NOTAS INICIAIS E FINAIS IMPORTANTES! POR FAVOR, LEIAM!!

— Moisés, eu preciso te contar algo muito importante. - Safira falou, respirando fundo e preparando-se para contar toda a verdade. - Eu tenho um filho, Gabriel, e ele também é seu filho! - Revelou.

Moisés, Arão, e Zípora, que acabava de entrar no aposento, ficaram estupefatos com o que ouviram da boca de Safira.

.....

— Estou falando sério, Ramsés. Você deveria libertar meu povo, Deus não tá de brincadeira. - Miriã tentou argumentar com o marido mais uma vez.

A volta de Moisés e o anúncio da libertação de seu povo havia mexido muito com ela.

Ramsés bufou.

— Pelos Deuses, meu amor! Já falei que não vou libertar ninguém. Os hebreus nasceram para servir o Egito, e será assim até o fim dos tempos. Não tenho medo desse Deus invisível de vocês. E você não ouse sequer pensar em ir até a vila, senão terei que tomar as devidas providências. - O faraó ameaçou, e deu um selinho na esposa. - Vamos dar um mergulho na Piscina?

Meio contrariada, e sabendo que não deveria irritar o marido ainda mais, Miriã levantou-se e seguiu Ramsés.

Mas, o que os dois presenciaram ao chegar na Piscina Real foi um horror. A agua estava completamente transformada em sangue, e Nefertari estava toda encharcada do liquido vermelho, dos pés a cabeça!

— NÃO! - Nefertari gritou.

Seu grito pode ser ouvido no Egito inteiro.

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— Filho? Explica isso direito. - Moisés pediu, afoito.

O libertador não conseguia acreditar que tinha um filho. Não, isso tinha que ser um sonho. Sempre havia ficado frustrado porquê Zípora não fora capaz de lhe dar filhos, e saber que tinha um filho com Safira, a mulher que amou na sua juventude, e que não havia conseguido esquecer, era uma alegria tamanha que ele não soube expressar. Era inacreditável. Moisés abriu um sorriso largo.

— Sim. Filho. Poucos dias depois de nos despedirmos descobri estar esperando uma criança no meu ventre. Fiquei completamente desesperada, afinal eu não podia aparecer grávida sem ter me casado. Então resolvi me casar com Joel, e ele assumiu Gabriel. Ele nunca soube que era hebreu, por medo meu e por imposição de Ramsés. Mas, agora ele acabou escutando tudo da pior forma e me odeia. Ele fugiu, e não sei onde ele tá neste momento. - Contou, chorando. A dor de perder o filho estava sendo difícil de suportar.

— Calma, Safira. Vamos achar Gabriel. - Moisés falou, também preocupado. Não é muito prudente ele ficar perdido por ai, ainda mais agora com a primeira praga em andamento.

— Primeira Praga? Como assim, Moisés.

— A batalha entre Deus e o faraó pela libertação dos hebreus começou, Safira. E não vai ser nada fácil. - Notou Arão.

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Mas isso é espantoso. - Comentou Bianca, ao ver que a agua do Palácio estava mesmo toda transformada em sangue. A jovem egípcia sabia que isso era muito grave, podendo até causar a morte de algumas pessoas, mas ela não podia evitar ficar maravilhada ao ver que o Deus de Oseias tinha toda essa força. Começava a achar que os Deuses egípcios iriam perder essa batalha.

— Preciso ver Oseias. - Sussurrou para si mesma em voz baixa. - Karoma, já volto. Me de cobertura. - Pediu, a morena afoita.

Karoma ficou sem saber o que fazer. Chegou a chamar Bianca, mas de nada adiantou.

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Bianca correu ofegante até a casa de Joquebede. A jovem havia se espantado ainda mais ao passar pelas ruas da vila e constatar que os hebreus não haviam sido afetados pelas pragas e tinham acesso a agua limpa e fresca.

— Bianca? - Oseias sorriu largo, ao ver a moça ali na sua frente mais uma vez.

— Tive que vir. - Bianca retribuiu o sorriso. - Oseias, seu Deus é espantoso. Toda a agua do Palácio agora é sangue. E suspeito que em todo o Egito esteja assim. Mas, aqui na vila, nada mudou. Talvez esse Deus seja mesmo tão forte como me falou.

— Sim, Bianca. Deus comanda tudo. ELE é muito mais forte do que qualquer faraó. Deus vai nos libertar. Os hebreus vão ser livres. - O jovem contou, entusiasmado.

Quanto mais coisas sabia sobre esse Deus dos hebreus, mas maravilhada Bianca ficava. Sempre havia crescido com a noção de que os únicos Deuses que existiam eram os egípcios, e o faraó. No entanto, com tudo que a jovem estava presenciando estava difícil não mudar de lado.

Entusiasmados e felizes por estarem novamente juntos, Bianca e Oseias se aproximaram e ele tocou o rosto da jovem, o acariciando.

— Você é linda, Bianca. E não sai da minha cabeça. - O jovem hebreu falou, e a beijou novamente.

Quem não gostou do que viu, foi Ana. A filha de Apuki e Judite havia se apaixonando por Oseias desde a primeira vez que o viu. Mesmo sendo um amor proibido, ela acreditava que iriam ficar juntos um dia. E ver o amado beijando outra era demais. Ana entrou em casa com lágrimas nos olhos.

— Perdi Oseias para sempre, mãe. - Se lamentou a jovem.

 Será que um dia, Ana seria feliz ao lado de quem amava?

.......

— Por favor, Ramsés. Me escute. Libertar os hebreus será o melhor para todos, e também para o Egito. Esta praga já foi longe demais. Muitos estão morrendo por falta de agua. Inclusive, eu e Miriã estamos grávidas. Temos que cuidar de nossos filhos. - Henutmire implorava ao irmão. Estava a ponto de chorar.

— CHEGA, HENUTMIRE! JÁ DISSE QUE NÃO VOU CEDER. ESSES HEBREUS IMUNDOS NÃO PODEM ACHAR QUE O DEUS SEM ROSTO PATÉTICO DELES PODE ME VENCER. PODEM VIR QUANTAS PRAGAS VIEREM, MAS NÃO IREI CEDER NUNCA! - Ramsés berrou, completamente enfurecido e tomado pelo ódio. Henutmire nunca havia sentido tanto medo ao olhar nos olhos do irmão como estava sentindo agora. - E SE EU SEQUER DESCONFIAR QUE ALGUÉM PISOU NAQUELA VILA, HAVERÁ GRAVES CONSEQUÊNCIAS. - Acrescentou.

Miriã olhou para Henutmire. Ambas estavam com medo. Mas, a jovem Rainha estava envergonhada. Como ela conseguia amar alguém tão frio e sem coração como Ramsés? Seria muito melhor se ela estivesse na vila com sua família, preparando-se para partir rumo a Canaã, do que ali no Palácio, sufocada pelas imposições do marido. Como ele havia mudado completamente com o passar dos anos. Ela sentiu lágrimas brotando nos olhos, e lembranças invadirem sua mente.

FLASHBACK ON

Miriã apreciava a vista do Nilo pensando em Ramsés e Hur, e debatendo se havia feito a escolha certa ao aceitar se casar com o joalheiro.

— Apreciando a vista do Nilo Sati? Ou devo dizer Miriã? - Sussurrou Ramsés no ouvido da jovem, a assustando.

— Co, como sabe meu verdadeiro nome? - Perguntou ela, nervosa.

Sempre que Ramsés se aproximava dela ela ficava nervosa.

— Não interessa como descobri que é hebreia. O que interessa é que não contarei nada a ninguém, isso se você me beijar agora mesmo, claro. - Sussurrou o príncipe, dando um sorriso sarcástico.

— Você ficou louco? Só pode. Eu nunca te beijaria. Primeiro por que você será o futuro Rei do Egito. Segundo por que seu casamento é hoje, e terceiro porque nunca beijaria alguém tão convencido como você! - Declarou a morena, nervosa.

Ramsés riu e puxou Miriã para mais perto de si.

— Para que tentar disfarçar. Eu sei muito bem que sente vontade de me beijar tanto quanto eu sinto de te beijar. - Falou Ramsés, capturando a boca de Miriã contra a sua e iniciando um beijo que a moça acabou por corresponder.

FLASHBACK OFF

Será que Miriã conseguiria um dia voltar a ser feliz com o marido?

Logo Paser entrou na sala do Trono, afoito.

— Anuncio a presença de Tyie, irmã do Soberano e da Princesa, com seus dois filhos, Nina e Amenhofis.

Ramsés e Henutmire sorriram ao ver a irmã, que não viam a muito tempo, com seus dois filhos. Os três eram belos. Tyie era filha de Tuya e Seti, mas aos treze anos havia mudado para o Alto Egito, para levar a vida de sacerdotisa de Amon. Faziam cerca de vinte anos que ela não aparecia ou dava notícias.

— Pelos Deuses! O tempo só lhe fez bem, minha irmã. Rivaliza com a própria Isis. - Ramsés elogiou, encantado.

— Obrigado, meu irmão. Parece que o tempo também lhe fez muito bem. - Tyie sorriu.

— Mas, e os seus filhos, minha irmã? Que eu saiba, uma sacerdotisa não pode ter filhos. - Notou Henutmire.

— Ah, minha irmã! Não exerço a função de sacerdotisa a muito tempo. Mas, Nina e Amenhofis não são meus filhos biológicos. Eu os adotei quando a família deles faleceu. São adoráveis, não são? - Tyie tocou no queixo de Nina, que se moveu desconfortávelmente.

— Bem-vindos ao Palácio. Os tratarei como meus sobrinhos. - Sorriu Ramsés.

Nina e Amenhofis se curvaram em sinal de respeito.

— Agora, o que acho curioso, Ramsés, é o fato de estar casado com uma hebreia, sendo que ouvi boatos que eles são a causa do sangue que tomou conta das nossas aguas. - Falou, irônica.

Miriã e Ramsés se entreolharam, desconfortáveis.

— Miriã é a Soberana do Egito, agora. Ela não pertence mais a aquele povo imundo, nem concorda com as ações que eles estão tomando. Eles acham que podem me enfrentar, mas eu tratarei logo de mostrar a eles que não. - Falou, convicto. Beijando a esposa.

— Mas, o que faremos agora sem agua, senhor? - Indagou Amenhofis, preocupado.

— Não há com que se preocupar, meu jovem. Logo tudo voltará ao normal. - Ramsés afirmou.

Amenhofis olhou para a irmã. Algo lhes dizia que nada iria voltar a ser como era antes.

.......

— Não posso abandonar o Palácio agora, Hur. Ramsés consideraria como traição. Eu tenho medo do que ele pode fazer. Além do mais, Tyie acabou de voltar do Alto Egito. Seria arriscado. - Henutmire notou, deitada em sua cama.

Hur se ajoelhou e acariciou o ventre da esposa.

— Mas, você tá grávida. Temos que cuidar desta criança. - Falou, receoso.

— Eu sei. - Henutmire respondeu, num sussurro.

Hur se aproximou e beijou-a suavemente nos lábios.

Leila entrou no aposento, afoita.

— Desculpe, meu sogro. Desculpe, Princesa. Mas acho que há algo que devem saber. A vila dos hebreus tem acesso a agua limpa. Não foram atingidos pela praga. Deus protegeu nosso povo. - Leila levantou as mãos, em forma de agradecimento a Deus.

Henutmire suspirou, surpreendendo-se com a fala de Leila.

— Como é possível? Esse Deus dos hebreus é mesmo muito forte. - A Princesa respondeu, ainda atônita.

— Muito mais do que imagina, Princesa. - Leila respondeu, sorrindo.

— Ouviu isso, meu amor? Temos que dar um jeito de pegar agua da vila para fortalecer você e esse bebê! - Exclamou Hur.

......

Moisés e Safira estavam sozinhos em casa. Todo o resto da família estava procurando por algum sinal de Gabriel, já que muitos o conheciam por ele ter sido príncipe. Mas, todos já haviam procurado, e ele não se encontrava em lugar algum. Safira estava nervosa, e não parava de chorar.

— Calma, Safira. Vamos encontrar o nosso filho. Tenha fé. - Moisés segurou na mão da mulher, para a consolar. Ainda era estranho chamar Gabriel de filho, e estar tão perto de Safira novamente.

— E se ele estiver em perigo, Moisés? E se algo lhe tiver acontecido? Não irei me perdoar. - Safira soluçou, ainda chorando.

— Ei. - Moisés abraçou a mulher fortemente. - Calma, Deus tá olhando o Gabriel, tenho certeza.

Os dois ficaram assim, abraçados por alguns minutos. Um tentava acalmar a preocupação do outro. Eles estavam muito próximos. Os olhares de Moisés foram parar na boca de Safira, e os dela na boca de Moisés. Ambos imaginavam como seria se seus lábios se juntassem mais uma vez. E, foi isso que aconteceu. Safira e Moisés voltaram a se beijar. Um beijo de saudade, amor e paixão.

.....

Ramsés estava deitado em seu quarto, pensando. Miriã havia ido dar um passeio ao Nilo. Ikeni e Bakenmut estavam com ela, para sua segurança. O faraó se preocupava muito com a segurança e o bem-estar de sua esposa, e da criança que ela carregava no vente. Não deixaria nada de mal acontecer a nenhum dos dois. Mas, Ramsés também morria de medo de que Miriã o abandonasse, para ficar com os hebreus. Sabia que suas origens ainda mexiam muito com ela, ainda mais agora que seu irmão havia enfiado na cabeça que os hebreus seriam libertos. O que era uma grande loucura, pois Ramsés nunca deixaria isso acontecer. Amava demais Miriã e não suportaria a perder. Por isso, a ameaçava. Para que não cogitasse fugir com os hebreus. Ramsés suspirou.

— O que faz, meu irmão? - Indagou Tyie, ao adentrar no aposento.

Ramsés sorriu.

— Descansando, minha irmã. Ser Soberano do Egito não é nada fácil. - Riu, fazendo Tyie rir também.

— Imagino. - Falou ela.

— Gosta do Palácio? - Ramsés indagou.

— Sim. Tirando a parte de termos sangue no lugar de agua, tudo tá esplêndido. - Tyie sorriu, irônica.

Ramsés bufou. Sua irmã começava a lhe dar nos nervos.

— Já lhe disse que irei resolver isso. - Falou, ríspido.

Tyie sorriu, e sentou ao lado do irmão na cama.

— E a questão da Nova Rainha? Já resolveu? - Alfinetou.

Ramsés soube onde esta conversa iria parar, mas resolveu manter-se calmo por enquanto.

— Nova Rainha? Do que fala, minha irmã?

— Oras, o Egito precisa de uma nova Soberana. Digamos, mais adequada para o cargo. Não de uma imunda como a atual. - Falou Tyie.

— PELOS DEUSES!! COMO OUSA FALAR MAL DE MINHA RAINHA? ELA É PERFEITA. NÃO PRETENDO TROCA-LA NEM MUITO MENOS ACEITAR SEUS INSULTOS A ELA. - Esbravejou. - Miriã continuará sendo Rainha. Isso não irá mudar. - Acrescentou, agora mais calmo.

— Veremos se não vai. - Tyie sussurrou, baixo o suficiente para que o faraó não a ouvisse e sorriu falsamente para o irmão.