Perdida

— Me perdoe Wanda — Ian sussurrou no meu ouvido e com um movimento rápido me girou de frente para os Buscadores.

 Assim que as lanternas juntamente com as armas que estavam apontadas para nós atingiram meus olhos — que lançaram feixes de luzes no chão — eu os ouvi arfar.

Eles ainda não sabiam que eu era uma alma.

Quando hesitaram sem saber como reagir, Ian suspirou aliviado e sua mão tocou meu pescoço.

Não entendi seu suspiro; mesmo que eles hesitassem por eu ser uma alma, não poderíamos deixar que nos pegasse — que pegassem a mim viva — precisávamos proteger os outros...

Assim que a pressão da sua mão aumentou passando de uma caricia a um aperto, entendi o que ele faria e uma onda e náusea e pânico me atingiu.

Não tive chance de tentar impedir ou gritar como queria.

Ele apertava minha garganta com força — como na vez que tinha tentado me matar, assim que cheguei às cavernas.

Automaticamente minhas mãos foram para seus pulsos tentando afrouxar seu aperto.

Meus pés já estavam fora do chão balançando freneticamente enquanto ele me levantava.

Senti seus lábios perto do meu ouvido e ele sussurrou de novo.

— Eu te amo... me perdoe por isso.

Eu já chorava desesperadamente em meio a engasgos, não conseguia respirar.

A dor era demasiadamente forte, muito mais do que me lembrava; meu novo corpo era frágil demais mediante sua .

A dor não me importava eu tinha que para-lo antes que fosse tarde.

 “Não! Por favor, não faça isso!”. Queria gritar.

Os buscadores imploravam para que ele me soltasse — vi pavor em seus olhos quando Ian sacou com a outra mão a arma que estava presa nas suas costas e a apontou para minha cabeça.

Eu já estava perdendo a consciência.

Alguém gritou “Não a machuque!” e então ouvi o disparo.

A dor desse som me empurrou da beirada ao qual eu me segurava.

Eu me sentia cair...

E a inconsciência me tomou.