-Sabe. - Violet não sabia bem por onde começar. - Eu sinto um vazio tão grande. - Ele a olhava nos olhos. - É como se eu fosse dependente dos outros. Eu só fico feliz se alguém me animar, e eu sei que isso é errado – A menina gesticulava. - A alegria tem que vir de dentro de mim, não dos outros. - O menino concordou com a cabeça – E às vezes eu sinto como se as pessoas me tratassem diferente. Talvez seja porque eu sou mais fechada, não sei.- A menina sorriu em direção ao garoto.

-Eu entendo. - Nick não gostava de ver aquela menina assim, ele queria ajudar. Não sabia como. E os olhos da menina se encheram de lágrimas.

O garoto a olhava e não sabia o que fazer. Ele olhou para os lados, fez movimentos hesitantes com as mãos e decidiu que o melhor que podia fazer era secar as lágrimas da menina.

-Não chora, não. - Ele disse passando as mãos nos cabelos da garota.

Ela sorriu. “Por que ele se importa?” era a pergunta que não saia da cabeça dela.

-Obrigada, pela ajuda. - Ela disse simplesmente, e secou as lágrimas. - Ontem e hoje.

-Não precisa agradecer. - Ele esticou os braços para um abraço.

Violet pareceu pensar por um minuto, mas logo aceitou o abraço. E naquele abraço a menina derramou todas as suas lágrimas, ela chorou tudo o que podia. E o menino por um momento se sentiu completamente vivo.

...

Ele sabia que ela não tinha contado tudo, claro. Não tinha contado os motivos pra ela estar se sentindo daquele jeito. Tinha dito apenas como se sentia. Mas ele não se importava, porque ela estava envolvida em seus braços, estava, finalmente, segura. Ele podia ouvir sua respiração. E mesmo triste ele se sentia bem, como se não faltasse nenhum pedaço seu.

O abraço e as lágrimas duraram mais algum tempo. Até que em fim cessou.

-Ás vezes eu dou risada o dia inteiro, mas de noite quando eu chego em casa. - Ela fez uma pausa. - Eu choro. - Confessou a garota.

Era incrível como aquela palavras chegavam a Nick. Ele se sentia comovido. - Coisa que nunca sentia por ninguém.

-Você não pode deixar isso acontecer! - O menino gesticulava, assim liberando a garota do abraço.

-Eu não vou mais deixar você ficar deprimida. - O menino sorria, enquanto a garota o fitava com olhos assustados.

Apesar de ter feito a promessa, o garoto não fazia ideia de como cumprir. (Nem de como começar.)

Depois de pensar um pouco, resolveu distrair a garota. Se ela não tivesse tempo, não poderia ficar deprimida. Nick via uma certa lógia nisso.

-O que você acha de ir ao cinema? - Nick disse, olhando a menina se recompôr.

-Eu acho meio longe. - Ela disse olhando na direção dele.

-Você não está ajudando. - Ele disse já se levantando do pequeno sofá.

-Aonde você vai? -Definitivamente ela não queria ficar sozinha. Não agora.

-Calma. - Ele disse, parecia ler os pensamentos dela. - Se você não vai ao cinema, o cinema vai até você. - Isso fez a menina se levantar também.

E mentalmente Nick acrescentou “A diversão começa agora!”.