No capítulo anterior...

— Se Ultron não tivesse tentado matar Clint, não mataria meu irmão. – Dizia em meio á soluços.

— Ultron não sabia o que fazia... Para ele, os humanos são pragas que precisam ser exterminadas á todo custo... – Comentou, tentando reconfortá-la.

— Nossa ligação permanece inquebrável, mas a verdade me assombra e torna-se intolerável. – Acalmou-se um pouco, com os olhos ainda marejados e vermelhos.

— Aposto que Pietro está muito orgulhoso de quem a sua querida gêmea tornou-se. – Visão curvou suas costas e beijou a testa de Wanda, carinhosamente.

— Daria tudo para ver ele só mais uma vez. – Desabafou, muito triste. Pegou uma foto em cima da cama, olhou-a e chorou ainda mais.

— Oque acontecia nessa foto? – Visão questionou-a, um pouco curioso.

— Bom, havíamos saído para um piquenique em família: havia acabado de ganhar um livro novo do meu pai, já Pietro ganhou um solta-bolhas. Estávamos nos divertindo e papai pegou a câmera para eternizar o momento. Aí tiramos essa foto, o que para mim é a melhor de todas que já tiramos. – Respondeu sorridente em meio ás lágrimas, que ainda insistiam em cair.

— Estão muito fofos. Eu não conheci Pietro, mas, pela sua feição, ele parecia ser uma boa pessoa. – Indagou, fazendo carinho nas costas da Feiticeira Escarlate

— Ah, Vizh! Muito obrigada por estar aqui comigo! – Agradeceu-o, enxugando as lágrimas, que passaram a cair com menos intensidade.

— Eu quem agradeço por ter você na minha vida, Wan! – O Sintezóide todo feliz sorriu para ela que, retribuiu o gesto.

E assim, os dois ficaram o dia inteiro conversando e quando Wanda fora dormir, Visão a olhava de trinta em trinta minutos, para saber se ela estava bem ou se tinha algum tipo de pesadelo.

— Visão, faz um favor? Pega o secador de cabelos lá no meu guarda-roupa? – Questionou, assim que tirou o cachorro da banheira e o enrolou na toalha, antes que ele sacudisse o corpo e espirrasse água nela.

— Sim, Srta. Wanda! – Exclamou, indo até o guarda-roupa. Chegando lá, abriu uma das portas e pegou o que ela pedia, mas antes de deixar o local, avistou um de seus milhares anéis jogados ali. Um anel com o formato de uma cobra, banhado em prata. Ele ficou encantado, mas o tamanho era pequeno, com toda certeza não cabia no dedo da morena e ainda por cima estava todo enferrujado. Com uma ideia, pegou o anel, guardou-o, levou-a o secador e deu um selinho em sua boca:

— Querida, darei uma saída, já volto!

— Tudo bem, querido, cuidado! – Alertou-o – Ah, e não chegue muito tarde, por favor! – Lembrou, já com o secador na tomada.

— Pode deixar! – Saiu do quarto da sua garota e flutuou até a casa de Rusten Backermann, novamente, para lhe fazer um pedido. Bateu, na porta, sendo recepcionado pela segunda vez no mesmo dia.

— Meu filho, você aqui de novo? – Perguntou a Sra. Backermann, num tom divertido.

— Ah, vim aqui para lhe fazer um pedido. – Balbuciou, envergonhado. – Quanto custa para você pegar esse anel e fazer uma réplica dele?

— Uns R50. Ficará pronto em trinta minutos. – Respondeu entrando em casa, deixando Visão para fora.

Uns quarenta minutos depois...

— Desculpe pela demora, meu filho! O metal precisava esfriar, mas aqui está. – Entregou-o os dois anéis. A réplica ficou perfeita. O sintezóide pagou-a e voltou para casa, quando já havia anoitecido. Demorou um pouquinho, mas conseguiu chegar com segurança.

— Vizh! Fiquei preocupada... – Abraçou-o, assim que ele adentrou o quarto.

— Calma, Srta. Wanda! – Retribuiu o abraço, acalmando-a. – E para recompensar minha demora, porque não fazemos um lanche?

— Adorei a ideia, meu querido! – Respondeu. – Mas acho que não estou afim de comer... Estou sem fome. – Completou, o empurrando, até que ela caiu na cama em cima dele.

— Wan, acho melhor não... – Não conseguiu terminar a frase, sendo interrompido logo em seguida.

— Shh... – Colocou o dedo indicador nos lábios do ex-jarvis, indicando para que ele ficasse em silêncio. – Só vai!

Passaram a noite inteira, juntos. Visão acordou cedo e ao olhar para baixo, sorriu, ao ver que sua morena estava em cima dele, dormindo confortavelmente. Snoopy, ao perceber que o Sintezóide acordara, pulou em cima da cama, acordando a feiticeira bruscamente. Ao olhar para cima, sonolenta, sorriu ao ver Visão, olhando-a.

— Bom-dia, Vizh!

— Bom-dia, Wan! – Retrucou.

O cachorrinho latiu abafado, e correu para porta; logo em seguida ouvem-se três batidas no metal. Estranhando o fato de bateram á sua porta.

— Já vai! – Gritou, saindo da cama junto com o homem-sintético. Os dois se arrumaram rapidamente. Wanda prendeu o cabelo num coque alto e tratou de abrir a porta:

— Hey Wanda! – Steve Rogers a cumprimentou.

— Steve! – Wanda exclamou.

— Olá Sr. Rogers! – Visão saiu do banheiro acenando com a mão esquerda.

— Visão... – Parou sua fala bruscamente. – O que você faz aqui? Vocês dois... já... fondue? – Perguntou vermelho.

— Fondue? – A Maximoff questionou-o, não entendendo a referência.

— Esquece. Vim á pedido de T’Challa para convidá-los para um almoço onde estarão reunidas as várias tribos de Wakanda, daqui á uns três meses... – Avisou-os. – Só foi isso mesmo. Até mais.

— Vamos sim! Até. – disse fechando a porta, dando um selinho em Visão.

Três meses depois...

Raios de sol invadiam o quarto da morena. Ela acordou toda suada, abraçada á Visão. Ele levantou da cama, a puxando para si.

— Vamos, Wanda! Acorde! O almoço é hoje e antes de irmos até o local de encontro, gostaria de levar-lhe para caminhar por entre as lindas rosas vermelhas que encontrei há pouco tempo. – Levantou, vestindo suas roupas e indo até a porta. – Farei o nosso café.

E quando ele saiu do quarto, ela levantou, espreguiçou-se e tratou de tomar uma ducha. Vinte minutos depois ela apareceu na cozinha com um vestido preto básico, com algumas rosas em torno da cintura, como se, juntas, tivessem formado um cinto. Ao vê-la, elogiou-a e a fez sentar-se na mesa da cozinha. Visão sentou logo em seguida, olhando-a comer. Quando a Feiticeira Escarlate colocou um pedaço de bacon na boca, sentiu-se enjoada e saiu em disparada até o banheiro mais próximo. O ex-jarvis não sabia o que havia acontecido então resolveu ir até lá e checar se sua garota estava bem. Ele entrou no banheiro e viu-a ajoelhada em frente ao vaso, vermelha e sem forças. Desesperou-se e ajoelhou-se perto dela, fazendo carinho em suas bochechas ruborizadas. Ela havia ficado com vergonha.

— Desculpe-me, Wanda! A comida estava ruim? – Perguntou preocupado.

— Não. Ela é boa. Acho que sei o que acontece. Acho que estou grávida... – Disse, ainda sem forças. Colocou a mão na barriga já redondinha, mas imperceptível. – Percebi que meus vestidos estão ficando cada vez mais curtos e minha barriga aumentou. Há um mês achei que havia engordado, mas não. Devo estar esperando um filho seu. – Evitava olhar nos olhos do sintezóide com medo de sua resposta.

— Um filho? Que legal. Espero que seja isso mesmo. – Sorriu, olhando para garota.

— Sério que está feliz? – Questionou-o sorrindo.

— Se for isso mesmo adoraria ser um pai.