Forest Boy [hiatus] escrita por isaac


Capítulo 3
3


Notas iniciais do capítulo

e depois de 84 anos...
desculpa por sumir, gente! o terceiro capítulo já está pronto há algum tempo, mas gosto de postar apenas quando a próxima parte (nesse caso, o quarto capítulo) está pronta, e agarrei um pouco no fim do quatro! mas agora voltei e quero tentar atualizar com mais frequência. vamos ver!



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— Pronto?

Tyler assentiu, e Connor pegou uma adaga normal no armário. Deu um giro e já começou a avançar na direção do outro, sua lâmina voando no ar como se tivesse vida própria. Inseguro, o garoto inexperiente apenas tentou desviar e atacar timidamente. Seus braços se dobravam em posições defensivas, e seus joelhos se flexionavam constantemente para fugir da zona perigosa. Conseguia cortar seu oponente vez ou outra, mas não conseguia ajeitar a postura para ter chances de ganhar.

Connor conseguiu jogá-lo no chão, e prendeu-o nessa posição com o braço apertando a linha de seus ombros, a mão em um extremo e o cotovelo em outro. Estava perto, ajoelhado no chão com um joelho em cada lado do corpo do mais velho. Tyler sentia quando ele respirava, e quando seu corpo tremia de leve, seu cabelo azul roçava na testa dele.

— Ganhei - Connor sussurrou, um sorrisinho confiante no rosto.

— Ganhou.

Ele começou a se perder no castanho dos olhos do outro, que parecia fazer o mesmo com seus olhos verdes. Ambos os garotos começaram a enrubescer, vermelho tingindo suas bochechas e o topo de suas orelhas. Mas não se afastavam; chegavam mais perto e mais perto, até que seus narizes se tocaram de leve. Algo parecia estar prestes a acontecer, algo parecia estar fluindo entre eles, quando a voz metálica interrompeu-os. Sistema, suspender. O clima foi embora e Connor rolou para longe de Tyler, saindo de cima dele.

— Bom! - ele disse, se levantando e andando até a tela do sistema, sua voz falhando. - Quer fazer a sequência básica agora ou prefere descansar um pouco?

— Vou… Descansar. É.

Tyler se sentou e escorregou até a parede, onde apoiou as costas e recostou a cabeça, fechando os olhos e respirando fundo. Merda… Estava cedo demais pra aquilo. Estava errado, aquilo. Não tinha mais espaço na mente dele, e a vida insistia em enfiar mais coisas. Daqui a pouco, pensamentos não-resolvidos iam começar a jorrar de suas orelhas como cachoeiras de confusão. Ugh. Não precisava ser assim tão difícil, ele pensou. Ele podia só desistir de Connor, ficar no quarto, na biblioteca, nos laboratórios, onde quer que fosse. Mas longe dele, porque não ia dar certo ficar com tudo aquilo na cabeça.

Depois que esquecesse Matt, talvez. Porque era inegável que ainda gostava de seu ex-namorado, afinal, achava que estava tudo bem até descobrir que estava sendo traído. E por mais que ferisse pensar nele, por mais que machucasse saber que ele não o amava de verdade, algo em seu coração ainda gostava muito, muito, dele. E esse sentimento era venenoso.

— Acho que vou pro meu quarto - disse, se levantando. - Prefiro treinar amanhã, depois que eu acordar. Vou pros laboratórios ou pra biblioteca agora, é melhor.

— Você não quer nem limpar seus cortes antes? Ou algo assim?

— Não. Não, tudo bem. Estou bem.

Saiu da academia e, bagunçando o cabelo levemente entre seus dedos, voltou pro quarto. Observou sua imagem no espelho, pequenas quaroi flutuando ao seu redor. Seu cabelo estava se encaracolando no topo de sua cabeça e caindo em sua testa, e seus braços estavam cheios de pequenos cortes. De um maior, no antebraço esquerdo, escorria um pouco de sangue, e ele foi ao banheiro limpar. Molhou seus braços com a água da pia e passou uma bucha rapidamente, não precisando esfregar demais. Colocou um moletom e foi à ala dos laboratórios, procurar por Patty.

Ela estava no laboratório II, um livro aberto em seu colo. Corria sua mão por entre várias quaroi, que pareciam estar vivas e se divertirem com a ação da garota. Seus olhos correram para a porta assim que Tyler entrou, e ela sorriu.

— Hey, Tyler. Achei que você ia treinar com meu irmão.

— Treinei um pouco, sim. Mas prefiro fazer isso depois que eu acordar, estou meio cheio agora. E almoço dá um cansaço, sabe?

— É. Fico sempre com preguiça de fazer as coisas depois do almoço, mas pra Ryo não existe “preguiça”. Então é preciso pelo menos ir a algum lugar, e enrolar escondido.

— Ah - ele riu, rapidamente. - O que você ‘tá lendo?

— É um dos diários de experimentos do Hendus… Já devo ter relido ele umas 12 vezes. Tô aqui embaixo tem um tempo - comentou, girando o pescoço. Seu ombro estalou.

— Ah, mesmo? Há quanto tempo?

— Bom, Hendus começou os estudos e descobriu as coisas há 17 anos… Ryo diz que demorou 7 anos para apresentar as coisas pro governo, e que esse bunker ficou sozinho por alguns anos. Depois ele veio meio que morar aqui, Connor veio logo atrás e me trouxe junto. Tem 3 anos acho, mas às vezes parece mais. Aqui, dia e noite não são tão distintos. Funcionamos por mais tempo, nossos dias duram mais.

— Hm… Interessante. Você acha que vamos voltar para Geonsville eventualmente? Ou que vamos para a capital?

— Você diz, depois que a nossa “luta” acabar? - ele assentiu, e ela mordeu o lábio, pensativa. - Não sei. Acho que não. É mais provável que tragamos mais pessoas aqui pra baixo; afinal, viver com tritogênio é melhor e tudo. Mas eu sinto que a resistência ainda tem muito o que lutar por…

Tyler refletiu. Ele não sabia o que faziam para combater o governo, não sabiam se os espionavam ou se faziam qualquer coisa para impedir que eles colocassem a mão no tritogênio e no quares. Só sabiam que estavam ali para, se o governo fizesse qualquer coisa, desmenti-los.

— Diz aí, Tyler. Por que você veio aqui?

— Queria ver o que você faz. Conhecer. Sei lá - deu de ombros.

— Leio e continuo os experimentos de Hendus, basicamente. Acaba que não há muito o que fazer às vezes, então quando vão à cidade as meninas compram coisas de química pra eu ficar entretida. É legal da parte delas.

— Hm… Entendi.

⚘⚘⚘

Ele passou o resto da “tarde” - que na verdade fora de cinco e meia à meia noite - com Patty no laboratório, ela lhe ensinando várias propriedades da quares, e várias outras coisas de ciência. Lá pelas oito, ela lhe ofereceu pequenos bolinhos, quase do tamanho de biscoitos, chamados nanocakes. Culinária científica, ela disse que era. Ele provou, e disse que nunca comera nanocakes tão bons - nunca tinha comido nada igual, então seria difícil ter comido algo bom daquele jeito.

Quando era quase meia-noite, ela disse que era melhor ir para o refeitório começar a fazer o jantar; já estava atrasada, geralmente ia cozinhar às onze, se não antes. Mas tinha ficado distraída com Tyler, que tinha esquecido da hora. Ele disse que logo iria atrás dela, só terminaria de anotar o último experimento que tinham feito no caderno sobrando que ela tinha lhe dado. Rabiscou a última fórmula e se virou, pronto para ir para a cozinha. A porta estava entreaberta, e ele se lembrava de Patty ter fechado-a. Confuso, ele passou por ela e o corredor estava vazio, nem sinal de ninguém. Foi para o refeitório de uma vez, deixando isso pra lá.

Ele entrou na sala e o cheiro de hambúrgueres encheu suas narinas e provocou seu estômago, que roncou. Se aproximou da garota, e viu vários hambúrgueres cozinhando e dourando numa frigideira, ovos sendo preparados em outra e uma mistura de salada num canto.

— Hum, parece delicioso, Pat. Mas ele é meio esverdeado, parece… Isso é normal?

— Ah, Tyler, Ryo não te falou? Aqui somos todos vegetarianos, simplesmente por questão de princípios e tudo. Já estamos tendo benefícios com tritogênio, é legal ter mais benefícios ainda. Connor e Aiden queriam carne no início, mas eu me recusei a fazer carne pra eles então são vegetarianos por força - ela sorriu, e ele se segurou para não rir. - Aqui só tem veggie burger, linguiças “falsas” e às vezes seitan… É tipo um bife, de glúten - ela explicou.

— Hm. Interessante. Legal. Quer ajuda?

— Nah, não precisa. Tá quase pronto, e cada um pega seu pratinho e monta seu hambúrguer… Tranquilo, obrigada.

— Ok… Ei, você acha que eu posso ir pegar um ar lá fora? Sei que vocês não deixam e tudo, só com alguém, mas--

— Claro. Te chamo daqui a pouco, ok?

— Ok - ele sorriu, e foi até a janela. Subiu no banco e passou pela abertura, já com mais facilidade. Pisou na grama, aterrissando com tranquilidade. Olhou ao redor e sentiu seu rosto queimando, imediatamente - e não por causa do frio ali fora, no início da madrugada. Porque, porra, Connor estava ali, fumaça saindo lentamente de suas narinas, um cigarro quase terminado em sua mão e um olhar irritado no rosto.

Você sempre está aonde eu vou, huh, Connor?

— Tyler. Ei - ele cumprimentou, seco. Tyler não sabia se ele tinha se fechado por algum motivo (talvez pelo mesmo motivo de ele ter se afastado) ou se era apenas seu caráter alterado pela nicotina.

— Ei - respondeu, lento. Não queria conversar com ele, não… Não sabia o que dizer. Nunca sabia o que dizer, com ninguém. Por sorte, ele conseguira falar com Patty a tarde inteira, mesmo agarrando em alguns momentos constrangedores. Não ia falhar com Connor pra perder o ritmo. Então deu meia-volta e começou a se afastar; não planejava nem podia ir muito longe, mas não ia ficar parado ao lado do garoto.

— Calma, onde você tá indo?

— Vou dar uma volta, Connor.

— Você não pode.

— Patty falou que está tudo bem. Ela ter autorizado, é como estar comigo. Vale, de qualquer jeito. Vou dar uma volta, Connor.

— É perigoso - o garoto murmurou, apenas alto o suficiente para Tyler ouvir a alguns metros de distância. - Como eu disse ontem à noite, você pode ser capturado, e vai ser pior ainda agora que você sabe o que acontece lá embaixo, no bunker.

Tyler bufou, frustrado. Agora, já tinha desistido de ir dar uma volta, ou que seja. Ia voltar para o refeitório e ficar sentado na mesa, esperando. Não estava com saco para Connor; devia estar sem saco para qualquer um agora. Odiava essa sua personalidade impaciente, mas era apenas seu jeito de se proteger quando estava machucado, quando seu coração estaria exposto. Ao invés de mostrar sua vulnerabilidade, ele se tornava rude e chato. Esse método parecia estar intensificado, até, talvez por causa de Matt.

— Desculpa - Connor sussurrou, quando Tyler já estava com as pernas pra dentro da janela. Olhou pra cima e viu o garoto de olhos fechados, queixo quase contra o peito, e fumaça escapando de seus lábios quando suspirava. Não entendeu a o que, e por que, ele estava se desculpando. - Desculpa por hoje depois do almoço, no final do treino. Desculpa.

Ah. Ele estava se desculpando pelo quase-beijo? Fazia sentido, Tyler devia ter parecido extremamente não-interessado quando foi embora da academia, sem explicar ou sequer tocar no assunto. Qualquer um se desculparia, qualquer pessoa decente. Ele não sabia se devia se desculpar também, se devia falar que tudo bem, se devia falar a verdade e que não precisava perdoá-lo, ou simplesmente se devia falar alguma coisa. Bom, com certeza deveria falar alguma coisa. Mas, ao invés de ser normal e responder, ele apenas terminou de escorregar pela janela, suas bochechas com certeza mais vermelhas do que deveriam estar.

Patty estava quase subindo no banquinho, então por pouco ele não caiu em cima dela. Ela apenas riu e ajudou-o a descer.

— Ah, eu já ia te chamar! Tem alguém lá fora?

— Seu irmão está fumando. Mas está terminando, acho.

Ela assentiu e ele se afastou. Não sabia se ficava irritado, se corria para falar com Connor antes que tudo estivesse absolutamente e oficialmente estragado, ou se apenas ia se trancar no quarto e deixava o resto das refeições de lado, o jantar e o lanche. Acabou não fazendo nenhuma dessas, apenas foi se sentar na mesa, completamente constrangido e arrependido. Afundou o rosto nas mãos, cabelo se prendendo entre seus dedos. Que merda, merda, merda.

Ouviu Connor voltando, e percebeu que ele estava agindo como se tudo estivesse normal. Havia um tom levemente entristecido em sua voz, mas seria imperceptível para alguém que não sabia o que tinha acontecido - ou o que estava acontecendo.

— Tyler, vem montar seu hambúrguer, né? - Patty chamou, alegremente insatisfeita. Uma emoção que ele nunca vira antes, mas parecia possível com ela. Não tinha lembrado ele de seu irmão o dia inteiro, mas de repente tudo o que ele via nela era ele.

Ele se levantou, e cruzou com Connor enquanto o garoto ia para a mesa. Procurou o olhar dele desesperadamente, mas seus olhos castanhos estavam abaixados e olhavam apenas para o caminho que tinha que seguir. Mais um pedaço de ele-não-sabia-o-quê se partiu dentro dele, e engoliu em seco. Foi até a bancada e montou seu sanduíche, vendo suas mãos tremerem levemente e tentando controlá-las.

Voltou para a mesa e se sentou no mesmo lugar de antes; convenientemente, o outro garoto tinha se sentado do outro lado, no canto oposto. Patty se juntou a eles, um sorriso desconfiado no rosto e um hambúrguer nas mãos; ao invés de colocar a salada entre os ovos e o pão, os ovos e a “carne” ou a “carne” e o pão, tinha enchido metade de seu prato com as verduras e legumes. Pareciam criar um arco-íris em seu prato.

— Vou pro observatório hoje, Pat. Pode preparar as coisas pra mim? - Connor pediu, olhando apenas para a irmã.

— Ok. Você vai agora ou vai esperar o toque?

— Vou no toque, mas vou treinar ainda antes de ir. Quero só ter as coisas prontas para ir bem cedo, devo sair quatro e meia ou cinco.

— Vai querer tubo de trit?

— Não acho que precisa. Vai ocupar espaço e pesar… E acho que por fumar meus pulmões aguentam lá fora tranquilo - comentou, uma risada curta escapando de seus lábios. A coisa quebrada dentro de Tyler se torceu toda, querendo fugir por sua boca.

— Tudo bem então. Já deve ter um kit pronto no laboratório V, ou no IV. Tranquilo - Patty sorriu, e mordeu mais um pedaço de seu sanduíche.

Tyler permaneceu silencioso enquanto comiam. Não demorou muito para Aiden, Dani, Gi e Ryo se juntarem a eles, e cada um se sentar na mesa com um prato nas mãos e risadas enchendo o ambiente. Connor já tinha perdido tudo de entristecido que parecia ter quando estavam só os Jones e Tyler no refeitório, parecia ter o esquecido, talvez. Mesmo assim, o moreno não parava de ficar remoendo tudo dentro de si, analisando cada instante, movimento, sílaba. O que dera tão errado? Uma máquina “cortando o clima” não seria capaz de fazer um estrago assim tão horrível em seu coração, seria? Ele sabia o que acontecera, mas não queria admitir. A culpa era toda dele. De evitar o tema. De ser a merda de uma pessoa horrível.

Quando terminou, deixou os outros em suas conversas e saiu da sala em silêncio, deixando seu prato na pia para facilitar para quem quer que fosse lavar a louça. Estava na metade do caminho do corredor quando ouviu passos atrás de si, e viu Connor indo na direção da academia. Algo gritou dentro dele - provavelmente a mesma coisa partida e torcida - e, determinado, correu atrás do garoto, segurando-o pelo ombro logo antes de ele entrar no lugar.

O olhar dele se tornou esperançoso, seus olhos castanhos brilhando como se dissessem “por favor, não me decepcione de novo”. Mas toda a coragem repentina de Tyler tinha desaparecido. Ele tinha que ir em frente, mesmo inseguro.

— Connor… Me desculpa - disse, sua voz infinitamente mais baixa do que pretendia que ela saísse. - A culpa é minha também. Não estou pensando direito nas coisas, tenho coisa demais na qual pensar. Posso continuar treinando com você? Como colegas? Amigos?

— Pode. Sem problemas, Tyler - ele sorriu, claramente aliviado. Mas algo parecia escondido em seu tom de voz. - Treinar tipo agora ou outro dia…?

— Outro dia, amanhã, talvez.

— Amanhã não dá. Vou espionar o observatório do governo, você deve ter ouvido eu falando com minha irmã. Mas outro dia, ok?

— Ok. Boa sorte.

Tyler assentiu, se sentindo extremamente satisfeito consigo mesmo, e deu meia-volta. Voltou para o quarto em passos velozes e firmes, sem saltitar mas sem bater o pé. Algo leve, vagamente flutuante. Era a coisa quebrada dentro dele; ela tinha se recuperado, e agora parecia ter lhe dado asas, de tão feliz que ele se sentia. Mal sabia direito por que, mas tinha uma teoria simples.

Estava resolvido. Não precisava mais se preocupar em se desculpar ou qualquer coisa com Connor; eles estavam em paz, numa amizade sutil. Agora podia resolver os problemas de sua cabeça em paz; podia tirar Matt dali em paz. Finalmente, Connor e os problemas do subsolo podiam ser adiados, para que ele resolvesse o que tinha deixado em Geonsville antes, e o que Geonsville tinha deixado nele. Agh, era tanta coisa que ele mal achava que “adiar” sua nova vida era o suficiente para apagar e resolver sua vida antiga. Ele só esperava conseguir se manter nos trilhos e não perder a cabeça, ainda mais com ela se enchendo desse jeito.

Se jogou na cama assim que fechou a porta do quarto, soltando ar por um longo tempo e sorrindo inegavelmente. Não precisava sair dali pelo resto da noite - bem, da madrugada. Não precisava voltar para continuar no laboratório com Patty, não precisava ir treinar com Connor, não precisava ir resolver as coisas com Ryo, não precisava ler com Aiden, ou ficar com Dani e Giulia fazendo o que quer que elas fizessem. Podia dormir, ler seus próprios livros, desenhar, pintar, que seja. Finalmente, podia relaxar.

Colocou as mãos debaixo da cabeça e observou o teto, seus pensamentos flutuando para longe. Não só para Geonsville; para a capital e para países longe, para o resto do mundo. Será que o governo federal sabia do tritogênio e do quares, ou se o governador tinha mantido isso para o estado? Não, se o presidente soubesse, ou algum senador, a resistência não estaria em pé. Mas ia chegar à Casa Branca em algum ponto, não ia? Iria para outros continentes? Transportar gases é difícil, e nunca se sabe o que pode acontecer com quaroi a milhares de metros de altitude. Haviam minas das substâncias em outros lugares ou não se sabia disso ainda? O que estava acontecendo?

Tyler sabia que ninguém, talvez Ryo apenas, podia responder essas perguntas. Nossa, ele tinha concordado cedo demais. Nem tinha parado para aceitar o tamanho daquilo, nem para inquirir qual era o tamanho daquilo. Provavelmente, muito mais do que cabia na cabeça dele. Demais para apenas sete pessoas, sete adolescentes.

Meu Deus.

Eles já tinham perdido.


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Notas finais do capítulo

reviews são sempre muito apreciados ^^ obrigada por ler!



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