um pulo na cadeira. – Noriko-chan!
A outra piscou, assustada.
—Se a gente contar pra Anri-chan e, juntas, bolarmos um plano para intimidar a Akaoni... Vai ser como se ela tivesse salvado o Mitsui-kun! Podemos usar isso para virar o jogo!
Noriko estalou os dedos, animada.
—É isso aí! Boa, Yumi-chan!
A garota sorriu, satisfeita. Seus olhos voltaram- se lentamente na direção de Mika e Mitsui, que riam um para o outro. Um desconforto tomou conta do peito da ginasial, que começou a tomar forma numa frase simples, mas preocupante:
“O Mitsui-kun parece realmente feliz com a Akaoni...”
Yumi balançou a cabeça furiosamente, tentando espantar o pensamento.
Não. Havia algo de errado naquela história. E quem sofreria se isso continuasse seria sua amiga. Ela precisava ajudá-la.
E ela faria o que fosse necessário.

***

—Anri-chan...
Um silêncio desconfortável baixou sobre o grupo de garotas reunidas ao redor de Anri. Yumi estava de pé, de frente para a amiga, que agora se encolhia sentada em sua carteira tentando por tudo ocultar seu rosto com sua franja e seus cabelos longos e ondulados. As estudantes se remexeram, desconfortáveis. O pior era que, com o silêncio, foi impossível não ouvir os soluços de Anri.
—Anri-chan. – dessa vez foi Noriko que avançou para a garota sentada, colocando as mãos sobre seus joelhos trêmulos. – Não precisa ficar assim. A gente...
A voz de Noriko sumiu gradativamente a medida q ela erguia o rosto para buscar o olhar de Yumi. Franzindo a testa de forma indignada, a menina pigarreou e disse numa voz firme:
—Não vai ficar assim, Anri-chan. Viemos de contar isso pra podermos bolar um plano juntas para afastarmos aquela louca do Mitsui-kun – ela fez uma pausa, mordendo o lábio inferior. – Nós sabemos o que você já passou para se aproximar dele. Todo mundo sabe. Isso... Isso não é justo. Não dá pra deixar como está.
As outras garotas olharam com assombro para Yumi. Ela estava mesmo pensando em desafiar a Akaoni?
—Se nós formos juntas, podemos encurrala-la de uma forma que ela não vai poder revidar.. Se for na escola, ela não vai poder nos atacar como faz nas brigas que se mete sem correr o risco de ser expulsa.
Os olhares já assombrados se arregalaram ainda mais para Yumi quando ela expôs o plano. Porém, antes que a incredulidade se adensasse num silêncio de indecisão, um estalo fez todas olharem para Anri. Sua mãozinha pequena e delicada tinha voado com toda a força, agarrando o pulso de Yumi. A garota teve um pequeno sobressalto com o toque, mas o que mais a chocou foi perceber o quanto Anri tremia.
—Não! – ela disse em tom de urgência. – Yumi-chan, por favor, não. Se envolver com a Akaoni é perigoso demais! Vocês sabem o que ela já fez... É muito arriscado, e eu não quero que ninguém se machuque por minha causa.
Agora, Anri olhava diretamente para Yumi, que estava completamente congelada diante da expressão sofrida e apavorada de Anri. Ela estava realmente com muito medo...
O pensamento fez o sangue de Yumi borbulhar em suas veias. Que ódio! Aquela bruta vendendo de novo pela força e pelo medo!
—Anri-chan – disse Yumi tentando soar controlada. – Você vai mesmo ficar bem sabendo que o Mitsui-kun está tendo sua reputação, suas amizades e seu próprio bem-estar físico ameaçado por uma... Por um demônio como aquela garota que consegue tudo na base da violência?
Um tremor violento se espalhou pelo corpo de Anri. Ela balançou a cabeça e puxou o ar para falar:
—Eu sei... Mas eu tenho medo, Yumi-chan. O que ela fará conosco? E se nós falharmos, o Mitsui-kun ficará bem?
Naquele instante, uma compreensão mútua percorreu todo o grupo. A Akaoni tinha vencido. Mesmo sabendo que poderia muito bem perder Mitsui por completo, Anri não queria arriscar suas amigas naquilo. Não as arriscaria por um amor que ela demorou tanto para construir e cultivar...
Os olhos de Yumi faiscaram e ela ergueu bruscamente a cabeça. Não. Aquilo não ia ficar assim. Era injusto. Era cruel. Todos sabiam como Anri era uma menina gentil, educada, prestativa e altruísta. Todos sabiam de sua admiração por Mitsui e como ela lutara para conquistar sua confiança. Porém, infelizmente, o garoto estivera tão absorto em outras coisas, que jamais tivera discernimento para perceber os gestos da garota. E agora, todo o esforço dela iria por água abaixo por causa de uma maluca como a Akaoni?
Sem chance.
Correndo o olhar pelo grupo, Yumi percebeu que todas tinham chegado à mesma conclusão. A única que ainda carregava uma sombra de dúvida no olhar era Noriko, que permanecia agachada segurando os joelhos de Anri. Aquilo de alguma forma fez sua determinação vacilar, mas um novo soluço de Anri fez com que ela se recompusesse.
—Você não precisa vir, Anri-chan. Nós vamos falar com ela no intervalo, e se preciso, vamos intimidá-la como ela faz com todo mundo para conseguir o que quer. Me recuso a ficar parada vendo você assim. Estão todas de acordo?
As outras quatro, com a exceção de Noriko, concordaram com a cabeça prontamente. A que restou correu o olhar pelo grupo, ainda hesitante. Anri, por sua vez, arregalou ainda mais os olhos e disse, desesperada:
—Yumi-chan, não! É muito arriscado!
A estudante só balançou a cabeça.
—Já está decidido. Eu não vou ficar de braços cruzados, Anri-chan. Você é minha amiga.
Diante da fala de Yumi, Noriko sentiu a determinação do grupo de garotas se adensando. Num tom de voz vacilante, ela arriscou:
—Nós só... Vamos conversar com ela, não é?
Yumi revirou os olhos.
—Se você estiver com medo, não precisa vir.
A testa de Noriko se franziu e ela tornou a olhar para Anri. Aquilo tudo era realmente injusto com ela, mas ainda assim, ela tinha medo das proporções que aquilo poderia tomar. Além disso, uma coisa a incomodara na tarde anterior, enquanto ainda observavam Mika e Mitsui conversando: os dois pareciam mesmo estar se divertindo. Não parecia nada forçado, o que contrariava a teoria de Yumi. E se ela estivesse errada? Aquilo seria completamente inútil, e quem estaria se passando por loucas seriam elas, e não a Akaoni.
Nesse instante, Anri abaixou novamente a cabeça e cobriu o rosto com os mãos para abafar um soluço particularmente alto. Ela estava realmente apavorada.
Abaixando as sobrancelhas de uma forma sombria, Noriko pôs-se de pé e encarou as amigas.
—Eu vou. Pela Anri-chan.
—Pela Anri-chan – bradaram as outras ecoando a fala de Noriko.
Enquanto o grupo mergulhava num frenesi animado de planos e ideias, Anri se limitava a escutá-las em silêncio. Fechando os dedos, a garota baixou as mãos e apoiou-as sobre a coxa. Seu cabelo castanho claro escorria dos dois lados de seu rosto, impedindo que qualquer um que estivesse de pé visse sua expressão. Mas aquilo não era necessário. De tão absortas na discussão, nenhuma de suas amigas veria, e de fato, ninguém viu o sorriso frio que curvou os lábios de Anri.


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Notas finais do capítulo

Eita Giovanna e agora :v?
Gostaram meus amores? Muito obrigada pelo apoio de vocês, pelo carinho, pelos reviews cheios de fofura e amor ♥ Ter leitores como vocês não têm preço!
Beijos e até o próximo capítulo!



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