Fiquei um pouco emocionado, e nem sabia se abria ou não a carta. Alguém bate na porta, eu peço que entre, e vejo Mary entrar. Ela estava de cabeça baixa, e um pouco corada.

— Olá senhorita Mary! – Falo tentando encara-la, eu não gostava de falar com ninguém, senão olhasse em meus olhos.

— Oi, é que... A senhorit...

— Vamos Mary, eu já lhe disse, não tenha vergonha. Não fizemos nada de mal. Não é preciso ficar assim. Não é nada educado falar com alguém, se a senhorita esta cabisbaixa. – Falei já sem paciência, mas mantive a compostura. Ela era muito tímida, quando eu ganho a confiança dela, simplesmente acontece um acaso desses. Tenho que falar com a América sobre isso.

— Ok... – Ela vagarosamente levanta a cabeça, dá um breve sorriso, e continua. – Bem, a senhora América, lhe mandou dizer que ela está ocupada e que está em uma reunião agora, com a rainha da França. E que se o assunto a tratarem, puder esperar, ela agradece.

— Entendo. Então diga a ela, que mais tarde venha a minha sala para falar comigo. Ok?

— Está certo, vossa Majestade eu direi o recado.

Vejo ela sai mais rápido, do que ela entrou.

E então volto minha atenção para carta.

Corto a parte de cima do envelope, e tiro a carta de dentro. Antes de ler, eu aprecio cada detalhe daquela carta.

O papel era macio, cor bege, e tinham alguns detalhes de pingos de ouro. Suas laterais eram lisas, e que poderia em qualquer descuido, cortar o dedo de alguém. Observei suas letras calmamente, eram lindas como sempre. Não é à toa que aquelas mãos certamente eram de professora. A primeira coisa que vi, na parte de cima do papel, foi uma fotografia, minha e de minha mãe. Lembro-me bem dela. Tinha 16 anos, nosso primeiro passeio na França juntos. No momento em que a máquina fotográfica ia tirar a foto, minha mãe olhou minha gravata, viu que estava torta, e logo tratou de endireitar. Então ficamos de frente um para o outro, e ela estava deslumbrante, mesmo que não estivesse bem posicionada. Sorri.

Então respirei fundo, e comecei a ler a carta.

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 “Parabéns Maxon Cálix Schreave “

Olá?

Bem, não é assim que quero começar a carta. Mas filho, tomara que esteja lendo esta carta no seu aniversário.

Não sei, mas me deu vontade de escrever essa carta para você, filho. Faltam ainda alguns meses para chegar seu aniversário, você certamente ainda não se decidiu com quem ficar. Mas tenho certeza que sua escolha será bem-vinda, e que será amada por todos nós. Hoje, você havia me perguntado, o que eu achava da senhorita América Singer. Mas não sabia muita coisa sobre ela, então decidi passar um tempo com as meninas no Salão das mulheres, e em especial, fiquei de olho nela.

Bem, o que tenho a dizer é que, se escolhê-la, estará seguindo um belo caminho e até talvez, o correto. Ela é uma garota gentil, um pouco geniosa, mas tem o seu charme. Ela é carinhosa, atenciosa, meiga e entre outras qualidades. Vejo potencial na garota, totalmente decidida no que faz, em outras palavras, eu gostei dela em especial. Se ela for a futura rainha, mãe de meus netos e sua esposa, tenho certeza que estará em boas mãos. Estou feliz por vocês.

Mudando de assunto...

Sei que agora, o senhor já está de maior, e que saberá cuida de si, e de nosso amado país. Tome conta dele. Sabe, não estou com um pressentimento bom. Mas acho que é coisa de mãe mesmo, então cuide-se.

Desejo-te, muitas bênçãos, muito amor, paz, carinho, felicidade, saúde, muitos filhos, para que eu possa vê-los correndo por esses amplos corredores vazios, e que seja feliz com a esposa que escolher.

Ps; eu sei muito bem que é ela, meu coração de mãe não se engana. Então seja feliz com a senhorita América, a faça feliz, ame-a como se não houvesse o amanhã, diga-lhe que a ama todos os dias, e beije-a quando a ver, e divirtam-se.

Bem, eu comprei seu presente, eu o guardei em meu quarto. Vá até o meu quarto, entre no meu closet, encontre um quadro onde está a fotografia da nossa família, tire-o da parede, abra o cofre. A senha é o dia do seu nascimento. E lá terá um pequeno embrulho, destinado a você.

É isso, te amo filho. Que este seu dia, seja abençoado, e que tenha um Feliz Aniversário!

                                                      De sua amada mãe, Amberly Schreave.

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Não consegui conter minhas lágrimas. Simplesmente me debrucei em lágrimas. Beijei a carta delicadamente, e senti o perfume das mãos dela. Ainda estavam ali. Senti sua presença perto de mim, e em então um sorriso se abriu no vago de meus lábios.

Guardei a carta para não cair lágrimas e acabar sujando-a. A devolvi ao envelope, e guardei numa gaveta secreta da mesa, onde guardava outros papeis importantes. Minha mãe, até assim não esquecia mesmo de mim.

Mãe, é ela sim. Eu a escolhi. Sabe, desde a primeira vez que a vi. Eu estava passeando pelos corredores do castelo, para que meu nervosismo passasse. Então a vi na frente de uns guardas, implorava para sair, e então concedi seu pedido, e deixei-a sair. Quando as portas foram abertas, eu senti uma lufada de vento que vinha em nossa direção, era morno. Então a vi correndo para fora, e seus cabelos dançavam a cada toque que o vento fazia. Fui até ela, e conversei com ela, tentando acalma-la. Como a senhora mesmo já havia dito nesta carta, ela é muito geniosa, não tem medo de nada e enfrenta qualquer um que se meta com ela. Sorrio. Então foi a partir dali, quando o brilho da lua tocou em seu rosto delicadamente, fazendo aparecer o rosto de um anjo em minha frente, soube que era ela, a mulher de minha vida, e que batalharia para conquistá-la.

Bem, quanto aos filhos, ainda está muito cedo. Nós ainda, não fomos concedidos com essa graça, mas quando Deus mandar esse presente, eu agarrarei com minhas mãos, cuidarei e amarei-o para sempre, eu sei que ele vai ser bem-vindo. Nós sabemos.

Fico um tanto que pensativo, e não percebo que Aspen, havia entrado na minha sala.

— Boa tarde, vossa Majestade! - Ele fala, fazendo uma reverencia.

— Boa tarde, Senhor Leger.

— Maxon, vim aqui para lhe avisar que as castas 6,5 e 4. Foram desfeitas com sucesso.

—Obrigado Aspen, fico feliz pela boa notícia! – Digo sorridente.

— Por nada. Agora falta pouco, para que finalmente acabem todas as castas.

— É você tem razão. Cada vez mais, está se aproximando de pôr fim logo a todos esses rótulos.

Assento com a cabeça, e ele curva-se mais uma vez, e então ele me deixa só.

~Maxon Off~