Retrato de Família escrita por QueenSWaldorfBass
Notas iniciais do capítulo
Não deu pra revisar, gente, então mil desculpas.
No dia seguinte à festa, Cobra estava treinando com Duca, quando Jade chegou rindo com Lírio. Cobra se distraiu olhando para ela e Duca o acertou.
— Ai. – Reclamou ele.
Duca seguiu seu olhar e viu Jade. Ele se voltou para Cobra e disse:
— Nem pensa nisso.
— Eu não sei do que você tá falando. – Cobra fez-se de desentendido.
— Sabe sim. – Duca sorriu irônico.
— E o que você tem haver com isso? – Irritou-se Cobra. – Nem tá mais namorando com a minha irmã.
— Não. – Concordou Duca. – Eu não tenho que ficar assistindo ela pegar o Paulista só pra provocar a Jade. Mas conheço o temperamento da Bianca, conheço o relacionamento dela com a Jade e conheço os ciúmes dela de você. E acho que você não quer entrar em guerra com a sua irmã.
— É claro que não. – Confirmou Cobra.
— Então fica longe da Jade. Ela é gata, mas não vale a dor de cabeça.
Duca saiu e deixou Cobra sozinho com seus pensamentos.
— E ai, lutador. – Joaquina chegou de surpresa e usou sua voz com tentativa de ser sexy.
Cobra deu um pulo e olhou para ela.
— Que isso, maluca? – Assustou-se ele.
— Eu sou a Joaquina, mas eu sei que você já sabe disso. – Ela disse entrando no ringue.
— É, ouvi dizer. – Comentou Cobra.
— Então, já que você já sabe quem sou eu e eu já sei quem você é, podemos pular as apresentações e ir direto ao ponto em que concordamos mutuamente que temos tudo a ver. – Joaquina ia dando passos em direção a Cobra e o encurralou no canto do ringue.
— Como é que é? – Chocou-se Cobra.
— Você sabe, nós dois somos lindos, misteriosos e falados aqui, acho que daremos super certo.
— Do que que você tá falando? – Cobra tentou fugir, mas foi impedido por Joaquina.
— Você sabe que me quer.
— Olha, eu fico lisonjeado, mas eu meio que já tenho outra pessoa. – Mentiu Cobra.
— QUEM É A RECALCADA? – Exaltou-se Joaquina.
— Jo? Tá tudo bem aqui? – Aproximou-se Ruiva.
Joaquina olhou para ela e Cobra aproveitou a distração dela e saiu do ringue.
— Bárbara? – Joaquina perguntou em tom de desafio. – Então você é minha grande rival?
— Do que você tá falando, Joaquina? – Estranhou Ruiva.
— A minha rival pelo coração do forasteiro.
— Eu juro que não faço ideia do que você tá falando. – Disse Ruiva.
— Está bem, eu aceito o desafio. – Joaquina jogou seus cabelos para trás e saiu.
Ruiva riu e depois foi até Cobra.
— Olha só, parece que você tem uma admiradora. – Zombou ela.
— Essa garota é maluca? – Preocupou-se Cobra. – Ela bateu com a cabeça ou algo assim?
— A Jo não bate muito bem mesmo, mas é boa pessoa.
— É, tô vendo.
Ruiva riu.
—O-
Bianca estava no escritório do pai e assistiu irritada a interação do irmão e da melhor amiga.
—O-
— Então se divertiu muito na sua primeira noite no Rio? – Perguntou Ruiva.
— Menos do que eu imaginava. – Confessou Cobra. – Acontece que o João ronca, o Miguel grita durante a noite e a Bianca chorou a noite toda, porque o Duca terminou com ela.
— Não tá acostumado com a casa tão cheia, né? – Entendeu Ruiva.
— Pra ser honesto, não.
— Não se preocupa, você acostuma. – Ela deu de ombros depois sorriu e saiu.
Cobra sorriu pra ela e depois assistiu a Karina se aproximar vagarosamente.
— Então? – Começou ela. – Ruiva, Jade, Joaquina, tem mais alguém que eu preciso saber?
— Se tiver, eu também preciso pra ficar preparado. – Brincou Cobra fazendo Karina rir.
— Cobra, posso falar com você? – Perguntou Bianca.
— Claro, Bi. – Assentiu Cobra.
— Eu vou ser bem direta. – Disse ela. – Não quero que você fique com a Ruiva.
— Ai. – Karina gemeu. – Começou.
— Fica fora disso, Karina. – Mandou Bianca. – Você é meu irmão e ela é minha melhor amiga, eu não quero que as coisas fiquem complicadas.
— Se isso é importante pra você, Bi, então, beleza. – Garantiu Cobra.
— Sério? – Surpreendeu-se Bianca.
— Sério? – Chocou-se Karina.
— Sério. – Confirmou Cobra.
— Obrigada, Cobra. – Bianca abraçou o irmão.
— Não por isso. – Cobra acariciou os cabelos dela.
Ela se separou do irmão favorito e sorriu.
— Isso significa muito pra mim. – Ela sorriu, beijou Cobra no rosto e saiu.
— Pirou? – Questionou Karina quando a irmã saiu. – Bebeu? Fumou? Cheirou? O que aconteceu, Cobra? Ficou maluco, bateu com a cabeça? Desde quando você cede assim aos caprichos da Bianca? Ainda mais quando envolve uma mina que você quer pegar.
— Ah. – Cobra deu de ombros. – Era importante pra ela e o Duca acabou de terminar com ela, ela tá meio frágil e sensível, achei que pudesse quebrar é essa. Tem muitos outros peixes no mar.
Ele sorriu se lembrando do discurso de Jade.
— Você pegou a Jade ontem à noite? – Indagou Karina.
— Claro que não, Ka. – Ofendeu-se Cobra.
Karina observou com atenção o irmão favorito e observou:
— Não, não pegou, mas aquela garota deixou uma baita de uma impressão em você, não deixou?
Cobra não respondeu, apenas desviou o olhar.
— Ela deixou. – Preocupou-se Karina. – Se ferrou, meu irmão. Boa sorte.
Karina bateu a mão no ombro de Cobra e depois foi treinar com Nat.
Cobra assistiu a irmã favorita partir e depois olhou para Bianca, por fim ele olhou para o topo da escada, a entrada da escola de artes, onde ele sabia que era onde Jade estava.
—X-
Cobra entrou no Perfeitão e deu de cara com Pedro.
— Ai. – Gritou Pedro. – Você veio pra me matar?
— Não. – Cobra fingiu-se de irritado. – Eu vim encontrar a Karina, a gente combinou de almoçar aqui.
— Ah. – Pedro ficou aliviado. – A Esquentadinha ainda não chegou não, mas você pode sentar em qualquer lugar.
— Você trabalha aqui? – Perguntou Cobra.
— O meu pai é o dono. – Respondeu Pedro. – Então qualquer coisa que você queira, é só pedir e eu estou a disposição, cunhado.
— Como é que é? – Vociferou Cobra.
— Nada não. – Defendeu-se Pedro. – Eu só tava brincando. Pode sentar e eu já vou atender você, vai ser rapidinho.
— Tá. – Concordou Cobra. – Mas acho que vou esperar a Karina chegar.
— Beleza. – Pedro assentiu.
Assim que ele saiu Cobra riu discretamente e se sentou.
Ele esperou Karina por meia hora, mas ela não apareceu. Ele estava prestes a se levantar e voltar pra academia quando Jade entrou na lanchonete.
Assim que ele a viu, sorriu automaticamente. Jade suspirou e depois passou os olhos pela lanchonete. Quando seu olhar encontrou o de Cobra, ela sorriu e caminhou até ele.
— Vagabundo. – Ela cumprimentou.
— “Vagabundo”? – Ele riu.
— É, você me chamou de dama, é irmão da praga da Bianca, filho do Gael, lutador e tem esse jeito de cafajeste. – Explicou ela. – Acho que o apelido é perfeito pra você.
— Então vou aceitá-lo. – Cobra sorriu. – Minha dama.
Jade riu.
— Quer sentar? – Convidou ele.
Jade pensou por um momento e deu de ombros.
— É. – Ela concordou se sentando. – Por que não? Tô sem companhia mesmo.
— Nem me fala. – Reclamou Cobra. – Eu fiquei de almoçar com a Karina, mas parece que levei o bolo.
— Hum. Eu vi a Karina com o Duca quando estava saindo da Ribalta. – Disse Jade.
— Acho que ela esqueceu de mim. – Deduziu Cobra.
— Não deve estar acostumada com o irmão mais velho em casa. – Imaginou Jade. – Você morava em Goiânia com a sua mãe, né?
— Isso. – Concordou ele. – Ei, Capiroto, a gente tá pronto pra pedir agora.
— Pode deixar, gente boa. – Pedro forçou um sorriso.
— “Capiroto”? – Jade caiu na gargalhada.
— É o apelido que meu pai deu pra ele.
Jade riu.
— Tá aqui, gente fina. – Pedro entregou os cardápios a Cobra e Jade. – E a Karina?
— Não é da sua conta. – Cortou Cobra.
— Tá bom. – Pedro sorriu assustado. – Só me chama quando tiverem escolhido.
Jade riu discretamente assistindo a partida de Pedro.
— Tão mal. – Brincou ela.
— É divertido ver ele tremer. – Cobra sorriu.
Ela riu.
— Mas então, você morava com a sua mãe e agora está aqui. O que causou a mudança? – Perguntou ela olhando o seu cardápio.
— Eu queria estudar muay thai com o meu pai. – Cobra deu de ombros.
— Então a mudança é permanente?
— É sim. – Confirmou ele.
— Bom saber. – Jade sorriu maliciosa.
— Você é bem direta, né? – Cobra sorriu.
— Eu não sou de ficar fazendo rodeios. – Confessou ela. – Mas não se preocupa não, eu não tô dando em cima de você não.
— Ah não?
— Não. – Negou ela. – Você é bonitinho e tudo, mas só de pensar em beijar um cara que tem o mesmo sangue que a Bianca, eu já tenho enxaqueca.
— Isso... é uma pena. – Lamentou Cobra.
Jade riu.
— Quem tá dando em cima de quem agora? – Provocou ela.
— Acredite, se eu estivesse dando em cima de você, você saberia. – Cobra piscou.
— Ah é?
— É. – Confirmou ele. – Na verdade, se não fosse seu probleminha com a Bianca, eu realmente estaria dando em cima de você agora.
Jade riu.
— Então que bom que eu tenho um probleminha com a Bianca. – Disse ela. – Assim as coisas entre nós não ficam confusas e subjetivas.
— É. – Concordou Cobra. – Verdade. Assim a gente pode ser amigos, não é? A Cho que não tem problema nenhum se a gente for só amigos, não é?
— Problema nenhum. – Jade deu de ombros com uma falsa inocência. – Eu não tenho problemas com a Karina, me dou super bem com o João e acho o Miguel um fofo.
— Então, com a gente vai ser a mesma coisa. – Comentou Cobra. – Eu vou ser só mais um amigo seu que te acha insanamente gata.
Jade sorriu.
— Se nós não fôssemos amigos, eu diria que você tá me cantando.
— Se nós não fôssemos amigos, eu já teria...
— Já sabem o que vão pedir? – Pedro interrompeu.
Jade e Cobra olharam pra ele constrangidos.
— Hã, me traz o especial da casa. – Respondeu Cobra lhe entregando o cardápio.
— Eu vou querer o prato do dia, Pe. – Jade repetiu o gesto.
Pedro assentiu e saiu.
Os dois olharam constrangidos um para o outro e desviaram o olhar.
— Então, como está sendo morar com a sua família aqui até agora? – Perguntou ela avaliando o enfeite de mesa.
— Meio conturbado. – Admitiu ele. – Eu sempre tive um quarto só pra mim e agora tenho que dividir com o João e ele ronca. O Miguel começou a chorar de madrugada e acordou a casa toda, eu nunca tive que conviver com um bebê antes. E pra completar, o quarto ao lado é o da Bianca e ela chorou A NOITE TODA, porque o Duca terminou com ela depois do que aconteceu na festa.
— Terminou é? – Alegrou-se ela.
— Você gostou, né?
— Só acho que a justiça foi feita. – Jade deu de ombros. – E sobre o resto, não se preocupe, você acostuma.
— É, a Ruiva disse a mesma coisa.
— Disse é? – Jade perguntou desagradada. – E você e ela são amigos?
— A gente meio que ficou ontem na festa. – Ele deu de ombros ansioso para saber a reação dela.
— Hum. – Jade fingiu desinteresse.
Cobra não pode evitar um sorriso.
— E quais são os planos a partir de agora? – Ela mudou de assunto. – Você vai estudar com o seu pai e o que mais?
— Eu preciso de um emprego. – Ele deu de ombros.
— Em que?
— Qualquer coisa.
— O QG aqui do lado tá precisando de um vendedor. – Sugeriu ela.
— Mesmo?
— Sério. – Assentiu ela.
— Será que eles me dão uma vaga?
— Olha, - Jade sorriu. – o gerente de lá é meio afim de mim. Eu posso falar com ele por você.
— Valeu. – Ele sorriu e Jade devolveu o sorriso.
Eles conversaram durante uma hora no almoço e Cobra soube que já estava interessado demais em Jade pra ser apenas amigo dela e que seu interesse o colocaria em encrenca.
—X-
Cobra saiu do QG e parou ao lado de Jade que o esperava do lado de fora.
— E então? – Perguntou ela.
— Ele disse que eu posso começar amanhã. – Cobra sorriu.
— Uhuul. – Jade comemorou e abraçou Cobra.
E ele riu e ao se separar, ela disse:
— A gente precisa comemorar.
— Claro. – Concordou Cobra. – Você paga, porque eu ainda não recebi nenhum salário.
— Nossa, você não é nada cavalheiro. – Ela riu.
— Não... eu sou vagabundo. – Brincou Cobra.
Jade riu e os dois voltaram pra academia/escola de artes.
Jade sorriu para ele e subiu direto pra Ribalta, antes que alguém os visse juntos e Cobra foi procurar por Karina.
Ele a encontrou conversando alegremente com Duca.
Ela estava rindo muito e Cobra estranhou o modo como a irmã olhava para Duca e o tocava.
Ele coçou a garganta para chamar a atenção e Duca e Karina se voltaram para ele.
— Posso falar com você? – Ele perguntou a Karina.
— Tá. – Assentiu Karina.
— A gente se vê depois, Ka. – Despediu-se Duca.
— Até mais, Du. – Karina sorriu.
Duca saiu e Cobra se aproximou de Karina.
— E então? – Ele começou irritado.
Karina o olhou confusa e então a compreensão passou por seu rosto.
— Ai, meu Deus. O nosso almoço.
— Você ficou aqui conversando com o Duca e esqueceu que combinou de almoçar comigo? – Irritou-se Cobra.
— Cobra, desculpa. – Começou Karina.
— Karina, o que que tá acontecendo? – Questionou Cobra. – Você me dá o bolo pra conversar com o Duca, daí eu chego aqui e encontro voe aí toda sorrisos e carinhos. Qual é?
Karina abaixou o olhar constrangida. Cobra com um choque, percebeu o que estava acontecendo.
— Karina, você tá afim do Duca?
— Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh. – Ela tampou a boca do irmão. – Você quer que alguém escute?
— Eu não acredito nisso. – Reclamou ele. – Você tá afim do ex da sua irmã?
— E você tá afim da arqui inimiga dela, quem é você pra me julgar?
Cobra abriu a boca pra discutir, mas fechou de novo.
— Você não pode contar nada pra Bianca. – Avisou Karina.
— Tá. – Cobra concordou irritado. – Mas vê se resolve isso.
— E você resolve as coisas com a Jade.
— Eu não sei do que você está falando. – Mentiu ele.
— Não. – Karina riu sarcasticamente e saiu.
Cobra ficou sozinho com seus pensamentos.
—X-
Durante a noite, Miguel estava chorando de novo e Cobra se revirava na cama sem conseguir dormir.
João na cama de cima, por outro lado, nem ao menos parecia se abalar, dormia profundamente e roncava.
Cobra também conseguia ouvir os soluços abafados de Bianca no quarto ao lado. Ele não fazia ideia de como conseguia ouvi-la com tanto barulho, mas achava lastimável que ela ainda estivesse chorando por Duca.
Duca, o cara por quem Karina também estava apaixonada.
Cobra podia prever a confusão que se seguiria.
E no meio disso tudo ainda tinha Jade. O que pra ele era um sopro de luz, pra Bianca era uma catástrofe.
Ele se perguntou se deveria ir até o quarto da irmã consolá-la, mas não saberia o que dizer se fizesse isso.
Então achou que o melhor que podia fazer era dar a ela alguma privacidade e tentar voltar a dormir.
E foi o que ele fez, não sem muita dificuldade.
—X-
Durante o café da manhã todos na casa estavam muito animados, com exceção de Cobra que se sentia muito cansado.
— Então, filho, começa hoje o emprego no QG? – Questionou Gael.
— Isso. – Confirmou Cobra.
— Como você conseguiu um emprego no QG? – Perguntou João.
— Indicação de uma amiga. – Cobra deu de ombros.
— Que amiga? – Estranhou Bianca.
— Uma amiga. – Cobra respondeu simplesmente.
Karina olhou para ele e ele devolveu o olhar.
— Que amiga? – Insistiu Bianca.
— Uma amiga, Bianca. – Ralhou Gael. – Para de neura.
Bianca revirou os olhos e voltou-se para Karina:
— Ka, a gente podia ir no cinema hoje à noite, o que você acha?
— Não vai dar não. – Negou Karina. – Hoje eu vou na casa do Duca.
— Você não pode ir na casa do Duca. – Brigou Bianca.
— E por que não? – Irritou-se Karina.
— Porque ele terminou comigo. – Explicou Bianca.
— E daí? – Karina deu de ombros. – Ele terminou o namoro com você e não a amizade comigo.
— Mas você não pode ser amiga dele. – Reforçou a irmã mais velha.
— Eu não tô nem aí se vocês terminaram, não vou deixar de ser amiga do Duca por isso. – Disse a irmã mais nova. – Nós já éramos amigos muito antes de vocês namorarem e vamos continuar sendo agora.
— Isso é traição. – Chocou-se Bianca.
— Bianca, para com isso. – Mandou Gael. – Sua irmã e o Duca são amigos, só isso. Você não tem que conviver com ele por isso.
Bianca lançou um olhar irritado para Karina e a mais jovem e o irmão mais velho trocaram um olhar que foi um misto de preocupação e cumplicidade.
—X-
Cobra estava treinando quando Jade e Joaquina entraram rindo na academia.
Joaquina o olhou e jogou beijos para ele que arregalou os olhos assustado, depois Joaquina jogou um olhar raivoso para Ruiva e subiu as escadas.
Jade olhou para Cobra, sorriu maliciosa e acenou para ele. Cobra sorriu e a cumprimentou com um gesto de cabeça. Jade riu de leve e subiu as escadas e Cobra correu o seu olhar para o escritório para ter certeza de que Bianca não tinha presenciado a cena, mas ela estava distraída com vários papéis. Então o lutador passou os olhos por toda a academia para ter certeza de que ninguém tinha vista nada. Ninguém pareceu notar, exceto Karina, que viu tudo e lançou um olhar repreendedor para o irmão que rapidamente desviou o olhar.
Karina balançou a cabeça e revirou os olhos. Então Duca se aproximou dela e ela se esqueceu de tudo.
— E ai, Ka. – Ele sorriu.
— Oi, Du. – Karina abriu um sorriso maior.
— Tá tudo certo pra hoje à noite? – Ele perguntou apreensivo.
— Claro. – Karina confirmou animadamente.
— Tem certeza? – Questionou ele. – Porque eu pensei que agora que eu e a Bianca terminamos, ela ia encrencar com essa coisa toda da nossa amizade.
— Ah, não esquenta com isso. – Karina fez pouco caso. – A Bi sabe que nós somos grandes amigos e não vai interferir nisso.
— Então beleza. – Duca sorriu. – Que bom, porque você é muito importante pra mim, Ka, você é uma das minhas melhores amigas e eu gosto muito de você. Você é como a irmãzinha que eu nunca tive.
Ele riu, a abraçou e beijou o topo de sua cabeça. Karina forçou uma risada e assistiu ao rapaz sair e conversar animadamente com Nat.
— E ai, Esquentadinha. – Pedro cumprimentou sorridente.
— Oi, Pe. – Karina suspirou.
— Então, vai lançar um filme bem legal sobre lutadores hoje e eu tava pensando se você não queria ir no cinema comigo à noite. – Ele convidou esperançoso.
— Não vai dar não, Pe. – Negou ela. – Eu já tenho planos pra hoje à noite.
— Ah, talvez amanhã, então. – Pedro sugeriu.
— Sei não, Pedro.
— Pode ser depois também, ou depois, ou no final de semana, ou na próxima semana, mês que vem, daqui a dez anos, quando você puder. – Insistiu ele.
— Ela não pode, você não entendeu? – Cobra se aproximou.
— Ai. – Pedro gritou.
— Tá tudo bem, Cobra. – Garantiu Karina.
— Tem certeza? – Ele perguntou com o olhar fixo em Pedro.
— Tenho sim. – Assentiu Karina. – Acho melhor você ir agora, Pedro.
— Tá. – Pedro suspirou. – Mas pensa na minha proposta... por favor.
Karina assentiu e Pedro começou a sair e Cobra lhe lançou um olhar ameaçador que fez o guitarrista apertar o passo.
Assim que Pedro saiu, Cobra relaxou e voltou seu olhar para a irmã.
— Você devia avaliar melhor suas opções. – Aconselhou ele. – Ver quem é que gosta de você de verdade.
Então Cobra saiu para voltar ao treinamento e deixou Karina sozinha com seus pensamentos.
—XOXOXOXO-
João desceu as escadas e caminhou até Cobra.
— E ai, mano, tá afim de almoçar? – Ele perguntou.
Cobra parou de treinar e olhou para João.
— É, acho que dá pra ser. – Assentiu o lutador. – Daqui a pouco eu tenho que ir trabalhar mesmo.
— Beleza. – João sorriu.
— Oi, Johnny. – Vicki cumprimentou sedutoramente.
João se virou sorrindo.
— Vickiiiii.
— Eu mal vi você na aula hoje. – Ela se aproximou.
— Pois é, eu tô cumprindo uma promessa de ficar em silêncio. – Brincou João.
Vicki riu.
— Este aqui é meu irmão, Cobra. – João apresentou. – Na verdade ele não é meu irmão mesmo, mas é como se fosse. Cobra, esta é a Vicki.
— Muito prazer. – Cobra estendeu a mão.
— É, o prazer é meu. – Vicki sorriu. – A Jade me falou de você,
— Falou, é? – Cobra não pode evitar sorrir. – E o que foi que ela disse?
— Que espécie de melhor amiga eu seria se te dissesse? – Vicki iscou e depois voltou-se para João. – A gente se vê por aí, Johnny.
Ela contornou a clavícula dele com o dedo, levantou seu queixo e depois saiu.
— Tchau. – João sorriu bobamente.
— Olha só, seu João, você não me disse que a garota tava afim de você. – Comentou Cobra.
— Pois é. – João suspirou.
— E você prefere investir na Bianca? – Perguntou Cobra. – Que ainda vai passar umas boas semanas chorando pelo lutador ridículo.
João deu de ombros e Cobra balançou a cabeça.
— Oi, Cobra. – Cumprimentou Ruiva.
— E ai, Ruiva. – Ele sorriu.
— Você tá indo almoçar agora? – Questionou ela. – Eu pensei que nós dois podíamos almoçar juntos.
Cobra suspirou.
— Olha só, Ruiva, - Ele começou. – eu vou ser bem claro com você. Você é uma gata, super gente fina, beija bem pra caramba e eu meio que fiquei afim de você, mas não vai rolar nada entre a gente, porque a Bianca deixou bem claro que não me quer enrolado com a melhor amiga dela e eu não quero confusão com a minha irmã. Então noite passada foi filha única.
— Você vai acabar comigo por causa da Bianca?
— Tipo isso. – Confirmou Cobra.
— Tá. – Ruiva deu de ombros. – Já tô vendo que você não é mesmo quem eu pensava.
Ela virou as costas e saiu. João aspirou o ar e assobiou.
— Nossa, tô orgulhoso de você, Cobra. – Ele disse. – Colocando a sua irmã em primeiro lugar, bem legal isso. Tudo pela família.
— É. – Concordou Cobra. – Tudo pela família.
Mas seu olhar estava fixo em Jade que descia as escadas rindo com Jeff e Lírio.
—X-
À noite, Cobra tinha acabado seu primeiro expediente e estava arrumando as coisas para fechar quando Jade entrou no QG.
Ela Desfilou até Cobra que estava abaixado guardando umas caixas. Ele subiu seu olhar e se demorou mais tempo do que o necessário em suas pernas.
— Minha dama. – Ele sorriu malicioso.
Ela devolveu o sorriso e se sentou no balcão.
— E ai, como foi o primeiro dia? – Ela perguntou jogando seus cabelos para o lado.
— Foi bom. – Ele disse se sentando na mesa de frente a ela.
— Sabe, minha amiga Joaquina tá super afim de você. – Comentou Jade. – Ela tá querendo saber se você e a Ruiva tão tendo alguma coisa séria.
— Diz pra sua amiga Joaquina que não tem nada rolando entre a Ruiva e eu. – Cobra arqueou as sobrancelhas. – Eu tô completamente disponível.
— Olha, ela vai ficar bem animada de saber disso.
— Fala pra ela não se animar muito não. – Pediu Cobra. – Eu tenho outros planos em mente e ela é doida.
Jade riu.
— É a Jo é meio maluquinha, mas é gente fina. – Jade deu de ombros. – Mas não esquenta não, eu me livro dela pra você.
— Se fizer isso, eu vou ficar te devendo.
— Então já vão ser duas. – Jade se levantou. – Aliás, você me deve uma comemoração.
— E você me deve uma camiseta nova. – Lembrou ele.
— Tem razão. – Assentiu ela. – E eu sempre pago as minhas dívidas. Então eu me livro da Jo por você e nós ficamos quites. Mas você ainda vai me dever pelo emprego no QG.
— E como eu não gosto de ficar devendo nada pra ninguém, acho que vou ter que te levar pra jantar, o que me diz?
— É. – Concordou Jade. – É um começo.
Ele riu.
— Na sexta? – Ele perguntou.
— Na sexta. – Ela confirmou. – Boa noite, vagabundo.
— Boa noite, dama.
Jade lhe lançou um olhar sexy e saiu sedutoramente.
Cobra suspirou quando ela já tinha ido embora.
— É, Cobreloa, você vai se ferrar.
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Desculpem se o próximo demorar um pouco, gente, tô fazendo o mais rápido que posso. Por isso eu nem sei se está ficando muito bom. Desculpem se estiver uma droga.
Espero que vocês apreciem o que temos por enquanto.
Beijos, até o próximo capítulo.