Fiquei sem reação, não sabia o que falar, minha vontade era xingar ele, colocar para fora tudo o que estou guardando até agora, mas também queria desligar, ele não merece nem os meus xingamentos.

—Bella eu sei que você está ai, por favor, fale comigo.

—O que você quer?

—Eu quero saber o porquê de você não ter aparecido na escola esses dias?-então ele ainda não sabe que me mudei.

—Eu não estudo mais lá, e tenho certeza que você nunca mais vai me ver.

—Como eu não fiquei sabendo disso?

—Não me interessa, aliás, por que está querendo saber de mim? Já não basta o que você me fez?

—Desculpa, é que eu fiquei preocupado

—Desde quando você fica preocupado com alguém?

—Bella por que toda essa agressividade? Só estou preocupado, você sumiu, não me procurou mais.

—Claro! Você queria o que? Não estou te entendendo, foi você quem me traiu com a minha suposta melhora amiga!- eu já estava à beira do descontrole, estava morrendo de raiva, algumas lágrimas teimavam em cair, eu não quero chorar, muito menos no telefone com ele, tenho que mostrar que já superei.

—Bella, posso ir até sua casa?

—Você só pode estar brincando comigo, né?

—Não estou te entendendo.

—Quando eu disse que nunca mais irá me ver, não estava brincando, eu me mudei para bem longe, bem longe de você!!

—Por que fez isso?

—Olha só, pode parando com essa encenação toda, não sei o que quer, mas não vai conseguir. Vi você me traindo, não foi ninguém que me contou,quero nunca mais olhar pra sua cara, e muito menos ouvir sua voz, não me ligue mais!!!

—Mas, Bella.

Não deixei terminar, desliguei o celular, não aguentava mais segurar o choro, a dor é muito forte, parece que há um buraco em meu coração, não sei como consegui falar aquilo tudo, mas foi preciso, eu não podia ouvir mais sua voz, eu não podia mais saber dele, depois dessa conversa me lembrei do pior dia da minha vida

Flash back on

Tinha acabado de sair do colégio, estranhei que o Lucas não tinha aparecido, mas mandou uma mensagem avisando que havia ficado doente, que estava de cama, que eu não precisava ficar preocupada e que não precisava ir visitá-lo, porque era contagioso, fui direto para casa, quando cheguei, continuei preocupada, não me importava de pegar a doença por tanto que ficássemos juntos.

Resolvi fazer uma surpresa a ele, às vezes eu ia para casa dele sem ele saber e ele também fazia isso, eu já sabia onde uma chave reserva ficava escondida por isso entrei sem fazer barulho, nessa hora ele estaria em casa sozinho. Os pais dele costumam estar no trabalho, entrei na casa, mas estranhei um casaco estendido no sofá, era muito parecido com o que a minha amiga Beck tinha, resolvi não mexer e subi logo para o quarto, provavelmente ele estaria dormindo então achei melhor chegar de fininho, assim daria um belo susto nele.

Entrando no corredor achei algumas peças de roupas espalhadas pelo chão, uma saia e uma blusa, quem estaria usando isso?

Comecei a ouvir barulhos vindos do quarto, uma parte de mim queria sair dali, sabia que não era boa coisa, mas a outra estava curiosa, quem é que estaria com o Lucas no quarto? Precisava ter certeza do que eles estavam fazendo. Comecei a ouvir alguns gemidos e uma conversa

—Nossa Lucas, como você é bom.

Eu conhecia essa voz

Eu não acreditava no que estava ouvindo, minha vontade era entrar pela aquela porta, mas eles continuaram então resolvi esperar, quem sabe não descobriria mais coisas.

—A Bella é uma trouxa, a gente aqui se divertindo e ela com peninha de você.

—Nem me fale, depois ela vai vir toda melosa para o meu lado, odeio isso.

—Por que não termina com ela logo?

—Você sabe que eu tenho aquela aposta, não posso perder.

—Você está demorando de mais com isso.

—O que eu posso fazer, eu tenho que tirar a virgindade dela, mas ela é durona, não sede por nada.

Não aguentava mais, estava com muita raiva, com tanta dor, entrei no quarto e peguei os dois deitados na cama, eles não acreditaram que era eu.

—Então é essa a doença contagiosa?

—Bella, eu posso explicar.

—Não precisa explicar nada, você nunca mais vai encostar essa mão imunda em mim.

—Não é nada disso que você está pensando.

—Nem imagina o que eu estou pensando, minha vontade é matar vocês, mas não mexo com lixo, não precisa me ligar mais, acabou aqui.

—Amiga não faz isso.

—Amiga? Ainda tem coragem de me chamar assim?

Ela levantou e veio em minha direção, dei um tapa no meio da sua cara, que com certeza ficaria a marca.

—Nunca mais me chame assim, sua vadia!

Fui embora daquele quarto o mais rápido possível, depois daquele dia eu nunca mais fui à mesma...

Flash back off

Depois de tanto chorar peguei no sono.