C A P I T U L O 6

Pela demora ela deveria estar tomando banho. Não sei por que as pessoas tomam banho antes de ir pra praia. Ok, eu tomei, mas é que eu não vou entrar na água. Eu gosto mais é de ficar admirando o mar.

— Pronto. – disse minha maninha descendo as escadas de biquíni com uma saída de praia por cima, óculos escuros, chapéu gigante e uma bolsa de praia. E o chinelo, claro.

— Que demora. – disse me levantando.

— E você vai assim? Cadê seu biquíni? – perguntou tirando os óculos e colocando na cabeça.

— Não vou entrar na água. – disse simplesmente.

— Ah, não. Você me acordou pra ir pra praia e não vai entrar na água? – disse desacreditada. – Vai já colocar o biquíni. Anda.

E o que eu fiz? Disse pra ela que ela não mandava em mim e eu iria se eu quisesse... Mentira, eu fui logo colocar esse bendito biquíni, senão rose me matava. Já estava com um olhar assassino.

Estávamos chegando à praia e Rose terminou a ligação com Emmett, combinamos de nos encontrar perto do salva vida.

Colocamos nossas coisas debaixo de uma arvore e fomos jogar vôlei. Já disse que eu amo jogar vôlei? Não? Então eu amo. Acho que está no sangue dos Swan.

Estávamos nos divertindo bastante, até que Rose foi buscar uma água pra gente e eu me deitei na esteira que ela estendeu na areia.

Estava eu aqui, aproveitando o sol, quando alguma coisa o tampa.

— Ei. – reclamei abrindo os olhos e dando de cara com Edward.

— Posso sentar?

Imediatamente olhei atrás dele. Procurando Ângela. Não a vi. Sei que é errado, mas fiquei feliz de saber que ele estava sozinho.

— Claro. – me sentei dando espaço pra ele.

Meu coração parecia que ia sair pela boca.

— Você anda estranha Bells. O que houve? – ele era sempre direto.

Edward estava de bermuda branca e com o peitoral de fora com óculos escuros escondendo seus olhos verdes.

— É impressão.

— Ah, não é não. Te conheço bem.

Droga. O pior é que é verdade.

— Esquece isso. – disse simplesmente – Então, está fazendo o que aqui?

Eu tentei mudar de assunto e ele sabia.

— Vim com o Emmett. – e parece que ele aceitou a mudança de assunto. O que eu agradecia imensamente. – Ele foi atrás da Rosalie.

Olhei pra onde ele apontou e sorri.

— Ele é gamado nela e ela nele. Por que não se assumem?

Edward sorriu e olhou pro mar.

— Tudo no seu tempo. Cada um tem o seu. – e me olhou. – Não acha?

Não respondi. O que eu diria? Que sim, cada um tinha seu tempo, mas esse tempo às vezes pode ser tarde demais?

— Cadê a Ang? – perguntei. Realmente fiquei curiosa, porque essa louca me acorda e agora não está com o namorado.

Edward pegou a bola de vôlei na mão e se levantou.

— Ela teve que sair com a mãe dela. Acho que vai escolher o presente de aniversario. – e então ele teve uma brilhante ideia, pra não dizer o contrario. – Hei, Bells... Você poderia me ajudar a escolher um presente pra ela né. Ninguém melhor do que a melhor amiga dela.

Inferno. Por que tudo só acontece comigo? Serio isso?

— Sabe o que é...

— Sério que vai inventar uma desculpa pra não me ajudar? – ele ergueu uma sobrancelha.

Com essa eu cruzei meus braços.

— Não é invenção. Você nem me deixou terminar de falar.

Ele riu e se agachou, ficando na minha altura. Bom, quase.

— Termine então.

Eu mordi os lábios. Eu tinha a desculpa perfeita, eu sei que era, mas ele me interrompeu e eu esqueci.

— Ta, eu te ajudo.

Ele sorriu torto. Aquele sorriso que eu amo...

— Ótimo. – estendeu a mão pra mim. – Agora o que acha de uma partidinha de vôlei?

Ah, eu amo vôlei cara.

Ficamos a tarde toda jogando vôlei, certo, até as 16h00min, porque Edward queria que fossemos comprar o presente da Ang logo.

Passei em casa, dando de cara com meus pais. Eles viram Edward e começaram a conversar com ele dizendo que estavam com saudade dele e todo aquele blábláblá. Esqueceram até de mim.

— Mãe, Rose ficou na praia e não sei que horas ela vai voltar ta? Ela está com o Emmett.

— Ta... – ela balançou a mão sem nem me olhar. Eu me senti um peido quando a pessoa solta e depois tenta abanar o cheiro. – mas então Edward... – voltou à atenção pro Edward.

Subi pro meu quarto rindo. Minha mãe era demais. Doidinha que só.

Troquei de roupa, desci e fui puxando Edward pela mão, não sem antes minha mãe fazer Edward prometer que voltaria mais vezes.

—-

Estávamos circulando com o carro de Edward há duas horas e nada de acharmos algo.

— Não sei o que dar a ela. – ele disse por fim estacionando numa vaga que encontrou.

Eu suspirei, sei bem o que deixaria Ângela feliz, mas se eu disser vai estar selando o compromisso dos dois...

— Sabe o que poderia dar a ela? – e lá vou eu com minha boca grande.

Mas é minha melhor amiga...

Ele se virou no banco ficando de frente pra mim.

— O que?

Eu torcia minhas mãos sobre meu colo.

— Aliança.

Essa simples palavra me açoitou, mas não me vinha coisa melhor na cabeça.

— Aliança? – disse meio perdido.

Eu suspirei.

— É. Aliança de namoro.

Então parece que a ficha dele caiu e ele sorriu.

— Boa ideia.

— É.

Então fomos comprar a bendita aliança. Cara, porque eu sou altruísta? Eu não poderia ser simplesmente aquelas pessoas que pensam na própria felicidade? Ai, credo. Retiro o que eu disse, me senti Jessica agora. Argh.

— Boa tarde, sejam bem-vindos. Em que posso ajudá-los? – perguntou uma senhora de uns 54 anos.

— Olá, eu queria ver aliança de namoro. – disse Edward.

— Claro, venham comigo.

A senhora nos levou a uma vitrine com varias alianças, uma mais linda do que a outra.

— Acho essa perfeita pra vocês. Ela combina com o casal.

Então ela nos mostrou uma aliança prateada com duas tiras no meio, na aliança feminina estava escrito “eu te amo...” e na dele estava escrito “... eternamente”. Foi simplesmente a aliança mais linda que eu já vi.

— Experimentem. – disse a senhora com um sorriso simpático nos lábios.

Foi aí que minha ficha caiu. Ela estava pensando que eu era a pessoa pra quem Ed daria a aliança.

— Ah, não. – disse eu. – Essa aliança não é pra mim não.

Edward ainda olhava pra aliança com o cenho franzido.

— Não? – olhou a senhorinha pra Edward. – Oh, me desculpe. Eu jurava que era você. Formam um casal tão bonito.

Ok, devo dizer que fiquei parecendo um tomate?

— Sou amiga dele.

— Melhor amiga. – corrigiu Edward. – Vou levar essa aqui.

Agora quem ficou confusa fui eu.

— Ué, porque não leva aquela que ela nos mostrou? É linda e simboliza o amor. Achei perfeita.

Ele me olhou e deu um meio sorriso.

— Não. Quero outra. – e apontou pra uma aliança de prata simples.

— Certo, se é o que quer...

Compramos as alianças, medindo no meu dedo a aliança dela, já que tínhamos o mesmo tamanho em tudo. Caso não desse ela viria trocar.

Aproveitando que estávamos ali eu também acabei comprando um presente pra Ang. Um colar de prata com um coração lindo onde dava pra colocar foto dentro. Quase que eu fiquei com o colar pra mim de tão fofo que ele era.

A senhorinha simpática colocou em uma caixinha de veludo pra colar e embrulhou pra presente.

Passamos o caminho todo em silencio. Edward estava concentrado até demais na estrada o que eu não entendi.

— Por que não quis aquela aliança? – quando percebi já tinha perguntado.

Ele me olhou por breves instantes e de volta pra pista.

— A frase nela era muito forte.

Fiquei confusa... Como assim forte?

— E o que sente por ela não é tão forte a ponto de não querer dar uma aliança daquela?