Entre Irmãs escrita por Cristabel Fraser, Paty Everllark


Capítulo 13
O Grande Desafio


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal, sei que mereço um bom puxão de orelha de cada um de vocês pela demora em att EI, mas meninas minha vida ficou corrida de uma hora pra outra e com tanta fic postada, mesmo que a maioria seja como coautora, ficou difícil me concentrar, mas tenho uma novidade maravilhosa aqui pra vocês, acredito que muitos conheçam a Paty Everllark, né? Autora de DAAS (do acaso à superação) e MM (Mandy Mellark) então ela agora vai me dar a maior força pra continuar com EI, sendo assim tirou o mundo das minhas costas(exagerada eu) kkkkk, mas sério estou muito feliz com esta parceria a partir de agora. Minha está bem apertada por conta da escola e me abandonou rss, então agora tenho uma mana emprestada para me ajudar com EI, ela estará aqui postando tbm e espero que curtam essa parceria que de repente contaremos algumas novidades futuras vindo por aí... hum... chega de explicações e bora lá com o capítulo de hoje. Boa leitura... Paty seja mais que bem-vinda!!!!!!!



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Pov. Katniss

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Quando criança um dos momentos do dia que eu mais gostava era o amanhecer. Sempre admirei a timidez, com a qual o sol, se revelava aos poucos no céu. Amava como a estrela reluzente trazia consigo promessas de renovo, e de esperança. Acreditava fielmente nelas, talvez por ser apenas uma menina. No entanto, a realidade da vida adulta afastava a oportunidade de sonhar, ou até de crer. Ao menos era o que pensava antes de conhecer certo loiro, e me perder por completo em seus braços.

— Me desculpe Katniss, não imaginei que ainda estivesse em casa...  – A pausa no meio da frase e a expressão de espanto no rosto de minha diarista, exprimia claramente o que se passava em sua mente. Afinal, a doutora Katniss Everdeen estar até as 07h40min da manhã, na sacada do apartamento de cabelos úmidos e trajando somente um roupão era muita novidade. – Eu posso começar a limpeza pelos quartos – esbocei um sorriso e peguei a xícara, agora vazia que havia deixado sobre a mureta da varanda, antes de deixar a sala para enfim me arrumar para mais um dia de labuta.

— A senhorita está bem?

— Sim, Cecília. Estou muito bem – eu realmente estava me sentido como dissera a ela.  – Minha sobrinha ainda está dormindo, pode deixa-la descansar mais um pouco, okay? E diga a Becky, quando acordar que estarei aqui na hora do almoço, e que trarei lasanha.

— Almoço? Você virá almoçar em casa? – E, lá estava novamente a expressão atordoada em sua face. Cinco anos que trabalhava em minha residência e mal nos encontrávamos devido a meus horários radicais. Como tinha as chaves do apartamento Cecília, entrava fazia a limpeza, pegava seu ordenado sobre o balcão da cozinha e partia. Um relacionamento maravilhoso, tanto para ela, quanto para mim.

            Não lhe respondi, apenas assenti com um aceno e me encaminhei para o quarto para me arrumar. Diante do closet repleto de cores neutras e sóbrias, outra vez retornei à minha infância, na época que eu e minha irmã apreciávamos cores.

— Katniss precisa colorir esse seu guarda vestido. Não é, porque seja advogada que não pode usar algo mais primaveril. – a lembrança pegou-me de súbito, procurei em meio à sobriedade, que eram minhas roupas sociais, o presente que minha irmã me dera há alguns anos e que estava totalmente esquecido.

 Ainda no cabide, acariciei o vestido floral look scuba, em saia evasê confeccionado em material moderno lindíssimo e que, provavelmente custou um mês do salário, de Prim e foi impossível não me emocionar.  Estendi o vestido sobre a cama e separei um terninho negro e um par de Scarpin da mesma cor. Encaminhei-me até a penteadeira e de posse do secador, comecei a secar meus cabelos, sem nenhuma pressa de começar meu dia na verdade.

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

— O que foi Delly?

— Está tudo bem com você, Katniss?

— E, por que não estaria? – Não queria ser rude, entretanto, paciência tinha lá seus limites, fora que já era a quarta vez que a mesma pergunta havia me sido dirigida, a terceira, só em meu escritório.  

— Você está diferente... – analisou-me por um segundo, porém logo mudou de assunto e começou a atualizar-me sobre andamento do escritório na minha ausência. Encarei a loira à minha frente, todavia não consegui, prestar atenção em quase nada que a mesma falava, visto que desde que acordei não conseguia tirar meus pensamentos de Belleville.

— E aí? Acha que temos chances de sair vencedores no caso, se considerarmos pegar a causa...  Katniss?

— Sim?

— Quer mesmo me convencer de que não está acontecendo nada contigo? – entreabri os lábios para responder minha sócia, porquanto Elisa abriu a porta, me interrompendo.

— Katniss, consegui o número que me pediu com urgência assim que chegou. Confesso que não foi nada fácil – abri um sorriso atípico e estendi a mão para receber o pequeno pedaço de papel de suas mãos.

— Obrigada Elisa! – Sob o olhar atento de Delly, ansiosa, peguei o celular sobre a mesa. – Preciso fazer essa ligação. Vocês duas poderiam me dar licença por um minuto? É particular.

As duas se entreolharam e finalmente fiquei sozinha. Digitei o número da OFICINA SMALL’S e esperei, sentindo a ansiedade tomar conta. No terceiro toque a alguém atendeu.

— Oficina Small’s, quem gostaria?— a voz não era a de Peeta, mesmo assim não iria desistir da ligação.

— Hã... Peeta se encontra?

— Peeta? Só um minuto— ele se afastou do telefone e gritou: — Peeta! Telefone pra você.

Alguns segundos e minhas pernas bambearam ao escutar sua voz grave.

— Pois não?

— Oi... Peeta, sou eu, Katniss.

— Olá... nossa achei que ia demorar mais, para escutar sua voz, que bom que ligou e a que devo a honra?

Senti minhas bochechas se aquecerem.

— Pensei em te convidar para jantar comigo em um restaurante que adoro ir, aqui em Seattle.

Houve um repentino silêncio e achei que a ligação tinha caído.

— Katniss, não sou mais o tipo de cara que gosta de sair em lugares...

— Ah, tudo bem então, entendo.

De repente, se achava inferior e trabalhando como mecânico devia ter receio de frequentar lugares como os que eu ia.

— Mas, o que acha eu preparar o jantar e você vir.

Pensei por alguns segundos. Haymitch viria buscar Becky, ainda na semana, não seria uma má ideia eu ir até Belleville.

— Tudo bem, aceito e levarei a sobremesa.

— E, pra quando quer marcar?

— Que tal sexta da próxima semana, as 20h? Só não marco para esta semana, pois como acabei de voltar das férias preciso me reorganizar.

— Não tudo bem, está perfeito. Até lá te aguardo.

— Até.

Suspirei assim que encerramos a ligação. Comecei a estudar alguns casos e quando deu a hora do almoço, passei no mercado para pegar a lasanha e sorvete para a sobremesa. Almocei com minha sobrinha e ela adorou. Nos dias em que Becky ficou comigo fizemos inúmeros programas e curtiu cada um deles.

— Querida sua mãe me disse que seu avô virá busca-la, antes do fim de semana. Podíamos preparar biscoitos caseiros pra vocês levarem, o que acha?

— Adoraria – disse ela animada. Olhando para minha sobrinha podia ver claramente os traços da minha irmã nessa idade. Prim sempre fora tão dócil e amada por todos, que sempre senti certa inveja.

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

A semana passou rápido e Haymitch veio buscar minha sobrinha. Passei o fim de semana dando uma redecorada em alguns cantos do meu apartamento para receber minha irmã.

Na segunda eu me encontrava resolvendo alguns assuntos mais tranquilos e dando uma revisada em alguns processos, foi quando, Prim me ligou e sua voz demonstrava o quanto estava tensa. Mesmo sentindo um frio na espinha, fui instruindo e acalmando-a até que chegasse ao prédio onde trabalhava. Informei a minha secretária que eu estaria ausente pelo resto do dia e que anotasse os recados.

Quando o taxi estacionou, eu já aguardava frente ao prédio e nem dei tempo da minha irmã dizer algo.

— Hospital Geral, por favor.

— Sim, senhora.

— Prim, você está bem? – analisei seu semblante e parecia totalmente perdida.

— Estou, foi apenas a mudança de ares... um ataque de pânico. Nada que um chá não me acalme.

— Ataque de pânico, é sério isso? – Rapidamente o automóvel estacionava frente ao hospital.

Paguei a corrida e entrei pelas portas envidraçadas indo até a recepção e o local se encontrava abarrotado de gente.

Quase quis arrancar a cabeça da recepcionista que mais parecia querer nos enrolar, mas procurei manter a calma. Depois o que me pareceu uma eternidade chamaram minha irmã em um dos consultórios. Uma enfermeira colheu o sangue e aferiu a pressão. Esperamos por uma hora até que, o médico nos atendeu, o qual mais parecia um residente. Não consegui me segurar com tamanha paciência que ele analisava o estado da minha irmã e pra mim foi a gota d’água quando, ao final, relatou que era apenas estresse devido as grandes mudanças.

— Sra. Ludwig, o sangue e sua pressão estão normais – disse analisando a prancheta e assinalando algo.

— Que bom doutor, minha irmã é exagerada e...

— Ah, não! – protestei, já não aguentando aquilo. – Isso não basta. – O rapaz piscou os olhos e recuou – Eu vejo Grey’s Anathomy. Ela precisa de uma tomografia, ou de uma ressonância magnética. Alguma droga de exame inicial. No mínimo, ela vai consultar um neurologista agora!

Ele franziu a testa.

— Esses exames são caros. Não podemos fazer tomografia sempre que um paciente reclama de dor de cabeça, mas se quiser, posso recomendar o neurologista. É só marcar uma hora.

— Há quanto tempo é médico? – estiquei meu pescoço para frente e o instiguei. – Hã?

— Este é meu primeiro ano de residência.

— Quer chegar ao segundo ano?

— Claro. Não vejo a hora...

— Chame seu supervisor. Agora! Não passamos mais de três horas aqui para que um projeto de médico nos diga que minha irmã está estressada. Eu estou estressada. Você está estressado. Mas nos lembramos de coisas simples como o caminho de casa. Traga um neurologista aqui. Agora!

— Vou ver o que consigo.

Ele pegou sua prancheta e saiu às pressas.

Prim suspirou ao meu lado.

— Você está sendo você de novo. É estresse, sim.

— Também espero que seja, mas não vou confiar na palavra do principezinho do baile de formatura.

Alguns minutos depois a mesma enfermeira, que colheu o sangue para análise, entrou no consultório.

— A Dra. Jackson recebeu o material. Ela pediu que a senhora fizesse uma tomografia.

— Uma doutora. Finalmente. – Animei-me um pouco.

— Podem me acompanhar – chamou a enfermeira.

Prim segurou minha mão. Uma sensação estranha me invadiu, era como se voltássemos no passado, numa época em que eu cuidava dela. O percurso parecia durar uma vida até que atravessamos uma passarela envidraçada e logo tomamos o elevador, até nos depararmos com o CENTRO DE MEDICINA NUCLEAR.

Nuclear. Acabei por pressionar a pequena mão de minha irmã. Tive que aguardar do lado de fora, quando a enfermeira me informou sobre o procedimento do exame.

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

O exame demorou quase duas horas para ficar pronto e como se não bastasse a enfermeira nos informou que a doutora tinha pedido outro exame. Ressonância magnética. Estranhei tudo aquilo, mas se não tinha outro jeito, Prim faria todo tipo de exame até descobrirmos o “X” da questão.

Após passar pela ressonância aguardamos mais um tempo no gélido corredor.

— Prim Ludwig? – Rapidamente minha irmã levantou-se. O simples movimento a fez bambear e segurei-a para que não cair. – Sou a Dra. Michelle Jackson, diretora da unidade de neurologia.

— Sou, Primrose Ludwig e essa, é minha irmã, Katniss.

— Muito prazer. Por favor, venham comigo – ela nos guiou pelo extenso corredor até uma sala abarrotado de livros e diplomas. Numa lateral do consultório, algumas radiografias achavam-se dispostas em um painel aceso. Olhei para elas, imaginando o que significavam. A Dra. Jackson sentou-se à mesa e indicou para que fizéssemos o mesmo. – Perdoem-me pelo ocorrido com o Dr. Jones. Este, é um hospital estudantil, e muitas vezes não são tão precavidos. Fez bem em ter exigido um alto atendimento.

— Eu estou com labirintite? – perguntou Prim.

— Você está com algo mais grave que isso.

— Como assim?

— É uma massa no cérebro. – A doutora ergueu-se e caminhou até as radiografias expostas. – Está vendo esta lesão como realce em anel? – ela apontava para o ponto específico e Prim assentiu antes dela prosseguir. - É um tumor e está do tamanho de uma bola de ping pong. A localização onde se encontra, é uma área muito delicada, por isso os sintomas de dor de cabeça, dormência e déficit de memória.

Não pude acreditar naquelas palavras.

— Oh, não... – murmurou Prim.

A doutora continuou dizendo que havia consultado um neurocirurgião e deduziram que não tinha o que fazer, uma cirurgia estava fora de questão. Disse também que tínhamos que procurar uma segunda opinião e um oncologista.

— Isso significa que minha irmã pode morrer e não tem o que fazer?

— Deixei livre para procurarem uma segunda opinião.

— Katniss, por favor...

— Precisaríamos de mais exames, mas pela localização e tamanho...

— Ninguém aqui tem audácia de fazer a cirurgia? – perguntei e Jackson sentiu-se intimidada.

— Conversei com nossos melhores cirurgiões e concordam que uma operação como esta pode não ter volta.

Minha irritação começava a ultrapassar o limite.

— Existe algum especialista em Seattle que tiraria isso da minha irmã?

— Não que eu conheça...

Nem esperei que completasse a frase e saí irritada arrastando minha irmã comigo.

— Kat – senti a pressão que Prim fez em meu antebraço. – Não pode falar desse jeito com as pessoas, se ela disse que não tem jeito, é porque não tem.

Com aquelas palavras senti como se uma faca me atravessasse o coração, eu queria fazer direito dessa vez e rodaria o mundo se fosse preciso salvá-la.

— Prim, sei que você tem mil e um motivos para me odiar... – no mesmo instante grossas lágrimas deslizaram sobre suas bochechas rosadas que logo tratei de enxugá-las. – Segure-se em mim. Vou ficar ao seu lado para o que der e vier. Juntas até o fim.

— Obrigada – sussurrou.

Lentamente caminhei com ela que começou a pensar em todos e vi que estava à beira de um colapso nervoso.

— Ei, não pode começar a desistir agora. Isso foi apenas a opinião dela – falei fitando seus olhos azuis de minha irmã. – Eu não vou desistir de achar uma saída, ou alguém apto para tirar essa coisa de você.

As lágrimas se formaram em meus olhos e minha, voz falhada, me entregava.

— Kat, pensamentos positivos, né? Agora eu tenho você – disse ela, confortar os outros parecia ser mais fácil que pensar.

— Isso, pensamentos positivos e fé – completei. – Prim, se firme na fé, enquanto eu começo minhas pesquisas sobre tudo relacionado a isso.  

— Como uma equipe, certo?

— Sim, uma equipe de dois. Você precisará de alguém e, não vou te abandonar nessa jornada.

A tomei em meus braços e afundei meu rosto na curvatura de seu fino pescoço, o qual, uma trança o rodeava. Naquele instante era como se toda nossa infância estivesse entre nós duas, tanto os bons momentos e os piores. O grande desafio estava por vir.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Só preciso da opinião de vocês, próximo capítulo é o POV do Peeta e a Paty irá postar. Por favor comentem... não abandonem EI e aguardo vocês... TA não será att nessa semana, mas domingão tem PA att pela nossa querida Sany. Tenham todos um ótimo FDS, beijinhos.



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