O primo de Nico vivia dizendo que ele precisava curtir a faculdade. Até seu pai já lhe dissera isso. Talvez esse tenha sido o motivo de ter aceitado ir àquela festa de halloween.

Era tecnicamente a primeira festa da vida de Nico. Para resistir à vontade de ir embora logo depois de chegar, ele aceitou a primeira latinha de cerveja que alguém lhe ofereceu. Odiava cerveja, mas talvez ficar bêbado ajudasse.

Jason, amigo de seu primo, e a namorada, estavam de Superman e Mulher Maravilha.

— Ela não deveria ser Louis Lane? – Percy, seu primo, queria saber. Com uma ridícula roupa de Aquaman, Nico achava que Percy não estava em posição de questionar a fantasia de ninguém.

Na cozinha, Leo Valdez, vestindo só uma calça folgada marrom, fazia truques idiotas com fogo. Nico pegou uma caixinha de cerveja e foi atrás de algum canto calmo, de onde ele iria sair assim que se sentisse mais à vontade. No entanto, suas lembranças do resto da noite eram confusas e meio malucas. Incluíam até a aparição de um deus grego que o salvava de afundar numa poça de vômito.

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Will não era muito de festas, mas ele tinha prometido a Cecil que ficaria. A casa pertencia aos pais de Cecil, que estavam aproveitando a aposentadoria para conhecer o mundo. Cecil, então, alugava os quartos vazios para outros universitários, Will era um deles.

Will tinha achado legal vestir a toga e usar a coroa de louros, mas não podia negar que gostou mais quando a festa acabou mais cedo do que o esperado.

A casa já estava vazia e silenciosa quando ele encontrou alguém num canto escondido do corredor, vestido com um longo manto negro de capuz. A figura assustou Will à primeira vista, até ele lembrar que era halloween.

— Ahn... a festa acabou...

— Acabou? – perguntou uma voz masculina meio grogue.

— Estavam brincando com fogo na cozinha... Um vizinho chamou a polícia.

Várias latas de cerveja vazias estavam espalhadas à sua volta. Will mal conseguia distinguir algum traço do rosto sob o capuz escuro. Perguntou:

— Desculpe, mas eu o conheço?

— Eu sou a Morte.

— Sei... Você consegue se levantar?

Pareceu que “a Morte” ia tentar, mas assim que pôs uma mão no chão para se apoiar, acabou se curvando e vomitando.

— Ai, minha nossa... Aqui.

Will ajudou-o a ficar de pé.

— Tudo bem... O dono da casa limpa depois – Ele brincou, indicando a sujeira. - Eu... ahn... posso ajudar a limpar sua roupa...

O manto negro estava sujo de vômito. O capuz baixara e Will pôde ver “a Morte” mais de perto. Seus olhos eram escuros e muito penetrantes, apesar do estado em que se encontrava.

— Você é um deus? – o jovem perguntou, observando-o, alheio à toda a situação.

— Venha comigo – Will guiou-o até seu quarto. – Temos uma máquina de lavar e secar super potente, se me der sua roupa, eu a devolvo nova em folha em quinze minutos.

Só depois que descobriu que tudo que “a Morte” usava por baixo do manto era uma cueca boxer preta, Will se sentiu constrangido com a situação, mas levou a vestimenta para a lavanderia. Quando voltou quinze minutos depois, encontrou-o profundamente adormecido. Sua expressão era tão pacífica que Will não teve coragem de acordá-lo, então apenas tentou arranjar um espaço na própria cama para deitar. Cansado, pegou no sono rapidamente.

Quando Will acordou, “a Morte” ainda roncava ao seu lado, mas um leve movimento seu o fez abrir os olhos de repente, primeiro tão grogues quanto na noite anterior, depois arregalados ao encontrar os olhos de Will diante de si.

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Quando Nico acordou, o deus grego que aparecera em seu estranho sonho estava deitado ao seu lado, e Nico estava só de cueca. Ele procurou se erguer, sua cabeça pesava uma tonelada. Não reconhecia o quarto em que estava. Começava a se sentir tonto.

— Calma! Não é o que você está pensando! – O jovem loiro estendia as mãos num gesto apaziguador.

Naquele momento, Nico só estava pensando que precisava chegar a um banheiro antes que vomitasse na cama do deus grego.