Digimon: O Limiar de um novo mundo! escrita por Takeru Takahashi Usami WZD, Augusto Snicket


Capítulo 21
Capítulo 20 –As Cinzas do Herói


Notas iniciais do capítulo

Gente, vamos chorar por nosso herói, foi uma grande perda... E VAMOS SAUDAR MINHA BFF QUE VAI APARECER!!!



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A plateia estava confusa, o programa começara, mas nem sinal do apresentador. De repente o telão foi acionado.

“Alto reprodução do capítulo” e sem que houvesse uma introdução o capítulo teve início.

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—Se tornem melhores do que são agora.

—Vovô!

—Você acha que seu avô era um herói, mas ele foi pior do que qualquer um de nós! Ele não era tão nobre quanto pensa! Ele era um monstro muito pior do que eu! Tudo é culpa dele! Tudo!

Bucky abriu os olhos e pressionou as têmporas com os dedos, estava sonhando acordado, revivendo as horrendas lembranças de alguns dias atrás. No dia anterior tinha ido ao enterro de Linx, a ex líder da equipe vermelha, e hoje teria que ir para a despedida de seu falecido avô, João desejava ser cremado e ter suas cinzas jogadas no lago do digimundo. Ele fazia questão de lembrar desse desejo à todo momento, inclusive em jantares de família, enterros ou enquanto assistiam filmes. Bucky sorriu lembrando do quanto ele era inconveniente.

O garoto encarava uma xicara de chá com biscoitos intocados, estava sem fome, na verdade estava sem vontade de fazer nada, queria ficar ali parado, talvez se tornar uma estatua como as dos digiescolhidos do coliseu.

—Nós temos que ir –Disse seu pai colocando as mãos em seus ombros –Todos estão nos esperando.

—Você acha que o Wizardmon vai voltar? –Bucky perguntou lembrando-se do feiticeiro digimon partindo após a morte de seu avô.

—Eu realmente não sei. Ele é meu parceiro digimon, mas desde sempre teve uma ligação especial com meu pai. Bucky, seu avô adorava segredos, costumava guarda-los até de mim. Você foi muito mais próximo dele do que jamais serei –Houve um silêncio constrangedor e doloroso.

—Ele te amava muito, pai. Eu tenho certeza!

—Que bom que pelo menos um de nós pensa assim –Pedro estava ressentido, mas ainda assim nunca deixaria de se despedir do João.

Eles saíram de casa e encontraram Ster, Pink, Floramon e Hawkmon juntos de um membro da equipe dourada que abriria um portal para o digimundo.

—Todos já estão lá, estão nos aguardando. Estão prontos? –Ele perguntou olhando para Pedro que trazia um jarro de ouro nas mãos.

—Abra o portal –Disse o antigo digiescolhido e sua família partiu para o digimundo.

A luz se abriu diante deles, era uma linda manhã no digimundo, todas as equipes da União estavam esperando ao redor do lago do bondinho, vários Digimons vieram prestar seu respeito, os outros digiescolhidos já estavam lá, e também os antigos, Bispo, Sabrina e Willis, que foram os primeiros a prestar suas condolências aos antigos parceiros de batalha.

—Não consigo nem imaginar a sua dor –Disse Sabrina enxugando as lágrimas.

—Vocês estarem aqui significa muito pra nós –Disse Ster alisando as costas do marido.

Um grupo de shinigamis, incluindo o pai da Kitsu, Yamato, bateram continência como soldados e depois dispararam raios de suas zampakutous em homenagem ao falecido.

A luz do sol oscilava pelo corpo do enorme e majestoso digimon dragão que sobrevoava o local, era Azulongmon, se esperava que fosse ele à ministrar a cerimônia, mas estava tão triste que permaneceu em total silêncio, apenas observando.

 Dead fora incumbido de assumir tão função, não era seu estilo falar em público daquela maneira, mas em respeito ao seu falecido amigo faria esse sacrifício. Ele vestia um manto dourado em honra de João, e ao lado dele estavam Alice, e uma mulher baixa, no auge dos seus 28 anos, com longos cabelos pretos, olhos castanhos e pele clara.

—Aquele velho decrepito não devia ter partido tão cedo –Chorava Alice abraçada ao seu parceiro digimon.

—Amigos, estamos aqui reunidos para realizar o ultimo desejo de João Pedro. Eu, Miguel Dyslliff, mais conhecido como Dead, líder da equipe preta da União, terei a honra de realizar essa cerimônia de despedida –Dito isso, ele fez uma enorme pausa. “Droga! O que devo dizer agora? Não sou bom nessas coisas!” –Alguém gostaria de dizer algo? –Disse escapando da obrigação.

Bucky sentiu no fundo de seu coração que devia dizer alguma coisa, devia se despedir! Mas aquilo tudo parecia uma grande piada. Ainda não tinha processado o fato que nunca mais veria seu avô.

—Ele me deu a chance de governar o mundo! – Gritou Bucky chamando a atenção de todos. O garoto trincou os dentes e berrou a todos pulmões – Ele nunca fez como os meus pais que não acreditavam que eu seria capaz! Por isso todos são meus escravos! Eu sou Bucky neto de João! E vocês todos um dia vão gritar meu nome!

—Meu Deus, que vergonha –Disse Pink tapando o rosto.

Kitsu sorriu, ela se aproximou e abraçou o amigo por trás.

—Esta tudo bem, Bucky.

—Não esta não.

—Ele sempre será o seu avô.

Bucky fazia tanta força pra não chorar que parecia que ia explodir. Ele afundou o rosto nos peitos da garota e chorou fazendo o menor barulho que conseguiu. Hacko, Hayaki e Lucy se juntaram à eles se apoiando mutuamente como grandes amigos que se tornaram.

—Ele me deu a verdade –Disse a ruiva no ouvido do amigo –Ele me deu uma nova família! Graças a ele eu sei que tenho uma linhagem shinigami!

—Obrigado –Bucky murmurou de volta e aquela era uma palavra raramente dita pelo rebelde.

—Bem... –Continuou Dead –Mas alguém?

Pedro pensou em dizer algo, ele era seu pai! Ele devia dizer algo! Mas...

—João foi tudo pra mim –Pedro ergueu os olhos para ver quem estava se pronunciando e se deparou com a mulher desconhecida que antes estava ao lado de sua tia Alice.

—Muito bem, Letícia –Murmurou Dead a incentivando.

—A maioria de vocês não me conhece, meu nome é Leticia, fui e sou uma grande amiga de João, desde a sua infância! Ele me tornou imortal, por isso continuo com essa aparência! João me deu sonhos, vontades, desejos e ambições que nunca sonhei vivenciar! Ele me fez andar nos limites da loucura e da razão! Me fez me sentir viva! Mas também me deu uma missão, ele queria que eu jogasse as cinzas dele aqui.

Aquilo pareceu um absurdo aos ouvidos do Pedro, quem era aquela mulher? Como ela tinha a ousadia de lhe roubar o direito de espalhar as cinzas do seu pai? Dead e Alice pareciam conhecê-la e como nenhum deles se opôs, Pedro teve que acreditar nas palavras daquela desconhecida. Ela caminhou até ele e estendeu as mãos pedindo-lhe o Jarro de ouro, ele hesitou, mas acabou entregando.

—Obrigada, sei que seria mais obvio que você espalhasse as cinzas, mas não posso jamais ir contra os desejos do João. Sua vontade é um lei para mim –Ela caminhou até a margem do lago, entrou até a água bater acima de seus joelhos e então abriu o jarro –Aqui tu serás eterno como o fluxo da vida que nunca há de parar!

Enquanto as cinzas voavam e se dissipavam no ar e na água, todos se puseram a aplaudir, humanos e digimons, Bucky olhava quase em transe, as cinzas de seu amado avô se espalharem e desaparecerem.

—Adeus vovô.

Bucky observou aquela mulher sair chorando do lado e ser abraçada por Alice. Ele podia sentir que a veria novamente muito em breve. Azulongmon partiu, os digimons e shinigamis seguiram seu rumo. A família e amigos atravessaram o portal para o mundo real para se reunir num tipo de funeral.

Das profundezas do digimundo podia-se ouvir o barulho de tambores e cornetas, uma festa acontecia, digimons comiam e bebiam alegremente, entre eles Zamielmon que atirava flechas bêbado.

—Eu... Vou acertar o alvo! Vejam só! –A flecha voava perigosamente e acertava uma árvore muito distante do alvo –Acertei em cheio.

—Hoje é um dia para se celebrar! –Disse uma voz maligna vinda do interior que uma capa, seu manto era velho, encardido e rasgado, seu interior era um vazio, como se a própria escuridão ganhasse forma e usasse uma capa estilosa.

—Viva Slash! –Gritou Zamielmon sendo seguido pela legião.

—O ataque à União foi um sucesso! Mesmo perdendo poderosos e leais guerreiros, saímos no lucro, meu maior inimigo pereceu, quando eu despertar completamente não haverá ninguém capaz de me deter!

—Mestre, quanto tempo demorará para que renasça? –Zamielmon ousou perguntar.

—Que bom que perguntou! Voltar do mundo dos mortos não é uma tarefa fácil. Mas tenho um plano para adiantar meu renascimento –Houve um alvoroço animado –Silêncio! Meu plano será colocado em prática pelos meus quatro cavaleiros infernais.

A festa parou, todos ficaram chocados, as palavras de Slash indicavam que não um, mas quatro grandes ameaças estavam para aparecer. Os quatro cavaleiros infernais eram poderosos, no entanto não tinham o menor apreço pela vida de seus companheiros, se qualquer um ali ficasse em seu caminho seria destruído. Zamielmon engoliu em seco e perguntou:

—Quando eles vão chegar?

—Eles já estão aqui –Quatro sombras surgiram atrás de Slash, todos soltam uma enorme exclamação e o vilão sorriu.

Numa certa clínica já bem conhecida, Live estava deitado no sofá da recepção folheando revistas, enquanto Miwa assistia doramas no computador.

—Esse lugar esta um tédio! –Ele reclamou.

—Você se acostumou com os digiescolhidos treinando aqui. Não se preocupe, eles devem vir visita-lo, só não estão no clima agora, afinal hoje não é o enterro do avô do Bucky?

—Ele foi cremado –Sua conversa foi interrompida por um súbito terremoto –O que é isso?

—Vamos sair daqui! –Miwa correu, agarrou seu chefe e teletransportou para o lado de fora da clínica –Olhe o céu! –Nuvens tempestuosas giravam fantasmagoricamente e então uma enorme cabeça surgiu.

—Azulongmon! –Reconheceu Live.

—Desculpem-me minha chegada assustadora, mas os céus costumam refletir meus sentimentos e como perdi muitos amigos, estou realmente triste.

—Eu entendo –Disse Live –Você veio se consultar? Você é muito grande para meu sofá. Posso fazer a consulta aqui fora? –O digimon dragão riu.

—Não vim me consultar, vim lhe fazer uma proposta.

Live e Miwa se olharam curiosos e ouviram com atenção a tal proposta.

No velório, todos de luto conversavam sobre os grandes feitos do João enquanto comiam chá com biscoitos no quintal. Os seis jovens resolveram entrar e terem sua própria reunião.

—Estou imaginando como vão ficar as coisas na União –Comentou Hawkmon –Agora que tem duas vagas para líder de equipes. Será que o Dead vai comandar todas as equipes?

—Eu acho que... –Pink parou de supetão chamando a atenção de todos –Sinto uma presença poderosa vinda do quarto do Bucky!

Todos correram curiosos, o coração do Bucky disparou: “Talvez seja o vovô! Talvez toda essa palhaçada dele ter morrido seja um engano!”. Assim que entraram pensaram que Pink tinha se enganado, pois o quarto parecia vazio, mas então notaram que havia alguém sentado numa poltrona de costas pra eles. A poltrona se virou minimamente e eles puderam ver um dos pés do desconhecido, nele brilhava um enorme sapato de salto alto vermelho.

—Quem esta aí? –Perguntou Bucky –Quem ousa invadir o meu quarto!

A poltrona se virou revelando um homem alto usando um colete vermelho-sangue, cabelos longos, olhos verdes e dentes de tubarão, óculos vermelhos enfeitados com caveirinhas. Ele sorriu docemente, mas devido aos seus assustadores dentes pareceu um sorriso psicopata.

—Prazer em conhecê-los, digiescolhidos.

—Quem é você, escravo? – disparou Bucky –Diga logo ou vai se ver comigo!

—Calma querido! DEATH! –Ele disse se levantando –Eu sou alguém que veio ajudar. Eu sou... –Ele fez uma pausa dramática encarando cada um deles. A porta do quarto voltou a se abrir.

—Grell, eu trouxe biscoitinhos.

—Kyaaaaa! Você estragou minha apresentação dramática! DEATH! –Death era o bordão registrado do tal Grell.

—Você! –Disse Bucky reconhecendo a mulher que entrara trazendo uma bandeja com biscoitos –Foi você quem jogou as cinzas do meu avô no lago do digimundo.

—Olá, eu sou Letícia, fui ajudante de laboratório do João.

—Pare de falar garota! Esse é o meu momento! Venha aqui! –Letícia passou pelas crianças e parou ao lado do ruivo que prova um dos biscoitos –Que delícia, me lembra de depois pedir a receita à Ster.

—Afinal o que vocês dois querem no meu quarto?!

—Que bom que perguntou. Eu sou Grell Sutcliff, e esta é Letícia, fomos incumbidos pelo seu avô para realizar tarefas após sua morte. Ela ficou responsável por espalhar suas cinzas e eu, por lhes contar toda a verdade. Chega de acharem que a União é uma organização bonitinha, que o João sempre foi um herói e que a vida é linda como um arco-íris, chegou o momento de tirar as vendas de seus olhos inocentes.

Os seis digiescolhidos e o digimon se olharam confusos e curiosos.

—Sentem-se –Grell lhes indicou a cama como se o quarto fosse seu –Lhes contarei a história do João e estarei no meu escritório na União para lhes tirar qualquer futura dúvida, Death!

—Você tem um escritório na União? –Hawkmon perguntou, pois mesmo trabalhando no correio nunca tinha visto aquele cara antes.

—Acabo de assumir. Deixem-me me apresentar mais detalhadamente, sou Grell Sutcliff, um shinigami poderoso e estiloso, Death! –Kitsu o encarou, aquele cara era completamente diferente de todos os shinigamis que conhecia –E também sou o recente nomeado líder da equipe vermelha.

Todos soltaram uma exclamação, aquele cara era o substituto da falecida Linx.

Continua...

—–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

O telão desligou encerrando o capítulo, a plateia ainda estava confusa pela ausência do apresentador. O que tinha acontecido com o João?

—Olá pessoal! –Ele sobe no palco e é aplaudido –Desculpem meu sumiço no início do capítulo, mas eu não estava bem psicologicamente para apresentar o programa, mas agora que vi as cinzas do meu xará serem espalhadas e novos acontecimentos emocionantes, me sinto melhor. Vimos o surgimento de dois novos personagens misteriosos, Grell e Letícia. Graças à eles descobriremos verdades obscuras do João e da União. E ainda vimos as sombras de quatro poderosos inimigos, o cavaleiros infernais, sinto cheiro de problemas. Aguardo vocês no próximo capítulo! Kissus no Heart! E deixem um comentário, não arranca pedaço! –Se despediu o apresentador dando uma alfinetada nos leitores.


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Notas finais do capítulo

Gostaram gente? E o que acharam de Leticia? VIU MIGA, CUMPRI MINHA PROMESSA!!
Espero comentários! Bjs!



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