Stereo Hearts escrita por MariM


Capítulo 2
And it all begins




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POV ANNABETH

Acordo com o celular de Thalia tocando as 5hrs30min, abro minimamente os olhos e a vejo se levantar e ir ao banheiro tomar banho, me viro para o outro lado e quando estava pegando no sono novamente, ouço Thalia dizer com a voz abafada por estar no banho:

— Annabeth! Pode acordando que nós temos que estar no pátio as 6hrs!

— Já estou acordada Thalia – respondo, me aconchegando mais na coberta

— Então levanta e vai separando sua roupa!

— Ta bom, mamãe – eu digo e me levanto, contra minha vontade. Ando até a janela do quarto meio cambaleante e vejo que o tempo estava meio frio, vou até o closet e pego uma calça jeans e uma blusinha simples de frio.

Enquanto Thalia ainda estava no banho eu fui arrumar minha cama, surpresa comigo mesma, afinal, acho que esse seria provavelmente a primeira vez na minha vida em que eu não me atrasaria. Ela olhou pra mim e para a minha cama de boca aberta, sem acreditar no que estava vendo, eu apenas ri e passei por ela para tomar meu banho.

Banhei-me calmamente, me vesti e sai do banheiro, vendo que Thalia estava sentada na cama de costas pra mim, entretida com algo no celular e até então, não havia me visto ali.

Aproximei-me lentamente dela e disse por trás dela:

— O que está fazendo aí, gatinha? – Ela deu um pulo e um gritinho que eu só imaginaria vindo de Silena, enquanto seu celular foi parar do outro lado do quarto. Comecei a gargalhar no mesmo instante em que Thalia começou a me xingar de palavrões, até o momento só conhecidos pela mesma.

Ignorei os xingamentos e fui até a cabeceira pentear meus cabelos (missão quase impossível), quando terminei, me abaixei e peguei uma sapatilha qualquer debaixo da cama, a coloquei e chamei a Lia, que além de mais calma, já estava mexendo no celular novamente, para descermos.

Estávamos em um corredor, a caminho ao refeitório e percebi que Thalia estava trocando mensagens com alguém.

— Com quem você ta falando?- Não me aguentei e perguntei

— Não interessa – ela disse rudemente, olhei indignada para ela

— Como assim não interessa?! – disse – Pensei que nós fossemos melhores amigas e que não escondíamos nada uma da outra e... – Eu ia começar um discurso e Thalia sabia disso, então ela falou:

— É só meu pai Anne!

— Ah! E o que ele quer?

— Você acredita que Zeus só foi lembrar de me avisar agora que Jason e Leo vão passar a estudar aqui?!

— Jason seu irmão e Leo seu primo? - Perguntei surpresa.

— Os próprios! – ela disse, concordando com a cabeça. Chegamos ao refeitório e pegamos a fila do café, que estava parcialmente grande, considerando o fato de que as maiorias das meninas estavam descendo agora, e foi enquanto nós estávamos na fila que eu me lembrei que Piper disse uma vez que gostava do Jason, então perguntei para Thalia:

— Hey Tals, lembra que a Piper tinha uma quedinha pelo Jason...?

— Quedinha?! Ela tinha é um tombo por ele! – ela disse me interrompendo

— Então, será que ela ainda sente alguma coisa por ele? – eu terminei minha pergunta.

— Quem sabe? – ela disse – Eu acho que sim, e você?

— Eu também... – respondi. Depois disso, pegamos nosso café e fomos para nossa mesa, onde Silena, Piper e Clarisse já estavam.

— Bom dia meninas! – dissemos eu e Thalia ao mesmo tempo. As outras três levantaram o olhar para mim e me encararam de olhos arregalados. E eu, como estava com o pensamento longe, me desesperei com a primeira coisa que venho na minha cabeça

— Ai Meu Deus!! – exclamei com uma pontinha de desespero – Tem uma aranha por aqui?! – Quando estava prestes a levantar e sair correndo e gritando, Thalia puxou meu braço e disse:

— Relaxa, não tem nenhuma aranha por aqui! – Me acalmei aos poucos e perguntei:

— Por que vocês me olharam desse jeito, suas malucas?!

— Nós não somos as malucas, você que é Anne! – Piper respondeu

— Vocês sabem que eu não gosto de aranhas, então foi a primeira coisa que veio na minha cabeça quando vocês me olharam assim – disse, enquanto comia melão picadinho.

— Não gosta?! – disse Thalia – Você tem medo, fobia, horror, nojo, pavor, ódio... – ela teria continuado se Silena não tivesse a interrompido.

— ENTÃO Anne, o motivo de nós termos te olhado daquela forma é que, por algum milagre, você não se atrasou hoje – eu ia responder algo quando ela continuou – o que é uma coincidência, já que hoje também é o dia em que nós vamos conhecer os novatos, será que as duas coisas têm algo a ver? – ela terminou com um sorrisinho malicioso. Eu apenas rolei os olhos e disse:

— Você tá viajando Si! – tomei um gole de café e olhei para Thalia dizendo:

— Então, não vai contar a elas a grande novidade?

— Que novidade? – Clarisse perguntou

— Nada de mais, só que Jason e Leo vão vir estudar aqui também – Thalia respondeu com tédio.

— Jason seu irmão e Leo seu primo? – Silena fez a mesma pergunta que eu havia feito mais cedo.

— Por acaso vocês conhecem outros garotos com esses nomes?! – Thalia disse, gentil como sempre.

— Choquei gente! – Silena disse de boca aberta e eu soltei uma gargalhada

— Só faltava isso pra virar galinha, não é amiga? – disse com um ar brincalhão, Silena olhou para mim fingindo estar magoada, e Piper disse:

— O nome do seu primo é Leo Valdez, Thalia?

— Sim, por que? – Thalia perguntou desconfiada

— Eu vou ser a guia dele – Piper respondeu descrente.

— Jason e Leo vão vir juntos, Thalia? – Clarisse perguntou e terminou a frase cantarolando em deboche quando Thalia assentiu – Parece que a Piperzita vai ver o amado antes do que ela imaginava. – Todas nós rimos enquanto Piper corava. Neste mesmo momento o sinal bateu. Eram 6hr15min e nós tínhamos que ir lá fora para procurar o novato que íamos guiar pela escola.

Nós cinco fomos juntas até a entrada do internato e depois cada uma foi para um lado, eu fui para a direita, onde estava com um pouco menos de movimento, já que a esta altura várias garotas já estavam conversando com os novatos.

Olhei para frente e vi que havia dois garotos encostados em uma árvore, um deles estava vestido totalmente de preto e me lembrava um pouco Thalia. O outro parecia ser um garoto comum...quer dizer, ele até que não é feio...acho que chega a ser bonitinho...ou bonito...ta legal, ele me deixou de pernas bambas.

Ele tinha cabelos pretos e a forma que brincava com o Thalio (vou chamar o de preto assim até descobrir se nome) mostrava que ele seria o palhaço em um grupo. De tantas coisas, o que mais me chamou atenção foram seus olhos, eles eram verdes, tão verdes que dava para notar da distância que eu estava...

Sai do meu transe interno quando avistei Rachel Vadia Dare se aproximar dos dois garotos e falar com o de olhos verdes, me aproximei e estreitei os olhos, Perseu Jackson, era o que estava escrito no seu crachá, não posso mentir e dizer que não fiquei um pouquinhozinho decepcionada por ele não ser o garoto que tinham me passado.

Olhei o crachá do, até então Thalio, e vi que estava escrito Nicolas Di Ângelo, quase dei alguns pulinhos por ter achado ele tão rápido, e fui em direção a eles. Enquanto andava pra lá, percebi a roupa que Rachel estava usando, ela estava ridícula e parecia uma puta pronta pra dar, não que as roupam tenham o poder de definir uma pessoa, mas logo vocês saberão o por que da má fama dela.

— Rachel, querida, acho que você esta perdida! Aqui não é ponto de prostituição para se vestir assim! – Eu disse quando os alcancei e os garotos começaram a rir, enquanto a vadia a minha frente estava prestes a explodir. Dei um sorrisinho enquanto ela me encarou com ódio.

Desviei o olhar dela e percebi que o bonitinho estava me olhando da mesma forma que eu estava o olhando há alguns segundos atrás. Nicolas o cutucou e ele pareceu voltar à vida real, depois fez uma cara seduzente e deu uma piscadinha na minha direção.

Fingi não ter notado nada do que acabou de acontecer e disse sorrindo:

— Então... Meu nome é Annabeth Chase e eu sou sua guia Nicolas

— Pode me chamar de Nico, e esse aqui é Percy, meu amigo – o ex Thalio disse, se referindo ao outro, notei que Percy devia ser um apelido.

— Prazer – O tal do Percy disse. Neste momento tive que me segurar pra não pular em cima dele e fazer uma outra coisa com certeza relacionada a prazer.

— Olá! – eu respondi, tentando permanecer meiga como sempre (ironia) - Agora já são 6hr30min, vamos até seu dormitório? – perguntei a Nico

— Claro! – ele respondeu e entregou um papel que a diretora havia mencionado que estaria com as informações do novato.

— Até mais! – Eu disse a Percy e, sem esperar pela resposta, fui andando com Nico até a entrada do internato.

        Nós estávamos na porta da escola e eu dei uma olhada no papel que Nico havia me entregado, a primeira informação que eu encontrei foi o número de seu dormitório, 512, e percebi que era no mesmo corredor que o novo dormitório de Silena e Piper. Sim, eu disse novo, todas nós tivemos os dormitórios trocados para a inclusão dos meninos, o meu e de Thalia foi de nº 50 para 205, mas continuamos com as mesmas colegas de quarto.

         Chamei Nico e fui mostrando todos os corredores que passávamos até seu dormitório.

         - Esta escrito ai no papel quem é meu colega de quarto? – ele perguntou, olhei o papel novamente e procurei algo sobre colega de quarto.

         - Achei! Você vai dividir o quarto com um tal de Luke Castellan – ele assentiu – Você o conhece?

         - Sim, na verdade, eu e Percy fomos transferidos pra cá junto com mais três amigos, Luke, Charles e Chris – ele respondeu e nós chegamos ao quarto, foi ai que eu percebi que não haviam me entregado nenhuma chave para abrir o dormitório

         - Te entregaram alguma chave? – perguntei a Nico

         - Não que eu saiba, mas talvez a porta esteja aberta – ele disse e rodou a maçaneta, a porta abriu e nós entramos. O quarto não era nem grande e nem pequeno, tinha um beliche, que ficava no canto direito e outras duas portas, uma que dava no banheiro e outra no closet.

         - Gostou? – Perguntei a Nico

         - Até que é legalzinho – ele respondeu

         - É, e como nós chegamos antes que seu colega, você ganhou o bônus de escolher se vai querer dormir em cima ou em baixo – eu disse, apontando para a beliche. Ele sorriu e jogou sua mala na cama de baixo.

        - Prefiro ficar por cima – Ele respondeu e riu sozinho em seguida. Eu brisei total e não peguei a piadinha interna e ele deve ter percebido, porque logo mudou de assunto pegando algo em cima do criado-mudo  - Deve ser a chave do quarto – foi testar na fechadura, a chave encaixou direitinho e ele a guardou no bolso na calça.

         - Bem, não tem nada que você queira pegar antes de descer para conhecer o resto? – perguntei e ele negou. Nós saímos do dormitório sem destrancar a porta, para o outro garoto conseguir entrar depois. Olhei o papel novamente e procurei pelo número do armário de Nico.

         - O seu armário é o número 309 – disse depois de ler o papel – aqui diz que o material comprado por seus pais, de canetas a livros, já estão no armário, além de seu horário das aulas. – Nico assentiu, percebi que ele não era muito de falar, o que me deixava um pouco desconfortável, já que, como diria Thalia, eu não consigo calar a boca por um segundo.

         - Então, o que você estava falando de você e o Percy terem sido transferidos junto com outros amigos? – eu disse para puxar assunto.

         - É que nós nos envolvemos em uma briga no colégio que estudávamos e acabamos sendo expulsos – ele disse calmamente, como se ser expulso da escola por uma briga fosse muito comum.

         - A briga foi tão feia assim?

         - Pergunta para o Percy, foi ele quem começou tudo – olhei interrogativamente para ele, quer dizer, Percy não parecia ser um cara que se envolvia em muitas brigas – Ele é muito calminho sabe, mas quando as pessoas falam mal de certas coisas, Percy não tem noção de seus atos, e acaba sobrando pra quem?! Para os seus lindos amigos. – ele diz e depois rola os olhos.

         - E o que foi que disseram para ele? – Não pude deixar de perguntar

         - Alguns mauricinhos começaram a falas coisas que prefiro não mencionar sobre a mãe dele, e então Percy ficou todo esquentadinho – No momento que ele disse aquilo tive que me segurar para não soltar um suspiro, além de ser uma gostosura, ainda entra em uma briga pela mãe.

POV LUKE

Estava em um sono profundo, quando sinto alguém me chacoalhando e escuto minha mãe, May Castellan, dizendo para eu acordar. Não liguei pra isso e me virei para o outro lado da cama para voltar a dormir. Até que percebo uma claridade invadir o quarto e vejo que minha mãe abriu a janela do quarto.

— Pô mãe, isso já é sacanagem ! – eu disse, abrindo os olhos e quase ficando cego pela claridade.

— Você não quis acordar pela forma fácil, então teve que ser pela difícil – ela disse com um meio sorriso no rosto.

— E por que eu tenho que acordar ás – olhei no meu celular pra saber que horas eram, e me surpreendi – 5hrs ! – terminei indignado.

— Você tem que acordar a essa hora se quiser chegar a tempo no internato ! – minha mãe disse e se retirou do quarto.

Levantei-me da cama e fui quase rastejando para o banheiro. Terminei de me arrumar e comecei a comer uma tigela de cereal (não literalmente), minha mãe apareceu e disse que eu tinha 5min e que ela estaria esperando no carro.

— Posso dirigir? – perguntei sem esperança

— Não! – ela disse simplesmente

— Por favorzinho mamãe – insisti, mesmo sabendo que ela não deixaria.

— Como é que eu vou permitir que um bebezão desse dirija meu carro?! – ela respondeu sorrindo. Fiz carinha de triste, afinal, não posso perder as esperanças, não é mesmo?! - É claro que não! – terminou de falar e saiu pela porta da frente, pondo um ponto final na conversa.

Fui até meu quarto novamente, peguei minhas malas e fui para o carro. Enfiei as malas no porta-malas e entrei no banco do carona.

Minha mãe dirigia calmamente e eu ia pensando em como seria daqui em diante. O lado bom de toda essa mudança e tals é que, além dos meus brothers também estarem nessa, as gatinhas não conhecem minha má fama de pegador. Eu já estava realmente me cansando da outra escola, onde as meninas me dispensavam só por que eu já tinha ficado com as amigas delas e blá blá... Ai ai, garotas!

Bem, agora vou falar um pouco da minha vida... Você deve ter percebido que eu moro apenas com minha mãe. O motivo disso é que quando o vagabundo do meu pai soube que minha mãe estava grávida dele, simplesmente deu as costas a ela e sumiu do mapa. Não que eu não seja feliz apenas com minha mãe, pois eu sou, mas, é claro que eu sinto falta de um exemplo masculino.

Minha mãe diz que sou como ele, não só no quesito de aparência, mas também no de garotas, tanto ele não era quanto eu não sou de ninguém. Diz ela que, apenas quando eu me apaixonar por alguma garota que vou saber como elas se sentem quando são ignoradas por mim depois de uma transa.

O que ela não sabe é que eu já conheço o sentimento de ser deixado de lado, que foi proporcionado pelo meu próprio pai. Ainda estava voando em meus pensamentos quando minha mãe disse:

— Filho pegue minha bolsa debaixo do banco em que você esta sentado, por favor? – assenti e pequei a bolsa, deixando-a em meu colo – quando o carro parou no farol ela abriu um dos mil zíperes da bolsa e pegou um crachá e um papel. E jogou tudo no meu colo quando o sinal abriu e me explicou o que devia fazer quando chegasse lá.

Chegamos ao internato e minha mãe estacionou o carro. Nós dois saímos e eu peguei minhas malas.

— Luke, pelo amor de Deus, não arranje confusão aqui! – ela disse e eu assenti – E vê se para de tratar as garotas como brinquedos, entendeu?! – dei risada disso

— Como assim tratá-las como brinquedos mãe? Elas deveriam é agradecer por eu deixá-las terem acesso a esse corpinho aqui – eu respondi brincalhão

— Meu Deus, você não tem jeito mesmo! – ela disse, agora rindo também.

Minha mãe me deu um abraço apertado e disse:

— Te amo filho

— Também te amo mãe – respondi e observei enquanto ela saia com o carro.

Peguei minhas malas e quando ia atravessar a rua, ouço alguém atrás de mim me chamando.


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