Num programa de TV estava um garotinho tristonho sentado numa poltrona, ao seu lado estava um homem de seus 35 anos, mas que também fazia biquinho de criança chateada.

—Sinto falta do mestre João –Choramingou Taki.

—Ele esta preso, ele mereceu isso. Agora se concentre em apresentar o programa.

—Você não me engana, diretor! Você esta tão triste quanto eu.

—Não diga bobagens! Por que eu sentiria falta daquele verme narcisista? Só por que ele é bonito? Por que mesmo com seus devaneios foi o melhor apresentador que conheci? Por que até me divirto com suas crises? Por que uma parte minha até gosta de ser castigado por ele? Por que... Por que... Buaaaaaa –O diretor caiu no choro –João-sama me perdoe! Eu não devia ter te processado! Eu mereço ser castigado!

—Que bom que você admite isso –Disse João subindo ao palco ao som de gritos animados da plateia.

—Mestre João! –Gritou Taki eufórico correndo e se atirando aos braços do apresentador –Você fugiu da prisão?

—Senti sua falta meu amado Taki –João o abraçou com força e apertou suas nádegas, o garoto recuou corado, mas depois sorriu. João respondeu a pergunta dele –Eu não fugi, tenho alguns contatos e ganhei a oportunidade de ficar em prisão domiciliar, por alguns meses tenho que ficar preso em casa como permissão apenas de vir apresentar o programa.

—Que ótimo –Resmungou o diretor –Seja bem vindo de volta, excelentíssimo apresentador.

—Não venha me bajular! –Gritou João e o outro se encolheu –Eu devia era te castigar!

—Tenha piedade –Choramingou o diretor se atirando aos pés do apresentador –Estou arrependido, juro que estou.

—Você tem muita sorte, pois ouvi suas palavras e parece que esta realmente arrependido, então o perdoarei dessa vez –O diretor se levantou animado por escapar daquela –Mas como você mesmo disse, você merece ser castigado! –O sorriso do diretor sumiu. João invocou seu chicote e num rápido movimento prendeu o diretor –Vamos para minha sala vermelha, tenho brinquedos novos pra introduzir em você.

—Não, João! Tenha clemencia! Minhas partes intimas são sensíveis! Não! Socorro, produção!

—Taki, faça-me o favor de anunciar só mais esse capítulo, obrigado.

—Pessoal, é com muita felicidade que anuncio o capítulo nove! Boa leitura.

Bucky ainda olhava para o próprio pingente relembrando a bronca que Linx lhe deu. Ele suspirou e falou sozinho.

—A Kitsu tem razão, foi coisa de mais para um dia só. É melhor ter uma boa noite de sono e deixar os problemas para amanhã. Pelo menos tudo terminou bem.

Ele deu um passo, de repente sentiu algo se aproximando, um raio negro caiu à sua frente causando uma explosão o jogando pra trás.

—Bucky! –Gritaram seus amigos. Ele se levantou sacudindo a poeira.

—Eu estou bem!

—Não por muito tempo –Disse uma voz de dentro da nuvem de poeira.

—Quem é você?!

Um cavaleiro negro saiu da nuvem de poeira assustando as crianças, cada passo que dava fazia um barulho metálico, ele usava um elmo permitindo ver apenas um par de olhos vermelhos.

—Eu sou sua ruína. Sou o anjo caído, Orion.

Os digiescolhidos se uniram intuitivamente em formação de batalha.

—Cara, vou avisando que chutamos a bunda do digimau Zamielmon e derrotamos um robô de guerra do departamento de ciências da União. Vai mesmo querer encarar a gente? –Desafiou Bucky.

—Espero que ele diga que não, pois estou morrendo de fome –Cochichou Pink.

—Vou pagar pra ver –Foi a resposta de Orion. Ela desembainhou uma espada de lâmina negra, uma aura avermelhada envolveu sua arma  –Lâmina da perdição!

—Vou parar esse ataque! Grito Sônico! –Bucky rugiu abrindo crateras à sua frente, mas um corte negro voou cortando o vento de seu ataque e seguiu direto em sua direção.

Os seis se jogaram pro lado desviando do ataque que passou destruindo tudo pelo caminho até se desfazer no ar. Bucky olhou impressionado para o cavaleiro. “O ataque dele atravessou o meu como se não fosse nada” ele pensou.

—Analisei o ataque dele, é poderoso, mas muito lento –Comunicou Hacko –Podemos vencê-lo se atacarmos rápido!

—Então vamos nessa! –Gritou Bucky –Grito Sônico! –Orion saltou girando sua espada negra cortando o ataque sônico ao meio.

—Gaia escute o meu chamado! Raízes Mortais! –Hayaki invocou o poder da natureza, enormes raízes brotaram do chão e atacaram o cavaleiro. Entretanto foram fatiadas por sua lâmina.

—Segura essa! Raios Punk! –Pink lançou raios cor de rosa pelas orbitas de seus olhos. Esse ataque foi rápido de mais e atingiu o cavaleiro no peito o arremessando contra o solo provocando uma explosão de poeira –Isso! Consegui!

Pink mal comemorou e avistou o cavaleiro saindo da nuvem de poeira com a armadura intacta.

—Brincadeira de criança. Se isso é tudo que vocês têm, não será nem se quer um desafio elimina-los.

Pink recuou assustada, Lucy avançou girando os braços invocando seus poderes aquáticos, mas nada aconteceu.

—Não me diga que não tem encanamento aqui?

—Lâmina da perdição!

—Lucy! –Bucky gritou temendo pela vida de sua prima.

O corte negro avançou em direção da garota, Kitsu correu e se atirou contra a amiga a tirando da rota do ataque que explode naquele local. As duas bolam morro abaixo e param perto dos pés do cavaleiro.

—Praticamente embrulhadas pra presente.

—Se afaste delas! –Bucky gritou –Ou juro que te mato! –Ele sentiu novamente o medo de perder alguém. A mesma sensação de quando Pink quase foi devorada pelo Furación de Zamielmon.

—Dois a menos –Disse Orion erguendo a espada. Lucy fechou os olhos, os outros quatro gritaram, Kitsu ergueu suas mãos.

—Nos deixe em paz!

Houve um lampejo poderoso de luz e Orion é arremessado longe, sua armadura é coberta por rachões a trincando como vidro, parte do elmo se estilhaça revelando seu olhar humano extremamente surpreso. Ele cai de joelhos à vários metros das garotas, se apoiando sobre sua espada.

—O que diabos foi isso?

Kitsu ainda estava com as mãos erguidas, elas emitiam uma luz dourada e liberavam fumaça. Orion olhou para sua armadura totalmente danificada.

—O que aquela garota fez comigo? Não me diga que ela é tão poderosa!

Os digiescolhidos correram para juntos das amigas, todos confusos e surpresos.

—O que você fez, Kitsu? –Perguntou Bucky.

—Eu não sei, só ataquei normalmente.

—Normalmente meu ovo! –Protestou Bucky –Eu sou mais forte que você, mas meu ataque não fez nada contra ele, por que o seu quase o derrotou?

—Ela tem o poder da luz sagrada! –Disse uma nova voz chamando a atenção de todos. Um pequeno cachorro se põe entre Orion e os digiescolhidos.

—Um Salamon? –Pergunta Pink.

—Então foi isso –Disse Orion se pondo de pé –Não se ache de mais garota, minha armadura é feita das trevas do digimundo, seu poder é o oposto do meu, apenas fui pego desprevenido.

—Eu também estava desprevenida –Disse Kitsu se levantando –Mas agora que sei que meus poderes da luz são super efetivos contra os seus das trevas, acho que esta na hora de te dar uma surra.

—Deixe-me lutar, Orion! –Pediu Salamon –Podemos derrota-los juntos!

Orion olhou nos olhos daquela ruiva baixinha que poderia lhe derrotar e então riu.

—Dessa vez vamos considerar um empate.

—O quê? –Protestou o digimon cachorrinho –Me faça digivolver! Eu pego a garota e você derrota os outros cinco facilmente!

—Assim não tem graça –Ele se voltou para as crianças –Não se achem, por que da próxima vez vou destruí-los. Espero que estejam muito mais fortes até lá, se não será um tédio e seria uma pena cortar suas cabeças rápido de mais –Ele se abaixou, pegou Salamon emburrada no colo e desapareceu num raio negro.

Eles ficaram um tempo em silêncio e sem se mexer, até então tinham vencido todos os obstáculos que lhe foram impostos naquele dia, mas do nada surge aquele cavaleiro negro que por pouco não os matou. Lucy se sentia uma inútil porque seus poderes não funcionaram, Hayaki viu suas raízes serem reduzidas a lixo, Pink colocou todo seu poder naquele ataque de raios e não causou nem um arranhão se quer, Hacko só fizera analises, não tomara nenhuma atitude e Bucky tinha atacado com seu tão poderoso Grito sônico e foi motivo de chacota.

Eles que esperavam se deitar com espirito de vitoriosos, foram pra cama com o gosto amargo da derrota, mesmo que tenha sido tecnicamente um empate.

—Se não fosse a Kitsu poderíamos estar mortos agora –Disse Bucky deitado no escuro de seu quarto. Ele apertou seu pingente –Preciso ficar mais forte!

Num apartamento do outro lado da cidade, Stephen deixa sua armadura arruinada jogada pela sala e vai para relaxar na banheira.

—Não acredito que não quis lutar usando meu poder –Queixou-se Salamon mordendo um pato de borracha.

—Assim iriamos aniquilá-los.

—Achei que essa fosse a ideia.

Stephen não respondeu, ele pegou seu digivice e o olhou fixamente lembrando seus pais.

—Eles também usavam o poder da luz sagrada –Seus pais tinham anjos como seus parceiros digimons –Então por que eu herdei o poder das trevas? Isso não faz sentido –Ele submergiu na banheira, usando o silêncio das águas para aquietar seus pensamentos.

Na manhã seguinte os seis se encontraram mais animados, tinham combinado de encontrar o tal filho do Dead.

—Ele deve ser gótico das trevas que nem o pai –Debochou Bucky.

—Estou mais preocupado com o fato dele ter ficado internado numa clínica psiquiátrica –Comentou Hacko.

—E o que será que ele pode nos ensinar? –Perguntou Hayaki.

—Só tem um jeito de descobrir –Concluiu Kitsu.

Eles chegaram ao endereço entregue por Dead.

—É aqui?! –Perguntou Pink. Estavam em frente à um prédio que parecia abandonado, suas paredes cor de rosa estavam desgastadas, as janelas quebradas, num letreiro se lia:  “Clínica de Reconciliação de Casais”. Mais em baixo um aviso: “Aceitamos todos os tipos de casais, seja hétero, yaoi, yuri ou hentai”.

—Nunca vi uma clínica voltada para unir casais –Comentou Hacko chegando em seu celular.

—Já que chegamos até aqui, vamos entrar gente! –Exclamou Kitsu abrindo a porta do lugar.

—E lá vamos nós de novo.

Continua...

O palco foi iluminado e a plateia se deparou com uma mesa de jantar repleta de doces, algumas pessoas até então desconhecidas estavam sentados ali. Um deles, um pequeno garoto loiro do mesmo tamanho do Taki, comia desesperadamente.

—Eu amo bolo! –Ele era tão fofo que arrancou suspiro da plateia. João alisou a cabeça deste pequeno.

—Adoro garotos Twinks.

—Cuidado com essa mão! –Ameaçou um rapaz alto, bonito do tipo silencioso e com cara de mau –O Honey não é pro seu bico!

—É tão raro te ver falar, Mori! As fãs adoram seu jeito selvagem e silencioso! –João se volta para as câmeras –Vocês não devem estar entendendo por que convidei estas pessoas para este jantar. Estes dois fazem parte da equipe de filmagem. No capítulo 10 veremos a equipe de produção da fic. No entanto... –A iluminação diminuiu dando um clima misterioso à cena –É um capítulo proibido!

—Hoooo! –Fizeram Taki e o Diretor que também estavam à mesa.

—Vai acontecer muita coisa inapropriada.

—O que esta pretendendo? –Perguntou o sexto e último convidado do jantar.

—Terá que esperar até lá, Wizardmon! –João volta-se para as câmeras –Quem não curtir sexo explicito pode pular pro capítulo 11.

Houve um alvoroço com aquela notícia, várias pessoas na plateia pegaram seus celulares e começaram a comentar o anúncio de João nas redes sociais.

—Eu sou o diretor! Como não fui informado sobre isso?!

—O próximo capítulo, assim como o especial de natal, será focado apenas nos bastidores, então pode ser pulado caso desejem, quanto menos pessoas lerem, menos saberão sobre meus planos pervertidos –João deu um sorrisinho safado e uma piscadela para Taki que fica todo vermelho –Quanto a história principal, esperem até o capítulo 11 para verem o Bucky e seus amigos encontrando o tal filho do Dead. Sem mais delongas, Kissus no heart!

—Vai comer esse pedaço de bolo?

—Tira o olho do meu prato, Honey! –Gritou Taki antes das câmeras serem desligadas.