I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 95
Capítulo 95 — Nomes.


Notas iniciais do capítulo

Oi, volteeei
Desculpem a falta de jeito que tenho postado os últimos cap, sem falar nada e nem responder os comentário, é realmente falta de tempo. Mas eu leito todos e obrigada por acompanharem. 95 caps e ainda tenho história para contar, então espero que ainda estejam comigo.

Alguns acontecimentos marcantes estão para acontecer, não como escrever ainda, talvez tudo em um cap ou dividido em dois ou três cap, mas ainda assim mt coisa para acontecer.

Vou tentar não demorar a voltar ;*

Boa leitura



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KATE.

Um mês depois...

O sol entra no quarto iluminando todo o cômodo. Mais uma vez o dia amanhece e eu não consegui pregar o olho um segundo durante a noite. Castle ainda dormia na mesma posição, que se tornou bastante comum para ele, deitado de lado, abraçando minha cintura com a mão pousando levemente em um lado da minha enorme barriga de cinco meses e o rosto do outro lado. Era assim que dormíamos agora. Ou melhor, ele dormia. Nada de conchinha, nada de abraços.

Jack e Reece, se mexiam mais que o normal durante a noite e só se acalmavam quando Castle contava alguma história. Às vezes me pego imaginando como eles vão dar trabalho para dormir sem uma história antes, ou como eles podem ser bagunceiros. Mas que saber? Não importa. Serei a mãe mais feliz do mundo quando senti-los em meus braços. Por agora, me sinto feliz o bastante para saber que eles estão seguros e bem aqui dentro de mim. Senti-los se mexer sem parar é sinal de que eles estão bem exatamente ali, na minha barriga.

Fecho o livro que li durante a noite. Passar a noite acordando sentindo Jack me chutar ficou comum para mim. Um dia chorei baixinho pedindo para ele me deixar dormir por meia hora, e ele atendeu o meu pedido. O que me diz que, apesar de agitado, ele é obediente. Ponto para mim. Mas isso não acontece todas as vezes. Na maioria delas ela ignora meu pedido e ainda chama o irmão para brincar com ele.

Solto um suspiro cansado e acaricio os cabelos negros de Castle. O relógio do quarto marcava exatamente 06:30 da manhã. Era hora dele levantar e arrumar Alexis para o colégio. Eu quase não saía mais do meu quarto. Apesar de ainda estarmos em meu apartamento, o cansaço me vence quase sempre. Castle resmunga baixinho e boceja. Sorrio de sua cara amassada e sinto ele beijar minha barriga desejando bom dia para nossos filhos antes de me olhar.

Aqueles olhos azuis preguiçosos.

Eu sou totalmente refém deles. Sinto o tempo parar toda vez que os vejo, e sempre faço o mesmo desejo: que meus filhos tenham os mesmos olhos do pai. É pedir muito?

— Bom dia. – jogo o livro que ainda estava em minha mão em um canto qualquer da cama.

— Kate, você não dormiu? De novo? – seu tom era de reprovação, mas seu olhar era preocupado.

— Não consegui. Depois que eles finalmente cansaram, eu já estava sem sono e resolvi terminar meu livro.

— Você já leu todos os meus livros com essa mania de passar a noite acordada. Isso faz mal, sabia? – ele senta, mas eu o puxo para perto.

— Você nem me deu bom dia. – reclamo e logo um sorriso tímido surge em seus lábios.

— Bom dia, meu amor. – ele se inclina e me beija. Os lábios quentes e macios.

Como eu amo essa sensação.

Castle se levanta e vai acordar Alexis, que assim como o pai, reclama por estar sendo acordada. Eu rio da cena e ela me encara, me dando um sorriso lindo que me faz ganhar o dia.

— Vem aqui, amor. – eu a chamo e logo ela se levanta e corre até minha cama, se enfiando entre as cobertas e se agarrando em mim.

Castle vai para o banheiro avisando para Alexis não enrolar. Ele conhece bem a filha para saber que ela não quer sair da cama hoje.

— Mamãe, você vai ficar o dia na cama hoje? – ela me encara com os mesmos olhos do pai.

— Sim. – faço uma careta que a faz sorrir.

— Então a gente podia trocar de lugar... ou eu posso te fazer companhia. – eu rio alto e Castle logo aparece na porta do banheiro com a escova de dentes na mão.

— Eu ouvi isso, ok?

— A mamãe não pode ficar sozinha, pai! – ela justifica me fazendo rir ainda mais.

— Ok, mocinha. Eu não vou ficar sozinha, a minha tia está aqui. Esqueceu? E você não pode perder aula porque hoje é dia de artes e você adora artes. – lembrei e logo seus olhos brilharam.

— Vai sentir saudades de mim?

— Muita.

— Então na volta eu vou trazer material de artes pra gente, mãe. Pai... – ela grita por Castle que responde alto do banheiro. Provavelmente estava no banho. – a gente pode comprar material de artes para eu trazer para a minha mãe? – ela praticamente grita.

— Claro. – ele responde e Alexis sorrir satisfeita.

Não demora muito para Castle sair usando seu roupão e mandando Alexis ir para o banho. Fico em silencio apenas admirando o homem a minha frente trocar de roupa e vestir as suas habituais roupas sociais. Dessa vez sem o blazer, estava quente demais para isso.

— Amor, eu vou passar no rancho para ver como as coisas estão. Também quero conversar com a arquiteta, vou aproveitar que ela está aqui.

— Manda as fotos, eu quero ver tudo.

Minha única diversão nas últimas semanas era a decoração de casa. As obras estavam indo rápido, alguns lugares já estavam quase prontos. Como eu não podia ir até lá, tratava de tudo por telefone com a arquiteta ou Castle levava minhas anotações para ela ver. Queria tudo a nossa cara.

O celular de Castle apita e ele olha, digitando uma mensagem rapidamente e então me encara.

— Érica vem te fazer uma visita hoje a tarde. Vou fazer de tudo para estar aqui na hora. – ele balança o celular indicando que a mensagem que acabou de chegar era dela.

— Castle! Você ligou para Érica? Eu estou bem. Nós fomos a uma consulta a pouco tempo. Está tudo bem!

— Você não dorme direito há duas semanas. Não tem nada bem aqui. – ele diz sério. – olha Kate, eu sei que você acha que está bem porque não está sentindo dores físicas, mas ela pode te ajudar. Ver porque os bebês estão mais agitados agora, ou quem sabe te dar um calmante... sei lá.

— Está preocupado, eu entendo. Mas não são nem sete horas da manhã e você já ligou para ela. Deveria ter esperado até as nove pelo menos. – ele rir e se aproxima.

— Eu não liguei, mandei mensagem e ela respondeu. Sinal que já estava acordada. E ela é médica, deve está acostumada a isso.

Suspiro balançando a cabeça. Não tinha o que ser discutido, Érica viria eu querendo ou não.

— Você não acha que está arrumado demais para ir deixar a nossa filha na escola? – me aproximo e sinto o seu perfume. – e cheiroso demais para se encontrar com nossa arquiteta?

Castle solta uma gargalhada que me aquece por dentro.

Esse homem é meu céu e meu inferno.

— Você sabe que eu tenho medos das mães daquela escola. – verdade! Ele sempre teve medo! Eu sorrio e o vejo se aproximar, quase colando nossos lábios. – e segundo que a Sara é lésbica, e você sabe disso, por isso não sente ciúmes dela. – ele cola nossos lábios num beijo rápido. – aliás ela viu uma foto nossa e disse que você é incrivelmente bonita, então eu acho que quem deve ter ciúmes aqui é você.

Dessa vez eu solto uma gargalhada. Eu sabia de tudo isso, bom, menos da parte que Sara em achava “incrivelmente bonita”, mas era exatamente por isso que eu não sentia ciúmes dela. Sara vem uma vez por semana para ver a obra e Castle sempre conversava com ela. Nunca conversamos pessoalmente, e eu só sabia desse detalhe intimo dela porque a sua namorada atendeu uma das minhas ligações e ela se desculpou com isso. Era bastante profissional, e eu gostava disso. Pena que eu só vou conhece-la pessoalmente no dia que as obras terminarem.

Alexis sai do banheiro agradecendo por hoje ser sexta e amanhã ela poder dormir até tarde. Faço uma nota mental para pedir a Castle que a leve no parque para ela brincar. Estamos a tempo demais nesse apartamento, Alexis quase nunca saiu. Ao contrário do rancho, aqui não tinha muito espaço. Ela veste o uniforme rapidamente e vem para o meu lado, um pedido silencioso para que eu a ajude a terminar de se arrumar.

Assim que estão prontos ela se despede com um beijo e sai do quarto arrastando sua bolsa. Castle se aproxima e pede para que eu tente dormir antes de me dar um beijo e sair. E era exatamente isso que eu pretendia fazer, dormir. A porta se fecha e o quarto fica parcialmente iluminado. Castle tinha fechado as cortinas, mas ainda tinha uma fresta. Me encolhi debaixo das cobertas e fechei os olhos. O cansaço finalmente estava chegando e logo me perdi no mundo dos sonos.

 

***

 

— Kate? – ouço meu nome, mas não abro os olhos. – Kate?

— Hm...

— Querida acorde, são quase meio dia. – ouço nitidamente a voz da minha tia e abro os olhos. Meio dia? Como assim? Viro meu rosto e a encaro em pé ao lado da cama carregando uma bandeja. – sei que está cansada, mas você não pode ficar muito tempo sem comer. Ante, sente-se, trouxe seu almoço.

Esfrego meus olhos e faço o que ela pediu. Como eu dormi tanto e ainda estou cansada?

— Nossa, parece que eu dormi apena uma hora. – minha tia rir e coloca a bandeja com o prato de comida na minha frente.

— O Rick me disse que você não dormiu de novo, por isso não te acordei. Mas é bom você se acostumar com o cansaço, quando os bebês nascerem vai ser pior.

Faço uma pequena careta e ela rir.

— Eles já estão me testando de agora. – provo um pouco de sua comida e minha barriga começa a dar sinal de vida. – nossa, nem eu sabia que estava com tanta fome.

Minha tia senta na ponta da cama e fica me olhando comer enquanto conversamos. Ela tem sido minha companhia de todas as horas. Nunca imaginei que tê-la comigo seria tão bom. Talvez por isso eu não sinta tanta falta da minha mãe, tia Thereza está fazendo o seu papel como lhe prometeu um dia. E onde minha mãe estiver, ela está feliz conosco.

— Olha só quem acordou. – comento sorrindo e tocando minha barriga. Jack mais uma vez dava sinal de vida.

— Jack? – não precisava dizer, ela sabia que era ele. – ele vai dar tanto trabalho, Kate.

Minha tia rir e toca minha barriga, logo em cima, exatamente onde Jack estava na última vez que fizemos ultrassom. É incrível como, mesmo na barriga, eu já consigo ver personalidades diferentes. Jack era mais ativo, mais agitado. Reece era calmo, mas ia facilmente no mesmo caminho do irmão as vezes.

Jack e Reece. Não eram nomes comuns, mas pareciam pertencer aos meus filhos desde sempre. Sorrio ao lembrar da noite em que decidimos os nomes. Alexis já estava com o dela definido, mas Castle e eu sempre descordávamos. Eu queria um nome bonito, que combinasse exatamente com a imagem que eu tinha deles em minha mente. Castle queria um nome diferente e forte, mas todas as suas opções eram terríveis.

 

Semanas antes...

 

— Não vou chamar nosso filho de Thor e muito menos de Ralph, Castle! – digo brava. Já era a terceira vez que tentávamos escolher os nomes, mas ele não aceitava minhas opções e nem eu as dele.

— Claro, porque você quer que nosso filho se chame George.

— É um nome bonito. – dou de ombros.

— É o nome do garoto que apanha na escola. – eu o encaro feio. – eu tirava sarro de George na escola! Você quer que tirem sarro do nosso filho também?

— E se chamando Thor ou Ralph eles não vão tirar sarro? – pergunto irônica. – isso é nome de cachorro, e eu sinto muito em dizer, eu trabalho com animais, mas não quero dar o nome dos meus filhos de um.

Ele abre a boca para falar e Alexis entra no quarto.

— Vocês estão brigando? – ela pergunta assustada. Será que estamos falando alto demais?

— Não. – nós respondemos juntos.

— Só estávamos tentando chegar a um acordo para o nome dos seus irmãos. – digo.

— Você já escolheu o seu, filha? – Castle a encara e Alexis sorrir. Eu sei exatamente o que aquele sorriso queria dizer. A ruiva balança a cabeça confirmando minhas suspeitas e sobe na cama sentando junto comigo e sendo acompanhada por Castle. – então?

— Jack. – ela diz rápido, sem fazer nenhum suspense.

Não era tão difícil imaginar o porquê daquele nome. Jack era o nome do novo ator preferido da Alexis. Ela não pedir nenhum episódio da séria infantil, e seu sorriso crescia cada vez que o via em cena. Sem falar do brilho no olhar. Era realmente sincero, e me fazia lembrar de todos os atores e cantores que eu era apaixonada quando criança.

— Não estou surpreso. – Castle diz me olhando e eu sorrio. Podia ver o ciúme crescer por seus olhos. – tem certeza que é esse o nome?

— Sim. Vocês não gostaram?

Os olhos azuis persuasivos estavam ali. Como dizer não? Eu a encarei alguns segundos pensativa. Jack não é um nome feio. Para falar a verdade eu até gostava.  Posso imaginar o meu pequeno Jack Castle brincando com seu irmão... bom, seu irmão ainda sem nome.

— Eu amei. – sorri e olhei para Castle, que tinha uma cara de dúvidas. – amor, é um nome bonito. É forte como você quer... a única coisa que te impede de aceitar é o contexto da história, mas foca apenas no nome, por favor.

— Jack... – ele repete alto. – Jack Castle. É um bom nome. – ele concorda sorrindo e Alexis vibra.

— É o nome mais bonito de todos!! Mas... como vamos saber quem é o Jack?

E na mesma hora que a ruiva acaba de falar, ele chuta. Como se quisesse aquele nome para ele.

— Bom, acho que não precisamos escolher... – sorriso tocando minha barriga e fazendo um leve carinho. – Acho que ele gostou do nome.

— Oi, pequeno Jack... – Castle se aproxima e começa a conversar com ele. – você tem um nome muito bonito, e bem marcante. Assim quando crescer poderá ser o que quiser... e o mais importante... – ele começa a sussurrar. – ninguém vai tirar sarro de você na escola.

Eu rio e reviro os olhos. Castle sempre implicava com as minhas escolhas de nome.

— Bom, agora nós já decidimos um nome. E o outro? – encaro Castle.

— Eu gosto de Zack. Jack e Zack...

— Não! – eu e Alexis dizemos juntos.

— Zack é muito feio, pai.

— Ok, vamos fazer assim... eu escolho três nomes e você também. Depois nós decidimos qual mais gostamos dos três. – digo logo querendo acabar com esse assunto. Faz um bom tempo que estamos tentando decidir o nome do bebê.

— E se escolhermos nomes diferentes?

— Bom, nesse caso a Alexis desempata. E não vale subornar ela! – completo e vejo o sorriso maroto em seu rosto morrer.

— Ok, então quando vai ser isso?

— Agora. Filha, para a mamãe duas folhas e canetas, por favor. – a ruiva pula da cama e rapidamente volta. – pronto, agora a gente escreve três nomes e depois comparamos, ok? – Rick concorda e começa a escrever. – Amor, são nossos filhos, não brinquedos. Escolhe com carinho, ok?

Dessa vez ele revira os olhos e eu sorrio.

Coloco os três nomes que eu mais gostava e que mais combinavam com Jack. Assim que termino fico encarando Castle, que ainda escrevia os nomes. Tento dar uma espiada, mas Alexis chama a minha atenção. Quando ele finalmente acaba, eu me sinto nervosa. Seja lá qual o nome que está no papel em suas mãos, nós temos que escolher um para o nosso filho. Era a decisão final.

— Vamos mostrar juntos, ok? – concordo. – pronta?

— Sim.

— 1... 2... e.. 3.

Nós viramos os papeis e eu pego sua lista, lendo cada um dos nomes.

— Walter, Castle? Quer que nosso filho nasça com trinta anos?

— É um nome bonito. Thomas está fora de questão. – ele risca o nome no meu papel. – Kaio é bonito, mas não sei se combina.

— Ok, já cortei Walter, Perci nem pensar... só restou Reece da sua lista.

— Kate, Reece é um nome bonito, marcante... imagina, Jack e Reece Castle.

Estava pronta para cortar o último nome quando ele falou os nomes juntos. Reece era realmente diferente, mas era bonito. Eu me via chamando ele de Reece, assim como me vi chamando por Jack.

— Acho que você venceu. – digo um pouco baixo não querendo admitir minha derrota.

— Como? Eu não entendi. – o sorriso vitorioso em seu rosto me dizia exatamente ao contrário.

— Você venceu, Reece é um bom nome. – reviro os olhos e Castle vibra.

— Ouviu, Reece? A mamãe perdeu...  nós somos os campeões. – e assim como Jack, Reece chutou minha barriga como se concordasse com tudo o que Castle dizia.

Sorrio e respiro fundo. Tenho uma leve impressão que ter mais duas miniaturas de Castle vai me deixar maluca. Alexis se aproxima e começa a conversar com os bebês assim como o pai, e eles gostaram porque não pararam de se mexer um segundo.

 

Agora...

 

— Mãe, adivinha. – Alexis entra como um furacão em meu quarto.

O sorriso em seu rosto dizia que era coisa boa.

— O que aconteceu?

— A minha mãe me ligou quando eu estava com o papai... – olho rapidamente para Castle que acabava de chegar. – e ela disse que vai vir para o meu aniversário. Disse que vai ficar comigo por alguns dias, não é legal?

Sorrio. Ter Meredith aqui não era uma das minhas coisas favoritas, mas o brilho no olhar da minha filha era tudo.

— É muito legal. – abro ainda mais o sorriso e a abraço. – agora vai tomar banho que você está toda suja... – olho para o uniforme dela e vejo manchas de tintas e um pouco de areia.

— Hoje teve aula de artes. – ela me olha com uma carinha culpada. – e depois fui para o rancho com o tio Ryan, o papai estava lá.

— Eu sei amor, ele me mandou uma mensagem. Mas então, curtiu brincar um pouco com as meninas?

— Sim. Matei a saudade do Cosmo também, ele está com saudades da gente, mãe. Você tinha que ver, ele não parava de correr e pular em cima de mim. – ela rir se lembrando.

— Também estou morrendo de saudade dele, mas não tem como ele ficar aqui, né?

— Não. Aqui não tem onde ele brincar... – ela lamenta olhando o lugar.

Alexis enrola um pouco mais contando como seu quarto está lindo e a casa está toda mudada. Matei um pouco minhas curiosidades sobre o nosso lugar com as informações da menina e logo a mandei para o banho. Ela estava realmente suja.

Castle se aproxima de mim lentamente.

— O que foi?

— Nada, é que... Meredith vem passar um mês por aqui. – meus olhos saltam.

— Um mês?

— É. Ela disse que conheceu uma pessoa que está morando aqui e quer passar um tempo com ela, e com a filha. – ele me olha culpado.

— Como assim?

— Ela quer Alexis com ela durante esse mês. – respiro fundo.

— Ok, e o que você disse para ela?

— Disse que não. Alexis tem uma rotina durante a semana, precisa seguir. Mas eu também não posso impedi-la de ver a filha.

— Claro que não, amor. Nós nunca fizemos isso, porque agora?

— Eu fiquei de conversar com ela depois para a gente entrar em um acordo, mas antes eu queria falar com você.

— Já pensou em algo? – ele balança a cabeça.

— Achei que com toda essa mudança, você com a gravidez de risco, a gente não tem dado toda a atenção que Alexis merece. Eu sei, a gente fica junto, se diverte, mas não podemos fazer as mesmas coisas de antes.

— Castle, vai direto ao ponto.

— Acho que vai ser bom para Alexis ficar com a mãe nos fins de semana. É apenas um mês... ela vai poder se divertir, brincar como antes, e você vai poder descansar melhor.

— Todos os fins de semana? – ele concorda e eu suspiro. – bom, eu acho que você está certo em tudo, concordo com tudo, mas... eu vou sentir falta dela.

— Eu também. – ele sorrir. – mas vai passar rápido. Meredith vai embora um dia depois do aniversário dela.

— Bom, então falta algum tempo para ela vir. Alexis sabe que ela ficará um mês?

— Não. Preferi não contar porque se ela mudar de ideia ver Alexis triste parte meu coração. Ela acha que vai ser apenas uns dias, e não o mês inteiro.

— Concordo com isso também. – sorrio fazendo um carinho em seu braço. – como está tudo em casa?

— Está linda e quase prontas. Deixa eu te mostrar as fotos.

Castle se deita ao meu lado na cama e começa a me mostrar as fotos em seu celular. O quarto dos meninos já estava quase pronto, estava com a cor que eu queria e os moveis já estavam lá prontos para serem montados. Nosso quarto ainda estava sendo pintado, mas ficaria bonito. O quarto de Alexis estava a cara dela, com um azul claro nas paredes e cortinas brancas. Estava quase tudo pronto, inclusive o local reservado para as crianças na sala, onde podiam deixar os brinquedos, desenhar e dormir se fosse necessário.

A casa estava realmente diferente, mas tudo ficaria do nosso jeito. Quando Castle chegou lá a casa já era mobiliada e reformada, depois ele deixou um pouco com a sua cara. Mas agora éramos nós depois e três filhos. A casa tinha que ser do nosso jeito. Falta pouca para que a gente possa se mudar de vez.

Assim que Alexis saiu do banho ela subiu na cama com seus livros e me pediu para ajudar no seu dever de casa. Ela não precisava disso, Alexis é inteligente o suficiente para fazer tudo sozinha, mas aquele era um momento nosso, onde ela me contava como tinha sido na escola e me mostrava o que aprendeu. Aquilo não era novidade para mim, mas para ela sim, e eu me mostrava encantada todas as vezes.

— Mãe, olha o que eu trouxe. – ela entra no quarto depois do jantar. Apensar de não levantar todos os dias para fazer a refeição na mesa junto com todos, eu não abri mão que Alexis fizesse isso.

— O que é isso? – pergunto rindo vendo a sacola enorme que ela carregava.

— Pinceis, lápis, papeis coloridos, papel de desenho, giz... tudo para a gente brincar. – ela me olha sorrindo.

— Mas isso é um exagero, Alexis. Você tem muito material de pintar...

E era verdade, ela tinha várias canetinhas, giz, lápis de colorir... ela tinha tudo, mas mesmo assim comprou como se não tivesse nada.

— As minhas canetinhas estão falhando e eu perdi alguns lápis. – ela joga os ombros. Às vezes ela tinha a mesma mania exagera do pai, comprava de tudo mesmo sem precisar.

— Onde está seu pai?

— Escrevendo. E tia Thereza saiu para encontrar a minha avó e não voltou para o jantar.

— Então seu pai fez o jantar?

— Sim. Nós jantamos hambúrgueres. – ela solta e rapidamente me olha com os olhos azuis arregalados.  Ela não deveria ter contado.— o papai fez a jantar.

Ela tenta concertar, mas não adianta. Apenas aceno com a cabeça e os olhos serrados.

— Vamos pintar, mãe. Hoje eu aprendi a fazer caricatura, vou fazer uma bem linda sua.

 

***

 

— Como foi a consulta? – Rick sussurra enquanto me abraça por trás.

— Achei que não fosse perguntar.

— Estava esperando o momento certo. – sinto um beijo em meu ombro. – e então, como foi a consulta?

— Bem. – sussurro de volta para não acordar Alexis, já tinha passado da hora dela dormir. – ela disse que esses desconfortos eram normais quando os bebês mexem muito, mas que não iria passar nenhum remédio pelo risco da gravidez.

Ele solta a respiração pesado.

— Odeio saber que você não está bem.

Senti o peso daquelas palavras. Castle realmente ficava mal só de pensar que eu esteja passando por alguma situação difícil. Pensei que ele tinha aprendido a lidar com a gravidez de risco, mas não, mesmo sem falar ele continuava se culpando por tudo que eu sentisse.

— Ei... – me viro de frente para ele e acaricio seu rosto. Minha barriga nos impedia de ficar mais próximos do que estamos, mas mesmo assim ele me abraça. – eu estou bem, os meninos estão bem. Esse desconforto vai passar. Olha só... – coloco sua mão em minha barriga. – eles resolveram me deixar dormir hoje. – sorrio e logo um sorriso surge em seu rosto também.

— Bom, então não vamos nos mexer muito porque pode acorda-los.

Eu rio.

— É melhor você se acostumar com isso, quando eles nascerem nós vamos ter que aprender a sussurrar, nos mover devagar...

— Passar a noite acordado. – ele completa e eu assinto.

— Mas por hoje... – puxo seus braços mais para perto. – vamos só aproveitar nossa noite de sono.

Ele concorda silenciosamente e beija meu rosto.

E diferente das últimas noites, nós dormimos agarradinhos como antigamente. Eu não sei se era porque os meninos resolveram descansar ou porque eu gosto de dormir assim com Castle, mas minha noite de sono foi a melhor possível.


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