Moonlight Lover escrita por Benihime


Capítulo 19
Rosas que florescem




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Selene

Quando chego no Parque do Forte, onde marcamos nosso encontro, Ashlee já está me esperando e sorri ao perceber minha aproximação. Me sento ao seu lado, sem conseguir pensar em nada para dizer.

— O que foi, Selene? — Ela pergunta, alarmada por meu silêncio. — Tem algo errado?

Penso em mentir, mas imediatamente sei que não vou conseguir. Não para ela. Ashlee, com seu jeito quieto e doce, me conhece melhor do qualquer pessoa no mundo.

— Katerina esteve na minha casa hoje de manhã. — Confesso. — Ela tentou me influenciar, e ficou bem surpresa quando não cedi. Ela ... Tentou me beijar, e eu a rejeitei.

— Rejeitou?! — A loira parece surpresa. — Por que?!

— Porque ... Eu me apaixonei por outra pessoa.

Ashlee

Meu peito dói ao ouvi-la dizer isso. Imaginar Selene apaixonada, amando outra pessoa, faz com que eu tenha vontade de sumir, me esconder em algum lugar onde ninguém jamais poderá me encontrar.

— E ... Quem é essa pessoa? Eu conheço?

— Claro. — Selene sorri. — Ela é meiga, linda ... Um pouco má, às vezes, mas eu gosto disso. Inteligente, também, mas tão ingênua que me dá nos nervos às vezes.

A óbvia admiração e o carinho em sua voz enquanto ela fala fazem meu peito se apertar de inveja.

— Parece ser uma garota e tanto. 

— Sim, ela é incrível.

Selene

Ashlee desvia os olhos, porém um segundo tarde demais. Vejo as lágrimas naquelas íris azuis, brilhando como joias.

— Ah, Ash, não chore. — Passo um braço por seus ombros, trazendo-a para perto de mim. — Sua boba. Por que está chorando, afinal?

— Porque ... Porque eu te amo, Selene! E não consigo pensar em você apaixonada por mais ninguém. Pronto, eu disse. Feliz agora?

Ashlee

Estou tão magoada que quero morrer. Selene, por sua vez, está rindo. Isso faz com que eu sinta uma pontada de raiva. Como ela pode rir de mim desse jeito?

— Ah, Ash. — Seus dedos acariciam minha bochecha, segurando meu queixo e erguendo meu rosto para que nossos olhos se encontrem. — É sério, você às vezes é ingênua demais para o seu próprio bem.

— Espere! — Exclamo, agora genuinamente surpresa. — Você estava falando ... De mim?!

— Claro, sua bobona. — Ela ri mais uma vez. — De quem mais seria?

Eu me atiro em seus braços, rindo sem conseguir me conter. Selene me abraça com força, seu rosto enterrado em meu cabelo.

 Selene

 — Estou tão feliz. — Ashlee sussurra em meu ouvido. — Tem certeza de que isso não é um sonho?

— Se fosse, você preferiria acordar?

— Não. — Ela enterra o rosto em meu ombro ao responder. — Nunca.

— Nem eu. — Respondo, correndo os dedos por seus cabelos. — Mas garanto a você que isso é total e completamente real. 

Eu ergo seu rosto e a beijo suavemente, primeiro na testa e depois nos lábios. Comparado ao que costumava ser com Katerina, beijar Ashlee é doce, suave e terno. Mais verdadeiro, de certa forma. 

 Ashlee

 — Quase esqueci! — A morena exclama de repente, afastando-se com delicadeza. — Tenho uma coisa para você.

 Ela se vira e, de sua bolsa, tira uma perfeita rosa cor de âmbar, a flor mais linda e incomum que já vi em toda minha existência.

 — Uau! — Exclamo, meus dedos estendendo-se para tocar as pétalas ambarinas quase com reverência. — É linda!

— Minha bisavó cultivava. Não sabemos como ela conseguiu, mas Nana tinha um jardim cheio dessas flores, que passou para a filha quando morreu. Vovó nunca gostou muito de jardinagem, mas minha mãe sim, e salvou algumas mudas. Hoje em dia, são tudo o que sobrou do jardim de Nana. 

— Obrigada.

Minha voz quase não sai, tocada pela emoção da magnitude de seu gesto. Selene, porém, apenas sorri.

— Você merece, pequena. — Ela declara, colocando a rosa atrás de minha orelha. — Isso e muito mais.

Toco mais uma vez as pétalas macias, ainda mais emocionada por sua gentileza.

— Você tirou os espinhos.

— É claro. — A morena sorri carinhosamente. — Cada um deles.

Ao terminar de falar, ela me beija mais uma vez, roçando seus lábios em minhas bochechas antes de se afastar.

Selene

É o dia seguinte ao meu encontro com Ashlee, uma segunda feira. Distraída, reviro meu armário à procura do livro que estava lendo na semana anterior, sem sucesso.

De repente, algo cai e se enrosca em meus cabelos. Encostada na parece, desenrolo o intruso de minhas mechas e o abro, surpresa ao ver um cartão negro com a estampa de um enorme coração vermelho. Dentro da imagem, escrito na letra elegante de Katerina, estão as seguintes palavras:

O baile é na semana que vem. O que me diz, Selene? Será que já tenho um par? Pense nisso, e me responda amanhã. Vou estar esperando atrás das arquibancadas.

Reviro os olhos, honestamente nem um pouco surpresa com a insistência dela. Quando soa o sinal do começo da aula e entro no laboratório de Ciências, vejo Ashlee já esperando por mim. Ela sorri quando me aproximo.

Por baixo da bancada, ela me passa algo. Não tenho tempo de ver o que é antes que a aula comece mas, no final, descubro tratar-se de uma belíssima rosa amarela.

— Rosas amarelas são minhas favoritas. — Levo a flor ao nariz, aspirando seu perfume. — Como você sabia?

— Eu não sabia. — Ela fica tão fofa com essa expressão envergonhada que tenho vontade de abraçá-la. — Mas são minhas favoritas também.

Trocamos um breve sorriso, e reparo em um pedacinho de papel preso com uma fita branca ao caule da rosa. Desdobro-o para ler:

Selene, gostaria de ir comigo ao baile semana que vem? Eu adoraria ter você como meu par.

Meu sorriso se alarga. Ashlee apoia uma das mãos em meu ombro, atraindo minha atenção. Seus olhos parecem oceanos. Eu poderia olhar dentro deles por quilômetros e jamais encontrar um fim.

— E então? — Seu tom é inseguro, hesitante. — O que me diz?

— É claro, Ash. — Sorrio para ela em resposta. — Eu nem sequer sonharia em ir com outra pessoa.

Katerina

Depois de ouvir Selene concordar em ir com Ashlee, vejo a loira prender a rosa nos cabelos escuros da morena. As duas seguem juntas pelo corredor, suas mãos se encontrando enquanto caminham. Meu peito se aperta e sinto uma louca vontade de chorar.


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