Digimon: O Limiar de um novo mundo! escrita por Takeru Takahashi Usami WZD, Augusto Snicket


Capítulo 23
Capítulo 22 – A Verdade Sobre João (2ª Parte)


Notas iniciais do capítulo

Gente, vamos ver agora o resto do passado do velho João. Boa leitura. Ah, tem aviso importante nas notas finais!



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O diretor entrou no estúdio e estranhou o silêncio.

—Onde esta todo mundo? –Ele subiu no palco –Já esta na hora de começar o programa e... –Vários holofotes foram acesos iluminando o palco –O que é isso?!

—Bem vindo, diretor! –Disse João subindo ao palco seguido por Taki segurando um envelope.

—Pensei que ia se atrasar! –Repreendeu o diretor –Comece logo o programa, apresentador de araque.

—Claro que vou, mas sente-se ao meu lado, vamos assistir juntos, depois do capítulo, tenho uma revelação para fazer.

—Que revelação? Não me diga que quebrou alguma coisa minha! Até hoje você nunca me pagou pelo meu game-boy e...

—Senta e cala a boca! Produção roda o capítulo!

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Grell Sutcliff, um shinigami ruivo de salto alto, estava no quarto de Bucky revelando o passado de seu falecido avô. Os digiescolhidos estavam perplexos com o que tinha sido relatado até agora, mas o que estava por vir ia destruir completamente a visão que tinham do bom velhinho João.

—Continue –Bucky disse chamando a atenção de todos –Eu quero saber toda a verdade! Quero saber quem meu avô realmente era!

—Bucky –Kitsu colocou a mão em seu ombro.

—Seja o que for que ele fez! Sou capaz de suportar a verdade! –Grell riu.

—Ok, agora vou lhes contar como seu avô causou a morte de centenas de pessoas.

Caminhando sobre o céu de Tóquio, como se houvesse um chão invisível sobre seus pés, estavam três seres distintos com intenções poucos benéficas, percebendo-se pelos sorrisos estampados em seus rostos. Esses seres eram: O shinigami ruivo, Grell Sutcliff; o Digimon feiticeiro e amigo imaginário, Wizardmon; e um moreno de jaleco branco, João Pedro que agora estava designando a tarefa que seria a principal para o ruivo.

—Sutcliff, eu pensei em pedir ajuda aos shinigamis da Sociedade das Almas, mas creio que não topariam meu plano, por isso que pedi que o Wizardmon achasse alguém como você.

—Ouvi dizer que hoje você fará um verdadeiro massacre, não se preocupe, pois sou um dos shinigamis mais rápidos de todos os mundos, irei coletar as almas sem deixar nenhuma pra se tornar alma penada para trás.

—Na verdade não é isso que quero que faça.

—O quê?

—Quero que salve as almas! Na verdade os corpos também. Mesmo eu preferindo que eles sofram eternamente até aprenderem a não me humilhar!

—O quê?

—Vou trazer um verdadeiro inferno para terra, a destruição vai ser enorme, você gosta de apreciar destruição. Pois bem, terá sua chance, mas quero que “colete” as pessoas antes que morram. Eu gostaria de vê-los sofrer... mas meu lado humano não permite que eu faça isso...

Grell ficou chocado com aquele pedido, chegou a duvidar das próprias habilidades, desde a infância de João sentira cheiro de arauto da morte, e agora ele lhe pedia para não deixar ninguém morrer, nem se quer uma alma pra ceifar?

—E o que eu ganharia com isso? –Perguntou Grell olhando para o cientista.

—Lhe darei a chance de ceifar em todos os mundos, você será o maior shinigami que já existiu, te darei a habilidade de transitar livremente entre os mundos.

—Uau, que oferta tentadora. Eu já consigo acessar alguns mundos, mas sempre com dificuldade. Poder ir em todos eles será magnifico! Acho que vale a pena usar meus poderes de ceifar às avessas uma vez na vida. Estamos combinados.

Naquela mesma noite, às 23h59min.

—Você já instalou a barreira indestrutível ao redor da minha casa? –Perguntou João deixando escapar um pouco de sua preocupação.

—Sim, e já mandei Alice e sua filha, a Zoe, para lá também –Respondeu Wizardmon seriamente.

—Só para o caso de dar algo errado e Grell não ser rápido o suficiente para salvar todo mundo.

—E se algumas pessoas morrerem?

—Isso será um mal necessário. Vamos começar –João estava no alto de um prédio –Se arrependam humanos por não me apoiarem e me chamarem de louco! Hakai no tame no pōtaru o hirakimasu! –Seus olhos brilharam dourados, ele movimentava as mãos como se girasse chaves em uma porta e vários portais de varias formas, se abriram ao redor do prédio –Saiam feras, demônios, akumas, seres inquietos, venha aqui e tragam a destruição e ensinem a os seres inferiores uma lição!

O que se via de seres bestiais, criaturas horrendas, grandes e pequenas, deformados, monstros dignos de pesadelos, não havia sido registrado nenhuma vez na historia. Eles saiam dos portais aos montes e caiam no chão, tão logo iam se espalhando e destruindo o que viam pela frente. No meio de um cruzamento, vários motoristas bateram os carros ao se depararem com um enorme SkullGreymon, um esqueleto de dinossauro que lançava misseis.

—Meu Deus!

—Um monstro gigante!

Várias pessoas gritavam em histeria, mães e pais procuravam por seus filhos em desespero tentando fugir, dragões derrubavam prédios, feras atacavam lojas. Vários eram feridos, mas ninguém morria. Parecia uma onda de sorte, quando um letreiro enorme estava prestes a cair sobre pedestres, ele tombava de lado, quando uma explosão acontecia, as chamas simplesmente desviava das vítimas quando um monstro ia devorar alguém, um carro se chocava contra ele, mesmo que não tivesse motorista.

Parecia sorte, mas na verdade era Grell correndo invisível com sua foice modificada em forma de serra elétrica, salvando todo mundo.

—Que merda! E pensar que podia estar ceifando todas essas almas.

Incêndios se alastravam por toda cidade, monstros atacam por terra, por ar e no mar, o cais estava repleto de criaturas marinhas, casas eram esmagadas por repteis gigantes. O caos tomava conta da capital e assim o Japão sofria o maior ataque da sua história, e somente um homem o podia parar, no entanto ele estava no terraço de um prédio, sorrindo e deixando lágrimas escorrerem por seus olhos num misto confuso de seus sentimentos. João ouvia os gritos, sabia que Grell estava salvando as vidas das vítimas, mas várias estavam saindo machucadas. E o caos crescia tão rápido que era questão de tempo para o shinigami falhar e alguém morrer.

No meio do misto de sentimentos João avistou algo incomum, ele tinha certeza que só tinha aberto portais para mundos monstruosos, então o que aquele homem estava fazendo ali?

—Wizardmon, olhe lá, parece um humano –Um ser humanoide desfilava nu em meio ao caos, os monstros pareciam evita-lo, como se o homem tivesse o mesmo cheiro deles, ele levitava as vezes saltava para desviar da destruição, não é normal um ser humano saltar mais de quinze metros de altura –Se ele é um dos monstros que convoquei, por que não esta destruindo a cidade?

O homem parou e começou a fazer gestos com as mãos abrindo um portal. Depois de tantos anos de estudos, João sabia da cor e da energia que os portais liberavam, e aquele especifico era para um mundo que ele jurara proteger e amava mais que o próprio mundo real.

 –Aquele portal é para o digimundo! O que aquele cara pretende?! DETENHAM-NO! –João desesperou-se e começou a chamar a atenção das feras que atacavam a cidade –Seus seres demoníacos, ouçam a voz do seu mestre, parem o ataque, e acabem com aquele ser!

Todos os seres pararam a destruição e começaram a ir em direção ao misterioso homem. O movimento foi tão repentino, que até o shinigami foi arrastado pelas feras.

—Pelo amor do meu santo yaoi! Parem a folia! Socorro! Meu rego tá se arrastando pelo chão! Parem já! Help! –Gritava Grell fazendo escândalo enquanto era puxado pelos monstros.

—Mamãe socorro! –Gritava uma criança dentro de um carro. Uma mulher tentava desesperadamente abrir a porta quando um prédio desmorona sobre eles. Aquelas foram as primeiras mortes da noite.

O ser humanoide percebeu os movimentos das criaturas se aproximando dele e se antecipou, girando e ficando de frente para os seres, ele conjurou do ar um bastão feito de ossos e lançou um poderoso raio negro que desintegrou de imediato a primeira linha de monstros que estavam para alcança-lo, por pouco, Grell Sutcliff, também não é atingido pelo raio.

—Essa foi por pouco! Death! Que raio poderoso foi esse?

—Senhor Sutcliff –Chamou Wizardmon surgindo das sombras junto do João.

—Aquele ser irradia uma tremenda força sombria, ele quer ir para o Digimundo! Não devemos permitir que isso aconteça! O Digimundo é um lugar sagrado! Nenhum ser como aquele deve adentra-lo!

Grell sorriu ao ver a determinação nos olhos de João, ver como ele protegeria o digimundo com unhas e dentes.

—As pessoas começaram a morrer, sem que eu as salve, várias estão perecendo nos incêndios e desmoronamentos.

—O Digimundo é mais importante! Vamos! –João voou em direção ao humanoide, Wizardmon e Grell o seguiram –Quem é você?!

O homem se virou, ele tinha pele clara, um rosto quase angelical, seus olhos eram azuis e causavam uma atração poderosa, seus cabelos eram verdes e longos. Ele sorriu.

—À mim me foi concedido o nome de Slash! O portador de todo o veneno que há no universo! E se me der licença, tenho assuntos à tratar no digimundo. Ainda assim, obrigado por abrir um portal e me trazer pra cá.

—Se me permitem dizer –Começou Grell –O cara é gato! Esses olhos impiedosos e... –Grell teve que confessar que tremeu no salto agulha ao olhar para as partes íntimas do tal Slash.

—Não tenho interesse em nenhum de vocês. Pelo que vejo vocês estão ocupados com o próprio massacre. Podem voltar a destruir esse mundo, enquanto vou para o que me interessa –Slash deu um passo em direção ao portal que abrira, mas foi surpreendido pelo moreno que agarra o seu pescoço e o ergue no ar.

—Você não pisará no Digimundo! Ser maligno.

—Estranho, sinto seu cheiro, você é um humano, então por que esta empenhado em proteger digimons e não os humanos?

—Eu pretendo proteger os dois. Mesmo que eu ame os Digimons e odeie profundamente esses seres pútridos... mas eu pretendo defendê-los da minha maneira!

—Não é o que parece.

—Você não me conhece, não sabe meus motivos de...

—Não estou interessado em seus dramas. Onda das trevas! –Slash se soltou girando seu bastão criando um raio escuro que empurra os três atacantes para longe.

—O gato é poderoso! –Comentou o ruivo.

—Grell, Wizardmon, Atacar! –Berrou João correndo em direção a Slash acompanhado do shinigami, do Digimon e das feras.

—Nuvem Trovão! –Atacou o feiticeiro lançando uma poderosa esfera elétrica, mas Slash desvia rapidamente e investe para atacar o digimon levantando o seu bastão para o ataque, mas sendo freado pela motosserra do shinigami que cruza seu caminho.

—Vamos dançar inimigo peladão! Death! –A lança de ossos e a serra elétrica da morte se chocaram dezenas de vezes, ambos atacavam furiosamente pela direita, esquerda, por baixo e por cima. O shinigami apesar de ser desleixado era perito em combate físico e quase nunca recuava num combate.

—Esse mundo esconde criaturas interessantes. Seu drag queen ruivo! Se bem que seu cabelo parece ser tingido.

—Como ousa?! Vou te fatiar agora! –Grell vacilou no momento de fúria.

—Onda das Trevas! –O shinigami foi arremessado contra um prédio que desmorona. SkullGreymon engole Slash numa abocanhada só. A cabeça do digimon explode e Slash paira no ar –Essas criaturas não deviam me atacar. Deixem-me libertá-las do controle desse homem –Slash estralou os dedos e o barulho foi tão alto que quebrou tudo que era de vidro ao redor.

—O que esse maldito fez? –Perguntou João se dando conta que os monstros tinham saído do seu controle –Essa não!

—Você os trouxe para causar destruição e é isso que vão fazer!

João ficou horrorizado ao ver os monstros atacando não só a cidade como também os civis.

—Não! Não! Eu só queria assustá-los! Não era pra isso acontecer! Não! Não! –Ele estava surtando ouvindo os gritos do verdadeiro inferno que se alastrava pela capital. Por mais que ele nutrisse uma raiva e ódio dos humanos, não queria que eles morressem desse jeito! Não sem pagarem pelos seus erros!

—Raio Negro! –Slash atacou.

—João! –Gritou Wizardmon.

O cientista foi arremessado destruindo tudo pelo caminho, prédios, carros, casas, pessoas, monstros. João sentiu a maior culpa da sua vida.

—Eu trouxe monstros pensando que podia controla-los, eu... –Ele ouvia o choro das pessoas –Se ao menos os seres humanos fossem mais fortes não seriam eliminados tão facilmente. Se vocês não fossem tão inutéis... HUMANOS FRACOS!!!

—João! –Wizardmon surgiu diante dele –Esse Slash é mais poderoso que nós dois juntos. Só tem um jeito de detê-lo.

—Eu sei como. O distraia –Ele se levantou –Vou deixar pra chorar pelos meus erros depois que isso acabar.

Wizardmon avançou contra Slash, Grell se ergueu e foi ajuda-lo, os dois lutavam usando o máximo de seus poderes, mas o peladão era muito poderoso. Enquanto isso João se mantinha concentrando sua energia para abrir um portal muito perigoso e poderoso, um portal-prisão. “Se não podemos derrota-lo, tenho que prende-lo! Vi que ele pode abrir alguns portais, mas como ele mesmo disse, não sabe muito bem como utilizar esse poder, uma vez que se aproveitou dos portais que abri para chegar aqui. Vou prende-lo numa dimensão morta!”.

—Agora Wizardmon –Gritou o moreno abrindo um portal rodeado de correntes e faíscas azuis – Empurrem-no!

O feiticeiro e o shinigami juntaram seus ataques para empurrar Slash em direção ao portal. Grell cortava furiosamente com a motosserra e o digimon lançava esferas de energia laranja. Slash que antes conseguia desviar com facilidade, agora agia mais lento, e sentia que estava sendo puxado para trás, até que se virou e viu o que correntes se aproximavam dele e o agarravam pelas pernas e braços o arrastando para o portal.

—Não! Eu não vou! –Gritava Slash tentando se livrar das correntes –Me largue!

—Não! Agora vai se arrepender de tentar entrar no meu mundo! No meu Digimundo! –João começou a brilhar, seus cabelos cacheados esvoaçavam e seus olhos ficaram inteiramente amarelos –Eu te acorrento, te desconjuro, te condeno nesta vida à prisão sem muros!

Slash foi sugado aos berros para dentro do portal que logo se fechou liberando um raio negro pelo céu que de bônus sugou todas as criaturas. O caos ainda estava alastrado e os três não pararam para comemorar, ao invés disso foram salvar as vítimas do ataque.

 

 

Grell fez uma pausa pra tomar água e ouvir os comentários das crianças.

 

 

—Você quer dizer que a famosa tragédia dos portais foi causada por nosso avô? –Perguntou Lucy chocada.

—Todo mundo pensa que foi o Slash quem abriu aqueles portais, quando na verdade foi o João! –Hayaki estava horrorizado.

—Slash levou a culpa, João foi considerado um herói e o governo japonês lhe permitiu criar a organização, mas claro que estou resumindo as coisas, não foi tudo tão fácil. João teve que lhes assustar dizendo que um ataque daqueles poderia voltar a acontecer e que a única forma de se prepararem era unir forças com os digimons e foi sobre esse interesse que o governo humano permitiu a criação da União.

—Paralelamente a isso, João criou uma outra organização secreta por debaixo dos panos –Disse Letícia.

—Garota! Você já espalhou as cinzas do João, contar a história é minha tarefa!

—Me poupe querido! Falo quando eu quero!

—Ora...Deixe-me voltar a narrativa.

 

Uma grande comemoração era realizada em Tóquio, toda a capital e vários digimons se aglomeravam ao redor de um enorme prédio que estava sendo inaugurado, em frente ao prédio estavam as Quatro Bestas Sagradas do Digimundo: Ebonwumon, o guardião do norte, uma tartaruga, com duas cabeças e uma enorme árvore no casco; Azulongmon, o guardião do leste, um enorme dragão azul, com várias correntes pelo corpo, um tipo de proteção na cabeça e um chifre prateado; Baihumon, um enorme tigre branco com listras azuis, uma mascara protetora, dentes de sabre e garras afiadas; e Zhuqiomon, um grande pássaro vermelhos, com quatro asas de fogo e um afiado bico. O presidente do Japão estava presente e toda a família do cientista estava lá. Após o ataque dos monstros ao Japão, João foi até a sede do governo japonês, e descreveu tudo o que havia ocorrido do seu ponto de vista, alegando que Slash havia aberto vários portais e trazido varias bestas para atacar a cidade, e que o Wizardmon, ele e Grell, o mandaram para uma prisão entre as dimensões, e que repeliram as feras, salvando o Japão. O presidente logo pediu desculpas a João e permitiu que a sua organização fosse criada.

—Humanos e digimons! –Falou Azulongmon –Eu declaro agora, que a sede da União, responsabilizada pela segurança do Digimundo e do mundo real, está aberta! E condecoro João, como o bravo Digiescolhido, que salvou o mundo! Palmas para o Digiescolhido Lendário!

A multidão, que mal sabia do verdadeiro ocorrido, gritava, assobiava e aplaudia os “três salvadores” que mantinham juntos a verdade, de quem orquestrou a destruição.

—Agora, eu declaro aberta a Sede da União! – gritou o governador cortando uma fita vermelha na frente da porta do enorme prédio.

 

Mais uma interrupção dos digiescolhidos.

 

—Meu avô foi um mentiroso?! –Perguntou Pink segurando choro.

—Vocês devem entender que ele não teve a intenção de machucar ninguém, ele...

—Ainda assim aquelas pessoas morreram por causa dele! –Bucky gritou.

—Por causa de Slash! Foi ele quem fez as coisas chegarem àquele ponto!

—Se o vovô não tivesse aberto os portais pra começo de história, nada disso teria acontecido e... Todos nós sabemos que o Slash nem ficou preso pra sempre.

 

No portal das Trevas (Naquela época)

 

—Eu vou sair daqui! Aguarde-me João! Aguarde-me Digimundo! E mundo Real –Gritava Slash batendo seu cajado numa parede invisível que o prendia... E a parede começava a rachar.

 

Mais uma interrupção.

 

—Slash se libertou anos depois! –Continuou Bucky se levantando –Ele quase matou 3 das bestas sagradas, ele causou muitas mortes e destruição em sua segunda vinda! E tudo isso... Tudo isso... Por que meu avô foi um idiota! –Bucky caiu de joelhos chorando.

—Deixe-me lhes contar as coisas sobre outro ponto de vista –Grell mudou seu tom –Eu sou um shinigami habilidoso e entendo das coisas. Vamos supor que o João nunca tivesse aberto aqueles portais. Slash continuaria treinando em seu mundo até dominar essa habilidade e teria chegado aqui de qualquer forma.

—Isso não muda nada!

—Muda tudo, criança. Seu avô foi um gênio! Louco, mas foi um gênio! Quando João o prendeu, Slash retornou mais de dez anos depois, no entanto parte de sua energia permaneceu presa no portal prisão. Ou seja, todas as histórias que vocês ouviram sobre a maldade do Slash, poderiam ser muito piores. Se seu avô não tivesse cometido o erro de abrir aqueles portais, mais pra frente Slash viria de surpresa e todo poderoso teria dominado os dois mundos. É por isso que fui incumbido de lhes contar a verdade, para ensina-los que ninguém é perfeito, e que até mesmo os erros podem ter um lado bom. Agora vocês sabem as fraquezas e erros do João, não devem cometer os mesmos, mas devem se perdoar se errarem de vez em quando.

—Obrigado –Sussurrou Bucky. De certo modo seu avô tinha sido o herói e o vilão da história, mas ainda assim ele era seu avô.

—Só tem uma coisa que não entendo –Disse Hacko pensando racionalmente –Por que você veio nos contar tudo isso?

—Bem, ainda existem alguns segredos que não cabe à mim revelar, no entanto, devo prepara-los para o que esta por vir.

—Slash, ele esta se reerguendo, disso nós sabemos –Disse Kitsu.

—Oh ruivinha, a terceira vinda de Slash será ainda pior se ele conseguir o que deseja.

—Que seria?

—Ele quer liberar a parte do seu poder que ficou presa no portal prisão.

—Você esta dizendo que quando o Slash retornar, será pior do que o que nossos pais enfrentaram? –Perguntou Bucky.

—Será uma ameaça que nem mesmo João, eu e Wizardmon juntos poderíamos deter –O clima ficou ainda mais tenso –Sei que despejei um caminhão de revelações em cima de vocês, então descansem por hoje, amanhã nos vemos na reabertura da União.

—A propósito vou lhes mostrar as instalações secretas da WZD –Prometeu Letícia.

—Garota, para de ser intrometida!

—Nesse relato todo você não citou a Letícia –Disse Hacko.

—É que nunca parei pra notar essa pirralha, mesmo ela sendo amiga de João desde pequenos! - falou o ruivo com desdém - Só parei pra notar sua importância quando ela virou cobaia de João. 

 

— Eu fui conselheira dele seu purpurinado! - reclamou Leticia - Sempre estive  presente para o ajudar!

—O quê? –Indagaram alarmados os digiescolhidos.

—Vem cá, sua boca aberta! –Disse Dead aparecendo e a arrastando pra fora do quarto –Até amanhã digiescolhidos.

E a porta se fechou encerrando o capítulo.

Continua...

—––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

A plateia aplaudiu o capítulo de pé. O apresentador estava muito feliz com aquela reação e empolgado com as cenas que assistira.

—Sei que foi um capítulo incrível e digno de vários comentários, mas não podemos perder o foco da grande revelação que faremos hoje.

—Eu não fui infirmado de nada disso –Reclamou o Diretor –O que você esta aprontando?

—Taki me dê o envelope –O pequeno ruivo o entrega –Hoje revelarei quem é o par romântico do Diretor!

—O quê? Como ousa? Você não tem o direito de...

—Chicote Espiritual –João prende o Diretor –Sei que de principio fui movido pela curiosidade, mas como alguém como você conseguiu namorar com um cara tão importante?

—Eu tenho meu charme.

—Revela logo, João! –Disse Taki –Esta todo mundo esperando!

—Até você, Taki? –Surpreendeu-se o Diretor.

—Sem mais enrolação, vejam as fotos! –João abriu o envelope e revelou as fotos que mostravam nitidamente a identidade do namorado do diretor –Ele esta namorando com o Genai!

Houve uma enorme exclamação de surpresa, Genai era uma importante figura do digimundo, a ideia dele namorar com o Diretor era surpreendente.

—Como vocês se conheceram? –Perguntou a maquiadora que ficou tão chocada que subiu ao palco.

—Nos conhecemos na premier de lançamento do anime Digimon Tri. Agora me largue, João! –O apresentador o fez com a cara feia.

—Você devia ter nos contado!

—Por que se importa tanto? Por que ficou com tanta raiva?

—Eu não...

—Acho que só esta com inveja por que namoro uma celebridade!

—O quê? –João deu uma alta e falsa gargalhada –Meu amor, eu sou uma celebridade! Não fico atrás do Genai! Sou tão famoso quanto ele, ou até mais!

—Que seja! Agora encerre o programa, pois tenho reservas para um jantar romântico com o meu namorado!

A plateia o aplaudi-o e João ficou sem reação, não tinha sido daquela maneira que imaginou que a revelação seria. Esperava que o Diretor fosse humilhado e se desculpasse por guardar segredo e não que sambasse na sua cara com direito a aplausos. Derrotado tudo o que podia fazer era acatar àquela ordem, mas não iria deixar isso barato! A sua vingança seria doce...

—Obrigado por acompanharem mais esse capítulo. Me aguarde Diretor... Vou me vingar disso... VOCÊ NÃO PODE ME OFUSCAR! Kissus no heart, e até breve. - disse saindo bufando de raiva.


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Notas finais do capítulo

O que acharam pessoal? Merecemos comentários? Agradeço se comentarem ou favoritarem! Nos deixaria bem feliz!

Aviso: Eu e Augusto estaremos ocupados por um tempo, então o tempo de postagem pode demorar. Agradecemos a compreensão. Obrigado!

João: EU FUI HUMILHADO NA TV E VOCÊ SE PREOCUPA EM POSTAR?! FILHO DA PU...


Tchau gente!!! Vou tentar acalmar esse moço! Kissus no heart!



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