P.O.V Da Sam

Olhei para baixo e aqueles cães ainda estavam latindo, ainda bem que cachorros não conseguem subir em árvores e estamos seguros aqui em cima. O Benson está sentado num galho um pouco longe de mim e está rindo como se nossa situação fosse hilária. Fomos perseguidos por famintas feras caninas, conseguimos subir numa árvore e faz tempo que estamos aqui esperando os cachorros cansarem e irem embora.

— Você está pálida, Toquinho. Está se borrando de medo, não é? - Perguntou entre risadas.

— CLARO QUE NÃO! - Gritei, irritada. - Eu só quero sair daqui, estou com fome, com sede e está quase anoitecendo. - Falei fechando os olhos, tentando me acalmar.

— SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! - Freddie começou a gritar.

Os cachorros estavam latindo raivosamente e pulando ao redor da árvore.

— Mereço. - Resmunguei sentindo minha cabeça começar a doer. O Freddie estava se esgoelando gritando por socorro. - Quero que chova e caia um raio na cabeça dele. - Sussurrei pedindo suplicante.

De repente, lembrei que o meu iPhone estava no meu bolso, e com cuidado peguei o aparelho e liguei para o meu irmão.

"- O que você quer, diabinha?" - Alex atendeu no terceiro toque, mal-humorado.

— Me ajude! - Falei apressada. - Estou em apuros em cima de uma árvore com o idiota do seu amigo. - Avisei.

"- Legal!" - Disse dando uma risadinha. - Boa sorte...

— Por favor, Alex, eu nunca te pedi nada. - Implorei desesperada.

"- Já pediu sim, muitas vezes. Até perdi a conta." - Disse, sério.

— Se você não vier me socorrer agora, vou contar para a mamãe que você só gasta a sua mesada com revistas Playboy's! - Ameacei severamente.

"- Aonde vocês estão?" - Perguntou suavizando o tom de voz, sendo mais gentil.

[...]

— FINN? MOLLY? - Alex chegou andando com a Vicky, ambos segurando uma coleira.

Os cachorros correram na direção deles parecendo alegres. Alex e Vicky colocaram as coleiras nas feras, a dona dos cães sempre pagou o meu irmão para levar aquelas feras sanguinárias para passear, por isso eles gostam do Alex.

— NÃO VAI DESCER, TAMPINHA? - O Benson gritou.

Olhei para baixo e senti meu estômago embrulhar, travei não conseguindo me mover. Eu estava agarrada num galho, e com medo.

Meu irmão e a Vicky se afastaram indo embora, levando os cachorros para bem longe da árvore.

— DESCE LOGO, SUA MEDROSA! - Freddie gritou me olhando lá de baixo.

Eu estava num galho grosso e alto. Há uns 4 metros de altura ou talvez mais, sei lá. O medo de cair dali de cima me impossibilitava de fazer qualquer cálculo ou raciocinar direito.

— VOCÊ ESTÁ COM MEDO? - Gritou parecendo incrédulo. - PODE PULAR EU TE SEGURO! - Gritou num tom sério.

— NÃO! - Gritei aterrozidada.

"Como assim? Não sou doida de pular e me esborrachar no chão, ele não vai conseguir me segurar. Eu vou me quebrar todinha ou acabar morrendo."

— CONFIA EM MIM! - Gritou novamente.

Balancei a cabeça me recusando, ele se posiciou abaixo do galho onde eu estava e abriu os braços.

— PULE LOGO, EU VOU TE SEGURAR, CONFIE EM MIM!

E eu fiz uma das maiores loucuras, não pensei, apenas fiz e pronto. Me joguei caindo em queda livre nos braços do Benson, ele conseguiu me pegar. Por sorte ou milagre, sei lá... Mas ele conseguiu.

— Agora pode abrir os olhos, você está segura. - Avisou num tom risonho. - Poderia soltar meu pescoço? - Perguntou ainda risonho.

Abri os olhos e me vi ali em baixo, nos braços do Benson, agarrando seu pescoço. O soltei sentindo minhas bochechas esquentarem, e ele me colocou no chão com sutileza, segurou minha cintura e sorriu para mim.

Minha nossa, que sorriso lindo é esse? O sorriso dele é tão sexy.

— Você está bem? - Perguntou sem soltar minha cintura.

E confesso, se ele não estivesse me segurando, eu já teria desabado. Eu ainda estava com as pernas bambas...

— Agora estou... - Murmurei baixinho completamente desnorteada.

— Não vai agradecer ao seu herói? - Sorriu convencido.

— Vá se ferrar! - Me soltei dos seus braços e fui embora com passos apressados.

— Mal agradecida! - Disse alto, vindo atrás de mim.

[...]

— Você está ficando com a Vicky? - Perguntei sentando no sofá ao lado do Alex.

— Não. - Ele respondeu sem tirar os olhos da TV.

— Vou perguntar para ela, seu mentiroso. - Falei desconfiada.

— Eu já tô pegando outra. - Disse desviando o olhar da TV, seus olhos fitaram os meus. - Estou ficando a Tiffany! - Disse com tranquilidade.

— A vadia loira oxigenada e siliconada do colégio? - Exclamei chocada. - Cuidado, você pode pegar alguma doença daquela garota! - O alertei.

— Não fale assim da minha Tiffany. - Cruzou os braços, ficando emburrado.

— O que você tem na cabeça Alexander? Enlouqueceu ou nunca pensa? A Tiffany já abriu as pernas para o colégio inteiro e até para os professores, é assim que ela consegue passar de ano...

— Mentirosa! - Me interrompeu bruscamente. - Para de ser implicante e ficar inventando mentiras sobre a Tiffany. - Se levantou rapidamente e me olhou irritado. - Foi por isso que o Tyler te deu um pé na bunda, o cara não conseguiu suportar você. Você é muito chata e cheia de frescurinhas! - Disse me encarando.

— VOCÊ NÃO SABE DE NADA, SEU IDIOTA! - Me levantei e avancei nele.

Caimos rolando pelo chão da sala, ele gritando enquanto eu batia nele sem dó. O arranhei, puxei seus cabelos, o mordi e também bati sua cabeça no chão, ele apenas gritava pedindo socorro.

Minutos depois...

— Parem já com isso, vocês são irmãos e não podem ficar brigando. - Nosso pai falou irritado me segurando, eu queria à qualquer custo avançar no Alex.

— Foi ela quem começou,pai. - Alex disse chorando, ele estava vermelho de raiva.

Estava todo descabelado, arranhado, mordido e principalmente com raiva.

— Vocês dois estão de castigo, subam agora antes que eu perca a paciência. - Papai quase gritou.

Papai me soltou e subi a escada correndo, o Alex veio atrás de mim. Entrei no nosso quarto e tranquei a porta na cara dele.

— VOU CONTAR TUDO PARA A MAMÃE QUANDO ELA CHEGAR! - Gritou com a voz embargada, esmurrando a porta.

— É SÓ ISSO QUE VOCÊ SABE FAZER BEBÊ CHORÃO! - Retruquei irritada.

O Benson havia saído com a mamãe, ele precisava comprar algumas coisas. Decidi me deitar, peguei meu iPhone, coloquei os fones e fechei os olhos curtindo uma música qualquer da minha Playlist.

[...]

Acordei e me levantei com preguiça, acabei dormindo com o meu iPhone que ficou quase todo descarregado. Desbloqueei a tela, retirei os fones e verifiquei a hora. Já se passava das oito da noite, caramba, perdi o jantar. Praguejei mentalmente, quase me arrastando para o banheiro.

A porta do banheiro estava entreaberta, apenas empurrei e entrei com a maior lerdeza. Eu só queria lavar o rosto para poder descer e filar meu jantar.

Paralisei ali mesmo há poucos passos da pessoa que estava completamente despida no meu banheiro se olhando no espelho.

— A Bela Adormecida acordou! - Freddie disse olhando para mim, nem se importando de estar nu na minha frente.

Meu coração estava disparado, enguli um seco. Eu não deveria ter olhado para baixo, minhas pernas estavam bambas. Fiquei tonta só de olhar para o seu membro...

Ele avançou em mim colocando a mão na minha boca, antes que eu começasse a gritar. Eu realmente iria, eu estava assustada de estar ali no banheiro com aquele maluco pelado.

— Não grita! - Sua voz saiu rouca e baixa.

Ele me puxou fazendo nossos corpos grudarem e fechou a porta, passando o trinco. Continuei imóvel, sentindo seu corpo no meu, meu coração estava quase saindo pela boca.

— Jura que não vai gritar se eu te soltar? - Perguntou, preocupado.

Sacudi a cabeça, jurando silenciosamemte. E ele me soltou, pulei para trás e me encostei na porta sentindo meu corpo em chamas.

— Devia ter trancado a porta. - Falei sem conseguir parar de olhar para o membro dele.

— Foi puro vacilo meu... Gosta do que vê? - Ele abriu um sorriso malicioso.

Mordi o lábio inferior com força, eu não era mais virgem. E o último membro que vi foi do Tyler, meu ex-namorado. E o do Benson era maior e mais grosso, aquilo estava me deixando desconcertada.