Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Então gente, depois de muito tempo estou trazendo Problem para vocês, quem me acompanhou no tt viu que eu cheguei a comemorar a chegada das minhas "férias", iludida como sou, pensei que conseguiria avançar um pouco em minhas fics. Mas surgiram várias coisas que diminuiu esse recesso, por que não ouso mais chamar de férias, e para ser honesta, eu não só ia escrever né? Livros ali, Doramas do outro lado e Fics no meio, acabei lendo, assistindo e cuidando da minha vida pessoal também, então peço apenas que compreendam também meu lado.
Agora... Vamos aos agradecimentos, eu quero agradecer a "Naty Smoak Queen" por ter feito sua linda recomendação a fic, dedico esse capítulo a você e deixo aqui meu Xoxo especial. Obrigada a todos pela paciência e por não terem desistido nem de mim, nem da fic.
Boa leitura.



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OLIVER QUEEN

Cruzei os braços e limitei-me a observar o homem que estava a apenas poucos metros a minha frente. Minha impaciência duelando com diversão.

Ele estava jogado no chão da minha sala.

Jogado. No chão. Da minha sala.

Tommy Merlyn era patético.

— Você precisa ir embora. – Murmurei deixando de lado a diversão e focando apenas na impaciência. Eu tinha um compromisso, mais ou menos, a questão era que eu não tinha tempo para lidar com os dramas de Tommy no momento.

É claro que minha frase fez com que seu lado dramático respondesse com mais força.

— Como você consegue ser tão insensível assim? – Sua voz saiu abafada por que seu rosto estava enterrado no meu tapete. – Eu sou seu melhor amigo, eu estou sofrendo, mostre que tem coração.

Eu disse. Dramático.

— Ok.  – Assenti apenas buscando uma maneira de tira-lo de meu apartamento, logo. – Meu coração sangra por você meu amigo, mas outras partes do meu corpo, que eu certamente não preciso dizer qual, estão ansiosas por encontrar minha namorada.  – Escutei um protesto em resposta. – Então, levante-se e saia da minha casa, assim eu posso ir até a casa de Felicity e transar com ela. – Murmurei sem cerimônia.

— Pelo amor de Deus, Ollie. – Murmurou deitando-se de lado e apoiando sua cabeça em sua mão. – Como você é desprezível, amor não se limita a sexo.

— Não. – Concordei ignorando seu tom de falsa censura. – Mas somos muito bons fazendo isso para eu deixar de lado só porque você está nervoso com o seu casamento se aproximando.

— Eu não estou nervoso. – Negou prontamente.  – Eu apenas estou...

— Parecendo um lixo. – Falei olhando para o meu relógio. Eu não havia de fato combinado nada com Felicity, mas eu queria surpreendê-la, então eu não tentaria adocicar nada com Tommy, por que ele precisava partir, com urgência. Eu quase não havia visto Felicity direito, as últimas semanas foram agitadas e com a saída de Roy do hospital quase não nos vemos. – Você não fez a barba, você não come de verdade e sua dieta está limitando ao bom e velho café. Você está estressado e Caitlin também, eu estive em seu apartamento e o local parece um depósito com todos aqueles presentes, você ainda não conseguiu encontrar uma casa que agradasse sua noiva e mesmo estando tão perto do casamento nenhum dos dois conseguiu ainda escrever os malditos votos de casamento. Eu preciso citar o fato de que você estava com o nariz enfiado no meu tapete? – Murmurei incrédulo. - Sabe quem ama esse tapete? Luna, a gatinha que gosta de mijar nos lugares mais inapropriados. Levante-se, se recomponha e saia da minha casa, por que eu quero, na verdade, preciso encontrar minha namorada. – Exigi.

Ele me lançou um olhar avaliativo. Parecia estar extremamente focado.

— Caitlin ainda não terminou os votos dela? – Respirei fundo tentando não revirar os olhos com sua pergunta. É claro que ele ia pegar apenas isso de tudo o que eu havia dito, por que eu ainda me importava? Meneei a cabeça em descrença. Tommy Merlyn não ia me deixar de mau humor.

— Você acha que é o único que aluga meu ouvido com esse tipo de bobagem? – Retruquei. – Acredite, eu queria. -  Ele me encarou irritado e finalmente teve dignidade o suficiente para se erguer.

— Não é bobagem. – Negou. - Eu sei que você é um idiota que não consegue imaginar sequer a possibilidade de viver sem Felicity, e é incapaz de atribuir isso a palavra amor, mas eu não sou assim.  – Murmurou se aproximando. Optei por não responder seu comentário, ainda mais por que ele parecia não ter acabado. – Eu amo Caitlin, e eu quero casar com ela, as palavras que eu vou dizer nesse dia ficarão em sua memória para sempre, eu não quero estragar isso. Eu não posso estragar isso, Ollie.

— Você não vai. – Sorri tentando acalma-lo. – Vocês se amam, são perfeitos um para o outro e Caitlin? Ela é louca por você, você pode ficar mudo e ela saberá o que você está sentindo apenas o encarando. – Dei leves tapas em seu ombro. Ele sorriu agradecido. – Mas não fique mudo, seria constrangedor.

— Idiota. –Resmungou, mas mesmo a ofensa não pareceu ser dita a sério. – Por um breve momento você agiu como um padrinho decente.

— Então, você vai embora agora? – Perguntei com expectativa, mas infelizmente ganhando um olhar mortal como resposta.

Era pedir muito?

— Você deve ter... – Começou com tom irritado, porém antes que pudesse ouvir mais um de seus gracejos duas pancadas na porta fizeram com que se calasse. Estranhei por que havia interfone, e antes disso qualquer um que não fosse conhecido pelo porteiro e tivesse passe livre seria anunciado antes. – Tem algum problema com seu interfone?

— Pareceu funcionar quando você veio preparado para me infernizar. – Murmurei lhe lançando um olhar aborrecido, ele apenas deu de ombros e curioso como era me seguiu quando fui abrir a porta. Após encarar o nada demorei alguns segundos para baixar a cabeça e me ver diante um garotinho que me encarava hesitante.

Uma criança?

O que isso significava?

Seria o filho de algum vizinho?

— O quê...

— Com licença senhores, mas qual de vocês é o Sr. Oliver Queen? – Questionou me deixando impressionado com sua educação.

— Ele. – Tommy apressou-se em apontar para mim. Resisti à vontade de lhe dar um novo olhar aborrecido e me concentrei na criança que ao que parece procurava por mim.

— Eu sou. – Confirmei. – Quem é você, garoto? Onde está sua mãe?

— Olá Sr. Queen, eu sou Noah. – Murmurou empurrando uma carta minhas mãos. – Você é meu pai.

Por alguns bons segundos tudo o que fiz foi encara-lo, minha mente tentando reconhece-lo. O boné azul cobrindo seus cabelos, e os olhos azuis encarando-me fixamente enquanto minha mente explodia deixando apenas um branco e puro nada. A risada de Tommy encheu meus ouvidos e atraiu minha atenção fazendo com que eu deixasse de lado a criança momentaneamente. Fazendo me perceber o que realmente estava acontecendo.

Maldito idiota.

— Isso não é engraçado. – Murmurei erguendo um dedo. – Você não pode usar uma criança dessa maneira, isso é baixo. – Tommy me encarou com genuína confusão.

— Eu não sou responsável por isso. – Negou firmemente, mas sua seriedade se foi ao encarar a criança novamente. – Eu queria muito, mas eu estou apenas me divertindo à custa disso. – Completou dando leves tapas em minha costa. – Parabéns papai.

— Tommy... – Comecei ficando profundamente irritado. Se dependesse de mim, Caitlin se tornaria viúva antes mesmo de se casar.

— Não é uma brincadeira. – A criança murmurou chamando minha atenção de volta. – Eu juro. Você é meu pai.

— Garoto. – Murmurei tentando abordar o assunto com suavidade, a final era uma criança. Gritar com ele não ficaria bem para mim. Gritar com ele ou Tommy não resolveria nada, mas eu precisava admitir, eu estava tentado.  – Eu temo que você esteja errado.

— Por favor, Sr. Queen. – Murmurou soando triste, tendo a capacidade de até mesmo por um momento me fazer sentir culpado. – Leia a carta que minha mama escreveu para o senhor. – Franzi o cenho diante a forma que chamou sua mãe, estava todo formal comigo, mas ao chama-la daquele jeito finalmente mostrou seu ar infantil. Olhei para carta em minhas mãos percebendo que a havia segurando sem sequer notar. Com um suspiro audível e sem ver outra opção eu a abri, eu não podia ter um filho, não. De jeito nenhum.  Alguém estava armando para mim.

Não acho que Felicity me daria à oportunidade de explicar isso antes.

“Meu querido Oliver, eu sei que você não esperava que eu entrasse em contato novamente, não após tantos anos e com uma surpresa como essa, não lhe entregando um filho. O que tivemos foi algo de uma noite que eu sequer dei um segundo pensamento até o momento em que percebi estar grávida, sinto muito ter escondido Noah por todos esses anos, mas eu já não posso mantê-lo comigo, ele precisa do pai, e acredite em mim, você é o pai dele. Faça os exames que quiser, já preparei nosso filho para isso, apenas faça com cuidado, o ame, por que eu não tenho dúvida, Noah já ama o pai. Ao longo do ano eu estive falan...”

— Tem certeza que não tem dedo seu nisso? – Questionei Tommy novamente, pela primeira vez me preocupando com a mínima possibilidade de não ser uma brincadeira. Tommy meneou a cabeça em negativa. Olhei para a criança novamente e respirei fundo tentando pensar em uma maneira de administrar isso. – Garoto...

— Diga xis. – Ergui minha cabeça ao escutar a voz feminina e encarei boquiaberto Thea enquanto tirava uma foto minha, minha surpresa se dava mais ao fato de que ela estava acompanhada não só por Felicity, mas também por Sara Lance. A segunda encarava a criança a minha frente com um pequeno sorriso e a terceira assim como Tommy parecia ter uma crise de risos.

— O que diabos...

— Cuidado. – Felicity murmurou tapando os ouvidos do garoto que não pareceu nem um pouco incomodado com seu toque. – Seu filho não precisa escutar esse tipo de coisa. – O deboche em sua voz me fez ciente de quem havia sido a grande mente por trás disso.

— Você? – Perguntei incrédulo.

— Nós. – Sara sorriu.

— Por que você está metida nisso? – Perguntei confuso.

— Por que é divertido. – Deu de ombros não se dando sequer o trabalho de parecer ofendida. – Mas não se preocupe, eu já vou indo.  – Sara murmurou se despedindo. Seu olhar voltou-se para Felicity. – Obrigada por me deixar ver isso, eu realmente precisava vê-lo assim, tão... Fora de sua zona de conforto.

— Eu... Isso... O quê?! – Murmurei deixando meu olhar cair em Felicity novamente. Ergui a carta em minha mão. – Você fez isso?

— Tecnicamente, Sara fez. – Felicity respondeu. – Eu não queria arriscar que você reconhecesse minha letra.  – Confessou. – Thea se ofereceu também, mas as chances aí seriam ainda maiores.

— Isso não é engraçado. – Repeti ao notar que assim como Tommy, Felicity e Thea não conseguiam deixar de lado seus sorrisos estúpidos. – Por que você fez isso? – Questionei passando de irritado para confuso muito rapidamente. Pelo exatamente o quê eu estava sendo punido?

— Podemos entrar antes? – Ela perguntou ainda com um sorriso.

Eu que geralmente era obcecado por seus sorrisos, não conseguia evitar pensar que deste eu não gostava.

— Ok. – Assenti concordando. – Mas ele... – Apontei para o garoto que agora tinha abandonado todo o ar “cachorro abandonado” e “adote-me, por favor”, e agora sorria perversamente para mim. Pequeno diabinho.– Fica fora.

— Oh Deus. – Thea murmurou divertida. – Traumatizamos o Ollie.

— É uma criança Oliver, você não pode deixa-lo do lado de fora. – Veio a repreensão de Felicity.

— Ele entra. – Tommy falou guiando o garoto pelo ombro. – Eu virei seu maior fã. - Continuou. Logo seu olhar caiu no garoto. - Você merece um Oscar, criança.

— O senhor acha? – Sorriu enquanto caminhava lado a lado com Tommy. – Eu fiz Peter Pan na peça da minha escola ano passado. – Orgulhosamente o informou.

Meneei a cabeça observando-os entrar e fechei a porta atrás de mim. Cruzei meus braços e dirigi meu olhar para a autora disso tudo, minha namorada. Depois dessa, nada de sexo para a srtª Smoak.

— Então? – Questionei negando-me deixar isso de lado. – Quem é esse encrenqueiro, por que vocês fizeram essa brincadeira ridícula e por que diabos envolveram Sara Lance nisso? – Acrescentei ainda incrédulo com a participação da minha ex-cunhada, que parecia mais do que animada com toda a peça.

— Mais respeito com esse jovenzinho. – Murmurou ficando parada em minha frente e imitando minha postura ao também cruzar os braços. - Ele pode não ser Noah, seu filho, mas ele definitivamente é algo seu.

— Como? – Do que ela falava agora?

— Ele é Connor, meu irmão. – Revelou com um sorriso para o menino. – Seu cunhado. - Pisquei ao perceber que havia realmente deixado passar isso. Lembrei-me tardiamente que Felicity tinha um irmão mais novo e eu devia ter pensando nessa possibilidade antes. Eu só havia o visto na foto que ela mantém em seu quarto e para ser sincero, eu não havia dado muita atenção. Com renovado interesse encarei o garoto que apenas acenou alegremente.

Dissimulado.

Como pode uma criança ser assim?

— Encrenqueiro desse jeito, tinha que ser irmão da garota problema. – Murmurei não conseguindo impedir que a frase saísse da minha boca. Como resposta acabei ganhando um soco no ombro. – Ei, não pense que vou perdoar isso fácil.  – A alertei.

— Eu não estou pedindo perdão. – Respondeu prontamente. Então descruzou meus braços e me abraçou descansando as mãos em minhas costas. Eu deveria ser mais difícil que isso, mas acabei a abraçando também. – Mas eu acho que seria de seu interesse esquecer isso rapidamente. – Murmurou em meu ouvido.

— Não importa, a partir de hoje eu estou declarando greve de sexo. – Respondi de volta em tom igualmente baixo. Deixei meu olhar cair em Thea. – E qual foi sua participação nisso? – Perguntei erguendo minha mão apontando para ela.

— Toda. – Murmurou sem sequer parecer envergonhada, na verdade o grande sorriso que exibia ao responder era insultante. – Eu planejei, organizei e a convenci a fazer isso tão logo conheci o pequeno Connor.

É claro que era seria a verdadeira autora de toda a perversa ideia.

— Por quê? – Questionei buscando em minha mente o que eu havia feito dessa vez. Thea embora se divertisse com esse tipo de coisa, não fazia apenas por diversão.

— Vamos apenas dizer que embora Felicity tenha perdoado você por ter beijado outros lábios... – Veio a resposta que teve o poder de me surpreender. - Eu apenas estive quieta aguardando a oportunidade perfeita.

— Eu te amo, Thea. – Tommy murmurou. – Você é a irmã que eu sempre quis.

— Não, eu não sou. Por que eu não pegaria leve com você também. – Thea retrucou fazendo que ele apenas sorrisse.

— Thea, Tommy. – Murmurei chamando a atenção deles e segurando a mão de Felicity. – Por que vocês não cuidam do capet... Connor enquanto mostro algo a Felicity. – Exibi um sorriso forçado.

— Eu não posso ir junto? – Tommy perguntou claramente querendo se meter em algo que não lhe dizia respeito. O encarei ciente de minha expressão não deveria ser a mais encorajadora. Ele suspirou e voltou a encarar Connor. – Que tal um suco?

— Não, obrigado. – Escutei sua resposta educada enquanto eu já puxava Felicity até as escadas. Pensei que esperaria até chegarmos ao meu quarto para questionar minha atitude.

— Você ia chamar meu irmão de capeta? – Indagou parecendo aborrecida.

— Capetinha. – A corrigi. Não ajudou muito, como já era esperado, ela ainda assim me encarou com um olhar de censura. – O quê? – Ela apenas ergueu as sobrancelhas em resposta. Suspirei dando-me por vencido a guiando para o meu quarto. – Ok, Felicity, me desculpe por ter chamado seu irmão de capetinha, mesmo ele tendo tido a ousadia de me chamar de pai. – Concluí a frase dita em tom tedioso com uma pitada de ironia no final.

— Vamos trabalhar essas desculpas melhor, depois. – Falou indo direto para minha cama. E se sentando. – Por que estamos aqui? – Perguntou por fim.

— Por que eu não sabia que ainda tínhamos um problema relacionado a Isabel. – Confessei. Na verdade, eu sequer havia mais pensando nisso até então. Ela meneou a cabeça com um sorriso. – Pensei que era melhor discutirmos isso logo. – Acrescentei.

— Esqueça Isabel, ela não é meu problema agora. – Falou chamando-me com um gesto pequeno para ir até ela. – A brincadeira foi toda por parte de Thea. – Esclareceu. - Eu só achei engraçado o suficiente para participar. O que eu vim falar hoje com você é sobre outra coisa. – Confessou. Franzi o cenho ao perceber pela primeira vez desde que ela chegou, certa inquietação.

— Algo está errado? – Perguntei me aproximando e sentando ao seu lado. Toda a brincadeira sendo esquecida, ao menos por enquanto.

— Connor está na cidade. – Falou simplesmente.  Levou certo tempo até que eu pudesse perceber qual era de fato o seu ponto.

— O que significa que seu pai também está. – Assenti.

— Eu não sei o que ele quer. – Falou séria. – Ele veio logo após o acidente, mas eu não queria vê-lo, apenas conversei brevemente com minha mãe. – Respirou fundo antes de continuar. - Ambos pareciam preocupados, e não parecia justo ignora-los. – Assenti concordando. - Mas apesar de saber que isso é algo horrível ao falar do seu pai... Eu não confio nele – Confessou. -  E agora ele voltou com Connor, por que ele sabe que com Connor eu não tenho como negar sua aproximação.

— Vocês conversaram? – Perguntei ficando atento ao seu rosto, buscando qualquer sinal de inquietação. Eu sabia como era difícil seu relacionamento com seu pai, mais até do que com sua mãe. Eu podia perceber que Felicity amava a mãe, mas sua raiva e ressentimento com seu pai acaba se estendendo para Donna Smoak. Não havia como negar também, que apesar de toda sua falta de confiança em seu pai, Felicity o amava.

— Ele tentou. – Disse. – Mas isso não é bem o que interessa. – Murmurou hesitante. – Além de estar todo atencioso, ele vem até mesmo criticando Cooper. – Explicou. – E pior...

— Pior? – A interrompi.

— Ele disse que quer te conhecer. – Soltou fazendo com que eu a encarasse perplexo.

— Me conhecer. – Repeti. – Devo agendar um neuro para seu pai? Já nos conhecemos. – Infelizmente. Acrescentei mentalmente.

— Como meu namorado. – Explicou. – Quer um jantar e tudo, um jantar em família. – Completou. Eu não podia fazer outra coisa se não apenas encara-la. Por que tudo o que ela me dizia soava irreal demais. O mesmo homem que havia pedido para que eu me afastasse de sua filha, mandado na verdade, agora queria me encontrar como meu futuro sogro? O que ele estava aprontando? – A coisa toda ainda consegue piorar.

— O que? Agora ele disse que nos dá sua benção? – Questionei em tom de brincadeira, mas temendo que o exagero de Damien houvesse chegado a tanto.

— Ele disse para convidar sua família também, todo mundo, não apenas sua irmã. – Concluiu.

— Minha família. – Repeti. Ela acenou em confirmação. – Com... Por quê? Nem eu consigo reunir meus pais para um jantar civilizado apenas comigo e Thea. – Confessei, e não era algo que desejássemos, fazíamos apenas por pura obrigação. - Na verdade meu pai não se reúne com ninguém ao menos que ele tenha algum inten... Oh.

— Oh?- Foi sua vez de repetir o que eu dizia. – O que “Oh” significa.

— Um fato interessante. – Murmurei cruzando meus braços. – Meu pai entrou em contato comigo também. – Falei lembrando-me da estranha ligação de semanas atrás, é claro que apenas escutei tudo esperando apenas o momento de poder desligar. Eu não havia dado um segundo pensamento desde então, mas agora, parecia ser algo a não se ignorar. - Ele não falou nada sobre um jantar, mas falou que devíamos no ver mais e chegou a acrescentar que sente minha falta. Que seu pai tenha falado com você na mesma semana, que queira falar comigo e conhecer minha família, isso só pode significar uma coisa... – Murmurei deixando a sugestão no ar. Ela me encarou apenas alguns segundos antes de chegar na mesma conclusão que eu, quase na verdade. Por que ela podia ter usado palavras melhores.

— Oh. – Murmurou parecendo até mesmo aflita. – Oh merda, você é meu novo Cooper.

— O quê?! – Soltei me levantando da cama. – Eu nunca fui tão ofendido.

— Desculpe. – Pediu vindo até mim. – O que eu quis dizer, é que meu pai planeja uma aliança com o seu, e mais uma vez está pensando em me usar para isso. – Explicou. - Ah merda, eu me nego a isso. – Murmurou parando.

— Se nega? – Perguntei divertido. – Eu espero que seu desespero não vá longe o suficiente até terminar comigo para não fazer a vontade de seu pai. – Comentei.

— Bem...

— Felicity!

— Ok. É claro que eu não faria isso. – Murmurou tornando a se aproximar. – Eu só não vejo muito como isso o ajudaria, eu quero dizer, com o pai de Cooper havia muito dinheiro investido e o próprio Cooper tinha interesse em entrar na política, mas você?! Eu posso ver como seu pai e meu pai podem se beneficiar, eu entendo todo o lance de apoio político, e dinheiro também, mas eles podem fazer isso sem nos envolver. – Deu de ombros. – Principalmente tendo em conta que você não tem nenhum interesse em entrar na política.

— Não. – Concordei. - Não tenho, mas meu pai sempre quis isso para mim. – Expliquei. – Primeiro ele me queria envolvido com os negócios da família, o que eu não fiz. O desapontei quando o informei que ia cursar medicina, fez várias ameaças, a mais cliché é claro de me deixar sem nenhum centavo, qualquer apoio financeiro iria embora, assim como a herança.

— E então? – Questionou-me com curiosidade.

— Sou tão cabeça dura quanto ele. – Dei de ombros. – Não voltei atrás, e ele percebeu que eu falava a sério. – Continuei. – Passou então a me apoiar pública e exageradamente, você sabia que grande parte daquele hospital me pertence? – Perguntei a surpreendendo. – Foi difícil ganhar o respeito dos meus colegas depois disso, ainda mais de meus superiores, que me encararam como o principezinho do hospital, o playboy que estava ali apenas para servir como status para o papai.

— Droga, eu planejava entrar nesse hospital. – Murmurou chamando minha atenção. – Agora não quero ser apenas a namorada do dono do hospital. – Fez careta. – Alex provavelmente me chamaria de “A primeira dama”. – Sorri diante a seriedade com que falava.

— Não seja tola, você ainda tem alguns anos até isso acontecer. – A lembrei. – Até lá, você não será mais apenas minha namorada. – Tão logo terminei a frase, eu soube que deveria ter ficado calado. Ela me encarou perplexa.

— Você já tem planos de terminar comigo? – Questionou-me tensa.

— É claro que não. – Neguei rapidamente. – Praticamente só agora que estamos confortáveis com todo o lance namorados. – Lembrei.

— Hum. – Assentiu, embora ainda parecesse um pouco irritada. A observei se virar indo em direção à porta do quarto. – Melhor descemos por que Connor... Espere. – Eu que havia tomado alguns passos em sua direção, parei ao escutar a palavra. Ela ainda estava com a mão envolta do trinco da porta quando se virou em minha direção. – Se isso não foi um aviso prévio de término de namoro... Foi um pedido de casamento?

Pela segunda vez no dia, e ainda estávamos apenas no período da manhã, senti meu cérebro e possivelmente meu coração, congelar. Seria possível que eu não sobrevivesse a esse dia.

— O quê? – Repeti soando extremamente estúpido.

— Se não vamos estar mais namorando, só há duas opções: Ou terminamos ou passamos para o próximo nível. – Respondeu calmamente. – Então, qual foi a opção que você pensou quando falou aquilo? – Voltou a perguntar.

— Eu... Eu...

— Eu assustei você, não foi? – Sorriu parecendo divertida. Sem hesitar veio até a mim, que ainda a encarava perplexo e envolveu meu rosto com ambas as mãos. – Não se preocupe, eu estava apenas brincando. – Como se para me acalmar me beijou brevemente, seu sorriso ainda estando presente.

— Você realmente precisa repensar na sua definição de brincadeiras. – Falei. – Por que mal o dia começou e eu já tive dois princípios de ataque cardíaco. – Reclamei.

— Não seja dramático.  – Murmurou se afastando, mas dessa vez envolvendo minha mão com a sua e puxando-me consigo. – Vamos, eu prometi a Connor um dia de diversão, e eu esperava que você pudesse participar, hoje é seu dia de folga, certo? – Perguntou embora já soubesse a resposta.

— Sim. – Assenti segurando um suspiro.  – Mas realmente preciso passar com ele?

— Meu irmão? – Estranhou.

— Meu filho postiço. – Reclamei.

— Nós realmente o traumatizamos. – Meneou a cabeça. – Você realmente não quer ir por conta dessa brincadeira?

— Quais são os planos para hoje mesmo? – Perguntei tentando desviar sua atenção, e recuperar um pouco da minha dignidade. Ela aceitou a mudança e passou a descer as escadas na minha frente.

— Connor queria ir para o hospital, mas eu já vetei.  – Anunciou. – Filmes e séries têm enganado as crianças e deixado esses cenários mais divertidos do que realmente são para sua idade.  – Comentou me lançando um olhar por cima do ombro. – Ele adora jogos, então pensei em leva-lo para o shopping.  Poderíamos comer algo por lá mesmo. – Sugeriu.

— Você quer realmente que eu vá com vocês? – Questionei indeciso. – Parece um programa em família e eu compreendo que você queira passar um tempo com seu irmão, então...

— Eu quero passar um tempo com você também. – Falou se virando e parando. – O que há de errado Oliver? É por causa da brincadeira, ou qualquer situação que envolva nós dois e uma criança o assusta realmente? Se isso te incomoda sinta-se livre para levar sua irmã também, ou apenas não vá. – Deu de ombros. – Eu só queria juntar minhas duas pessoas favoritas e passar um dia com elas, mas se isso é tão difícil para você, eu posso ficar com Connor apenas, por que esse é um aviso, eu não vou te escolher acima dele. – O silêncio que se seguiu a sua frase me fez perceber que estávamos em uma posição em que qualquer um poderia tê-la escutado, olhando ao redor percebi que nem Tommy, nem Thea estavam por perto, o que me fazia questionar onde eles se enfiaram, mas antes que eu pudesse ir atrás dos três, eu tinha que deixar algo claro. Descendo um degrau me aproximei mais dela.

— Eu nunca pediria que você me colocasse a frente de qualquer familiar seu, mesmo seu pai. – Falei. – Por que eu odiaria estar em uma situação em que tivesse que escolher entre você e Thea, eu seria incapaz de fazê-lo. – Expliquei. – Não é que eu não queira passar um tempo com vocês, eu só senti que estava me intrometendo em um momento íntimo, e sim, eu ainda acho seu irmão um diabinho, mas não estou tão irritado assim com a brincadeira. – A observei com atenção. - E agora eu percebo que você está bem mais tensa do que eu imaginei, o que você está escondendo de mim?

Ela me encarou hesitante, deixando-me impaciente e preocupado na mesma medida. Após alguns segundos refletindo sobre o que iria me contar ou não, uma resolução chegou ao seu olhar.

— Podemos ter esse dia sem preocupações? – Pediu. Inclinei minha cabeça a estudando, cada vez mais intrigado sobre o que não estava me contando.  – Eu juro que conto tudo o que quiser ouvir, depois, eu devo isso a Connor, e nós dois devemos a nós mesmos.

— Felicity...

— Por favor.  – Insistiu.

— Está bem. – Cedi, percebendo que ela realmente precisava disso.  – Mas depois, não quero que me esconda nada.

— Tudo bem. – Sorriu.

— Agora, onde está a combinação mais assustadora e que jamais deveria ter sido deixada sozinha? – Perguntei olhando ao redor.

— Bem aqui. – Tommy gritou da varanda. Sua resposta rápida me fez perceber que na verdade eles estavam escutando tudo. Sem demora fomos até eles. – Embora eu ache que nos chamar de combinação assustadora, seja um pouco exagerado.

— Por favor, só em ter você e Thea juntos já me deixa preocupado. – Rebati o que o fez rir sonoramente.

— Após passar alguns momentos com esse rapazinho aqui, eu não acho que eu seja mais seu maior problema. – Tommy negou apontando para Connor. – Estávamos em uma discussão, que começou sobre dinossauros, passou para Marvel vs Dc e terminou é claro no assunto de origem.

— Dinossauros? – Perguntei encarando Connor que havia ido até Felicity, ela tirou seu boné e ajeitou seu cabelo apenas para colocar o boné novamente. Ao que parecia era um gesto seu.

— Não. – Connor negou. – Eles disseram que eu podia ser realmente seu filho. – Murmurou calmamente. Essa criança não era normal.

— O quê? – Perguntei perplexo por ainda estarmos nisso.

— Olhe direito. – Tommy falou. – Tire o boné de novo. – Pediu a Felicity que achando graça fez exatamente como pediu. – Ele poderia ser seu filho.- Afirmou convicto.

— Não tem graça.  – Murmurei irritado

— O que você andou fazendo cerca de 8 anos atrás, Ollie? – Thea me perguntou com um sorriso de deboche.

— Apenas pare. – Trinquei os dentes.

— O que acha Connor? – Para minha surpresa foi Felicity que perguntou a criança, também participando da discussão e o envolvendo. O garoto me encarou seriamente, seus olhos me analisando.  Ele realmente estava considerando. – Ele poderia ser seu pai?

— Eu devo lembrar que ele já tem um pai? – Perguntei constrangido.

— Ele é adotado. – Felicity respondeu prontamente.

— Felicity! – A repreensão dessa vez não veio só de mim, Tommy e Thea se juntaram. A esse ritmo o garoto realmente pensaria que eu era seu pai.

— O quê? – Perguntou inocente. – Ele sabe. Não é mesmo Connor? – O questionou.

— Mamãe não queria que eu descobrisse sem querer.  – Connor respondeu inabalável. – Ela sempre falou que eu tinha outros pais, fora eles dois.

— O mesmo comigo. – Felicity falou. – Minha mãe nunca deixou que eu esquecesse que eu havia tido um pai antes. Não se preocupem com isso, nem mesmo meu pai escondeu de Connor que ele é adotado, ele não liga. Connor sempre brinca comigo, ele aponta alguém e eu digo se parece o suficiente ou não para ser seu pai.

— Isso parece errado.  – Falei por um momento me esquecendo de que Connor estava escutando tudo isso.

— É divertido. – Connor interveio. – Ainda mais quando eles fazem a mesma cara que você fez quando ela me perguntou. – Sorriu abertamente.

Pequeno encrenqueiro.

— Ok, eu vou perdoa-lo por que a única referência de diversão que você tem é sua irmã. – Falei me abaixando para ficar no nível de seu olhar. – Mas nunca mais faça isso, por que não é divertido. – Como resposta eu apenas ganhei um sorriso. Ele encarou Felicity novamente e ergueu sua mão, só então percebi que ela ainda segurava seu boné. Ela o entregou e ele rapidamente o colocou.

— Ele poderia. – Murmurou para ela.

— Ei! – Comecei a protestar. – Vocês...

— Thea vai com a gente? – Felicity perguntou me interrompendo.

— Para onde? – Thea perguntou confusa.

— Prometi um dia de diversão para Connor, lembra? – Felicity a lançou um olhar apelativo. Ao que parecia Thea já sabia e não estava envolvida nos planos, não até eu deixar Felicity desconfortável.

— Eu adoraria.  – Thea sorriu diretamente para Connor. – Eu ainda preciso convencê-lo o por que do Batman ser melhor que o homem de ferro.  - Tommy sorriu e bateu as mãos em um gesto cheio de expectativas, logo tirou seu celular.

— Ótimo, deixa só eu ligar para...

— Ninguém te convidou. – O cortei.

— Mas...

— Não. – Neguei.

— Eu vou. – Falou com firmeza.

— Não, não vai. –Repeti.

— Eu vou pelo garoto, não por você. – Falou.

— Eu não me importo, eu vou estar lá. – Retruquei.

— Então não vá. – Devolveu. - Eu vou.

— Você precisa escrever seus votos. – O lembrei.

— Você precisa parar de me lembrar disso. – Ergueu um dedo em ameaça.

— Eu prometi a Caity que você já tinha escrito essa porc... Isso. – Corrigi-me não tão a tempo.

— O quê? Por quê? – Questionou-me incrédulo.  – Nunca faça promessas em meu nome. – Murmurou entredentes.

— Ela estava me enchendo o saco sobre esses votos, e você não fazia nada a não ser encarar as folhas em branco, o que eu deveria ter feito? – Perguntei com genuína curiosidade.

— Ficado calado. – Felicity respondeu. – Ouça, todo mundo está convidado, podemos ir? – Murmurou parecendo cansada.

— Você vai deixa-lo ir conosco? – Perguntei a encarando. – Não podemos deixa-lo em casa? – Pedi.

— Eu virei seu animal de estimação agora? – Tommy reagiu indignado.

— Eu gosto de Tommy. – Felicity respondeu. - Ele é seu melhor amigo, por que você o está tratando assim?

— Ele realmente me maltrata não é mesmo? – Intrometeu-se.

— Tommy, pare! – Exigi.

— Eles sempre foram assim. Faz parte do pacote, Felicity. Abrace o pacote. – Thea falou meneando a cabeça. – Vamos sair do apartamento, assim a única opção deles é nos seguir ou ficarem no apartamento discutindo que nem duas crianças.

— Eu sou uma criança, e eu não faço coisas assim. – Connor se defendeu.

FELICITY SMOAK

Cruzei meus tornozelos e coloquei meus pés sobre a cadeira vaga a minha frente. Oliver estava ao meu lado ocupado acabando com o restante de seu milk-shake de morango. Seus olhos atentos a pista de boliche. Eu queria rir, por dois motivos, eu nunca pensei que Oliver fosse o tipo grande homem com alma de menino que escolhe um milk-shake de morango, e por que embora ele tenha se esforçado muito para não gostar de Connor, estava na cara que meu irmão já havia o conquistado.

— Ele vai ganhar de Tommy.  – Murmurou admirado.

— O que há demais nisso? – Perguntei ainda fixando minha atenção em seu rosto.

— Tommy é o tipo de desocupado que ninguém consegue vencer no boliche. – Explicou-me sem me encarar ainda.

— Um médico desocupado? – Questionei admirada.

— Apenas Tommy consegue fazer isso. – Respondeu.

— Oliver...

— Sim? – Perguntou distraído.

— Por que você não queria passar o dia com meu irmão? – Perguntei direta. – E não diga que foi pela brincadeira.  – Pedi. – Eu sei que não foi. – Ele finalmente me encarou, seu semblante sério, após uma respiração profunda ele deixou de lado a bebida infantil e voltou-se completamente para mim.

— Não é que eu não goste de Connor. – Começou. – Ele é uma ótima criança, adulta demais para sua idade em minha opinião, mas ele é ótimo. E eu sou um pediatra, eu tenho que gostar de crianças, é apenas que, justamente por ser um pediatra eu as vejo muito e sempre brevemente, muitas das crianças com que convivo não estão como Connor, esbanjando energia, eu sei como tranquiliza-las, sei como lhe dar carinho e atenção, até certo ponto posso prometer protege-las, mas eu não sei como lidar com uma criança em seu melhor momento, com sua língua afiada e pensamento rápido, Connor é o tipo de criança que se gostar de você, você só vai saber disso eras depois, mas se ele te odiar, você saberá em questão de segundos. – Deu de ombros. – Crianças felizes e saudáveis me assustam.

— Isso é chato. – Confessei. – Pensei que havia algum segredo como filho escondido, ou algo do tipo.

— Que tipo de filmes você anda assistindo? – Questionou-me lançando-me um olhar repreensivo.

— Nenhum. – Respondi. – É só que você é tão perfeito. – Reclamei. – Tem que ter algo falhando.

— Eu não sou perfeito. – Negou rapidamente.

— Eu não falei como se fosse bom. – O corrigi. – Você me tratou mal no começo, e tem todo o lance com Isabel, não é assim que eu estou falando. – Negou.

— Diga-me, o que faz de mim perfeito? - Indagou.

— Você tem a aparência perfeita. – Esclareci. – O emprego perfeito, a vida perfeita. Você é rico, vive sozinho, corre pelas manhãs e salva vidas todos os dias. Você continua me chamando de anjo, mas às vezes parece que eu deveria estar o chamando assim.

— Não ouse roubar meu apelido de mim. – Brincou.

— É sério Oliver, tudo está perfeito demais. – Falei em tom sério.

— Você está estranhando as coisas indo bem e está esperando o momento em que não vai dar mais certo, não é? – Questionou-me sério. Não pude evitar assentir concordando, ele segurou minha mão e fez com que eu trocasse de lugar sentando-me em seu colo, preocupada com a reação, observei ao redor, mas ninguém parecia estar nos observando. - O que aconteceu que você não está me contando?

— Nada. – Murmurei limitando-me a acariciar seus cabelos.

— Felicity...

— Mais tarde eu conto. – Tornei a prometer. Não era algo que ele apenas deixaria de lado se eu contasse.

— Está bem. – Cedeu. – Espero que mais tarde seja o suficiente.

— Está tudo bem Oliver, eu só senti falta disso. – Murmurei o abraçando pelo pescoço. – Não tivemos muito disso.

— Nem daquilo. – Lembrou-me com um sorriso malicioso.

— É claro que você não deixaria essa questão de lado. – Retruquei com diversão.

— Eu tenho uma pergunta. – Murmurou enquanto seu nariz roçava meu pescoço. Fazendo-me lembrar de que eu realmente sentia falta daquilo também.

— Hum?

— Com quem ficou a gata hoje? – Sorri surpresa com sua pergunta descontraída.

— Oh com o muito relutante Diggle, é claro. – Respondi. Ele ia dizer algo a mais quando uma bolsa feminina foi jogada com certa brusquidão em nossa mesa.

— Atrapalhei o casal? – Caitlin murmurou com um sorriso doce. Doce demais. Sem demora saí do colo de Oliver.

— Olá...

— Sem comprimentos. – Negou-se sentando na cadeira ao lado de Oliver e batendo em seu braço.

— O quê?!

— Você tinha uma missão! Uma. – Falou. – Só tinha que ajuda-lo com os malditos votos, e então me dizer como ficou, para que eu pudesse corrigi-los a tempo. E você vem e me traz ele para jogar? Isso é um novo tipo de despedida de solteiros? O que ele quer fazer? Relembrar a infância antes de se casar? – Perguntou agitada.

— Oh. – Soltei percebendo minha mancada.

— O quê? – Oliver perguntou-me preocupado.

— Lembrei que fiquei de fazer uma despedida de solteira para Caitlin. – A encarei sem graça. – Desculpe.

— Eu supostamente tinha que fazer uma para Tommy também? – Oliver perguntou procurando o amigo com o olhar, mas parou ao levar dessa vez dois tapas, um em cada braço. – O quê?

— Nada de despedida de solteiro. – Falamos juntas.

— Por que você está aqui? – Oliver a questionou lançando um olhar ferino.

— Thea me chamou. Eu não entendi nada. – Confessou. – Mas diante a possibilidade de ele estar tendo uma despedida de solteiro, eu vim correndo. Mas me enganei, o que vocês estão fazendo aqui mesmo? E onde está meu noivo?

— Ali. – Indiquei. Tommy estava entregando uma bola roxa a Connor enquanto Thea os estava filmando.

— Quem é o garotinho fofinho?

— Connor.  – Oliver falou. – Observe e veja-o derrotar seu noivo patético.

— Ninguém ganha de Tommy. – Caitlin negou.

— Apenas assista.

— Você quase parece um pai orgulhoso. – Brinquei.

— Não começa.

— O que eu perdi? – Caitlin perguntou voltando a me encarar, mas Oliver segurou seu braço fazendo com que ela voltasse a se concentrar na pista no exato momento em que a bola derrubou todos os pinos e Connor superou a pontuação de Tommy. – Ok, aquilo não é uma criança. De quem é aquela criança?

— Felicity. – Oliver respondeu distraído.

— Como é que é? – Caitlin me encarou incrédula.

— Ele é meu irmão.  – Esclareci. Cutuquei Oliver com o joelho. – Você estava esperando para fazer isso não é mesmo? – Sabia que ele estava esperando o momento certo de vingança.

— Como é a sensação? – Perguntou com um sorriso estúpido no rosto.

— Nada de especial, já que eu conheço bem meu parentesco com meu irmão.  – O lembrei. Caitlin ergueu a mão chamando nossa atenção.

— Continuo perdida aqui.  – Lembrou.

— Ah, fizemos uma brincadeira com Oliver, ele não soube lidar.  – Dei de ombros.

— Quero mais detalhes. – Exigiu.

— Ela fez aquele garoto ali bater na minha porta e se passar por Noah, meu filho. – Oliver murmurou aborrecido, o que não amenizou nem um pouco quando Caitlin abriu um sorriso enorme. – Com carta e tudo.

— Eu sabia que havia uma razão para gostar de você.

— Para ser honesta a ideia toda veio de Thea. – Confessei. – Embora para Oliver, isso não pareça ser importante.

— Thea sabe que vai ter que ficar olhando por cima do ombro daqui em diante. – Limitou-se a responder.

— Fico feliz por meu irmão ainda ser uma criança. – Comentei por fim.  – Não sei se saberia lidar com essas constantes batalhas como as de vocês dois. – Oliver segurou um riso. – O quê?

— Honestamente, eu não sei se o planeta sobreviveria a vocês dois. – Oliver respondeu.

— Se o planeta está resistindo a você e Thea, não sei por que conosco seria o contrário. – Brinquei.

— Se você diz. – Foi sua resposta.

— Odeio interromper essa estranha competição, mas onde está seu irmão? – Caitlin murmurou chamando minha atenção. – E a outra criança que ocasionalmente eu chamo de noivo? – Continuou se erguendo. Olhei na direção que eu sabia antes eles estavam, apenas para confirmar o que ela já havia dito, e embora Thea permanecesse no mesmo lugar, dessa vez checando algo em seu celular, nem Tommy, nem Connor estavam mais.

— Na certa, Tommy foi atrás de mais comida. – Oliver murmurou despreocupado. Passaram-se alguns minutos nos quais fiquei ainda mais inquieta antes de dizer a Oliver que ia atrás deles, mas Oliver me impediu ao segurar meu braço. – Olha, eles estão vindo. – Oliver apontou na direção oposta e de fato tanto Tommy quando Connor traziam consigo um sorvete cada, sorri quando vi Tommy quase derrubar o seu ao perceber que sua noiva estava conosco e então apressar seu passo, forçando Connor a andar mais rápido também, mas meu sorriso se foi ao perceber que Connor não sorria, ele na verdade parecia muito triste e logo pude perceber o por quê.

— O que aconteceu com seu boné? – Perguntei assim que ele parou em minha frente. Observei ele respirar fundo reunindo coragem para dizer.

— Eu o perdi. – Murmurou. – Desculpe. – Pediu triste. – Você me deu...

— Hey. – O interrompi acariciando seus cabelos. – É só um boné. – O tranquilizei. – Eu apenas perguntei por que você nunca o tira, pensei que havia acontecido algo.

— E aconteceu. – Tommy murmurou após beijar Caitlin delicadamente, ela logo pegou o sorvete em suas mãos. Observei Connor tornar a comer o seu enquanto Tommy continuar explicando. – Eu o deixei esperando enquanto fui para a fila, ele disse que um homem esbarrou nele. – Informou-me. Isso me fez franzir o cenho, estranhando toda a situação.

— Seu boné caiu ou tiraram de sua cabeça? – Perguntei já entrando em meu modo protetor. – Quem era? Viu o rosto?

— Ele tirou, mas não vi seu rosto. – Confessou. – Havia muitas pessoas. – Deu de ombros.

— Está tudo bem. – Assenti. – Vamos para casa, depois eu lhe dou um novo. – Prometi antes de encarar Oliver que me lançou um olhar de dúvida. – Podemos ir? – Ele assentiu embora parecesse ainda confuso, sem demora segurei a mão de Connor e me levantei. – Thea...

— Ela estava falando com Roy. – Tommy falou. – Vão na frente, ela veio comigo de qualquer forma. – Sorriu. – Eu levo as duas. – Apontou sua cabeça para Caitlin. Ela lhe lançou um olhar divertido.

— Você leva Thea. – O corrigiu. – Cheguei sozinha, eu vou embora sozinha.

— Mas...

— Ah e não se importe em passar em casa mais tarde. – Murmurou. – Eu acho que com o casamento chegando, nós dois precisamos de um tempo separado do outro. Quem sabe você sentindo minha falta não lhe dá certo incentivo para terminar... Ou melhor, começar aqueles votos?

— Eu não gosto disso. – Tommy rebateu.

— Eu sei. – Caitlin sorriu contente, antes de com um último aceno se despedir e ir embora.

— Por que eu estou sendo punido? – Tommy questionou Oliver enquanto a encarava se afastar. – E ela levou meu sorvete.

— Acostume-se, essa será uma pergunta constante nos próximos anos. – Oliver respondeu divertido. O lancei um olhar reprovador. – Mas o amor de vocês dois pode contra tudo. – Acrescentou forçando-se a ficar sério. Revirei meus olhos, por que a frase toda pedia isso, estava claro que ele a disse por minha causa. – Vamos? – Oliver chamou-me. Despedi-me de Tommy e pedi que informasse a Thea que ligaria mais tarde, Tommy ainda perplexo assentiu concordando.

— Você vai me dizer por que está tão preocupada assim? – Oliver perguntou apenas quando já chegamos ao seu carro. Respirei fundo antes de assentir, mas então lancei meu olhar até Connor. Oliver pareceu compreender, pois acenou de volta. – Mais tarde.

— Mais tarde.  – Concordei. Connor correu até o carro tão logo Oliver apertou o botão para abrir as portas e sem demora entrou, um pouco mais devagar caminhei até a da frente e a abri, mas parei em brusco quando meu olhar encontrou a figura masculina encostada de forma displicente a uma árvore, Oliver que estava distraído entrou no carro sem perceber em nenhum momento minha hesitação, ele sequer pegou o momento em que Cooper acenou para mim e com um sorriso infantil tocou a aba do boné sobre sua cabeça em um cumprimento.

O boné de Connor.

Seu sorriso se transformou deixando-me mais alarmada, ele piscou, tudo nele parecia ser uma promessa. Uma ameaça.

Até em breve.

— Anjo? – Ao escutar a voz de Oliver e perceber que Cooper já havia ido, forcei-me a entrar no carro, sentia-me fria e não pela primeira vez, assustada. – Tudo bem?

— Só nos tire daqui. – Pedi com urgência.

— Lis? – Connor murmurou ansioso ao perceber minha agitação.

— Está tudo bem. – Murmurei tentando parecer tranquila. – Eu só prometi a nossa mãe que não demoraria muito, lembra?

— E ela disse que eu podia passar o dia com você. – Retrucou. – Eu não quero ir para o hotel agora.

— Sinto muito. – Murmurei sincera.  – Eu havia esquecido que tinha um compromisso mais tarde. – Menti. – Nos vemos amanhã, ok? – Ele pareceu que ia argumentar mais e eu estava me preparando para isso, mas após alguns segundos ele apenas assentiu concordando. Oliver nos encarou preocupado, mas se limitou a fazer o que eu pedi, o trajeto até o hotel foi feito em silêncio, principalmente porque era notável que Connor estava decepcionado, quando paramos minha mãe já estava na calçada o aguardando, eu deveria descer e falar com ela, mas minha prioridade no momento não era exatamente essa, olhei para trás para me despedir do meu irmão, mas ele já abria a porta e saia as pressas.

Oliver foi paciente, apenas quando entramos em seu apartamento foi que seu olhar caiu sob mim com desconfiança, até então tinha sido apenas olhares de esguelha para se certificar que eu estava bem.

— Então. – Oliver murmurou guiando-me até o sofá. – O que aconteceu que a deixou tensa por todo o dia, porque ficou preocupada depois com Connor?

Não havia maneira delicada de entrar no assunto, então resolvi apenas contar tudo de vez.

— Como eu disse, eu tenho falado com meu pai.  – Comecei. – É estranho, mas eu meio que compreendo o porquê essa necessidade de aproximação tão de repente, Diggle nos chamou para uma reunião informal, ele tinha um homem de confiança investigando meu acidente, por que ele parecia incomodado demais e desconfiado sobre ele.  Principalmente pelo fato de que a pessoa fugiu e não prestou socorro. – Falei.  – A questão é que ele descobriu quem nos acertou. Foi proposital. – Concluí o observando ficar ainda mais tenso.

— Foi Cooper.  – Deduziu

— Foi Cooper. – Confirmei. – Diggle e meu pai tem tentado acha-lo, o pai de Cooper afirma não tê-lo visto há dias, Cooper não era visto por ninguém há dias. – Continuei. – Até hoje.

— Hoje. – Oliver repetiu. – Você o viu no shopping.

— No estacionamento.  – Confirmei. – Ele estava com o boné de Connor. Era um aviso Oliver, Cooper está determinado a vir até mim.

— Não vamos facilitar nada para ele. – Oliver prometeu vindo até mim. Suas mãos seguraram as minhas e me atraíram para si. – Gostaria que você tivesse me dito mais cedo.

— Eu não queria estregar um dia que poderia ter sido perfeito. – Confessei. – Mas não fez muita diferença.  – Murmurei amargamente.  - Connor não voltou para casa alegre, e de certa forma foi ameaçado por Cooper, que ele tenha estado tão perto do meu irmão me preocupa. Fui arrogante, pensei que covarde como ele é, estava se escondendo. Fui tola.  – Murmurei contra seu ombro.

— Anjo, ninguém tocará em você, ou seu irmão. – Murmurou para me tranquilizar. Por alguns momentos apenas me abraçou, o apelido ainda soando em minha cabeça. Seu significado ainda desconhecido para mim. Ao menos a razão por ser usada, era.

— Por que você me chama assim? – Perguntei precisando de uma distração. – Foi ódio à primeira vista, e ainda assim essa foi sempre a maneira que me chamou, irritado ou não, sempre me chamou de anjo, e eu nunca me vi algo como uma criatura celestial. – Confessei me afastando. – Pura.

— Eu vi.  – Murmurou me surpreendendo.  Estava pronta para argumentar contra e para ser sincera achando sua resposta um pouco engraçada, mas ele me cortou.  – Eu não estou falando de pureza. Eu não estou dizendo que olhar para você foi como ver um anjo e todas essas coisas piegas.  – Deu de ombros. – Mas na primeira vez que eu a vi, você estava quebrada.  De fato a palavra anjo foi a primeira a vir em minha mente. Um anjo caído, com suas asas quebradas e desconfiado de cada um que lhe direcionasse um olhar sequer de solidariedade.

— Pena. – O corrigi.

— Solidariedade. – Murmurou firme. – Não confiava mais em ninguém a sua volta, e os temia. Às vezes, eu acho que temia a si mesma. Seus próprios erros. – Confessou. – Você sempre foi meu anjo Felicity, não por acha-la pura ou celestial, como você disse. Mas por achar que no meio de tanta feiura você se destacava. Irritado ou não, você nunca deixou de ser anjo para mim.

— Por que eu estou quebrada. – Repeti.

— Estava. – Corrigiu-me. – Eu não sei por que você ainda não consegue admitir, mas é diferente agora, você confia em mim. Você confia em si mesma.  – Deu de ombros. – E isso sempre foi o principal, não a maneira que os outros a viam, mas a forma que você via a si mesma, a forma que pensa sobre si mesma.

— Você está dizendo que estar com você me curou? – Perguntei na defensiva.

— Eu acho que embora eu tenha participado do processo, eu jamais poderia assumir isso. – Confessou. – Apenas você é responsável por isso. Você confiou em mim, você se permitiu a isso, você também me amou. Você se permitiu a isso.

O encarei surpresa, não esperava uma afirmação tão firme sobre meus sentimentos para com ele, não quando nem mesmo eu conseguia afirmar isso para mim mesma. Oliver conseguiu me deixar confusa, e tímida, por falar tão abertamente. Algumas semanas atrás ele havia travado quando insinuei algo semelhante. Percebendo que o que havia dito tinha me deixado paralisada pelo choque, muda, suas mãos foram até meu rosto, seu polegar o acariciando, sua proximidade como sempre me deixando completamente ciente de si.

— Eu te amo. – Murmurou fazendo com que eu ficasse ainda mais surpresa. – E apenas a certeza do que eu sinto por você, que me dá a certeza do que você sente por mim.

— Oliver...

— Eu não estou pedindo que me diga de volta. – Falou afastando seu rosto. – Eu apenas quero que você não tenha somente as mentiras frias e infantis de Cooper como uma referência de amor.

— Eu apenas perguntei sobre um apelido e você me vem com uma declaração. – Reclamei insegura. Estava emocionada com o que havia dito, apenas não sabia o que fazer com isso. – Você precisa frear a si mesmo Oliver Queen.

— Eu estou cansado de frear a mim mesmo. – Deu de ombros. – Eu não quero ignorar o que sinto por você. – Murmurou. - Você acredita em mim? Felicity. Acredita que eu a amo? Respirei fundo ciente do que fazia, ciente do quanto ele precisava dessa resposta, que mesmo em meio a sua certeza, ele precisava que eu admitisse isso.

— Sim, eu acredito.  – Assenti. Ele sorriu tornando a aproximar meu rosto do seu.

— Você sabe o que significa? – Questionou-me, mas diante sua proximidade tudo o que pude fazer foi menear a cabeça em uma negativa. – Meu anjo finalmente conseguiu suas asas de volta.  – Sorriu.

— E você disse que não diria todas essas coisas piegas. – Murmurei com certa diversão.

 - Eu não consegui resistir a isso. A nós. – Sua resposta veio acompanhada de um lindo sorriso antes de sua boca alcançar a minha. Dei-me conta do quanto sentir falta disso, de estar envolvida em seus braços, da sensação de estar protegida, de ser amada.  Seu beijo era repleto de ternura, carinho e devoção. Oliver me fazia bem, e por muito tempo não me senti assim, eu conseguia compreender sua analogia, conseguia compreender até mesmo por que conseguia ter tanta certeza sobre meus sentimentos. Ele havia quebrado tijolo por tijolo, cada defesa minha. Ele inverteu meu mundo, deixou-me na defensiva e então no ataque, e antes que eu percebesse, ele havia roubado aquela parte de mim, tão pequena e frágil que eu havia dito que jamais poderia prometer a ele. Oliver agora possuía meu coração.

E eu sabia disso, por que eu percebi, eu possuía o dele também.

— Você disse uma vez que não ia pedir meu coração, você prometeu.  – Murmurei quando seus lábios liberaram os meus. – Você percebe que ao me dar o seu, você apenas tomou o meu para si? – Questionei. Ele franziu o cenho com confusão e parecia prestes a argumentar contra. – Eu te amo. – Murmurei o surpreendendo. – E eu não estou dizendo isso apenas por que você disse, ou para retribuir. Pela primeira vez eu acho que estou pronta, eu não sei exatamente quando, mas estou. Eu te amo, Oliver, você e todas suas frases piegas. – Ele sorriu e não entendia como um sorriso, seu sorriso que eu já conhecia tão bem, ainda podia mexer tanto comigo.

 Talvez fosse justamente por que era seu.


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Notas finais do capítulo

Prontinho, vejo vocês nos comentários e espero que tenham gostado!!
Xoxo, LelahBallu.