Mas se eu me manter longe do perigo

Essas noticias vazias seriam o mesmo

Eu não sou um anjo

Eu nunca fui

Mas eu nunca machucaria você

Não é minha culpa

[...]

Você realmente a amou?

Ou você só deixou pra lá

Você deveria saber que podia confiar nela...

No Angel - Birdy

Ponto de vista:Renesmee Cullen.

    Comparações.Eu as odeio. Odeio o fato de me compararem com a minha versão criança,mas com toda certeza do mundo  odeio mais o fato de sempre terem que me comparar a minha mãe (eu não sou uma vadia,nem uma miniatura da minha tia Victoria,é só que eu estou na frase de criar minha própria identidade,as pessoas tem que entender que essa é a minha vez de criar minha história)odeio o fato de todos dizendo como eu deveria ser,que qualidades eu deveria ter,que decisões eu tenho que tomar.Eram sempre as mesmas frases repetitivas “Renesmee você deveria acreditar em príncipes encantados,como a sua mãe”  “Nessie você deveria não ir a festas,e ser comportada assim como a sua mãe”  “Ness você deveria ser benevolente,e assumir seus erros sempre,como a sua mãe”  Que saco ! Será que é tão difícil para as pessoas,entenderem que eu não sou Isabella Swan? Que eu não quero ser uma cópia ou réplica da minha mãe? Que eu não preciso fazer tudo que ela fez ? Qual é!Eu não vou decidir me casar as 18,e eu não vou ter uma prima que me trai com meu noivo,e não vou descobrir isso,para em seguida transar com um desconhecido...Eu sei isso soa rude,levando em conta que foi por causa dessa imprudência da minha mãe que eu nasci —E sim eu sei agora,que a minha história não é tão encantada quanto parecia—...Mas o fato é que essa é a minha vez de contar minha história,partiremos para  onde tudo começou...Oh Droga!Sempre voltaremos ao principio que não por acaso é em Cozumel! Então para facilitar as coisas vou começar da parte onde as coisas ainda estavam numa zona neutra,e essa zona neutra se iniciou no período em que eu era uma adolescente de 16 anos prestes a completar 17 e eu descobri que eu era completamente apaixonada pelo meu melhor amigo.

 [...]

       Enquanto caminhava pela estradinha que dava para minha casa,depois de descer do carro de Alec,com os sapatos nas mãos e a roupa desgrenhada, á exatamente as cinco e meia da manhã,depois de uma noite maravilhosa,numa boate.Eu me encontrava definitivamente acabada.Mas ainda existia em mim um senso de sobrevivência anti surtos Isabella Swan e Edward Cullen,que me incentivava a ir mais rápido,se não quisesse ser pega voltando para casa,depois de ter sido definitivamente proibida de ir nessa festa,mas ainda sim marcar presença nela.

      Por estar com os pés descalços,ao tropeçar numa pequena pedra,machuquei meu dedão,segurei um grito de dor,ao sentir minha pele sensível colidir com o material cortante.

—Maldita ideia de vir morar no mato —praguejei.Mas logo me senti aliviada quando avistei minha casa próxima a mim.Só mais alguns passos e eu estaria salva do castigo mais épico da minha vida.Avaliei a parede de tijolos avermelhados,e arremessei minha bolsa e meus sapatos pela janela aberta no segundo andar,e com a minha mira perfeita — resultado de algumas aulas de arco e flecha—acabei acertando.Comemorei o meu feito,com uma dancinha escrota,e logo suspirei pois sabia que agora vinha a parte mais difícil,encaixei minha mão direita em um dos espaços vagos no muro,e logo coloquei a outra,peguei impulso e meus pés alcançaram a beirada do parapeito com facilidade e maestria.Eu já tinha uma boa prática no assunto.Comecei a minha escalada,e um minuto depois,me joguei pela janela,e acabei caindo no chão do meu quarto,deixando todo meu peso num braço só,mas pelo menos eu estava salva.Lógico que isso eu evidentemente tive que puxar da minha mãe! Acabei virando uma desastrada.

—Droga —murmurei ao sentir uma dor no braço da queda,me ergui com um pouco de dificuldades,me apoiando na minha escrivaninha,sabendo que logo logo eu teria que colocar um gelo ali,me agachei para pegar minha bolsa e meus sapatos que estavam jogados em cima do tapete felpudo branco,e quando me levantei ,ergui meus olhos na direção da minha cama,e quase cai para trás ao me deparar com uma pequena figura de olhos verdes lindos,sentada nela,me olhando com uma sobrancelha arqueada.Tentei regularizar minha respiração e as batidas do meu coração,e em seguida joguei minha bolsa na direção dessa minúscula criatura,que desviou rindo.

    Isso mesmo Renesmee diz que acha legal ter um irmãozinho quando seus pais perguntarem!.

—Anthony você por acaso dorme ?São cinco e meia da manhã,o que você faz acordado,garoto? —indaguei incrédula,sem acreditar no fato de que quem me pegou no flagrante foi meu irmão caçula.Isso era patético!

         Fui até a porta,e girei a maçaneta lentamente,colocando a cabeça para fora,verificando o corredor,com a intensão de saber se nossos pais,já estavam acordados.Mas o silêncio era tão intenso,que constatei que não,e logo a fechei.Cruzei os braços esperando uma resposta a minha pergunta de segundos antes.

—Eu sabia que você iria a festa,estava na cara que você tava mentindo pro papai e para mamãe,então fiquei aqui esperando você chegar —ele contou com um ar inocente,e eu até acharia sua explicação fofa,se eu não conhecesse a figura,e e se ela não fosse sangue do meu sangue.

—O que você quer para não contar ? — já quis logo perguntar,pois sabia que aquela era sua intensão ao vir ao meu quarto me esperar.Se as pessoas já diziam que eu era esperta com 8 anos,é por que elas não conhecem Anthony Cullen,com 7.Esse menino honra o título de meu irmão,no questio manipulação em pró dos interesses próprios.Só nas notas escolares que ele não me imita.

     Tinhamos uma relação normal de irmãos,nos amavamos e nos odiavamos ao mesmo tempo,e na metade disso cuidavamos um do outro,intensamente.

—50 doláres,e você vai ter que levar  Owen e eu para assistir beisebol no fim de semana —aquela foi a proposta do anjinho de cabelos acobreados,miniatura de Edward Cullen.O avaliei,e em seguida caminhei em direção ao meu closet,com o objetivo de procurar meu uniforme escolar,afinal eu deveria estar arrumada as seis,porque para todos os efeitos,eu dormi em casa,e estaria super disposta para ir para o colégio.Meu irmão me seguiu e sentou em um dos banquinhos do cômodo.O observei pelo espelho e depois me virei,com um meio sorriso,daqueles herdados do meu pai.

—Sem chance,não vou te levar pra assistir beisebol,pede para o papai ou para o tio Jake —dei minha resposta,e meu irmão revirou os olhos,aquilo quase me fez agarrar as bochechas dele,ele ficava muito fofo com aquela expressão e aquele pijama dos minions .

—Não dá...Eles vão ter reunião no fim de semana...Por favor Ness —ele pediu com uma daquelas carinhas de gato de botas, que eu usava muito,quando parecia ingênua.Me agachei um pouco e beijei seus cabelos.

—Não tenta chantagem emocional comigo,eu te ensinei esse truque — avisei divertida,abrindo umas das gavetas,em busca do meu par de meias cinzas,meu doce irmão bufou de irritação — E eu não vou te dar 50 dólares,20 no máximo — fiz minha contraproposta,de forma esperta e ele encarou meus olhos chocolates.

—25 dólares e você vai convencer o Alec a nos levar pro jogo —aquela parecia ser sua oferta final,e ele estava irredutível.Sorri por sua astúcia e ergui minha mão em direção a ele.

—Negócio feito — aceitei como uma boa negociadora,e ele segurou minha mão e a apertou com seus pequenos dedos.

—É ótimo negociar com você,maninha —ele afirmou quando se separou de mim e rumou em direção a porta,decidido a ir pro seu quarto.O observei caminhando e sorri.Eu amava aquele garotinho,acho que foi o melhor presente que meus pais me deram.Ouvi ele chamando meu nome e fui até ele,esperando que ele dissesse o que tinha pra falar.

—Sabe que eu não contaria mesmo se você não me pagasse não é ? —perguntou com aquela expressão de seriedade no rosto,que me fazia querer gargalhar.

—Sei que não — respondi o olhando com ternura.

—Eu te amo Nessie —ele disse aquelas três palavrinhas que  faziam meus olhos marejarem.Ele fazia questão de sempre repetir aquilo para mim,e eu achava lindo de sua parte fazer isso.Me sentia acolhida e gratificada com aquele amor tão puro dedicado a mim.

—Também te amo Anthony —respondi de volta,pois eu também tinha a necessidade de que ele soubesse do meu amor incondicional por ele.E com aquelas palavras ele se pôs para fora do meu quarto.

    Vi que aquele era um bom momento para eu me recompor do meu estado caótico.Mas antes de começar a me arrumar,tomei uma aspirina que se encontrava no meu criado mudo,depois me encaminhei para o banheiro.Decidida a tomar uma ducha gelada para aplacar a ressaca.Depois enxuguei meus cabelos e os sequei com o secador elétrico.Fiz uma boa maquiagem disfarçando as olheiras,e passando blush para dar uma leve coradinha na minha face.E logo vesti meu uniforme,e avaliei meu reflexo no espelho da pia.Eu estava linda.A verdade é que a adolscencia realçava meus traços mais bonitos,eu tinha um rosto sexy,olhos atraentes,sorriso perigoso e uma pele perfeita.Sem contar que aquele uniforme curto,destacava todas minhas curvas.Isso era coisa da tia Alice,por sorte na minha escola podíamos planejar nossos uniformes,só precisavamos acrescentar o símbolo e as cores da escola,minha tia fez questão de desenhar todos meus uniformes com a ajuda do tio Pierre.

      Chequei as horas no meu celular,e sorri em comemoração ao ver que eram exatamente seis em ponto,e eu já estava completamente arrumada.

             Juntei meus matériais necessários,e os coloquei na minha mochila.Assim que fiquei oficialmente pronta,fui até a porta e a abri,e quando fiz isso,meu irmão abriu a porta de seu quarto — que ficava em frente ao meu — ao mesmo tempo.Sorrimos por isso.Ele estava com seu uniforme,com o mesmo brasão que o meu.Estudávamos na mesma escola,pois nossos pais achavam mais prático.

—Bom dia Nessie —ele disse fingindo que só havia me encontrado agora,mesmo não tendo mais ninguém aqui,para presenciar a cena.

—Bom dia Anthony — disse de volta e logo trancamos nossos respectivos quartos,e passamos a andar lado a lado,descemos a escada juntos e ao chegarmos no último degrau  observavamos uma cena no mínimo cômica na cozinha,nos entreolhamos e balançamos a cabeça negativamente,como se fosse combinado.Logo o cheiro de queimado adentrou nossas narinas,e nos abanamos não querendo nos sufocar,fomos lentamente em direção a copa.

           Onde pudemos ver mais de perto,Isabella e Edward Cullen tentando cozinhar —tentando mesmo— os dois astros da cozinha,liam um livro de receitas comprado pela internet,e se arriscavam em alguns pratos básicos,mas aquilo não estava dando certo.Até então não haviam reparado na nossa presença e foi então que eu parei para observar eles.Minha mãe continuava tão linda quanto quando tinha 20 e poucos anos,agora usava os cabelos mais curtos,e colocava seus óculos com frequência,mas ainda sim continuava esbelta.E meu pai continuava com aquela mesma cara de modelo de perfume de sempre.Parecia que os anos não haviam passado para ele.Cheguei a cogitar a possibilidade dele ser um vampiro.

       Meu pai continuava a trabalhar como presidente da joalheria Cullen,e minha mãe ainda era a fotografa da empresa,e fazia algumas exposições por fora.Tio Pierre e tia Alice também continuavam em seus respectivos cargos.O casamento de tia Alice com Jasper continuava indo de vento e poupa,e essa relação se tornou ainda mais forte,quando os dois tiveram  seus filhos.Luke de 6 anos e Thomas de 2.

   Pierre finalmente se casou com Domic numa festa memorável.Hoje eles tem uma linda filha de 5 anos,chamada Melanie.

  Tia Rose  se aposentou da carreira de modelo,e agora ela era consultora de moda na empresa,assim  como tio Emmett que acabou virando empresário de modelos.Os dois loucos casaram-se numa boate 3 meses após o casamento do meus pais.Tinham dois filhos.Um casal.Miguel de 4 anos e Megan de apenas 1.

    Hanna ainda era a organizadora de festas,e tio Jacob trabalhava em sua própria empresa de cosmésticos,que havia sido fundada pouco tempo depois de Owen completar 2 anos.Hanna criava Owen, filho da tia Victória como se fosse mãe dele,acho que ele preenchia o vazio do fato dela ser estéreo,mas Owen não a chamava de mãe.Jacob amava ele,profundamente e dedica boa parte de seu amor a ele,para compensar a falta que sua mãe fazia.A vovó Renée também dedicava muito carinho a ele,mesmo morando em Paris com o tio Charlie vinha nos visitar constantemente.Falando em avós ,vovó Esme,e vovô Carlisle ainda moravam em Londres,quando podíamos viajavamos para lá.

   Leah casou-se com Paul,mas ele não tinham tido filhos,não sei se por opção.Mas ao todo,o casamento tem dado certo por todos esses anos,o que é surpreendente levando em conta que ambos tem personalidades muito diferentes.

   Lewis era o avô de quem erámos mais próximos,talvez seja porque ele mora a poucas horas daqui.Ou talvez seja porque eu ache que ele me entende como ninguém.Amo Charlie e Carlisle,mas com Lewis era diferente,tinhamos uma conexão tão grande,que eu me sentia confortável em contar tudo para ele.

   Já Aurora...Não temos noticias dela desde a morte da Vick...Ela está praticando seu esporte predileto...Sumir.

—Ainda me pergunto porque vocês dois dão folga a empregada — resolvi me anunciar,e aquilo foi o necessário para que toda a atenção fosse destinada a nós.Vi pelas suas expressões frustradas,que eles iam desistir de tentar cultivar um talento inexistente deles na cozinha.Tanto meu pai,quanto minha mãe eram péssimos nisso.

—Bom dia Nessie,bom dia Tony —minha mãe nos cumprimentou carinhosa como sempre —ignorando minhas palavras— Papai fez o mesmo e nós dois respondemos.

—Bom dia —em uníssono.

—Dormiram bem ? — ela quis saber,enquanto tentava inultimente,retirar a partes queimadas de uma panqueca.O que era impossível porque a panqueca toda estava queimada.

—Dormi muito bem,ontem assisti um filme com Anthony e depois capotei —menti discaradamente,evitando encarar minha mãe.Mas se bem que levando em conta o quão distraída ela estava com sua invensão fracassada,nem se daria conta da minha farsa.Fui até a geladeira,e a abri em busca de algo comestível,que não precisasse passar por um processo de aquecimento,e acabei pegando uma garrafa de iogurte.Ofereci um pouco ao meu irmão e ele aceitou,logo servi nós dois.

—Sério ? Que bom que estão melhorando a relação de vocês.Que filme assistiram ? —ela perguntou orgulhosa de seus filhos,mas ao mesmo tempo desconfiada.Olhei meu irmão pelo canto do olho,e fizemos nossa comunicação visual.

—Os vingadores — dissemos ao mesmo tempo e depois rimos em conjunto.

—Nós podemos passar numa cafeteria antes de eu levar vocês na escola — papai ofereceu um pouco triste por não termos tido um café da manhã em família espetacular ,mas,vendo aquela ideia como uma ótima opção,para que pudessemos nos alimentar,para não chegarmos a escola,completamente famintos.

—Sobre isso...A gente vai de carona com o Alec...podemos comer na lanchonete do colégio — contei ,enquanto caminhava até ele e beijava sua bochecha.E como se fosse destino,no mesmo instante que fiz isso,ouvimos uma buzina ressoar do lado de fora.Me despedi da minha mãe,e Anthony fez o mesmo.

      Nos encaminhamos para a porta,e saímos para fora.

                 E lá estava Alec,meu melhor amigo.Um filho da mãe gostoso que honra toda a linhagem Volturi,encostado no capô de seu Jaguar,com um óculos de sol escuro,e as mãos enfiadas no bolso da calça.Admirava nele o fato de atravessar a cidade para vir me buscar em casa,mesmo tendo estado aqui a meia hora atrás.Apesar dele ser lindo,nunca o vi com outros olhos,ele era meu melhor amigo,e nunca cogitei mudar isso,nos tratávamos como irmãos desde pequenos,mas de uns tempos para cá,as coisas estavam diferentes e eu não sabia explicar o porquê.Nem mesmo com Jane conversei sobres meus receios,porque ela era a irmã do Alec,e não podia falar com ele sobre isso,porque era sobre ele que se tratavam meus problemas.Eu estava confusa e isso era um entendimento.

      Assim que me viu sorriu,e eu sorri de volta.Jane estava ao seu lado,e acolheu meu irmão em seus braços quando ele foi em direção a ela para um abraço.Eles se adoravam.Acho que era meio que uma troca,eu amava seu irmão como se fosse meu,e ela amava o meu como se fosse dela.

—Vamos ter que levar o pirralho — zombei indo em direção ao banco do carona,onde eu sempre ficava.Já que Jane sempre ia atrás com Anthony,Alec entrou no veicúlo e colocou seu cinto e eu o imitei.Me virando depois,para trás,ordenando que meu irmão fizesse o mesmo e assim ele o fez.

             O percurso até a escola era longo,mas nossas conversas completamente malucas,encurtavam o caminho.Principalmente quando ouviamos Anthony,ele e Owen eram como se fossem os mascotes de nossa equipe.Assim que chegamos no estacionamento do enorme edíficio de nossa escola,Anthony foi o primeiro a saltar do carro,e correr em direção a entrada,acho que em busca de seu parceiro de crime vulgo Owen Black.Jane fez o mesmo,alegando que precisava falar com uma de suas amigas.Desci do carro,de forma preguiçosa,e Alec fez o mesmo em seguida.Foi para o meu lado e me abraçou pela cintura,enganchei minha mocilha nos ombros,e juntos começamos a caminhar em direção ao pátio,sendo encarados por todos os outros alunos.Nós eramos o que podiam ser chamados de “populares” Mas isso nunca importou para nós,ego nunca foi um ponto forte meu,mas parecia ser automático eu chamar atenção,era meio impossível isso não acontecer,estando com um gato daqueles do meu lado e também porque eu estudava naquela escola desde meus 5 anos, eu era uma veterana ali.Iniciamente todos achavam que eramos um casal,mas com o tempo se contetaram com o fato de que somos só amigos.Subimos a escadaria,e iniciamos um percurso pelos extenso corredor ,rumo aos nossos armários.Alec estava um tanto estranho,parecia incomodado com algo,mas lutava para disfarçar.

—Acho que devia contar a sua mãe sobre a festa,será pior quando ela descobrir — ele me alertou,como o amigo hiper paranoíco que era.O encarei com desdém,devido a sua preocupação descabida.

—Eu menti okay ? Disse que não ia,mas fui...Adolescentes fazem isso,os hormônios justificam nossas culpas — respondi divertida,sem temer o que estava por vir.Alec me olhou,balançando a cabeça negativamente,enquanto tirava seus óculos de sol.

—As vezes você age como uma péssima pessoa —ele murmurou,quando me soltou e eu me encostei no meu armário,encarei seus olhos azuis e sorri.

—E você me ama mesmo assim —garanti com toda a certeza do mundo.

—Isso não quer dizer que gosto dessa sua versão —afirmou com um suspiro,me fitando com intensidade,nossos rostos próximos o suficiente um do outro,e um clima estranho no ar.Ficamos em silêncio apenas nos olhando,e a situação ficou ainda mais estranha,quando Alec colocou seus braços ao redor de mim,os encostando na superficie metálica do armário.Alerta vermelho! Meus receios se destacavam mais uma vez em meios pensamentos.Enquanto meu peito subia e descia lentamente.

         Fomos salvos da situação constrangedora,quando Seth apareceu e Alec se afastou de mim,piscando várias vezes,como se estivesse despertando de um transe,coloquei uma mecha atrás da orelha,e desviei meus olhos dos dele.

         Seth também fazia parte de nosso circúlo de amigos,desde que entrou na escola,quando eu tinha apenas 8 anos,já fizemos várias loucuras juntos.

—Hey gente — Seth cumprimentou animado sem notar que estávamos sem graça,o encarei e forcei um sorriso para disfarçar.

—Oi — disse de volta,num tom tão baixo que mais pareceu um sussurro.

—Oi cara — Alec falou apertando a mão dele,num gesto de cumprimento e camaradagem — Ahnn...eu preciso ir — ele falou,sem especificar para onde exatamente iria.Acenei um pouco pateticamente para ele,e logo ele me deixou sozinha com Seth.

—A festa foi legal não é ? — Seth perguntou com um ar divertido,ele evidentemente tinha aproveitado bastante,o vi ficar com várias garotas.

—É!Principalmente pra você —pontuei brincalhona,sorrindo com uma sobrancelha arqueada.

—Todos aproveitamos —ele afirmou,e disso eu não pude discordar,ontem tinha sido incrível —Mas Alec com certeza foi o sortudo da noite — ele contou como se se lembrasse disso,parecia mais um deboche,franzi as sobrancelhas,enquanto pegava o livro da próxima aula,dentro do armário.

—Como assim o Alec foi o “sortudo” ? — quis saber,pois estava confusa em relação a isso.Seth me encarou e suspirou ao constatar que eu não sabia do que ele estava falando.

—Ele não te contou... — percebeu meio que tarde demais.Pois já havia despertado a curiosidade em mim.

—Me contou o que ? — indaguei quase implorando pela informação.

—Alec ...meio que ficou  com a Claire ontem —ele anunciou,e eu me segurei para não cair para trás.Como é que é ? Alec ficou com a minha pior inimiga ? Ele por acaso me odeia ?.

—Não ficou não ! Ele não me contou e o Alec é meu melhor amigo...desde sempre...ele me contaria — neguei com convicção...É lógico que ele contaria!.

—Sinto muito — Seth disse,ao notar que não saber daquilo me magoava.Assenti como se dissesse que tudo bem.Mas a verdade era que nada estava bem,descobrir aquilo me fazia querer esganar o Alec,e também me fazia me sentir sufocada e eu não entendia porquê.

[...]

            Para minha sorte( ironia afiada)minha primeira aula era com ele.Não consegui me concentrar,apenas me sentei no meu lugar e fingi estar prestando atenção no que quer que seja que o professor estivesse falando,olhei Alec pelo canto do olho,e ele sorriu para mim,mas eu não fui capaz de sorrir de volta...Aquele cretino era um traidor! Agradeci mentalmente,quando o sinal tocou,e sai da sala o mais rápido possível,mas não rápido o suficiente suponho,pois assim que me pus para fora,Alec me segurou pelo braço,e me barrou no corredor.Encarei seus olhos,que me avaliavam como se pudessem ler  minha alma,e senti uma batida do meu coração falhar.

—Notei que estava tensa na aula...Está com ressaca?.—ele perguntou com preocupação  e eu me segurei para não bater nele.Que pergunta estúpida,não era aquela droga  de frase que eu queria dele,eu queria sinceridade da sua parte,queria confiança e não era isso que eu estava recebendo.

—Com ressaca ? Eu estou furiosa Alec,possessa,irritada e indignada...Como pode ficar Claire  e não me contar ? que droga de melhor amigo é você?. — indaguei me soltando do seu aperto,e o olhando totalmente magoada,Alec me olhou e suspirou.

—Seth te contou. — sua afirmação soou como uma zombaria para mim.

—Sim ele contou...Vê que isso é o problema ? O Seth me contou,não você —acusei totalmente irada com sua atitude.As pessoas ao nosso redor prestavam atenção em nossa discussão,mas não se intrometeram.Gostavam do show e não queriam acabar com ele.

—Só queria te contar quando as coisas estivessem mais sérias ...Acho que não é só uma ficada—tentou justificar,e sua resposta me fez soltar uma risada de escárnio.

—Sérias do tipo : Você casado,e com dois filhos ? — indaguei irônica,e meu deboche irritou ele.

—Você não tem o direito de me cobrar isso Nessie...Você também não me contou quando ficou com o Seth — jogou baixo em seu argumento,e aquilo me desarmou por completo.

—É diferente — neguei,e ele sorriu irônico.

—Diferente por que ? —ele perguntou e eu o olhei indignada.

—Porque você não deu nenhum sinal de que estava incomodado com issso — tentei justificar.

—Nós sempre temos que dar um sinal não é ? Nada que não gire em torno de Renesmee Cullen é claro...Nosso manual de amizade só serve ao seu favor,quando você necessita tirar proveito dele — ele foi duro com as palavras,e aquilo fez com que meus olhos marejassem.Pelo canto do olho,pude ver que Jane,Seth e a vadia Claire haviam chegado na rodinha da plateia.

—Alec você está agindo como um babaca —afirmei querendo alerta-lo do que ele estava fazendo.

—Por que ? Por te dizer a verdade ?Sabe por que você odeia tanto ser comparada a sua mãe Nessie ? Porque você nunca conseguirá ser tão boa quanto ela,porque não existe mais nada da criança inocente que um dia você foi...Você é egoísta,arrogante e egocêntrica —e aquelas palavras se cravaram em meu peito como uma faca,quis chorar,quis xingar Alec.Nunca havia brigado com ele daquela forma.Mas tudo o que consegui fazer,foi erguer meu queixo,engolir o choro e falar:

—É ótimo saber o que pensa de mim — agradeci sentindo um gosto amargo nos meus lábios,o sabor da decepção,depois disso sai dali,andando com classe,ninguém me seguiu e eu agradeci por isso.Quando vi que estava longe o suficiente,me encostei em uma das paredes do local, e me pus a chorar.E me sentei no chão,abraçando meu corpo.

         Eu não acreditava que eu havia mudado tanto,eu estava perdida.A verdade era que eu não sabia mais quem era Renesmee Cullen,tudo estava confuso,estava cansada das pessoas repetirem que eu não era mais a mesma.

       Senti uma presença ao meu lado,e virei meu rosto para o lado,me deparando com Owen,o pequeno menino de 8 anos sentou-se ao meu lado,e me olhou.

—Estava chorando ? — quis saber,preocupado e eu enxuguei algumas lágrimas do meu rosto.

—Não...eu só estou pensando —contei,tentando explicar o que eu não conseguia — Você me acha uma pessoa ruim Owen ? — indaguei,totalmente desesperada por aquela resposta.

—As pessoas diziam que a minha mãe era ruim...Mas eu acho que estavam errados,ela morreu por mim,acho que todas as pessoas tem dois lados.Você não é ruim Nessie —ele me disse,e eu o olhei com ternura.

—Tia Victoria era boa Owen,eu via a bondade nela,ela só estava perdida,eu me sinto assim.Mas eu tenho certeza que seu sacrificio valeu a pena,onde quer que ela esteja está feliz pelo que fez —garanti acariciando seu rosto.

—Se ela tivesse se encontrado,ela estaria viva ? —perguntou inocentente.

—Ela se encontrou — afirmei o puxando para um abraço.Refletindo sobre tudo que ela passou antes de finalmente se encontrar.E foi pensando naquilo,que me lembrei das palavras dela:

         Ás vezes tomamos decisões erradas Nessie,as vezes fazemos coisas erradas,as vezes só enxergamos a nós próprios e não notamos os outros.Ninguém é bom ou mal completamente,a grande missão é encontrar o meio termo.Você vai se perder...Você vai se achar...Vão te quebrar...Você vai se concertar...Vão te amar e você vai amar de volta,tudo é uma questão de receber aquilo que você doou.E mesmo quando as coisas não parecerem suportáveis,você vai perdoar a si mesma por ser humana,vai tentar de novo e vai se redimir.Você não precisa ser a Bella,mas você tem que ter a decência dela.

             Mas por mais que eu quisesse eu não tinha herdado essas partes boas dela.Não iria até Alec, não iria assumir minha culpa,e não iria tentar me redimir.Por mais que fosse doloroso concordar,Alec estava certo,eu era orgulhosa,egoísta e mais uma lista de adjetivos ruins.

    Só que apesar disso,eu não entendia porquê cobrei tanto do Alec,porquê me magoei quando fiquei sabendo que ele ficou com a Claire...Que só pra constar é uma vadia que tem inveja de mim.Eu estava tão confusa,não sabia o que estava sentindo.Mas tinha suspeitas...

      Dispensei Owen,dizendo que ele tinha que ir pra sua próxima aula,e ele concordou.Como a irmã atenciosa que era enviei um torpedo para Anthony dizendo a ele,para comer algo na lanchonete para não passar mal,por não ter tomado café da manhã.Eu não estava com fome,apesar de me sentir vazia,sabia que essa sensação não tinha nada haver com a alimentos.

         Resolvi não assistir as minhas próximas aulas,precisava de um tempo sozinha para rever minhas atitudes,sabia que isso não me prejudicaria,porque sem modéstia alguma eu tenho as melhores notas dessa escola.Fui até o banheiro no fim do corredor,com a intensão de checar meu estado fisíco,encarei meu reflexo no espelho,limpando meu rímel borrado.Sai de lá quando me recompus e pensei em bom lugar que eu poderia ir para pensar,o jardim era uma boa opção,deveria estar vazio a essa hora,todos devem estar em suas respectivas aulas,e felizmente passar pela segurança daqui,sempre fora um dos meus talentos.Enquanto caminhava até lá,lembranças da minha briga recente passavam por minha mente,e eu tentava mais uma vez entender porquê agi como uma vadia controladora.

      Vamos lá Nessie,você consegue,você é extremamente inteligente desde pequena,sua vida é especialmente interessante desde a infância,descobrir o porquê de ter reagido daquela forma,é a coisa mais fácil do mundo — pensei mentalmente,incentivando a mim mesma,a adquirir a resposta.

     Reuni mais uma vez as pistas : 1- Eu havia começado a sentir coisas estranhas ultimamente quando estava na presença de Alec,e quando eu digo estranhas,são estranhas mesmo. 2 – Hoje de manhã,antes de toda a confusão nos olhamos de uma maneira muito suspeita,intensa demais para uma troca de olhares de amigos.3 – Eu me incomodei ao saber que ele havia ficado com a Claire...E meu incomodo é algo parecido com..Oh droga!...Ciúme...E só sentimos ciúmes quando gostamos de alguém.Espera ! Mas é claro que eu gosto do Alec ele é meu melhor amigo e tod...Oh droga! ...Oh droga!...Oh droga!...Como eu não percebi isso antes ? Os sinais estavam claros!Eu...estava...Eu estou...Oh droga !...apaixonada pelo meu melhor amigo.Estanquei no lugar ao admitir isso para mim mesma,e cheguei a conclusão de que isso havia ocorrido a muito tempo,sem que eu percebesse...A realidade é que mesmo eu sendo uma pessoa precocemente madura,não tive estruturas para lidar com aquilo.Estava a ponto de surtar.

—Você ferrou com tudo Renesmee — murmurei desesperada,tentando controlar a minha respiração,ao ver que eu ia surtar mesmo — Okay...Okay...Não vamos entrar em pânico,a única solução aceitável é ignorarmos essa conclusão...Eu não estou apaixonada pelo Alec —falei para mim mesma,e repeti aquela frase centenas de vezes,com a intensão de tentar acreditar naquilo.Mas eu tenho admitir que a tentativa não deu muito certo.