Por Matteo

—Não, não, não, não...

Eu não conseguia acreditar no que via, eu não queria acreditar naquilo, eu queria que alguém me dissesse que era um sonho, mas era tão real. Luna estava beijando outro. Minha garota, beijando outro.

Voltei meu celular ao bolso e fui correndo até a praça onde o beijo havia acontecido. As lágrimas começaram a se acumular, e o ódio começou a subir. Eu era capaz de fazer qualquer coisa com aquele filho da mãe.

Assim que cheguei na praça senti o meu mundo cair. Parei com tudo e as lágrimas desceram com precisão, uma atrás da outra.

—Matteo!

Luna se afastou dele me olhando assustada.

—Ah, você vai se arrepender de ter feito isso! - fuzilei Rodrigo, já tomando pela raiva.

Fui correndo e sem pensar pulei em cima dele e não poupei socos. Ouvia Luna gritar em desespero, mas eu nem ligava, eu só queria matar aquele desgraçado de tanto soco. Seguenciei socos por seu rosto, então ele me empurrou e se levantou, pronto para me socar. Me levantei, tentei me proteger, mas ele foi mais rápido acertando bem no meu nariz, que começou a sangrar rapidamente. Avancei e o soquei, soquei, soquei com todo minha fúria, ele fez o mesmo, estava sentindo meu rosto queimar, até que Simón, Nico, Gastón e Pedro chegaram e nos afastaram.

—Rodrigo, você está bem? - Luna perguntou com voz trêmula.

Me chacoalhei e consegui me soltar deles.

—Como é que é?! - perguntei revoltado. - Eu não acredito nisso!

Luna estava defendendo essa canalha invés de defender a mim, seu suposto namorado. Era inacreditável.

—Não é assim que se resolve as coisas, Matteo! - ela disse, nervosa.

—É como então?! - perguntei ironicamente.

—Matteo... - Gastón tentou falar, mas o interrompi.

—Ele te beijou! Você beijou ele, Luna!

—Matteo, eu posso explicar...

Comecei a rir.

—Explicar? - e as lágrimas caíram - Isso foi muito doloroso pra mim, Luna.

—Você não merece alguém como ele! - Rodrigo se intrometeu.

—Cala a sua boca! - gritei o encarando.

Eu estava com tanta raiva, tanta raiva, que eu poderia matar ele ali naquele mesmo momento. Percebendo isso, os rapazes arrastaram Rodrigo de lá, deixando Luna e eu a sós.

Ela me olhou, então pude ver seus verdes olhos cobertos por lágrimas, comigo não era diferente.

—Matteo, me deixe falar, por favor... - ela pediu.

—Luna, por quê você fez isso comigo? - me virei passando a mão pelo cabelo, em seguida suspirei e voltei a olha-la - Por quê você fez isso com a gente?!

—Não, eu não quis, ele me beijou... - ela começou a chorar - Ele me beijou.

—Vocês se beijaram, você correspondeu, Luna, você parecia estar... - senti o nó na minha garganta - Gostando...

—Que?! - exclamou - Não, não, não.

—Eu vi! Com meu próprios olhos!

Luna se aproximou e segurou minha mãos, tentei afasta-la, mas não consegui. Desviei o olhar dela.

—Matteo, olha pra mim! - exigiu, e assim eu fiz. - Eu amo você, só você.

Eu não conseguia duvidar dela, não daqueles olhos lindos, da voz. Eu a amava com todo meu coração.

—Você tem que acreditar em mim - ela me olhou com sinceridade, sorriu fraco e acariciou meu rosto - Eu amo você, meu amor, só você, ninguém mais.

Fechei os olhos, e as lágrimas continuavam a cair. Então abracei-a forte e ouvi ela suspirar aliviada.

—Eu te amo muito, Luna - me afastei do abraço e olhei-a nos olhos - Tenho medo te de perder.

—Você não vai me perder, Mauricinho, nunca. - garantiu.

Voltei a abraça-la, beijei o topo de sua cabeça sentindo seu delicioso perfume.

Minha menina delivery.


Por Narrador

Depois da confusão que Rodrigo causou com o beijo inesperado, Nico, Simón, Pedro e Gastón o repreendiam pelo ato.

—Você ficou maluco?! - exclamou Gastón. - Você achou que o Matteo ia deixar barato você beijando a namorada dele?!

—É cara, isso foi muito errado - comentou Pedro, tranquilo.

Rodrigo estava furioso, com todos e com ele mesmo por não ter consigo fazer Luna esquecer de Matteo com o beijo.

—Me deixem em paz! - falou já irritado.

Os rapazes o olharam feio e saíram de lá deixando sozinho se perdendo em seus pensamentos.

Rodrigo achava que com um simples beijo conseguiria Luna para si, mas a verdade é que ele não sabia nem da metade do amor que a moça sentia pelo namorado.
Do outro lado da praça, Yam olhava incrédula para tela do celular, a loira tinha acabado de ler uma suposta declaração horrível de Ramiro para ela.

"Detestável, um ser humano detestável. Eu achava que era apaixonado por ela, mas eu mereço coisa muito melhor.
Yamila, se você estiver lendo isso, saiba que eu te detesto, você é muito ingênua em achar que eu gostava mesmo de você (risos)"

Pois é, parece que o Ramiro não mundo tanto assim como todos achavam. Coitada da Yam, teve seu coraçãozinho todo despedaçado. -FelicityForNow

Depois de ler aquilo, a garota entrou em estado de choque, seus olhos marejaram, afinal, mesmo estando com Pedro - falsamente - quem tinha na verdade seu coração era o rapaz de cabelo encaracolado. A jovem sentiu seu coração doer fortemente e não pôde conter as lágrimas, deixando-as rolar livremente por seu rosto.

Ramiro por sua vez também tinha seu coração arrasado, pois lia um depoimento cruel de sua amada.

"Me desafiaram a dizer o nome da pessoa que não suporto e o motivo para isso. Pois bem, conhecem Ramiro? Aquele patinador convencido? Sim ele mesmo, eu não o suporto, e por quê? Simples, porque ele se acha a última bolacha do pacote, quando tem tantos outros garotos melhores que ele.
Ramiro meu bem, se enxerga!"

A verdade nua e crua pode doer, mas é sempre melhor que a mentira - FelicityForNow

Ele se sentiu raivoso, pois não admitia que ninguém dissesse que alguém era melhor que ele, e um completo idiota por ser apaixonado por uma pessoa capaz de escrever coisas maldosas daquela forma.

Ramiro largou o celular em cima da mesa e foi até a loira tirar satisfações.

—Tá chorando por quê?! - exclamou cheio de ódio.

—Você é um idiota! - ela gritou com voz trêmula.

—Eu? Você é uma mimada garota!

—Eu. Não. Sou. Ingênua! - Yam falou pausadamente.

—Problema seu! Eu não estou nem ai pra você, Yam!

—Eu percebi! E saiba que eu também não dou a mínima pra você.

Enquanto os dois gritavam um com o outro Pedro também lia algo maldoso em seu celular, por Nico, o que o deixou arrasado.

"Vocês não fazem ideia do quão mal meu amiguinho Pedro toca, de verdade as vezes eu tenho vontade de chuta-lo para fora da banda. Ele estraga tudo! Me deixa furioso."

Cuidado com essas pessoas falsas que estão ao seu lado, Pedrinho. - FelicityForNow

E Nico lia do seu a suposta declaração de Pedro.

"Pensem em uma pessoa irritante. Bom, eu não faço ideia em quem vocês pensaram, mas pela minha cabeça logo veio Nico. Não sei como aguento ele e aquele cabelo ridículo."

Como as pessoas conseguem ser tão falsas? - FelicityForNow 

Nico e Pedro se sentiram traídos um pelo outro, então começaram uma discussão.

—Você não é homem pra dizer na cara não é?! - o jovem de cabelo negro perguntou.

—Olha quem fala! - exclamou Nico - Eu nunca devia ter confiado tanto em você!

—Achei que éramos amigos - Pedro abaixou o tom de voz, encarando Nico.

—Eu também, mas parece que éramos mesmo. Nem somos mais! 

Ambos os quatros se sentiam mal. Como alguém teria coragem de escrever em público coisas tão maldosas? E mais, como a FelicityForNow, que antes escrevia frases lindas conseguia mudar seu estilo e fazer as pessoas ficaram magoadas? Mas o que eles não sabiam mesmo era que aquilo não passava de uma grande armação e que essa Felicity, assim como as mensagens que ela enviou, era falsa.

Por Nina

A língua de Gastón explorava toda a minha boca me fazendo suspirar de amor a cada momento e me fazia sentir coisas maravilhosas, coisas que eu jamais imaginava sentir. Sentia a corrente elétrica percorrer meu corpo, mesmo que nós ja havíamos trocado vários beijos, era como se fosse a primeira vez. Eu podia o beijar para o resto da vida, mas quando o ar se fez necessário nos separamos, porém ele manteve suas mãos em minha cintura. Sorri o olhando e ele fez o mesmo, mostrando-me o prefeito conjunto de dentes branquinhos.

—Ah, Nina, você é tão incrivelmente... - ele deu uma pausa pensativo e então continuou - Incrível!

Sorri tímida.

—Não seja bobo, aposto que tem muitas meninas mais bonitas que eu por aí. - eu disse e ele riu baixo.

—Sei lá, eu só tenho olhos pra você - ele disse de forma doce e eu sorri boba. - Ah, esse sorriso, me desmonta.

Sorri mais uma vez e o abracei apoiado minha cabeça em seu peitoral. Ele me abraçou confortavelmente.

—Posso te fazer uma pergunta?

—Claro.

—O que você viu em mim, digo, você é popular e bonito e tem muitas fãs no Colégio, por quê eu? - perguntei curiosa.

—Porque meu coração te escolheu, e eu quis que fosse você. - respondeu prontamente e continuou - Sabe, Nina, a verdade é que eu passei muito tempo procurando a garota certa, mas nunca a encontrava, só encontrava garotas fúteis que trocavam um bom livro por um esmalte ridículo, até que você cruzou meu caminho. - levantei a cabeça e o olhei sorrindo - Quando te olho vejo uma garota doce, sabe o que meu coração me diz quando eu olho em seus olhos? Ele me diz que te amo, como nunca amei alguém na vida.

Com essas palavras juro que meu coração vai pular pra fora de tanto que bate. Eu posso ver sinceridade em seus olhos, e de alguma forma sei que posso confiar nele. Ele transbordava amor no olhar e no tom de voz, quase derreti.

—Não tem garota no mundo que me faça querer te amar menos - concluiu e levantou minha mão a beijando docemente.

Eu não sei explicar o que sinto por ele, apenas posso dizer que o amo, já que quase tropeço quando ele sorri pra mim, já que sinto borboletas no estômago quando ele aproxima nossos corpos, já que tenho a vontade de estar em seus braços todo instante, já que com esse gesto Gastón me tira dos problemas e dos meus medos. Quando estou perto dele sinto que não importa o que pensam de mim la fora, não importa nada, só ele e eu.

—Gastón, isso foi tão lindo. - eu disse o olhando apaixonada, ele sorriu - Eu nunca imaginei ser amada dessa forma, e é tão incrível e mágico, quando estou com você sinto que mesmo não tendo asas eu posso voar. É sensacional.

Gastón riu baixo e depositou um beijo em minha testa.

—Eu também me sinto dessa forma, amor - ele disse docemente. - Que tal um sorvete?

—Oba! - exclamei me soltando dele e dando pulinhos, Gastón riu e passou o braço em meu ombro e com a mão do mesmo ele entrelaçou com a minha.

Chegando na praça, Gastón pediu dois sorvetes, o meu de morango e o dele de chocolate, em seguida ele pagou o moço e nos ficamos andando atoa lado a lado. Em dois minutos passeando Gastón já tinha deixado várias gotas do sorvete cair em sua roupa.

—Você está se sujando feito uma criança, amor - eu disse rindo dele. Sem pensar ele se aproximou de mim e lambuzou meu nariz com sorvete de chocolate.

—Seu nariz está um pouco sujo - ele disse rindo alto.

—Isso não vale! - reclamei, também rindo. - Você vai ter que limpar.

Gastón me parou pondo-se a minha frente, ele riu malicioso e passou a língua em meu nariz, em seguida ele mordeu-o levemente.

—Gastón... - resmunguei rindo e limpando meu nariz.

Ele sorriu de forma apaixonada e puxou-me devagar para mais perto de si, ele aproximou nossos rostos e me beijou com ternura. Senti a casquinha do sorvete ficou mais leve, provavelmente tinha caído no chão, mesmo que ele estivesse realmente muito bom, não me importei, já que obviamente não é tão bom quanto o beijo do meu namorado.