Batgirl - Sombras na Escuridão escrita por CaptainPhasma


Capítulo 3
Ligações Inesperadas


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo consegui atualizar, prometo que os demais capítulos virão mais cedo. A história começa a afunilar para o aparecimento da Batgirl. Espero que estejam ansiosos.



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O dia era outro, o clima era outro, mais ameno e agradável. Silk City era uma daquelas cidades grandes com cara de pequena. Os prédios maiores concentravam-se ao redor do centro que era mais antigo. Chloë andava com pressa pelos corredores do prédio enquanto distribuía bom-dias aleatoriamente. A fumaça do café quente em sua mão deixava rastros pelo caminho. Era um edifício enorme, localizado na extremidade sul da cidade, onde o O Centurião dividia o espaço com as demais mídias do conglomerado ao qual se vinculava. O jornal era uma parte local de uma grande empresa de mídia nacional. Seu destino era mais precisamente o 12º andar, onde ficavam os arquivos históricos. Quando o elevador abriu, Chloë saiu em um arquivo gigantesco. Mesas com computadores e impressoras multiplicavam-se no meio da sala, infinitas prateleiras decoravam ao fundo com caixas e caixas de informações.

 - Bom dia. – Falou um pequeno senhor. De óculos grandes e gravata borboleta estava sentado atrás de um pequeno balcão do lado esquerdo. – Posso lhe ajudar em algo?

 - Bom dia. – Respondeu Chloë, mostrando o crachá. - Só preciso usar o computador para pesquisa.

 - Fique a vontade e se precisar de alguma coisa das prateleiras pode passar aqui que eu procuro.

 - Obrigada.

Ela se dirigiu ao primeiro computador do lado direito, que ficava com a tela virada para o lado contrário do senhor. Não importava o quão simpático uma pessoa poderia ser, não suportava que alguém pudesse ver o que estivesse fazendo. Sorveu um pouco do café, a cafeína entrando em suas veias lhe dando energia. Começou sua pesquisa com a tag “mortes violentas”. O resultado não fora dos mais animadores. Eram mais de 1200 respostas relacionadas. Não posso ler tudo isso, tenho que filtrar mais. Pensou um pouco e adicionou “vigilante”, mas as pesquisas mostravam zero resultados. Merda. Apagou e colocou o nome da cidade “Silk City”. Mais uma vez nada de novo. Leu alguns dos primeiros resultados. Notícias sobre um assassinato da esposa e filhos pelo marido, um caso de um adolescente morto a facadas pela mãe por suspeita de ser gay e até uma coluna sobre o Batman. Entretanto, nada que estivesse procurando. Pensou mais um pouco, voltou a cena do crime mentalmente, tentado achar algo que pudesse se ligar a outros. Corte de genitálias? Tentou. Mais uma vez nada. Vamos, pense um pouco. Então se lembrou de algo. A criança. Tentou “criança”. O computador demorou um pouco, mas respondeu com 145 resultados. Os primeiros não foram muito animadores, mas lá pelo terceiro algo chamou sua atenção. A notícia falava sobre um suspeito de um rapto de uma criança há dois meses na cidade. O corpo fora encontrado no apartamento por um vizinho que ouvira barulhos estranhos enquanto jantava. Ele arrombou a porta após não obter resposta e encontrou o corpo ensangüentado no chão com marcas de violência extrema. Até ali, a notícia parecia vaga, mas o que Chloë leu nas linhas finais foi fez abrir um sorriso em seu rosto. O senhor afirmava ter visto de relance o suspeito saindo pela janela. Não conseguia descrever como o ser era pela velocidade como tudo aconteceu e quando correu para a janela já havia sumido. O depoimento havia sido descartado pela polícia após ser descoberto que o senhor tomava medicamentos para problemas psicológicos.

Tinha que ser ela, pensou.

Continuou a ler sem acreditar no que encontrava. Havia no mínimo dez notícias sobre crimes contra crianças relacionadas com mortes violentas de seus suspeitos. Levantou-se indo até o senhor no balcão.

— Tem um pedaço de papel e uma caneta? – Perguntou um pouco ofegante.

— Tenho sim, um minuto. – O senhor pegou um caderno debaixo do balcão e arrancou uma folha, entregando a Chloë juntamente com a caneta.

Correu de volta para sua mesa de pesquisa e anotou os nomes das vítimas no papel. Desligou o computador e saiu do arquivo.

 - Muito obrigada. – Falou acenando para o senhor do balcão que respondeu com outro aceno.

Agora estava na rua em direção a sua casa, o celular no ouvido tocava monofonicamente esperando o outro lado atender.

   - Alô. – A pessoa do outro lado falou.

   - Léo, é Chloë. Está no serviço? Preciso de um favor.

Léo era um ex-namorado da época do colégio, um habilidoso desenvolvedor de sistemas que achou melhor não seguir as carreiras tradicionais e era a quem Chloë recorria quando precisava de informações a que não tinha acesso.

   - Se for possível.

  - Mandarei uma lista de nomes. Preciso de uma ficha completa deles. Onde moravam, trabalhavam e estudavam.

  - Tudo para uma velha amiga. Precisarei de um tempo, não posso fazer isso no horário de expediente. Precisaria invadir o servidor da polícia.

  - Quanto tempo?

  - Hoje à noite te mando. Nem foi a coisa mais difícil que me pediu.

  - Obrigado. Estou mandando a lista por mensagem.

Chloë digitou rapidamente no celular os nomes que precisava. Era cerca de dez. Apertou enviar. Agora só lhe restava torcer que as informações que viessem fossem relevantes. Esperava que tudo isso não fosse uma perda de tempo. Não queria voltar à estaca zero. Seu estomago roncou forte e se deu conta que a única coisa que tinha ingerido fora o café no arquivo. Uma parada não fará mal a ninguém.

...

O arquivo viera de madrugada. A mensagem de Léo avisava que as informações foram enviadas para o e-mail. Preparava um lanche rápido enquanto o notebook ligava. O azeite pulava de alegria na frigideira enquanto fritava um ovo. Dois pães pularam sincronizados na torradeira quentinhos. A chaleira piava com a água em ebulição. Entrou no e-mail e baixou o arquivo de Léo. Deu uma mordiscada no pão e tomou um gole de chá. Procurava por um elo entre as vítimas. Vamos, me contem suas histórias.

Ficou horas em frente aos arquivos. Analisava-os, buscava referencias na internet, tentava cruzá-los de alguma forma. Tentou os endereços, mas moravam longe entre si. Os estudos também foram em lugares diferentes. As idades não batiam. Não tinham nenhuma atividade em comum. E cada um trabalhava em um lugar diferente. Ajeitou-se para trás na cadeira, as mãos limpando o rosto. Não tinha nada. A pista que pensara era apenas um beco sem saída.

Tem que ter algo aqui.

Tentava lhe dar forças para continuar, mas à medida que o tempo passava e não conseguia respostas, sua vontade era continuamente degradada. O arquivo de Victor Bays, o homem do apartamento, estava aberto nesse momento. Seus olhos passavam superficialmente pelas informações, até pararem no último emprego de Victor. Silk Technology. Puxou na internet. Era uma empresa de softwares corporativos cujo capital pertencia a SilkCO. SilkCO. Onde eu vi isso? A SilkCO era uma corporação dona de diversas empresas em inúmeros ramos diferentes, seu dono Lester Cumming era dono de praticamente toda Silk City. Procurou o nome de mais uma empresa das fichas: Food Hunter’s Group. Lá estava mais uma vez “empresa pertencente a SilkCO”. Mais uma. Transportes Maximus. Bingo! SilkCO novamente. Iron Hights? SilkCO. Sete das dez vítimas estavam ligadas a companhia de Lester Cumming. Não poderia ser coincidência. Agora o que precisava era mais informações acerca de Lester. Voltou à internet, digitando agora na barra de pesquisas “Lester Cumming”. O primeiro resultado foi como um soco no estômago, retirando todo o ar de seu corpo.

Bilionário e filantropo Lester Cumming, inaugurará em evento nessa quinta-feira no Silk Hall Hotel, lar para crianças abandonadas. O prefeito Carter Newton estará presente no local que dará partida na nova empreitada social do dono da SilkCO.


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