Lucy Steinfeld P.O.V

Sou Lucy Steinfeld, tenho 18 anos. A maioria das pessoas me conhece pelo meu sobrenome. Meu pai é dono da Steinfeld Industries. Quando eu era criança, devido a profissão do meu pai, minha família vivia viajando por todo o país, e por esse motivo, eu entrei atrasada na escola. Depois que minha irmã Chloe nasceu minha mãe decidiu que era à hora de se estabelecer em algum lugar do país e então ela optou por morar na Virginia e estamos aqui desde então. Estudo no St. Vincent há dois anos e foi aqui, que eu conheci o Adam.

— Lucy, conseguiu ver em que turma você está? — Perguntou Chloe do andar de baixo.

— Adam me mandou uma mensagem. Vou ficar na mesma sala que a dele, 307A. E você? — Disse saindo do banheiro e descendo para o primeiro andar do quarto.

Meu pai pagou uma nota para que eu e a Chloe, ficássemos no mesmo quarto e sozinhas.

— Eu também. A maioria do nosso grupo vai ficar na mesma turma. Até o Luke. — Respondeu com animação.

— Desde quando você liga para os bolsistas, Chloe? — Perguntei.

— Não ligo. Ele é uma pessoa legal, além de ser um ótimo músico. E você sabe o quanto eu gosto de musica.

— O Scott também é um ótimo músico, e nem por isso você se importa ou baba o ovo dele.

— O Scott pode ser um ótimo músico, como o Luke. Mas ele nunca levará a sério. E vamos mudar de assunto ok? Allison está esperando a gente no corredor faz quinze minutos.

— E porque ela não entrou? — Perguntei.

— Ela não quis. Estava conversando com o aluno novo da nossa turma. Sabia que ele veio de Londres? E ela também está ajudando a direção acadêmica da escola

— De Londres? Que interessante. E ajudar a direção acadêmica não é o papel da Claire Bosworth? Não é ela que é filha dos donos da escola?

— Fiquei sabendo que a Claire ainda não voltou do Brasil, tomara que volte logo. E você sabe como a Allie é prestativa.

— Claro, estamos falando de Allison Hale. Agora vamos para aula.

Chloe Steinfeld P.O.V

Quando eu entrei no St. Vincent, eu era outro tipo de pessoa, era a típica filhinha de papai como a minha irmã, mas com o tempo e o meu envolvimento com o Luke, eu passei a ser uma pessoa melhor. Ele me mostrou como nós podemos ser feliz com tão pouco. Faz um ano que estamos namorando “escondido”. Por mais que nós queríamos assumir para todos, nós sabemos que meu pai nunca iria aceitar o nosso relacionamento. Pois o Luke vem de uma família pobre, e eu conheço meu pai o suficiente para saber que ele iria querer afastar ele de mim, de qualquer maneira. Com o tempo nós ficamos “expert” em se encontrar sem ninguém saber, e isso pode parecer muito infantil, mas eu gosto de uma aventura, assim como ele.

Estava indo em direção as salas de aula junto com a minha irmã, quando eu ouço alguém me gritar mais a frente.

— Chloe, vem cá rápido. — Disse Allison

— Ai amiga, o que foi que aconteceu? — Digo ofegante, pois tive que dar uma rápida corrida até ela.

— Disfarça. — Ela disse me virando de costas e mexendo no meu blazer. – Você vai dizer para a sua irmã, que você esqueceu algo importante em seu quarto. Você ficará lá até o sinal bater e depois você irá para o segundo andar e vai esperar pelo Luke em frente ao bebedouro ao lado dos banheiros. Ok? — Disse quase sussurrando no meu ouvido.

— Como você sabe sobre isso? Pelo amor de Deus, nunca conte isso para ninguém. — Eu disse com o coração batendo acelerado no peito.

— Eu descobri ano passado e o questionei sobre o assunto. Ele me fez prometer que eu não ira contar para ninguém, nem mesmo você. Mas ele está sem celular e pediu para eu te dar o aviso. — Ela disse me virando novamente. – Quem você acha que te acobertou esse tempo todo? Eu só quero a sua felicidade. Disfarça que sua irmã está vindo. — Disse por fim.

— Que tanto assunto vocês tem? — Perguntou Lucy.

— Eu estava mostrando os alunos novos para Chloe. Está mais no que na hora dela desencalhar. — Disse Allie, tentando disfarçar.

— Também acho, faz um ano que ela não pega ninguém, e o que não falta nessa escola é garoto bonito.

— AI MEU DEUS! Como eu sou esquecida. — Disse colocando a mão direita na testa.

— O que foi cabeçuda? — Perguntou Lucy.

— Esqueci uma coisa super importante no quarto. Eu vou buscar antes que o sinal bata. Encontro vocês na sala. — Disse saindo correndo e indo em direção do meu quarto.

Assim que eu cheguei ao meu quarto eu respirei fundo e senti a minha respiração acalmar novamente. Como a Allie teve a capacidade de esconder uma coisa dessas de mim? Mas eu não podia ficar com raiva dela, ela me ajudou muito.

Passaram-se cinco minutos e o sinal bateu, eu esperei cerca de mais três minutos e sai do quarto. Caminhei lentamente em direção as escadarias que dariam acesso ao segundo andar. Subi as escadas devagar quase parando e quando eu cheguei ao tal bebedouro o meu coração disparou ainda mais. Eu sabia que a gente poderia ser pegos, mas eu estava com muita saudade dele, passamos as férias todas sem se ver, o risco era válido.

— Oi, minha princesa. — Disse Luke me abraçando por trás.

— Que susto, seu idiota. — Disse dando um beijo em seus lábios. – Você não sabe o quanto eu senti a sua falta. — Disse depois de me desgrudar dele.

— Eu também senti a sua falta. Agora me diga por onde esteve nas suas férias.

— Eu e minha irmã fizemos um tour pela a Europa. Meus pais não quiseram ir, mas depois que voltamos da Europa, eles levaram a gente pro Canadá. Acredita?

— Nossa, quantos lugares. Vai me dizer que se apaixonou por algum europeu?

— Claro que não. Até porque eu sou apaixonada por você, seu bobo. — Disse agarrando o seu pescoço e colocando as suas mãos em minha cintura. – E você, por onde esteve nas férias? — Pergunto

— Eu viajei tanto que me cansei. — Disse rindo. – Fui para Nova York, na casa do meu primo, Henri. Fui também para Califórnia, visitar meus avôs. Não é uma Europa da vida, mas foi legal.

— Ai amor, desculpa. Às vezes eu esqueço que você não é tão rico. Aff que droga, eu sempre estrago o clima, me perdoa.

— Ei, calma ai. Você não estragou clima algum. Eu não me importo com dinheiro, eu me importo com você. Vamos esquecer esse assunto de férias, vamos falar do nosso futuro. Você viu que ficamos na mesma sala?

— Eu vi, e isso é maravilhoso. Vai ser tão bom estar perto de você. Eu te amo tanto Luke. — Disse o puxando para mais perto e o beijando.

— Eu também te amo. — Disse depois de se soltar de mim. – Agora vamos em direção as salas que o segundo sinal já vai bater.

— Aff, podia bater vinte pra nunca. Queria tanto passar o dia com você. — Disse chateada.

— Nós vamos arrumar um jeito, eu prometo. — Disse sorrindo para mim.

— Nós sempre damos um jeito. — Disse por fim.

Nós caminhamos de mãos dadas até próximo a sala de aula. Luke parecia tranquilo e relaxado. Eu amava a sua expressão suave, e seu sorriso. Só de pensar que tudo aquilo era meu, me dava uma felicidade enorme. Nos conhecemos em um pub nas férias. Ele fazia sua apresentação enquanto eu bebia com minhas amigas...

FLASHBACK ON

— Assim você vai passar mal, Luly. — Diz Lucy

— Relaxa, Steinfeld. Eu sei me cuidar. — Disse Luly em seu décimo copo de tequila.

— Só não quero ter que carregar você depois.

— Calem a boca e escutem o show. — Digo irritada.

Toda semana tem show de um cantor ou uma banda amadora neste pub. Sou apaixonada por música e sempre que posso, venho a este pub prestigiar essas bandas.

O cantor desta noite chamava bastante atenção. Não só pela beleza, mas também pela voz. Ela era suave, perfeita para a música que ele estava cantando. Quando a música se encerrou, o pessoal aplaudiu de pé.

— Muito obrigado, pessoal. Vocês são uma platéia e tanto. — Ele diz. E a timidez exala em sua voz.

— Queremos saber o nome do cantor bonito. — Grita uma pessoa aleatória em uma mesa qualquer do bar.

— Obrigado pelo elogio. — Ele sorri timidamente. — Me chamo Luke Wolff.

— Canta mais uma. — Uma morena grita.

— Seu pedido é uma ordem, senhorita.

Os primeiros acordes de Lullaby do Nickelback surgiu e meu coração disparou. Céus, essa é minha música favorita deles. Tem como se apaixonar pela voz de alguém? Estou encantada com o jovem Luke.

— Acho que você precisa de um babador. — Diz Lucy

— Até que ele é bonitinho. — Disse Luly.

— Não é pelo cantor. Essa é a música preferida dela.

— Está explicado, mas que o cantor é bonito, isso não podemos discutir.

FLASHBACK OFF

Foi nesse dia que eu conheci o amor da minha vida.