C A P I T U L O 9

— Bella, espera. – disse pegando em seu braço e a virando pra mim. – Do que você está falando?

Ela só tinha lágrimas nos olhos. Em toda a minha vida, nunca havia visto Bella chorar daquele jeito.

— Isso mesmo que você ouviu. – ela ainda falava muito enrolado. – Eu te amo. A verdade é que eu sempre te amei, mas fui idiota, burra por não ter tentado nada. A verdade é que eu fui uma medrosa, porque eu não quis estragar a amizade que tínhamos. Não queria que se caso nosso relacionamento não desse certo a gente acabasse se afastando.

Tudo o que ela estava dizendo estava sendo confuso pra mim, porque ela falava arrastado demais, mas consegui compreender.

— Está me dizendo que me ama? – comecei a ficar nervoso. – Você me ama? Sério isso, Bella? – soltei seu braço e comecei a andar de um lado para o outro. – E quando se deu conta disso? Porque não foi no dia em que eu me declarei pra você há exatos três anos. Se deu conta disso depois que eu comecei a namorar a Ângela?

Seus soluços ficaram mais fortes.

 - Eu te amo desde sempre.  – disse em um sussurro.

— Não. Você não ama. Se você me amasse iria querer arriscar estar comigo mesmo que depois tudo acabasse, porque valeria – pelo menos pra mim – o prazer de ter estado com você por nem que seja um único dia, do que passar minha vida inteira imaginando como poderia ter sido se você tivesse aceitado meu pedido. Eu a teria feito feliz. Eu teria te amado com todas as minhas forças e estava pronto pra ter você ao meu lado. O meu amor por você falou mais alto do que o medo de te perder. Não me arrependo de ter me declarado pra você, porque eu arrisquei, eu realmente tentei de tudo pra ter você comigo e você simplesmente disse não. Doeu, Bella, doeu muito, mas eu segui em frente, e agora eu estou feliz. Estou tentando pelo menos. E agora você vem e diz que me ama?

Ela limpou as lágrimas com força e se aproximou de mim.

— Sim, amo. Eu te amo tanto que não queria você longe da minha vida. Não suportaria a ideia de não ter mais você por perto.

Dei um sorriso triste.

— E olha que ironia, acabamos nos afastando mesmo assim. – me aproximei dela e depositei um beijo em sua testa.  Me afastei e  a olhei nos olhos. – Talvez fosse o destino dizendo que não era pra acontecer.

Nesse momento Bella se ajoelhou e começou a soluçar. Eu queria fazer exatamente a mesma coisa. Eu não podia mais aguentar. Eu a amava, mas não posso mais. Eu mudei, ela mudou. Os tempos são outros e não posso magoar a Angela.

Me abaixei e fiquei na altura dela.

— Vem, vamos pra casa, eu te levo.

Ela assentiu e foi me seguindo para o meu carro, depois eu voltaria para buscar Ângela.